Cana-de-açúcar

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Como ler uma caixa taxonómicaCana-de-açúcar
Faz S Sofia canavial 090607 REFON.JPG

Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Poales
Família: Poaceae
Género: Saccharum
Espécies[1]
S. spontaneum

S. robustum

S. officinarum

S. barberi

S. sinense

S. edule

Sinónimos

A cana-de-açúcar é uma planta que pertence ao gênero Saccharum L.. Há pelo menos seis espécies do gênero, sendo a cana-de-açúcar cultivada um híbrido multiespecífico, recebendo a designação Saccharum spp. As espécies de cana-de-açúcar são provenientes do Sudeste Asiático. A planta é a principal matéria-prima para a fabricação do açúcar e álcool (etanol).

É uma planta da família Poaceae, representada pelo milho, sorgo, arroz e muitas outras gramíneas. As principais características dessa família são a forma da inflorescência (espiga), o crescimento do caule em colmos, e as folhas com lâminas de sílica em suas bordas e bainha aberta.

Classificação do gênero[editar | editar código-fonte]

Na classificação taxonômica de Jussieu (1789), Saccharum é o nome de um gênero botânico, ordem Gramineae, classe Monocotyledones com estames hipogínicos.

História[editar | editar código-fonte]

Corte de madeira em área florestal para o plantio de cana-de-açúcar.

A cana-de-açúcar é uma planta proveniente do sul e sudeste asiático.[2] Com a expansão muçulmana a cana foi introduzida em áreas onde não era cultivada. No continente Europeu ela foi cultivada na Espanha e posteriormente levada para as Américas durante a expansão marítima onde foi cultivada em países como Brasil, Cuba, México, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela.

No Brasil[editar | editar código-fonte]

A cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil no início do século XVI, quando foi iniciada a instalação de engenhos de açúcar, a primeira indústria implantada na nova possessão de Portugal, que em pouco tempo substituiu a indústria extrativa do pau-brasil.[3]

Foi a base da economia do nordeste brasileiro, na época dos engenhos. A principal força de trabalho empregada foi a da mão-de-obra escravizada, primeiramente indígena e em seguida majoritariamente de origem africana, sendo utilizada até o fim do século XIX. Os regimes de trabalho eram muito forçados. Esses trabalhadores, na ocasião da colheita, chegavam a trabalhar até 18 horas diárias. Com a mudança da economia brasileira para a monocultura do café, esses trabalhadores foram deslocados gradativamente dos engenhos para as grandes fazendas cafeeiras. Com o tempo, a economia dos engenhos entrou em decadência, sendo praticamente substituída pelas usinas. O termo engenho hoje em dia é usado para as propriedades que plantam cana-de-açúcar e a vendem, para ser processada nas usinas e transformada em produtos derivados.

Impactos socioambientais[editar | editar código-fonte]

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O cultivo da cana-de-açúcar é geralmente feito de forma extensiva. As plantações ocupam vastas áreas contíguas, e é necessária uma grande área plantada para justificar e manter produtiva a cadeia industrial à sua volta e as usinas de açúcar e de etanol. No entanto, os agricultores precisam conservar intocadas as áreas ao redor de mananciais de água, topo de montanhas e aclives acentuados, além de manter um percentual mínimo de mata nativa, que varia de região a região, sendo 20% no Sudeste e até 90% na região amazônica.

Modernamente, o cultivo e corte é realizado por grandes máquinas e tratores. A prática do corte manual, precedida pelas queimadas, praticadas anteriormente ao corte para a retirada das folhas secas e que geravam reclamações de problemas respiratórios nas cidades circundadas por essa monocultura, vem sendo gradativamente abolida.

No estado de São Paulo (o principal estado produtor do Brasil), por exemplo, existe legislação que determina a completa substituição do corte manual pelo mecanizado até 2031 (açúcar ético). Embora tenha impacto ambiental indiscutivelmente positivo, existem argumentações contra e a favor desta medida em relação aos seus impactos sociais. Por um lado, a favor, pelo fim de uma atividade de baixa remuneração que convivia com denúncias de trabalho infantil. Por outro lado, contra, pelo fato de deixar grande parte da população em penúria ainda maior, desempregada e sem meios de subsistência.

