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Ceará

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Estado do Ceará
Bandeira do Ceará
Brasão do Ceará
(Bandeira) (Brasão)
Lema: Terra da Luz
Hino: Hino do Ceará
Gentílico: cearense

Localização do Ceará no Brasil

Localização
 - Região Nordeste
 - Estados limítrofes Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco
 - Mesorregiões 7
 - Microrregiões 33
 - Municípios 184
Capital Brasão de Fortaleza.svg Fortaleza
Governo
 - Governador(a) Camilo Santana (PT)
 - Vice-governador(a) Izolda Cela (PROS)
 - Deputados federais 22
 - Deputados estaduais 46
 - Senadores Eunício Oliveira (PMDB)
Tasso Jereissati (PSDB)
José Barroso Pimentel (PT)
Área  
 - Total 148 920 km² (17º) [1]
População 2015
 - Estimativa 8 904 459 hab. ()[2]
 - Densidade 59,79 hab./km² (11º)
Economia 2012[3]
 - PIB R$90,132 bilhões (13º)
 - PIB per capita R$10 473 (23º)
Indicadores 2010[4]
 - Esper. de vida 72,4 anos (14º)
 - Mort. infantil 19,7‰ nasc. (15º)
 - Analfabetismo 17,2% (22º)
 - IDH (2010) 0,682 (17º) – médio [5]
Fuso horário UTC−03:00
Clima Tropical e semiárido As, Bs'h
Cód. ISO 3166-2 BR-CE
Site governamental http://www.ceara.gov.br/

Mapa do Ceará

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O Ceará é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado no norte da Região Nordeste e tem por limites o Oceano Atlântico a norte e nordeste, Rio Grande do Norte e Paraíba a leste, Pernambuco ao sul e Piauí a oeste. Sua área total é de 148 920,472 km²,[6] ou 9,37% da área do Nordeste e 1,74% da superfície do Brasil. A população do estado estimada para o ano de 2015 foi de 8.904.459 habitantes, conferindo ao território a oitava colocação entre as unidades federativas mais populosas.[7]

A capital e município mais populoso é Fortaleza, sede da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Outras cidades importantes fora da RMF são: Juazeiro do Norte e Crato, na Região Metropolitana do Cariri; Sobral, na região noroeste; Itapipoca, na região norte; Iguatu, na região centro-sul; Aracati, na região do Vale do Jaguaribe; e Quixadá e Quixeramobim na região dos Sertões Cearenses.[8] Na RMF, cidades importantes como Caucaia, Eusébio, Horizonte, Maranguape, Maracanaú, Aquiraz e São Gonçalo do Amarante, sede do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, incrementam o Produto Interno Bruto cearense. O estado possui ao todo 184 municípios.[7]

É atualmente o décimo terceiro estado mais rico do país e o terceiro mais rico do Nordeste. A capital, Fortaleza, é o município com o maior PIB do Nordeste, e o nono maior do país.[9] O Ceará apresentava, em 2010, a melhor qualidade de vida do Norte-Nordeste, segundo a FIRJAN,[10] além do segundo melhor Índice de Desenvolvimento Humano da região.[5] O Ceará abriga um dos maiores parques aquáticos da América Latina,[11] o Beach Park, na praia do Porto das Dunas, que recebe cerca de 1,3 milhão de visitantes por ano.[11] O estado também abriga o quarto maior estádio de futebol do Brasil, o Estádio Governador Plácido Castelo (Castelão), que tem capacidade para mais de 64 000 pessoas.

O estado é conhecido nacionalmente pela beleza de seu litoral, pela religiosidade popular e pela fama de ser grande berço de talentos do humor. A jangada, ainda comum ao longo da costa, é considerada um dos maiores símbolos do povo e da cultura cearenses.[12] O Ceará concentra 55% de toda caatinga do Brasil e é o único estado do Nordeste-Sudeste a estar completamente inserido na sub-região do sertão. Terra de José de Alencar, Rachel de Queiroz, Patativa do Assaré, Dom Hélder Câmara, Clóvis Beviláqua, Castelo Branco e de Padre Cícero, o "cearense do século".[13] O Ceará também revelou Chico Anysio, Renato Aragão e Tom Cavalcante, considerados os maiores humoristas do país;[14] atores e cineastas famosos como José Wilker, Gero Camilo, Luiza Tomé e Karim Aïnouz; além de nomes de destaque das ciências exatas, como Casimiro Montenegro Filho, Fernando de Mendonça, Maurício Peixoto, Cláudio Lenz Cesar, dentre muitos. O Ceará também é conhecido como "Terra da Luz", numa referência à grande quantidade de dias ensolarados, mas que, principalmente, remonta ao fato de o estado ter sido o primeiro da federação a abolir a escravidão, em 1884, quatro anos antes da Lei Áurea. Por esse fato, o jornalista José do Patrocínio cunhou o título de "a terra da luz" ao Ceará.[15]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Jandaia, ou aratinga, ave que dá nome ao estado.

Atribui-se historicamente ao topônimo ceará várias acepções, porém o mais conhecida e aceita diz significar "o cantar da jandaia". Segundo Manuel Ayres de Casal, ceará é nome composto de cemo — cantar forte, clamar — e ara — pequena arara — em língua tupi. Tal tese foi posteriormente confirmada e enriquecida pelo escritor José de Alencar.[16]

Embora o pensamento de José de Alencar acerca da origem do nome seja o mais sólido, João Mendes de Almeida Júnior o acusava de ser por demais poético em sua definição, "(...) mais consoante com o sentir de quem tão belamente descreve a sua terra natal como um país de primores, onde canta a jandaia nos galhos da carnaúba", e a classificava como carente de confirmação filológica. Mendes de Almeida lembrava, ainda, de alternativas a essa interpretação, como a de Senador Pompeu, que faz referência à junção de cemo-ará a partir de uma variante da língua tupi, cujo significado seria "rio nascente da serra", indicando o rio que nasce na Serra de Baturité e que desagua junto à Vila Velha, local onde foram lançados os primeiros fundamentos da capital cearense. Outra definição alternativa apontada por Mendes de Almeida é a de Antônio Bezerra, que afirma que o nome surgiu a partir das características da paisagem cearense, banhada pelo Oceano Atlântico e abundante de grandes tabuleiros costeiros e dunas, supostamente semelhante à paisagem dos "campos do continente negro", referindo-se à grande reginão desértica do Saara. Mendes de Almeida fez, também, uma apanhado de registros de expedições pelo território e de livros históricos, como os de Vicente do Salvador e Caspar Barlaeus, na busca de variantes da escrita de ceará, sem, contudo, achar nelas alguma pista para uma definição mais exata que a do autor de Iracema. João Brígido afirmava, ainda, que o nome do estado derivaria da corruptela de Siri-ará, também de raiz tupi, em alusão aos caranguejos brancos do litoral.[16]

História[editar | editar código-fonte]

Costa do Ceará em mapa de 1629, por Albernaz I.

Os fatos históricos sobre o território cearense começaram a ser registrados na História Moderna a partir do século XVI. Os primeiros documentos descreviam essa região do Brasil já habitada por diversas etnias indígenas, que viviam da extração de recursos naturais, pesca, agricultura e comércio com povos europeus. A formação histórica do atual Ceará é resultado de diversos fatores sociais, econômicos e de adaptação à natureza, tais como a interação entre os povos nativos, os europeus e os africanos e a desses povos com o fenômeno da seca.

O desenvolvimento independente do Ceará aconteceu depois de sua desagregação de Pernambuco, em 1799,[17] e sua história foi marcada por lutas políticas e movimentos armados. Essa instabilidade prolongou-se pelos períodos do Império e da Primeira República, normalizando-se depois da reconstitucionalização do Brasil, em 1945.

Ceará pré-colonial[editar | editar código-fonte]

O Ceará era habitado ancestralmente por povos indígenas dos troncos Tupi (Tabajara, Potyguara, Tapeba, entre outros) e (Kariri, Inhamum, Jucá, Kanindé, Tremembé, Karatius, entre outros), cujas tribos ainda hoje denominam vários topônimos no estado.[18] Estes povos negociavam produtos como tatajuba, âmbar e algodão bravo com os estrangeiros que aportavam nas costas cearenses antes da chegada dos exploradores do Império Português, em 1603, por meio do litoral. Os portugueses tentaram, a partir de 1603, estabelecer-se nas terras cearenses, mas, em decorrência da intensa resistência dos nativos e da falta de conhecimento sobre como sobreviver às secas, não obtiveram sucesso. A partir de 1654, com a saída dos holandeses, que dominaram a região em dois períodos históricos, e o enfraquecimento político dos povos indígenas locais, a colonização portuguesa começou a obter sucesso nesse território. Os esforços de povoamento objetivavam principalmente a vitória diante da resistência indígena e a garantia do domínio regional luso contra estrangeiros.

Os navegadores espanhóis Vicente Yáñez Pinzón e Diego de Lepe desembarcaram na costa cearense antes da viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.[19] Pinzón chegou a um cabo identificado como Porto Formoso, que se acredita ser o Mucuripe, e Lepe, à barra do rio Ceará, em Fortaleza. A chegada de Pinzón ao Ceará é debatida e largamente defendida entre as possibilidades do controverso descobrimento pré-cabralino do Brasil.[20] [21] [22] Essas descobertas, contudo, não puderam ser oficializadas em decorrência do Tratado de Tordesilhas, de 1494.[23]

As terras equivalentes à Capitania do Ceará foram doadas a Antônio Cardoso de Barros na segunda metade do século XVI, porém, ele não se interessou em colonizá-las.[24] Os franceses, que já negociavam âmbar-gris, as tatajubas, a pimenta e o algodão nativo com os povos indígenas, foram os primeiros europeus a se estabelecerem no Ceará.[25] Em 1590, eles fundaram a Feitoria da Ibiapaba. Os holandeses também já negociavam com os nativos cearenses, a exemplo do capitão Jean Baptista Sijens, que esteve no Mucuripe em 1600.[26] [27]

Entre 1597 e 1598, um ramo da etnia Potyguara que habitava a região ao redor do Forte dos Reis Magos, migrou e fixou-se na região entre as margens do rio Cocó e rio Ceará e nos sopés ao norte das serras de Pacatuba e Maranguape.[26]

Ceará Colonial[editar | editar código-fonte]

Exemplares de artefatos de povos indígenas típicos do Ceará, em gravura da Comissão Científica de Exploração.

Graças ao contatos mantidos entre os índios Potyguara e portugueses, estes últimos planejaram chegar ao Ceará e estabelecer um ponto de apoio na jornada para os Maranhão. Desta forma, a primeira tentativa efetiva de colonização portuguesa ocorreu com Pero Coelho de Sousa em 1603, que fundou o Forte de São Tiago na Barra do Ceará. Em 1605, porém, sobreveio a primeira seca registrada na história cearense,[28] [29] fazendo com que Pero Coelho e sua família abandonassem o Ceará.

Depois da partida de Pero Coelho, os padres jesuítas Francisco Pinto e Luís Figueira chegaram ao Ceará com o intuito de evangelizar os silvícolas. Avançaram até a Chapada da Ibiapaba, onde ficaram até a morte do padre Francisco Pinto. O padre Luís Figueira retornou a Pernambuco em 1608, sem grandes sucessos.[30]

Em 1612, nova expedição portuguesa foi enviada como parte dos esforços de conquista do Maranhão, então dominado pelos franceses. Fez parte desta jornada Martim Soares Moreno, que fundou o Fortim de São Sebastião, também na Barra do Ceará. Ao retornar, em 1621, encontrou o forte destruído, mas lançou as bases para o início da exploração econômica pelos portugueses e a convivência com os nativos.[31] [32]

Os holandeses, já estabelecidos em Pernambuco desde 1630, tentaram invadir o Ceará em 1631, atendendo ao pedido das nações indígenas cearenses. A primeira tentativa de conquista holandesa, entretanto, fracassou. Em 1637, o território foi tomado pelos holandeses, graças um trabalho conjunto com os índios nativos, no qual os portugueses foram feitos prisioneiros e levados para Recife. Os holandeses estabeleceram-se e também chegaram usar o Ceará com ponto de apoio à conquista holandesa do Maranhão, em 1641. Nessa época de ocupação holandesa, entre 1637 e 1644, o forte da Barra do Ceará foi reformado, foi construído outro em Camocim, as pesquisas para a exploração das salinas foram feitas e, em 1639, George Marcgraf veio ao Ceará para uma expedição que se deu partindo do Fortim de São Sebastião e percorreu o oeste cearense até a região dos Inhamuns.[33] Os holandeses permaneceram no Ceará até 1644, quando Gedeon Morris e sua tropa, que retornavam das batalhas no Maranhão, foram mortos numa emboscada organizada pelos próprios índios. Com a emboscada de 1644, o Fortim de São Sebastião também foi destruído.

De 1644 até 1649, o Ceará foi administrado pelas etnias então existentes. A presença europeia só recomeçou ao fim desse período, depois de contatos e negociações feitas entres os nativos e Antônio Paraupaba em 1648.[34]

Com a chegada de Matias Beck, em 1649, o Siará Grande entrou num novo período histórico: na embocadura do riacho Pajeú, o Forte Schoonenborch foi construído, os trabalhos de busca das supostas minas de prata foram iniciados e os holandeses procuraram mais uma vez se estabelecer na região em parceria com os indígenas.[35]

Após a capitulação holandesa em Pernambuco, o forte foi entregue aos portugueses, que o rebatizaram de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, restabelecendo-se, assim, o poderio português no território.[36] Neste período, muitas das nações indígenas que apoiaram os holandeses, que não estavam protegidas pelo Tratado de Taborda, fugiram para o resto do Ceará, procurando refúgio das retaliações lusas.[37] Desta forma, o Ceará acabou sendo o centro de batalhas da Guerra dos Bárbaros.

Na continuação da colonização pelos portugueses,[31] a influência dos jesuítas foi determinante, resultando na criação de aldeamentos, como os de Porangaba, Paupina, Viçosa e outros, muitos deles fortemente militarizados, nos quais os indígenas eram concentrados para serem catequizados e assimilarem a cultura lusitana. Tribos tupis aliadas dos portugueses também se instalaram em vilas militarizadas na capitania. Dessas reduções, surgiram às primeiras cidades da capitania, como Aquiraz e Crato. O processo de aculturação, no entanto, não se deu sem grandes influências de crenças e costumes nativos. A intensa resistência levou a episódios sangrentos, destacando-se a Guerra dos Bárbaros, que se deu ao longo de várias décadas do século XVIII e que resultou na fuga dos habitantes da então capital, Aquiraz, em 1726, para Fortaleza, para a qual foi transferido tal título.[38]

Primeiro mapa de Fortaleza, de 1730.

Outras frentes colonizadoras surgiram com a instalação da pecuária na capitania através dos sertões de dentro e sertões de fora, com levas oriundas respectivamente da Bahia e de Pernambuco.[39] Vilas como Icó, Aracati, Sobral e outras surgiram do encontro de rotas do gado tangerino, que era levado até as feiras e fregueses. Mais tarde, o custoso transporte do gado perdeu importância para a produção da carne de charque, que, no final do século XVIII, disseminou-se também para a Região Sul do Brasil. Nas regiões serranas, houve grande afluxo de pessoas que se dedicaram à agricultura policultora, o que veio a caracterizar tais regiões pela maior diversificação da produção e pela estrutura menos latifundiária que a do sertão. O vale do Cariri assentou-se menos na pecuária e mais na cultura da cana-de-açúcar, propiciando a entrada de maiores levas de escravos africanos. O litoral, refúgio de muitos indígenas e negros livres ou fugitivos, povoou-se de vários vilarejos de pescadores.

As principais vilas da capitania da época charqueana eram Aracati, Crato, Icó e Sobral. A que mais ganhou destaque foi Aracati, devido ao comércio de couro e carne de charque. Entre os anos de 1750 a 1800, Aracati viveu seu apogeu,[40] mas, com uma grande seca na região entre os anos de 1790 e 1793, os rebanhos bovinos morreram e a produção de charque transferiu-se para o Rio Grande do Sul, que então assumiu a posição de abastecedor principal das outras regiões.

Capitania do Siará Grande[editar | editar código-fonte]

Mapa do Ceará no início do século XIX.

Em 1799, o Ceará adquiriu independência em relação a Pernambuco. Bernardo Manuel de Vasconcelos foi, então, nomeado primeiro governador do estado, responsável pelo início da urbanização de Fortaleza.[17] No final do século XVIII, especialmente com a Guerra de Independência Norte-americana, o algodão foi tomando relevante papel na pauta de exportações do Ceará. Com o declínio do charque, cuja distribuição era centrada em Aracati, Fortaleza se tornou a principal cidade cearense por ser o destino dos produtos agrícolas cultivados nas diversas serras que se elevam nas vizinhanças do município.

Em 1812, foi nomeado governador do Ceará o português Manuel Inácio de Sampaio e Pina Freire, o qual reuniu os literatos no palácio do governo e deu incentivo às artes e à urbanização da capital por meio dos projetos de Silva Paulet. No começo do século XIX, o Ceará conheceu diversos movimentos rebeldes, como a República do Crato, em 1813, e também influências da Revolução Pernambucana de 1817, além de movimentos de cunho republicano-liberal liderados pela família cratense dos Alencar. Tais movimentos foram reprimidos com dureza pelo governador provincial do Ceará, Inácio de Sampaio.[41]

Ceará no Império[editar | editar código-fonte]

Em 1825, o Ceará tomou parte na Confederação do Equador, com o liberal Tristão Gonçalves aplicando um golpe e tornando-se chefe do governo.[42] A Confederação foi frustrada pela forças imperiais e Tristão morreu durante os combates contra as forças legalistas do Império. O ciclo de conflitos terminou com a Insurreição de Pinto Madeira, ou Insurreição do Crato, em 1832, liderada pelo "coronel" de Jardim, Joaquim Pinto Madeira, que tinha como objetivo o retorno da monarquia absolutista e representava interesses regionais opostos aos da cidade do Crato, de inspiração marcantemente liberal.[43]

Em meados de 1860, devido à Guerra de Secessão norte-americana, houve um surto de crescimento da produção do algodão. Tal florescimento não durou muito tempo, mas deu grande impulso à modernização da infra-estrutura da Província, como exemplo a criação da Estrada de Ferro de Baturité, inaugurada em 1873. Em 1877, tem início a chamada Grande Seca de 1877-1879, um dos mais severos períodos de seca prolongada da História Cearense,[44] levando à morte milhares de pessoas e acarretando emigração maciça de retirantes. Fortaleza recebeu uma população de fugitivos da seca quatro vezes maior que seu próprio contingente populacional.[45]

Jornal abolicionista "Libertador" [46] de 25 de março de 1884.