Em função do valor social e do grande potencial empregador de mão de obra desqualificada dessa indústria, alguns estados brasileiros, como o Mato Grosso por exemplo, continuam incentivando o cultivo da cana com a condição de que os investidores não adotem o processo mecanizado de corte e continuem a absorver grandes legiões de trabalhadores em suas atividades.

Processamento da cana[editar | editar código-fonte]

Antiga moenda de madeira para cana-de-açúcar em Goiás

A cana colhida é processada com a retirada do colmo (caule), que é esmagado, liberando o caldo que é concentrado por fervura, resultando no xarope, a partir do qual o açúcar é cristalizado, tendo como subproduto o melaço ou mel final. O colmo é, às vezes, consumido in natura (mastigado), ou então usado para fazer caldo de cana e rapadura. O caldo também pode ser utilizado na produção de etanol, através de processo fermentativo, além de bebidas como cachaça ou rum e outras bebidas alcoólicas, enquanto as fibras, principais componentes do bagaço, podem ser usadas como matéria-prima para produção de energia elétrica, através de queima e produção de vapor em caldeiras que tocam turbinas, e etanol, através de hidrólise enzimática ou por outros processos que transformam a celulose em açúcares fermentáveis.

Praticamente todos os resíduos da agroindústria canavieira são reaproveitados. A torta de filtro, formada pelo lodo advindo da clarificação do caldo e bagacilho, é muito rica em fósforo e é utilizada como adubo para a lavoura de cana-de-açúcar. A vinhaça, um subproduto da produção de álcool, contém elevados teores de potássio, água e outros nutrientes, sendo utilizada para irrigar e fertilizar o campo. Pode também ser utilizada como biomassa para produção de biogás (composto basicamente de metano e gás carbônico).

Economia[editar | editar código-fonte]

No mundo[editar | editar código-fonte]

O Brasil é, hoje, o principal produtor de cana-de-açúcar do mundo.[4] Seus produtos são largamente utilizados na produção de açúcar, álcool combustível e, mais recentemente, biodiesel. A cana-de-açúcar foi a base econômica de Cuba, quando tinha toda a sua produção com venda garantida para a União Soviética a preços artificialmente altos. Com o colapso do regime socialista soviético, a produção de cana cubana tornou-se inviável.

A cana-de-açúcar também é o principal produto de exportação em países do Caribe como a Jamaica, Barbados etc. Com a suspensão de preferências europeias à cana caribenha em 2008, espera-se um colapso semelhante na indústria canavieira caribenha. Vários países da África austral, principalmente a África do Sul, Moçambique e a ilha Maurício, são igualmente importantes produtores de açúcar.

Uma tonelada de cana-de-açúcar produz 80 litros de etanol, sendo que um hectare de terra produz 88 toneladas de cana-de-açúcar. No total, são produzidos 7 040 litros de etanol por hectare. A Organização das Nações Unidas relata[4] que, em 2010, o valor da produção brasileira foi de aproximadamente 23 bilhões de dólares dos Estados Unidos, seguido da produção indiana, superior a 8 bilhões de dólares dos Estados Unidos.

País Produção (1 000 US$) Produção (t)
Brasil 23 450 773 719 157 000
Índia 8 482 043 277 750 000
República Popular da China 3 456 697 111 454 359
Tailândia 2 259 441 68 807 800
México 1 655 694 50 421 600
Paquistão 1 459 132 49 372 900
Austrália 1 032 953 31 457 000
Argentina 952 273 29 000 000
Filipinas 950 093 34 000 000
Indonésia 870 180 26 500 000
Estados Unidos 760 852 24 820 600
Colômbia 665 691 20 272 600
Guatemala 601 629 18 391 700
África do Sul 525 904 16 015 600
Vietnã 517 884 15 946 800
Egito 469 265 15 708 900
Cuba 343 376 11 300 000
Peru 317 234 9 660 900
Venezuela 311 951 9 500 000
Myanmar 307 943 9 715 430
Valor e produção da cultura de cana-de-açúcar dos 20 principais produtores mundiais em 2010[4]

No Brasil[editar | editar código-fonte]