Logo após, a produção da borracha explodiu na Amazônia, e muitos cearenses vítimas da seca migraram para esta região.[47]

A gravidade dessa estiagem chamou a atenção do governo central e mesmo de estudiosos, estimulando a produção de textos científicos e propostas de melhoria da situação da população cearense vindas de várias partes do Brasil,[48] cuja maior parte não foi posta em prática ou se relevou ineficaz. Por outro lado, houve um aceleramento nas obras do Açude do Cedro, em Quixadá, a primeira represa pública do Brasil,[49] que foi concluído em 1906.[50] A Grande Seca e as estiagens seguintes impulsionaram o surgimento da indústria da seca e geraram uma tradição migratória no estado.[51] Entre 1869 e 1900, 300 mil cearenses abandonaram sua terra, 85% deles indo para a Amazônia.[52]

Anos antes da proclamação da República, notabilizou-se a campanha abolicionista no Ceará, que logrou abolir a escravidão no estado em 25 de março de 1884, quatro anos antes da Lei Áurea, fazendo do estado o primeiro do Brasil a conseguir tal feito. O movimento contou com a participação de várias sociedades libertárias, inclusive a maçonaria, mas o maior destaque foi de Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar, jangadeiro que impulsionou o abolicionismo ao comandar seus companheiros, em 1881, numa total recusa a transportar escravos para dentro ou fora da província.[15] A primeira cidade brasileira a abolir a escravatura foi Acarape, atual Redenção, em 1º de janeiro de 1883. Devido a isso, o Ceará recebeu a alcunha de Terra da Luz, de início por José do Patrocínio. A escravidão, que jamais fora dominante no estado, estava praticamente extinta nos anos de 1880, de forma que não houve resistência à abolição mesmo por parte da elite agrícola.

Primeira República e Estado Novo[editar | editar código-fonte]

Soldados das forças juazeirenses.

No início da Primeira República, apesar das estiagens que assolaram o Ceará, Fortaleza continuou a desenvolver-se econômica e politicamente, o que não aconteceu tanto no resto do estado. Ocorreu, nas primeiras décadas do século XX, um afluxo de imigrantes, consistindo principalmente de portugueses e sírio-libaneses.[53] Os descendentes destes, em particular, ganharam grande destaque no comércio, como mascates, e, futuramente, na política cearense.[54]

Começou a ganhar destaque a atividade dos cangaceiros, que, agindo em grupos organizados e promovendo saques em cidades e propriedades rurais, desestabilizaram o interior do Nordeste por décadas. A forte religiosidade popular e a grande miséria estimulavam uma profusão de líderes messiânicos e formas de fanatismo religioso. O cearense Antônio Conselheiro, de Quixeramobim, chegou a formar, na Bahia, o arraial de Canudos, cuja forte atração populacional e ideológica, contrária aos interesses da elite fundiária, deflagrou a Guerra de Canudos.[55] Isso, porém, não extinguiu a influência dos líderes religiosos.

Entre 1896 e 1912, a hegemonia política foi concentrada nas mãos do comendador Nogueira Accioly e de sua família, que estabeleceram uma poderosa oligarquia, cuja influência se estendia pela maior parte dos escalões do poder estadual. Em 1912, Accioly apontara como seu candidato Domingos Carneiro contra Franco Rabelo, representante da política do salvacionismo do presidente Hermes da Fonseca, gerando uma das mais conturbadas campanhas eleitorais do estado. Na Praça do Ferreira, a dura repressão policial a uma passeata de centenas de crianças em favor de Rabelo, que causou a morte de algumas delas e feriu outras, desencadeou uma revolta de três dias da população fortalezense, forçando o governador Accioly a renunciar seu mandato, evento conhecido como Sedição de Fortaleza. Franco Rabelo passou a governar o Ceará.[56]

A Rede de Viação Cearense surgiu em 1909 e foi federalizada em 1915 para ajudar no combate à seca.

No fim do século XIX, o carismático Padre Cícero passou a atrair milhares de sertanejos para um pequeno distrito do Crato, que se tornaria Juazeiro do Norte em 1911, persuadidos pela sua fama de milagreiro, atribuída à suposta transformação em sangue da hóstia recebida do padre pela beata Maria de Araújo. Mesmo após ter sua ordenação cassada pelo Vaticano, em virtude de controvérsias sobre o milagre, Padre Cícero tornou-se cada vez mais conhecido e, apesar de seu caráter messiânico, foi hábil em evitar grandes conflitos com a elite local, tornando-se ele próprio um poderoso chefe político. Em 1914, irrompeu a Sedição de Juazeiro, opondo o governador interventor Franco Rabelo e o Padre Cícero, que havia conquistado os postos de prefeito de Juazeiro do Norte e vice-governador.[57] Rabelo iniciou uma perseguição ao líder religioso. Com isso, liderados por Floro Bartolomeu, os sertanejos fiéis ao Padim Ciço reuniram-se para lutar contra as tropas estaduais, conseguindo derrotá-las em sua cidade e fazê-las recuar até Fortaleza, onde, vencendo, destituíram o governador. Estabeleceu-se um relativo equilíbrio entre as oligarquias cearenses, que durou até a Revolução de 30.

Sobreviventes do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, um dos eventos mais cruéis da história cearense.

Em 1915 o Ceará sofreu com uma gravíssima seca, levando a novo êxodo da população para a Amazônia, região que, devido à intermitente mas significativa emigração, recebeu grande influência de cearenses. A gravidade da seca inspirou a escritora Rachel de Queiroz em sua famosa obra O Quinze.[58] O sertão sofreu mais uma estiagem em 1932, e, dessa vez, o governo estadual não pôde dispor mais da Amazônia como refúgio para os flagelados.

Diante disso, os campos de Concentração no Ceará que já foram usados na estiagem de 1915, foram recriados.[59] [60] Conhecidos como Currais do Governo,[61] tinham como objetivo impedir que os retirantes que fugiam da seca e da fome chegassem às grandes cidades. A instabilidade política e social foi crescendo no Estado. Nos anos 1930, surgiu no Crato o movimento messiânico do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, liderado pelo beato José Lourenço.[62] Igualitária e agrária, a comunidade do Caldeirão perseguia a auto-suficiência, passando a ser vista pelo governo e pelos fazendeiros poderosos da região como uma má influência. Em 1937, o Caldeirão foi invadido e alvo de bombardeio aéreo, resultando no massacre de centenas de pessoas.

Após a Revolução de 1930, o Ceará passou a ser governado por interventores do Governo Federal.[63] Ascenderam duas organizações políticas que dominaram o cenário estadual: a Legião Cearense do Trabalho, com alegada influência fascista,[64] [65] e a Liga Eleitoral Católica, fortemente religiosa, representante da elite tradicional e de grande apelo popular. Nos anos 1940, mais uma seca, em 1943, assolou o Ceará, e, com a Segunda Guerra Mundial e os Acordos de Washington, o governo de Getúlio Vargas incluiu o Ceará no seu projeto político. A instalação de uma base norte-americana em Fortaleza trouxe ideais democráticos e antifascistas que passaram a ser defendidos em várias manifestações. Sob uma forte propaganda governamental de migração e influência do SEMTA, cerca de 30 mil cearenses tornaram-se Soldados da Borracha, produzindo esse produto na Amazônia para abastecer os exércitos aliados.[66]

República Nova[editar | editar código-fonte]

Vista da atual sede do Banco do Nordeste, instalado em Fortaleza em 1954.

A República Nova no Ceará teve início com a nomeação sucessiva de seis interventores até as eleições de 1947, seguindo-se a eleição de Faustino de Albuquerque pela UDN. Durante seu governo, nas eleições presidenciais de 1950, o candidato udenista Eduardo Gomes obteve a maior votação, e Getúlio Vargas ficou na 3ª colocação no estado.[67] Para a direção do governo estadual, foi eleito Raul Barbosa. Durante seu governo, houve a instalação do Banco do Nordeste do Brasil, em 1952, em Fortaleza. No mesmo ano, o governo federal inaugurou oficialmente o Porto do Mucuripe, em cujo entorno foram instaladas várias usinas termoelétricas.

Durante a década de 1950 surgiram e se consolidaram vários dos maiores grupos econômicos do Ceará, como Deib Otoch, J. Macêdo, M. Dias Branco, Edson Queiroz e Jereissati. Paulo Sarasate foi o terceiro governador eleito no período. Ainda nessa década, tem início uma nova onda migratória para vários estados e regiões. Entre as décadas de 1950 e 1960, a população cearense passou de 5,1% para 4,5% do total da população brasileira.[68] Em 1958, foi eleito governador Parsifal Barroso, que teve a ajuda do governo federal para combater as mazelas decorrentes da seca daquele ano. Sua principal obra, o Açude Orós, foi inaugurado em 1961. Em Fortaleza, o Grupo Severiano Ribeiro inaugurou o Cine São Luis. Em 1962, foi criado o Banco do Estado do Ceará - BEC.[69]

Em 1963, Virgílio Távora foi eleito governador do Ceará, exercendo o mandato até 1966, mesmo com o início da ditadura militar, em 1964. Seu governo foi marcado pela criação do "PLAMEG I" - Plano de Metas do Governo - que buscou a modernização da estrutura do estado com a ampliação do porto do Mucuripe e a transmissão da energia de Paulo Afonso para a capital.[70] Foram criados e instalados, também, o Distrito Industrial de Maracanaú, a Companhia de Desenvolvimento do Ceará - CODEC e a Companhia DOCAS do Ceará. Com o AI-2, Virgílio aderiu à ARENA e seu vice, Figueiredo Correia, ao MDB.

Governo militar[editar | editar código-fonte]

Vista do litoral de Fortaleza na década de 1980, com destaque para o Monumento ao Interceptor Oceânico.

Plácido Castelo foi eleito pela Assembleia Legislativa em 1966. Durante seu governo, houve perseguição política a deputados e várias manifestações, acarretando a prisão e tortura de estudantes e trabalhadores, assim como atentados a bomba em Fortaleza.[71] Foi criado o Banco de Desenvolvimento do Ceará - BANDECE e pavimentada a rodovia CE-060, a estrada do algodão. Também tiveram início as obras do estádio Castelão.

Durante o governo de César Cals, de 1971 a 1975, sucedeu-se o auge da repressão militar. Vários cearenses de esquerda estiveram envolvidos na Guerrilha do Araguaia.[72] Cals procurou governar tecnocraticamente, formando sua própria facção política e rompendo com Virgílio Távora. No mandato de seu sucessor, Adauto Bezerra, de 1975 a 1978, não aconteceram grandes mudanças. Adauto volta-se politicamente para o interior com a criação de uma secretaria de assuntos municipais e renuncia seu mandato para se eleger deputado federal. O vice-governador, Waldemar Alcântara, toma posse e termina o mandato.

Virgilio Távora retorna ao governo em 1979, sendo o último eleito indiretamente, e resgata seu primeiro governo com a criação do PLAMEG II. Estabelece o Fundo de Desenvolvimento Industrial para complementar o sistema de incentivos regionais à indústria, impulsionando uma industrialização muito concentrada na Região Metropolitana de Fortaleza.[73] Criou-se o PROMOVALE, um grande projeto de irrigação, e sua esposa, Luiza Távora, programou projetos sociais como a Central de Artesanato do Ceará. Seu governo foi marcado pela ausência, quase que total, de oposição na Assembleia, nomeações aproximadas de 16000 pessoas para cargos públicos e várias greves. Em 1983, Gonzaga Mota foi eleito pelo voto popular, rompendo com os coronéis anteriores para criar seu próprio grupo político. Seu rompimento rendeu-lhe ataques do regime militar, com a suspensão de verbas federais.

Nova República[editar | editar código-fonte]

Tasso Jereissati foi governador por três vezes e liderou o chamado "Governo das Mudanças" no Ceará.

A Nova República coincide no Ceará com a eleição de Maria Luiza Fontenele para o cargo de prefeita de Fortaleza em 1985. Foi a primeira prefeita de uma capital eleita pelo Partido dos Trabalhadores e a primeira mulher a ser eleita para esse cargo após o regime militar do país. A insatisfação com a política praticada durante a ditadura militar e o movimento de redemocratização impulsionaram as transformações no poder político, com a decadência da hegemonia tradicional do coronelismo.[74]

Gonzaga Mota deixou o governo com pagamentos atrasados ao funcionalismo e descontrole nas contas públicas.[75] Rompido com os antigos aliados, Mota, junto com partidos de esquerda e o PMDB, apóia a candidatura oposicionista liderada pelo jovem empresário Tasso Jereissati, que conseguiu se eleger com a promessa de modernizar a administração pública e as finanças, combater o clientelismo dos governos anteriores, moralizar a administração pública e desenvolver a economia estadual. A nova gestão se autodenominou como Governo das Mudanças.[76] Nas duas décadas seguintes, o projeto avançou com a eleição de Ciro Gomes, seguida de um segundo mandato de Tasso Jereissati. Com a instituição da reeleição no país, Tasso ainda governou o Estado pela terceira vez, tornando-se o primeiro político brasileiro a conseguir tal feito em mais de 100 anos de história republicana.[74] Nas duas décadas seguintes, Jereissati e seus aliados passaram a deter a hegemonia política no Estado, e rapidamente perderam a aliança com partidos mais à esquerda.[74] Ciro Gomes, então prefeito de Fortaleza, se candidatou e foi eleito em 1990 para o cargo de governador, apoiado por Tasso.

Os Governos das Mudanças priorizaram o aumento das receitas, visando a investimentos públicos e privados em infra-estrutura e nos setores industrial e de serviços, enquanto o agropecuário permaneceu à margem. Politicamente, houve uma relativa diminuição de poder dos coronéis, com ampliação do poder do grande empresariado. O saneamento das contas estaduais - atingido, em parte, pelo propósito de diminuir as despesas através de reformas administrativas e financeiras, bem como de demissões e achatamento salarial no funcionalismo público - garantiu superávits entre 1988 e 1994, mas, com a consolidação do Plano Real, volta-se a uma predominância de déficits.[75]

Tasso foi eleito novamente em 1994 e reeleito em 1998, concentrando os esforços governamentais em grandes obras, como o Porto do Pecém, o novo Aeroporto Internacional de Fortaleza, o Açude Castanhão, o Centro Cultural Dragão do Mar e o Canal da Integração. O terceiro Governo das Mudanças, de 1994 a 1997, caracterizou-se pela privatização de algumas empresas estatais e extinção de órgãos, enxugando a máquina, reformando a previdência estadual e dando maior racionalidade aos gastos públicos.[75] Lúcio Alcântara, eleito com o apoio de Tasso, continuou, em linhas gerais, o modelo político anterior, mas não conseguiu se reeleger em 2006, quando rompeu com o PSDB, posteriormente mudando para o Partido da República. Cid Gomes, do PSB, ex-prefeito de Sobral e aliado histórico de Tasso, venceu a disputa, com o apoio do Partido dos Trabalhadores, que, em Fortaleza, já havia vencido com Luizianne Lins, eleita em 2004 mesmo sem apoio real do partido, o qual, devido às alianças partidárias nacionais, apoiou o candidato Inácio Arruda, do PCdoB.[77] Em 2008, Luizianne Lins foi reeleita.

O Estado se beneficiou também da guerra fiscal, que então se iniciava, o que, somada à mão-de-obra barata, atraiu várias indústrias, as quais se concentraram em algumas poucas cidades. O crescimento médio do PIB, de 4,6%, foi superior à média nacional e nordestina nos anos 1990, continuando a tendência iniciada na década de 1970.[78] As ações do governo, aliadas aos esforços do empresariado local e os incentivos de instituições de grande importância na história econômica recente do Ceará, como o BNB e a Sudene, foram determinantes para tal desempenho.

O forró eletrônico se popularizou na década de 1990, e o Ceará começou a despontar, seguindo a tendência do litoral nordestino, como grande polo do turismo brasileiro. Ao longo dessa década, com ações como o Programa de Saúde da Família (PSF), o Estado também realizou grandes avanços na redução de índices como a mortalidade infantil. A migração em direção a Fortaleza seguiu forte.[79] A segurança pública tornou-se muito mais problemática entre 1990 e 2003, com a taxa de homicídios subindo de 8,86 para 20,15 por 100 mil habitantes.

Apesar de vários avanços na saúde e educação básicas e do crescimento econômico estável, a chamada Era Tasso não alterou a estrutura socioeconômica problemática do Ceará, em especial a concentração de renda,[74] que piorou entre 1991 e 2000,[80] a má distribuição fundiária e a enorme disparidade regional, sobretudo entre a capital e o interior. Em 1999, segundo o Banco Mundial, metade dos cearenses viviam abaixo da linha de pobreza.[75] No início do século XXI, consolidou-se a tendência de queda na tradicional emigração de cearenses, que, no período 2001 a 2006, reverte-se para um saldo positivo de 38,3 mil pessoas, o que se atribui à melhoria das condições de vida e à maior estabilidade proporcionada por programas sociais, que permitiram a fixação do povo pobre em sua terra e o retorno de parte dos emigrantes.[81]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Vista da Chapada do Araripe a partir do seu sopé no Crato.