O setor sucroalcooleiro brasileiro despertou o interesse de diversos países, principalmente pelo baixo custo de produção de açúcar e álcool. Este último tem sido cada vez mais importado por nações de primeiro mundo que visam a reduzir a emissão de poluentes na atmosfera e a dependência de combustíveis fósseis. Todavia, o baixo custo é conseguido por vezes pelo emprego de mão de obra assalariada de baixíssima remuneração e, em alguns casos, há até seu uso com características de escravidão por dívida.[5]

No Brasil, a agroindústria da cana-de-açúcar tem adotado políticas de preservação ambiental que são exemplos mundiais na agricultura,[carece de fontes?] embora, nessas políticas, não estejam contemplados os problemas decorrentes da expansão acelerada sobre vastas regiões e o prejuízo decorrente da substituição da agricultura variada de pequenas propriedades pela monocultura. Já existem diversas usinas brasileiras que comercializam crédito de carbono, dada sua eficiência ambiental.

As queimadas também têm diminuído devido ao aumento de denúncias e endurecimento da fiscalização, embora muitas dessas denúncias terminem sem uma penalização formal. Em cidades como Ribeirão Preto, Araraquara, Barretos, Franca, Jaboticabal e Ituverava, as multas e advertências a usinas e produtores que queimam seus canaviais cresceram 27% em 2009 em relação a 2008, segundo levantamento da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo.[6]

Para renovação do cultivo, algumas indústrias canavieiras fazem, a cada quatro ou cinco anos, plantios de leguminosas (soja) que recuperam o solo pela fixação de nitrogênio. Quanto aos problemas advindos da queima controlada na época do corte, existe já um movimento em direção à mecanização da colheita que aumenta de ano para ano, além de rigorosos protocolos que prevem o fim da queima até o ano de 2014.

A partir da Pesquisa Pecuária Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística[7] , nota-se que a região Região Sudeste do Brasil é responsável (dado de 2010) por quase 70% de toda a produção nacional:

Região Safra 2010 (t) Participação em 2010
Sudeste 498 884 508 69,53%
Centro-Oeste 97 430 026 13,58%
Nordeste 68 789 726 9,59%
Sul 50 286 221 7,01%
Norte 2 071 620 0,29%
Brasil 717 462 101 100,00%
Produção da cultura de cana-de-açúcar nas regiões do Brasil em 2010[7]

Usando também dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,[8] verifica-se que o estado de São Paulo é responsável por mais da metade da produção brasileira:

Unidade da Federação Safra 2005 (t) Safra 2006 (t) Safra 2007 (t) Safra 2008 (t) Safra 2009 (t) Safra 2010 (t) Participação em 2010
São Paulo 254 809 756 289 299 376 329 095 578 386 061 274 408 451 088 426 572.099 59,46%
Minas Gerais 25 386 038 32 212 574 38 741 094 47 914 898 58 384 105 60 603 247 8,45%
Paraná 29 717 100 33 917 335 45 887 548 51 244 227 53 831 791 48 361 207 6,74%
Goiás 15 642 125 19 049 550 22 387 847 33 112 209 43 666 585 48 000 163 6,69%
Mato Grosso do Sul 9 513 818 12 011 538 15 839 993 21 362 034 25 228 392 34 795 664 4,85%
Alagoas 23 723 803 23 497 027 24 993 144 29 220 000 26 804 130 24 352 340 3,39%
Pernambuco 17 115 218 17 595 676 19 637 061 20 359 720 19 445 241 19 704 071 2,75%
Mato Grosso 12 595 990 13 552 228 15 000 313 15 850 786 16 209 589 14 564 724 2,03%
Rio de Janeiro 7 554 495 6 835 315 5 965 446 6 582 623 6 481 715 6 394 477 0,89%
Bahia 5 592 921 6 150 367 6 279 183 5 689 329 4 630 196 5 868 709 0,82%
Paraíba 4 975 797 6 059 030 6 222 223 6 297 179 6 302 570 5 646 151 0,79%
Espírito Santo 4 240 922 4 206 342 4 436 412 5 176 445 5 249 775 5 314 685 0,74%
Rio Grande do Norte 3 286 428 3 391 184 3.836.626 4 105 299 4 259 996 3 962 017 0,55%
Maranhão 1 968 414 2 306 456 2 440 358 3 005 774 2 824 701 3 176 531 0,44%
Sergipe 1 777 372 1 924 975 2 401 966 2 429 603 2 607 155 2 994 819 0,42%
Ceará 1 787 126 1 617 003 2 251 239 2 270 816 2 323 937 2 306 004 0,32%
Rio Grande do Sul 908 930 1 166 717 1 426 978 1 431 081 1 254 475 1 503 000 0,21%
Piauí 647 675 640 707 779 482 778 084 859 513 779 084 0,11%
Tocantins 161 873 193 390 202 620 392 071 664 284 715 317 0,10%
Pará 505 348 618 316 677 844 574 660 698 845 668 738 0,09%
Santa Catarina 601 869 660 333 734 562 756 803 699 068 422 014 0,06%
Amazonas 340 027 349 847 343 302 365 983 368 050 341 186 0,05%
Rondônia 49 228 86 870 55 302 207 438 253 277 233 527 0,03%
Acre 25 690 35 248 37 138 52 609 38 650 107 251 0,01%
Distrito Federal 25 638 29 756 30 335 54 661 66 248 69 475 0,01%
Amapá 1 755 2 205 2 430 3 200 1 395 4 146 0,00%
Roraima 1 290 1 290 1 290 1 376 1 376 1 455 0,00%
Brasil 422 956 646 477 410 655 549 707 314 645 300 182 691 606 147 717 462 101 100,00%
Evolução da produção da cultura de cana-de-açúcar no Brasil de 2005 a 2010[8]