O Ceará é cercado por formações de relevo relativamente altas, como chapadas e cuestas. A oeste é delimitado pela Serra da Ibiapaba; a leste, parcialmente, pela Chapada do Apodi; ao sul, pela Chapada do Araripe; e, ao Norte, pelo Oceano Atlântico. Vem dessa cercania de altos relevos delimitantes do território o nome de Depressão Sertaneja dado à área central.[82]

O estado está no domínio da caatinga, com período chuvoso restrito a cerca de quatro meses do ano e alta biodiversidade adaptada.[83] O estado é, ainda, o único a estar completamente inserido na sub-região do sertão. A sazonalidade característica desse bioma se reflete em uma fauna e flora integradas às condições semiáridas. Consequentemente, há grande número de espécies endêmicas,[84] sobretudo nos brejos e serras, isolados pela caatinga, e refúgios da flora e fauna de matas tropicais úmidas.[85] Na Serra de Baturité, por exemplo, 10% das espécies de aves são endêmicas. O soldadinho-do-araripe foi descoberto em 1996 na Chapada do Araripe e só é encontrado nessa região. Dentre as aves, são ainda característicos o uirapuru-laranja e a jandaia. Destacam-se, na flora cearense, a carnaúba, considerada um dos símbolos do estado e também importante fonte econômica, e a zephyranthes sylvestris, flor original do habitat cearense.

A carnaúba, copernicia prunifera, é a árvore símbolo do Ceará [86] e ocupa grandes extensões no sertão cearense.

As regiões mais áridas se situam na Depressão Sertaneja, a oeste e sudeste. Próximo ao litoral, a influência dos ventos alísios propicia um clima subúmido, a partir do qual surge vegetação mais densa, com forte presença de carnaubais, que caracterizam trechos de mata dos cocais. O clima também se torna subúmido, com caatinga mais densa e maior pluviosidade, nas adjacências das chapadas e serras.[87]

Enquanto as chapadas e cuestas são de origem sedimentar, as serras e os inselbergs que abundam em meio à Depressão Sertaneja são de formação cristalina. Dentre os relevos sedimentares, a Chapada do Araripe, com altitudes que vão de 700 m até mais de 900 m, e a Serra da Ibiapaba, com altitude média de 750 m, possuem altura suficiente para permitir a ocorrência frequente de chuvas orográficas, o que lhes confere maior pluviosidade, bem mais intensa do que na Depressão Sertaneja, e variam de 1000 mm a mais de 2000 mm anuais.[88] Por outro lado, a Chapada do Apodi, com altitude não maior que 300 m, possui características semiáridas como predominantes.

Dentre as serras de origem cristalina, as que têm de 600m a 800m de altitude média, caso do Maciço de Baturité, da Serra da Meruoca e da Serra de Uruburetama, também são favorecidas pelas chuvas orográficas, proporcionando o surgimento de vegetação tropical densa, chuvas mais frequentes e maior umidade, em especial na sua vertente de barlavento. Em Catunda, na Serra das Matas, encontra-se o ponto mais elevado do estado, o Pico da Serra Branca, com 1 154 metros.[89] Nas serras pouco elevadas, surge vegetação semelhante às das vertentes de sotavento das serras úmidas, isto é, uma vegetação similar à caatinga, porém muito mais densa e com distinções na fauna e flora, conhecida como vegetação de mata seca.

Existe ainda o carrasco, vegetação xerófila peculiar, que surge no reverso da Chapada da Ibiapaba e do Araripe, áreas mais secas, caracterizando-se por uma flora arbustiva e arbórea predominantemente lenhosa, ao contrário da caatinga. O carrasco distingue-se ainda da caatinga pela quase inexistência de cactos e bromeliáceas. Alguns estudiosos se referem a essa vegetação como uma espécie de transição entre o cerrado, a floresta tropical e a caatinga.[90]

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

O Rio Jaguaribe, com 633 km de extensão, é o principal rio cearense. Na foto, trecho do rio na cidade de Fortim.

O território cearense é dividido em doze bacias hidrográficas, levando em consideração a divisão da grande bacia do rio Jaguaribe em Alto, Médio e Baixo Jaguaribe.[91] Tal bacia compreende mais de 50% do estado com seus 633 km de extensão.[92] Os dois maiores reservatórios de água do Ceará são barragens que represam o Jaguaribe, o Açude Orós e Açude Castanhão, com as respectivas capacidades de armazenamento de 2,1 e 6,7 bilhões de metros cúbicos de água. O Açude Castanhão é, ainda, o maior açude do país.[93] Os afluentes mais importantes do rio Jaguaribe são os rios Salgado e Banabuiú.[94]

As outras bacias cearenses são a do rio Acaraú, com um dos maiores reservatórios do estado; do rio Banabuiú; do rio Coreaú; do rio Curu; bacia do litoral, que drena boa parte da costa norte e oeste, na qual os principais rios são Aracatiaçu, Aracatimirim, Mundaú e Trairi; da Região Metropolitana, na qual os principais rios são Ceará, Cocó, Pacoti e Choró; da Serra de Ibiapaba; do rio Parnaíba e a do rio Salgado.

O estado tem 92,99% de seu território dentro do polígono das secas, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).[95]

Litoral[editar | editar código-fonte]

O Ceará possui uma das maiores e mais importantes faixas litorâneas do país do ponto de vista turístico,[96] que se estende por 573 km, nos quais predominam os mangues e restingas, vegetação litorânea típica, além de áreas sem vegetação recobertas por dunas.[97] Mesmo com altitudes muito pouco elevadas, a pluviosidade e a umidade são maiores que na Depressão Sertaneja. As temperaturas médias variam de 22 °C a 32 °C. A planície litorânea possui geografia diversificada, o que faz com que o estado possua muitas praias com coqueirais, dunas, barreiras (também chamadas falésias) - paredões sedimentares que acompanham a faixa da costa e, em alguns trechos, possuem tons coloridos - e áreas alagadas de manguezal, nos quais há grande biodiversidade.

As praias mais famosas do Ceará são a Praia de Jericoacoara, a Praia de Canoa Quebrada e a Praia do Porto das Dunas, as quais se destacaram por terem alcançado fama internacional. Regionalmente, outras praias de destaque são a Praia das Fontes, Morro Branco, Icaraí, Presídio, Baleia, Flecheiras, Cumbuco, Ponta Grossa, Lagoinha e Barra do Cauipe. O litoral cearense é atravessado por duas rodovias, chamadas de Costa do Sol Nascente e a Costa do Sol Poente, que, a partir de Fortaleza, direcionam-se para o litoral leste e oeste, respectivamente.[98]

Proteção ao meio ambiente[editar | editar código-fonte]

Existem dois parques nacionais no estado do Ceará. O Parque Nacional de Ubajara, criado em 30 de abril de 1959, com 6 299 ha, abriga em seu interior a Gruta de Ubajara e um bonde de acesso à gruta, sua maior atração. O segundo é o Parque Nacional de Jericoacoara, criado em 2002 para preservar as praias, lagoas, dunas e mangues da região, cujo principal atrativo é a Pedra Furada. Outras áreas de preservação ambiental importantes são as florestas nacionais do Araripe (a primeira Floresta Nacional do Brasil, estabelecida em 1946) e a de Sobral. Existe, ainda, a Área de Proteção Ambiental da Chapada do Araripe, com 10.000 km², que se estende por 38 municípios do Ceará, Pernambuco e Piauí.[99] Há, também, o Geoparque Araripe, o primeiro do gênero no continente a integrar a Rede Internacional de Geoparques da UNESCO, de grande importância em geodiversidade.[100]

O Governo do Ceará mantém 13 áreas de conservação. O Parque Ecológico do Cocó e o Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio são os parques estaduais do Ceará. O Parque do Cocó, o primeiro a ser criado, em 1989, em Fortaleza, é um dos maiores parques urbanos da América Latina e abriga o bioma de mangue. Já Pedra da Risca do Meio, criado em 1997, está localizado a 18 quilômetros da orla do Mucuripe, abriga grande diversidade de peixes e corais e é considerado uma das melhores áreas de proteção para a prática de mergulho no país.[101] Em todo o Ceará existem 58 áreas de proteção ambiental, das quais 20 são estaduais, 11 federais, 13 municipais e 14 particulares.[102]

Os ecossistemas do estado estão profundamente danificados e muito pouco preservados.[103] As regiões de floresta tropical e cerrado, nas serras e chapadas de elevada altitude, possuem grande concentração demográfica, intenso uso para fins agropecuários e, comparativamente, pouca preservação e fiscalização ambiental. Os crimes ambientais são praticados constantemente em áreas como a APA Araripe - sobretudo as queimadas e retirada de lenha - e não podem ser reprimidos devido ao parco efetivo de fiscais, dentre outros motivos.[104] Atualmente a mata atlântica ocupa apenas 1,2% do território estadual, tendo sido bem mais extensa no passado, mas 44% do restante está em áreas de preservação, o que, porém, não tem garantido sua total conservação.[105]

Em situação ainda mais grave está a extensa caatinga cearense, que conta com uma ínfimos 0,45% de preservação, embora represente, em suas variadas formas, 92% do território estadual.[106] 80% da caatinga cearense está devastada,[107] e muitas das áreas restantes, apesar de aparentemente conservadas, não passam de formas vegetais secundárias menos ricas e alteradas pela substituição de espécies vegetais, o que acarreta graves prejuízos para o solo e os já escassos recursos hídricos. A desertificação avança no estado e atinge níveis preocupantes, sobretudo em Irauçuba.[108]

Ubajara possui um parque nacional e um passeio de teleférico por uma depressão de mais de 500 metros, que leva a uma grande gruta de rochas calcárias.
Ubajara possui um parque nacional e um passeio de teleférico por uma depressão de mais de 500 metros, que leva a uma grande gruta de rochas calcárias.
Geoparque Araripe, o primeiro nas Américas, reconhecido pela UNESCO em virtude da importância de seu patrimônio geológico e paleontológico a nível mundial.
Geoparque Araripe, o primeiro nas Américas, reconhecido pela UNESCO em virtude da importância de seu patrimônio geológico e paleontológico a nível mundial.
Paisagem repleta de monólitos, característica do sertão próximo a Quixadá.
Paisagem repleta de monólitos, característica do sertão próximo a Quixadá.

Clima[editar | editar código-fonte]

Redenção, município com clima serrano.

O clima do Ceará é predominantemente semiárido, com pluviosidades que, em trechos da região dos Inhamuns, podem ser menores que 500 mm, mas também podem se aproximar de 1 000 mm em outras áreas caracterizadas pelo clima semiárido brando, a exemplo da área semiárida do Cariri e nas cidades relativamente próximas à faixa litorânea. A temperatura média é alta, com pequena amplitude anual de aproximadamente 5 °C,[109] girando entre meados de 20 °C no topo das serras a até 28 °C nos sertões mais quentes.[110] No interior, a amplitude térmica diária pode ser relativamente grande devido à menor umidade.[111]

Em todo o estado, os dias mais frios ocorrem geralmente em junho e julho e os mais quentes, entre outubro e fevereiro.[88] Nas áreas serranas, onde impera o clima tropical semiúmido e, em altitudes mais elevadas, úmido, as temperaturas são mais baixas, com média de 20 °C a 25 °C,[88] com mínimas anuais muitas vezes alcançando entre 12 °C e 16 °C.[110] Surgem aí vegetações de cerradão e floresta tropical, e as pluviosidades são mais altas, superando os 1 000 mm. Essas áreas contêm mananciais que banham os sopés dessas regiões, tornando-os propícios à atividade agrícola. É nas serras e próximo a elas, assim como nas planícies aluviais, que se concentra a maior parte da população do interior cearense, com densidades superiores a 100 hab./km², por exemplo, em boa parte do Cariri cearense.[112]

No litoral, o clima tropical subúmido possui pluviosidades normalmente entre 1 000 mm e 1 500 mm. As temperaturas são bastante elevadas, com médias de 26 °C a 28 ºC, mas a amplitude térmica é bastante pequena.[88] No geral, as temperaturas variam, durante o dia, de mínimas de 23 °C-24 °C até máximas de 30 ºC-31 °C. É raro as temperaturas ultrapassarem os 35 °C na região litorânea, ao contrário do que ocorre no Sertão cearense.

Secas[editar | editar código-fonte]

Vítimas cearenses das secas de 1877/1879, a mais grave da história do estado.

O clima do Ceará é marcado pela aridez. As secas são periódicas, e, desde que a ocupação territorial foi consolidada, a população tenta resolver o problema da escassez de água. A Seca de 1606 foi a primeira a marcar a história da ocupação do território. Outras secas importantes foram as registradas em 1777 e 1778, responsáveis pelo enfraquecimento da indústria das charqueadas, que teve seu golpe final no período de grandes secas entre 1790 e 1794.[113]

Parede do Açude do Cedro e, ao fundo, a Pedra da Galinha Choca.

Durante as décadas seguintes, até 1877, o Ceará viveu relativa tranquilidade, sem estiagem, até que naquele ano e nos dois seguintes uma grande seca prejudicou fortemente a agropecuária no estado.[114] No início dessa, o senador Tomás Pompeu de Sousa Brasil publicou o primeiro livro sobre esse problema climático, intitulado "O clima e secas no Ceará". Nessa época, foi iniciada a construção do Açude do Cedro, em Quixadá, o primeiro do país, como medida para minimizar a falta de água, mas a obra só foi finalizada na Primeira República.

No começo do século XX, foi criada a Inspetoria de Obras Contra as Secas, que mais tarde passaria a ser o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, com sede em Fortaleza, para realizar estudos, planejamentos e obras contra as estiagens, em 1909.[115] Com o trabalho do DNOCS, várias barragens foram construídas em todos os estados do Nordeste. Na década de 1930, foi instituído o polígono das secas, no qual a quase totalidade do território cearense está inserido.

Atualmente, existem muitos órgãos do governo cearense voltados para a problemática do clima. A Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos juntamente com a Superintendência de Obras Hidráulicas são os órgãos que fazem a gerência de várias barragens e o planejamento de adutoras e canais. A Fundação Cearense de Meteorologia é a responsável pelo monitoramento climático. Finalmente, o órgão central é a Secretaria dos Recursos Hídricos, que faz toda a estruturação de metas e planos para combater a seca no Ceará.[116]

Demografia[editar | editar código-fonte]

Crescimento populacional
Censo Pop.
1872 721 686
1890 805 687 11,6%
1900 849 127 5,4%
1920 1 319 228 55,4%
1940 2 091 032 58,5%
1950 2 695 450 28,9%
1960 3 337 856 23,8%
1970 4 491 590 34,6%
1980 5 380 432 19,8%
1991 6 362 620 18,3%
2000 7 418 476 16,6%
2010 8 452 381 13,9%
Fonte: IBGE[117]

O povo cearense foi formado pela miscigenação de indígenas catequizados e aculturados após longa resistência, colonizadores europeus e negros que viviam como trabalhadores livres ou escravos.[118] O povoamento do território foi bastante influenciado pelo fenômeno natural da seca.

Segundo estimativas do IBGE em 2014, a população cearense era de aproximadamente 8 842 791 habitantes, o que conferia ao estado uma densidade de 56,76 hab./km².[119] Há forte concentração populacional na microrregião de Fortaleza, que inclui municípios da Região Metropolitana de Fortaleza, com 3.255.701 habitantes; na do Cariri, com 519.055 habitantes; e na de Pacajus, com 98.390 habitantes. Somadas, possuem 7.875,767 km² (5,3% do total) e 3.873.146 habitantes (46% do total) o que lhes confere uma densidade populacional de 491,78 hab./km².[119]

As cidades mais povoadas do Estado estão nessas regiões: Fortaleza (8.001,4 hab./km²), Maracanaú (1.908,2), Juazeiro do Norte (1.005,1) e Pacatuba (542,5), respectivamente.[120] Entre 1998 e 2008, persistiu a concentração da população na Região Metropolitana de Fortaleza, que cresce a ritmo mais acelerado que a média estadual (1,75% contra 1,25%, respectivamente).[121]

Densidade populacional dos municípios do Ceará (2010).
  0-25 hab/km²
  25-50 hab/km²
  50-100 hab/km²
  100-150 hab/km²
  150-200 hab/km²
  200-300 hab/km²
  300-400 hab/km²
  400-500 hab/km²
  > 500 hab/km²

A transição demográfica tem ocorrido rapidamente no estado: a taxa de natalidade, que nos anos 1970 era bastante alta, caiu para 17,96‰ em 2008, e a taxa de mortalidade nesse ano estava em 6,41‰. A taxa de fecundidade em 2009 foi de 2,15 filhos por mulher, ligeiramente acima da taxa de reposição da população, o que representou um aumento em relação a 2008, fazendo o Ceará apresentar uma taxa superior à média nordestina.[4] A taxa de crescimento demográfico caiu de uma média de 2,6% na década de 1950 para 1,73% durante os anos 1990. Com a transição demográfica em curso, a proporção de idosos no conjunto da população aumentou de 2,4% em 1950 para 6,72% em 2004, e já em 2009 10,5% dos cearenses possuíam 60 anos ou mais.[4] Em sentido contrário, os jovens de 0-14 anos passaram de 45,7% em 1950 para 28,9% em 2006.[122]

A taxa de urbanização, que em 1940 era de 22,7%, foi estimada em 2006 em 76,4%, tendo se acelerado muitíssimo nas últimas décadas (só em 1980 a população urbana passou a ser majoritária, com 53,1%).[122]

A religião é muito importante para a maior parte da população cearense. O estado é o terceiro mais católico do País, em termos proporcionais, com 86,7% da população seguindo o catolicismo. Em seguida, vêm os protestantes, somando 9,01%; os que não possuem nenhuma religião, com apenas 2,82%; e os fiéis de outras religiões, com 1,34%.[123]