Além disso, nota-se que o principal município produtor é Morro Agudo, que responde sozinho por mais de 1% da produção nacional:[9]

Município Safra 2010 (t) Participação em 2010
Morro Agudo - SP 7 945 800 1,11%
Rio Brilhante - MS 6 783 111 0,95%
Barretos - SP 5 809 860 0,81%
Guaíra - SP 5 800 000 0,81%
Paraguaçu Paulista - SP 4 805 200 0,67%
Piracicaba - SP 4 800 000 0,67%
Uberaba - MG 4 370 000 0,61%
Guararapes - SP 4 190 490 0,58%
Araraquara - SP 4 165 000 0,58%
Jaboticabal - SP 4 050 000 0,56%
Conceição das Alagoas - MG 3 840 000 0,54%
Ituverava - SP 3 760 000 0,52%
Quirinópolis - GO 3 715 200 0,52%
Campos dos Goytacazes - RJ 3 697 000 0,52%
Araçatuba - SP 3 571 300 0,50%
Jaú - SP 3 527 500 0,49%
Miguelópolis - SP 3 521 970 0,49%
Batatais - SP 3 471 000 0,48%
Olímpia - SP 3 400 000 0,47%
Novo Horizonte - SP 3 384 000 0,47%
Pitangueiras - SP 3 360 000 0,47%
Penápolis - SP 3 320 000 0,46%
Barra do Bugres - MT 3 264 399 0,45%
Cafelândia - SP 3 210 240 0,45%
Santa Helena de Goiás - GO 3 207 600 0,45%
Ribeirão Preto - SP 3 154 840 0,44%
Lençóis Paulista - SP 3 049 050 0,42%
Coruripe - AL 3 029 804 0,42%
São Carlos - SP 2 998 650 0,42%
Maracaju - MS 2 952 849 0,41%
Produção da cultura de cana-de-açúcar nos 30 maiores produtores de cana-de-açúcar do Brasil em 2010[9]

Formação de preços[editar | editar código-fonte]

O preço da cana-de-açúcar não é mais determinado pelo governo desde a safra 1998/99. Diante disso, surgiram entidades com o intuito de organizar o setor que se encontrava durante décadas sob a intervenção estatal.[10]

No Estado de São Paulo, constituiu-se um grupo formado por representantes dos produtores de cana (representados pela Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil - ORPLANA) e industriais (representados pela União da Agroindústria do Açúcar e do Álcool do Estado de São Paulo - UNICA) com o objetivo de desenvolver um novo sistema para a remuneração da cana-de-açúcar, surgindo o Conselho de Produtores de Cana, Açúcar e Álcool de São Paulo (CONSECANA).[10] [11]