A expectativa de vida do cearense foi de 71,0 anos em 2009, com uma das maiores diferenças do país entre os homens (66,8 anos, 0,1 ano a menos que a média nordestina) e as mulheres (75,4 anos, 1,3 ano a mais que a média nordestina). O valor atual representa uma melhora de 5,3% em relação à de 1999 (67,4 anos). Assim, o estado acompanhou e até superou o aumento geral da esperança de vida do brasileiro, que foi de 4,4% (passando de 70,0 para 73,1 anos no mesmo período). Ainda assim, está muito inferior à maior expectativa de vida do País, que é a do Distrito Federal (75,8 anos).[4]

O Ceará foi o estado que mais diminuiu a mortalidade infantil de 1980 a 2006, atingindo 30,8 por mil a partir da altíssima taxa de 111,5 por mil de 1980. Houve, portanto, uma redução de 72,4%. Ainda assim, o Ceará em 2008 estava acima da taxa de mortalidade nacional de 24,9 por mil. Por outro lado, dentre os estados nordestinos, só perde para o Piauí (29,3 mortes por mil nascimentos). Seu desenvolvimento humano, contudo, ainda é muito incipiente, embora tenha gradualmente avançado: de um IDH de 0,604 em 1991, passou a 0,723 em 2005. O componente do IDH que mais avançou foi o da Educação, que passou de 0,604 para 0,808 no mesmo período, sobretudo devido ao grande aumento da matrícula de jovens.[124]

Em 2008, o Ceará atingira índices sociais mais altos que a média do Nordeste em diversos aspectos, como a expectativa de vida, escolaridade média e analfabetismo funcional, e apresentava tendência à diminuição de sua disparidade com relação à média do Brasil, superando já o índice nacional no tocante ao desemprego, ao índice de Gini e à razão entre os 10% mais ricos e os 50% mais pobres da população, denotando uma desigualdade de renda que, outrora maior que a brasileira, tornou-se ligeiramente menor a partir de 2006.[121] Segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) de 2011, o Ceará em 2009 havia se tornado o estado com mais alto desenvolvimento da Região Nordeste e o 12º do Brasil, com índice 0,7129.[125]


Etnias[editar | editar código-fonte]

Mapa indicando a presença indígena contemporânea no Ceará

Em 2008, a distribuição da população cearense por cor era de 33,05% autodeclarados brancos, acima dos 30,02% verificados na contagem de 1998; 3,03% autodeclarados negros, acima dos 1,22% em 1998; e 63,39% de autodeclarados pardos, proporção essa que diminuiu, comparada à de 1998, de 68,69%. Em proporção, o Ceará tem mais brancos e menos negros que a média nordestina, mesmo que a proporção de pessoas que se autodeclaram negras tenha aumentado bastante.[121]

Etnias Indígenas Pessoas[127]
Tremembé 3024
Anacé 1282
Tapeba 6439
Pitaguary 3857
Jenipapo-Kanindé 303
Kanindé 713
Kariri 116
Tupinambá 40
Potiguara 3531
Tabajara 2982
Kalabaça 229
Tubiba-Tapuia 105
Gavião 60
Total 22579

Em decorrência das características econômicas que sempre predominaram no Ceará, como a pecuária e a cotonicultura, e aos aspectos naturais da terra, como o regime periódico de secas, que gerava graves situações de escassez de alimentos em várias áreas sertanejas, a escravidão africana não vicejou no estado da mesma forma que ocorreu no restante do país à época. Dessa forma, a população negra cearense sempre foi relativamente pequena. Vários negros, contudo, migraram para o Ceará como homens livres e fincaram raízes.[128] Estudos indicam que a maior parte dos negros cearenses tinham origem em povos bantus e do Benim.[129]

Em 1864, havia apenas 36 mil cearenses escravos; número que, em 1887, reduzira-se para apenas 108 dentro de uma população que, já em 1872, era composta por 721 686 habitantes.[130] Em 1813, os escravos representavam 11,5% dos cearenses, dos quais 63% eram negros.[131] Ao fazer comparação com estados escravistas próximos, constata-se quão pouco importante era a escravidão na sociedade do Ceará: em 1864, Pernambuco tinha 260 mil escravos, permanecendo ainda com 41 122 em 1887; e a Bahia, 300 mil escravos em 1864 e 76 838 escravos restantes em 1887.[132]

A constituição étnica do povo cearense remonta a muitos séculos. O censo de 1813 mostrava uma configuração já tendente à atual, com predominância de pardos: 28% de brancos, 6% de indígenas, 16% de negros e 50% de pardos.[131] Assim, predominam os mestiços, descendentes, em sua maior parte, de brancos e índios, mulatos e caboclos que viviam como vaqueiros, moradores de fazendas, pescadores, dentre outros. Os brancos, em sua grande maioria, descendem de portugueses, com contribuição de holandeses, espanhóis, sírio-libaneses (estimam-se 5 mil descendentes no Estado [133] ) e outros, mas grande parcela dos brancos também possui ancestralidade multiétnica, como acontece em todo o Brasil.

Cor/Raça Porcentagem[134]
Brancos 33,05%
Negros 3,03%
Pardos 63,39%

Segundo dados do estudo Frequência de Antígenos HLA em uma Amostra da População Cearense, realizado pelo professor Dr. Henry Campos, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, há um predomínio nítido de um antígeno no grupo de cearenses que não é o mesmo presente nas populações de negros e portugueses.[135] Comparado esse estudo com outros semelhantes realizados em Pernambuco e Bahia, confirma-se que a predominância indígena no Ceará é relevante.

O Ceará tem, atualmente, quinze etnias indígenas nativas reconhecidas. A população estimada dessas etnias é de 22 500 índios, de acordo com dados do Distrito Sanitário Especial Indígena do Ceará (FUNASA). No Ceará, muitas pessoas desconheciam a existência dos índios, pois políticas oficiais, durante muito tempo, obrigaram os indígenas a esconderam sua identidade. Um decreto da Assembleia Provincial do Ceará, datado de 1863, declarou que não havia índios na província.[136] À época, eles passaram a ser desacreditados, perseguidos e tiveram suas terras invadidas. Somente na década de 1980, os índios cearenses começaram a reivindicar seus direitos de posse de terra e começaram a ter o reconhecimento de suas etnias.

Política[editar | editar código-fonte]

Mausoléu Presidente Castelo Branco, parte integrante do complexo onde está localizado o Palácio da Abolição, sede do governo do estado.

O estado é governado por três poderes: o Poder Executivo, representado pelo governador do Ceará; o Poder Legislativo, representado pela Assembleia Legislativa do Ceará; e o Poder Judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.

O Poder Executivo é exercido pelo governador Camilo Santana, eleito em 2014 para o período de quatro anos 2015-2018, além de todas as secretarias de estado, órgãos vinculados e a administração indireta. Exemplos de órgãos que integram essa administração são a Secretaria da Ciência e Tecnologia do Estado do Ceará, Secretaria de Educação do Estado do Ceará, Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará e o Departamento de Edificações e Rodovias do Ceará. A administração indireta é feita por autarquias, empresas públicas e fundações, tais como a Escola de Saúde Pública do Ceará, a Companhia Energética do Ceará, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará e a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico.[137]

O Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa do Ceará, que é composta por 46 deputados.[138] O legislativo estadual fiscaliza as contas públicas do executivo, bem como aprova e regula todas as leis com jurisdição no território do Ceará. A TV Assembleia é um órgão de comunicação da assembleia do Ceará, que divulga as ações desta instituição. Na função de fiscal das atividades do poder executivo, a assembleia do Ceará é auxiliada por dois tribunais de contas, o Tribunal de Contas do Estado do Ceará, fiscal do governo estadual, e Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará, fiscal das prefeituras, que também auxilia as câmaras municipais nessa tarefa.[139]

O Judiciário cearense tem como instância máxima o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, composto por 27 desembargadores.[140] O Fórum Clóvis Beviláqua, da comarca de Fortaleza, é o maior fórum subordinado ao Tribunal cearense. Atualmente, 139 municípios são sedes de comarca, sendo 45 vinculadas, 49 de primeira entrância, 40 de segunda entrância, 49 de terceira entrância e Fortaleza, que é uma comarca especial. O Ministério Público do Estado do Ceará é a instituição que, de forma autônoma, auxilia o estado na garantia da justiça e do direito.

O sistema correcional cearense é composto por quatro penitenciárias, dois presídios, duas colônias agrícolas, uma casa de albergado, duas casas de custódia, dois hospitais, e 131 cadeias públicas. Este sistema estava abrigando, em 2008, um contingente total de 8.101 [141] pessoas. A maior unidade prisional do sistema é o Instituto Penal Paulo Sarasate, que abrigava 940 [141] pessoas em 2008.