O modelo atual de pagamento de cana é denominado Sistema de Remuneração da Tonelada de Cana pela Qualidade/CONSECANA, e considera, para efeito de determinação do valor da tonelada da cana-de-açúcar, a quantidade de Açúcar Total Recuperável (ATR).[10] [12] [13] [14]

O preço do quilograma do ATR é determinado (pelo CONSECANA) em função:[10]

  • do preço do açúcar, nos mercados interno estadual e externo;
  • do preço do álcool anidro e hidratado;
  • do "mix" de produção de cada unidade industrial (a quantidade produzida de açúcar e álcool pela unidade); e
  • da participação da matéria-prima nos custos de produção do açúcar e do álcool.

Esse sistema de remuneração vem sendo criticado pelos plantadores de cana, insatisfeitos com o preço recebido das usinas.[10] Opondo-se aos plantadores, associações de indústrias sucroalcooleiras argumentam a favor da manutenção do índice.[15] Não obstante, contratos de parceria entre plantadores ou parceiros proprietários (das terras), de um lado, e indústrias, de outro lado, têm sido firmados usando esse índice como fator de remuneração/pagamento, na modalidade de "parceria fixa" (vide observações ao contrato do tipo "arrendamento rural" no artigo Arrendamento) e parceria variável (vide artigo Parceria rural).[12] [16]

Eventualmente, contratos de parceria rural têm sido firmados usando outros indicadores,[16] tais como:

  • ART (Açúcar Recuperável Total);
  • álcool hidratado;
  • álcool anidro;
  • açúcar cristal.

A cana-de-açúcar não é negociada na Bolsa de Mercadorias e Futuros, mas sim seus derivados açúcar cristal, etanol anidro e etanol hidratado, este último tendo sido escolhido como uma das cinco commodities que compõem o Índice de Commodities Brasil (ICB).[17]

Produtos da cana-de-açúcar[editar | editar código-fonte]

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Seus produtos hoje são largamente utilizados na produção de açúcar, álcool combustível, melaço (que, juntamente com as espumas e depois o caldo de cana, foram utilizados para a fabricação de cachaça) e mais recentemente, biodiesel:[3]

  • Açúcar cristal: indústrias alimentícias de bebidas, massas, biscoitos e confeitos.
  • Açúcar refinado granulado: produtos farmacêuticos; confeitos onde aparecem cristais; xarope de alta transparência; mistura seca.
  • Açucar refinado amorfo: consumo doméstico, misturas sólidas de dissolução instantânea, bolos e confeitos, caldas transparentes e incolores.
  • Açúcar refinado Graçúcar: preparo de glacês, suspiros, bolos, chantilly, etc.
  • Açúcar invertido: frutas em caldas, sorvetes, balas e caramelos, licores, geléias, biscoitos, bebidas carbonadas.
  • Açúcar mascavo: açúcar bruto, sem refino, contendo melaço. Excelente como fonte de energia, é consumido no estado natural.
  • Açúcar demerara: açúcar granulado resultado da purgação do açúcar mascavo. Usado em caldas, bolos, caramelos, pudins, compotas e licores.
  • Álcool hidratado: com 96% de álcool e 4% de água é usado como combustível para veículos automotivos.
  • Álcool anidro: composto de 99,5% de álcool e 0,5% de água, é usado como aditivo de combustíveis. No Brasil é misturado na proporção de 20 a 25% na gasolina.
  • Álcool bruto: combustível e produção de álcoois extra fino e neutro.
  • Álcool neutro: indústrias alcooquímica, cosméticos, bebidas, farmaceuticas e tintas e vernizes.
  • Cachaça/rum: bebida alcoólica também utilizada como ingrediente na confecção de doces e salgados.
  • Rapadura: pode ser considerado um açúcar bruto e sólido. Usada para adoçar café, leite, etc. e também é consumida ao natural.
  • Melado: é o ponto obtido quando o caldo de cana é fervido e engrossado, antes de cristalizar. Consumido puro ou misturado com queijo, biscoito, bolo, mandioca e outros. Também usado em confeitaria, bebidas e balas.
  • Bagaço: combustível para caldeira, produção de celulose, alimentação de gado confinado e produção de álcool de celulose (em estudos).
  • Torta de filtro: é resíduo da filtração do lodo na fabricação do açúcar e álcool durante a purificação do caldo. Usado como fertilizante.
  • Vinhaça: alimentação de animais, produção de proteínas, rações, metano e usada também como adubo.
  • Óleo fúsel: usado em solventes e para a extração de álcoois com diferentes graus de pureza.
  • Levedura seca: ração animal.
  • Melaço: produção de etanol, suplemento para forragens volumosas para gado de corte, suplemento para alimentação de porcos e cavalos, adubação orgânica, adubo foliar, cicratizar o pé de batata após chuva de granizo, pulverização do milho, confecção de molde na indústria de fundição, confecção de refratários, revestimento de forno e na massa de tijolo na indústria cerâmica, dar consistência à porcelana, fabricação de briquete em mineração, dar consistência ao papelão e à casquinha de sorvete, em pneus, em velas para filtro de água, produção de proteína, levedura para panificação e antibiótico.

Referências

  1. ITIS 42058[ligação inativa]
  2. Sharpe, Peter (1998). Sugar Cane: Past and Present. Illinois: Southern Illinois University.
  3. a b Cavalcante, Messias Soares. A verdadeira história da cachaça. São Paulo: Sá Editora, 2011. 608p. ISBN 9788588193628
  4. a b c FAOSTAT - Food and Agriculture Organization of the United Nations - Obs.: clicar em "Countries by commodity"; em "Selected item", selecionar "Sugar cane"; aguardar atualização do gráfico e de valores da tabela
  5. 4,4 mil foram descobertos em trabalho escravo em 2008 - O Estado de S. Paulo, 22 de dezembro de 2008 (visitado em 13-3-2010)
  6. Punição por queimada de cana cresce 27% - Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 2010 (visitado em 13-3-2010)[necessário verificar]
  7. a b IBGE - SIDRA - Tabela 1612. Obs.: selecionar "Quantidade Produzida" e "Cana-de-açúcar (Toneladas)"; selecionar ano "2010"; clicar em "Unidade Territorial(6279)"; marcar "Brasil(1)" como "Sim"; marcar "Grande Região(5)" como "Tudo"; clicar em "OK" e aguardar geração do relatório
  8. a b IBGE - SIDRA - Tabela 1612. Obs.: selecionar "Quantidade Produzida" e "Cana-de-açúcar (Toneladas)"; selecionar ano desejado (ex. "2010"); clicar em "Unidade Territorial(6279)"; marcar "Brasil(1)" como "Sim"; marcar "Unidade da Federação(27)" como "Tudo"; clicar em "OK" e aguardar geração do relatório
  9. a b IBGE - SIDRA - Tabela 1612. Obs.: selecionar "Quantidade Produzida" e "Cana-de-açúcar (Toneladas)"; selecionar ano desejado (ex. "2010"); clicar em "Unidade Territorial(6279)"; marcar "Brasil(1)" como "Sim"; marcar "Município(5551)" como "Tudo"; clicar em "OK" e aguardar geração do relatório (demorado!)
  10. a b c d e IEA – Instituto de Economia Agrícola - Cana-de-açúcar: preços recebidos pelos produtores no Estado de São Paulo
  11. UNICANA - CONSECANA
  12. a b Grupo USJ - Usina São João - Formas de Pagamento
  13. Alcopar - CONSECANA-PR - ANEXO II DE SEU REGULAMENTO
  14. Revista Globo Rural - Cosan adota ATR Relativo para fornecedores de cana
  15. UDOP - União dos Produtores de Bioenergia - Aferindo o Sistema de Remuneração da Tonelada de Cana pelo Modelo Consecana/SP
  16. a b Ministério Público do Estado de Goiás - Estudo da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) - CONSIDERAÇÕES SOBRE CONTRATOS DE PARCERIA AGRICOLA ENTRE PRODUTORES RURAIS E AGROINDUSTRIA CANAVIEIRA
  17. Bm&fBovespa - Índice de Commodities Brasil (ICB) - Metodologia

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