Subdivisões[editar | editar código-fonte]

O Ceará surgiu como unidade administrativa em 1799 com quatorze municípios, sendo o mais antigo, Aquiraz, fundado em 1699, e o último desse período foi Guaraciaba do Norte criado em 1791.[142] Com a Independência do Brasil as províncias foram organizadas em 1823 e nesse ano o território já estava dividido em mais quatro cidades. Durante todo o período imperial do Brasil foram criadas mais 44 cidades desmembrando-se vilas das já então existentes. Em pouco mais de um século o estado passou de 62 para 184 municípioss que, a partir da constituição de 1988, passaram a serem unidades constitutivas da união em patamar igual aos estados.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística dividiu o território cearense em sete mesorregiões e estas em 33 microrregiões constituindo-se basicamente em divisões estatísticas. O Governo do Ceará dividiu o estado em oito macrorregiões de desenvolvimento e em vinte regiões administrativas.[143]

Existem ainda duas regiões metropolitanas no estado: a Região Metropolitana do Cariri (RMC) e a de Fortaleza (RMF). A primeira foi criada pela Lei Complementar Estadual nº 78, sancionada pelo governador Cid Gomes em 29 de junho de 2009 e é formada por nove municípios do sul cearense: Barbalha, Caririaçu, Crato, Farias Brito, Jardim, Juazeiro do Norte, Missão Velha e Santana do Cariri.[144] Já a Região Metropolitana de Fortaleza, onde se localiza a capital, foi criada pela Lei Complementar Federal nº 14, de 8 de junho de 1973, que instituía, também, outras regiões metropolitanas no país; inicialmente, a região metropolitana era formada por apenas cinco municípios: Fortaleza, Caucaia, Maranguape, Pacatuba e Aquiraz, sendo, posteriormente, adicionado os municípios de Maracanaú (1983); Eusébio (1987); Itaitinga e Guaiuba (1992); Chorozinho, Pacajus, Horizonte e São Gonçalo do Amarante (1992); Pindoretama e Cascavel (2009);[145] Paracuru, Paraipaba, Trairi e São Luís do Curu (2014).[146]

Litígio territorial[editar | editar código-fonte]

Ceará de 1861, sem Crateús e Independência.

No governo colonial do Governador Sampaio, o engenheiro Silva Paulet apresentou mapa da província em 1818 que mostrou o limite oeste do litoral até a foz do Rio Igaraçu. Desta forma, a então localidade de Amarração, atual cidade de Luís Correia, faria parte do Ceará. Durante o século XIX, a localidade teve assistência da cidade cearense vizinha, Granja, até que em 1874 os parlamentares estaduais decidiram elevar a localidade à categoria de vila. Essa atitude chamou a atenção dos políticos do Piauí, que reivindicaram esse território. A solução ocorreu em 1880, quando foi decidindo que haveria uma troca, na qual Piauí restabeleceu a totalidade de seu litoral e o Ceará incorporou os municípios de Crateús e Independência.[147]

Desde essa época, persistem na divisa do Ceará com o Piauí vários pontos com indefinições de seus limites.[148] A área total em disputa seria de aproximadamente 3 000 km², o que equivale ao dobro da área do município de São Paulo. Depois da Constituição de 1988, foi proposto que, em 1991, seriam resolvidas as questões de limites entre os estados, mas somente em 2008 um acordo foi apresentado. O acordo, no entanto, não foi concretizado, pois Piauí abandonou as negociações. Diversas propostas surgiram como tentativa de resolução do litígio, entre elas a de um plebiscito.[149] Segundo estudo do IBGE, a maior parte do território, cerca de 75%, pertenceria ao Ceará, porém, o governo piauiense não aceitou as conclusões do instituto. O processo foi, então, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, que ficou encarregado de dar fim ao caso centenário.

Economia[editar | editar código-fonte]

Evolução do PIB (R$)
Ano PIB (R$ 1.000) Per Capita
2006 R$ 46.303.000 5.634
2007 R$ 50.331.383 6.149
2008 R$ 60.099.000 7.112
2009 R$ 65.704.000 7.686
2010 R$ 77.865.000 9.216
2011 R$ 87.982.450 10.314
2012 R$ 90.131.724 10.473
2013 R$ 103.400.000* 11.950*
2014 R$ 115.230.000* 13.556*
2015 R$ 127.250.000* 14.970*
2016 R$ 140.960.000* 16.583*
*Estimativa


Quase metade da economia cearense se concentra na capital. Na foto, Avenida Santos Dumont.
Exportações do Ceará - (2012)[150]

Em 2008, o PIB cearense, em preços de mercado, foi de R$ 60.098.877.000, dos quais 47,17% estão concentrados na capital Fortaleza, segundo estudo do Ipece.[151] Há um suave processo de desconcentração da riqueza no Estado, visto que em 2004 a capital representava 47,80% do PIB estadual. Por outro lado, as cidades mais ricas, no geral, seguem aumentando sua proporção em relação ao PIB total. Destacam-se além da capital: Maracanaú (5,19%), Juazeiro do Norte (3,31%), Caucaia (3,25%), Sobral (2,83%), Eusébio (1,56%), Horizonte (1,39%), Maranguape (1,07%), Crato (1,07%) e São Gonçalo do Amarante (1,02%).

Os cinco municípios com PIB per capita mais altos no Ceará são: Eusébio (R$ 23.205), Horizonte (R$ 15.947), Maracanaú (R$ 15.620), São Gonçalo do Amarante (R$ 14.440) e Fortaleza (R$ 11.461), todos muito acima da média estadual, que é de R$ 7.112. Os dez municípios de maior PIB abrangem 67,86% do PIB total.[151]

A partir da década de 1960 houve uma progressiva industrialização e urbanização, que ganhou impulso a partir da década de 1980, em parte devido à política de concessão de benefícios fiscais a empresas que se instalassem no estado.[152] Atualmente, embora sendo ainda uma economia sub-industrializada em relação a vários outros estados do Brasil, a economia cearense não é mais baseada sobretudo nas atividades agropecuárias, sendo preponderante o setor terciário de comércio e serviços, com grande destaque para o turismo. Apesar disso, aquelas ainda possuem grande relevância na economia do estado, em especial a pecuária, mas há também crescente importância de cultivos não-tradicionais no estado, como a produção de frutas e legumes no Vale do Rio Jaguaribe e de flores na Serra da Ibiapaba e no Cariri.

Desde 2004 a economia cearense vem crescendo, moderada, mas sustentadamente, entre 3,5% e 5% ao ano.[153] Em 2007 o crescimento foi de 4,4%, e em 2008 de 6,5%, sendo o primeiro inferior à média brasileira para aquele ano e o segundo bastante superior, principalmente devido à forte recuperação da agropecuária cearense (24,59%) aliada à manutenção em níveis altos do crescimento da indústria (5,51%) e do setor de serviços (5,21%). Em 2009, apesar da crise econômica internacional e de perdas no setor primário, o PIB cearense cresceu 3,1%, bastante acima do resultado do PIB brasileiro, de -0,2%, sobretudo devido ao bom desempenho do setor de serviços.[154] Com isso, o PIB cearense atingiu pela primeira vez um patamar de mais de 2% da produção nacional.[154] Uma estimativa feita pelo IPECE mostra que o PIB do Ceará teve um crescimento nominal recorde, quando cresceu 10 bilhões, quando comparado o ano de 2010 com o ano de 2009.[155] Em 2010 também foi registrado o recorde de participação da economia cearense na economia nacional. Tal participação que era de 1,89% em 2007, subiu para 2,04% em 2010.

Em 2011, a economia cearense continuou a crescer acima da média nacional. O PIB cearense totalizou 84 bilhões, um aumento de 10 bilhões se comparado ao ano anterior, segundo dados preliminares do IPECE.[156] Neste ano, o estado pode ter, pela primeira vez, um PIB per capita acima de R$ 10.000.

O instituto também citou expectativas para a economia em 2012, onde possivelmente, crescerá entre 5% e 5,5%, ainda acima da média nacional. O PIB cearense deve totalizar, ao final do ano, um valor em cerca de 96 bilhões.

Para 2013 está previsto que o PIB ultrapassará os 100 bilhões de reais, com o PIB per capita chegando próximo dos 14.000 reais.

Quanto a sua pauta de exportações, foi, em 2012, baseada em Calçados de Borracha (17,32%), Couro Preparado de Bovinos ou Equinos (14,60%), Coco, Castanha e Caju (11,73%), Melões (7,00%) e Calçados de Couro (6,86%).[150]

Setor primário[editar | editar código-fonte]

A Castanha de caju é um dos principais produtos agrícolas do Ceará.

Destacam-se na atividade agrícola: feijão, milho, arroz, algodão herbáceo, algodão arbóreo, castanha de caju, cana-de-açúcar, mandioca, mamona, tomate, banana, laranja, coco e, mais recentemente, a uva.[157] Recentemente tem crescido um pólo de agricultura irrigada dirigida principalmente à exportação, em áreas próximas à Chapada do Apodi, dedicando-se especialmente ao cultivo de frutas como melão e abacaxi. Outro destaque muito recente é o do cultivo de flores, que tem ganhado importância especialmente na Cuesta da Ibiapaba.

Na pecuária os rebanhos de maior representatividade são: bovinos, suínos, caprinos, eqüinos, aves, asininos, carcinicultura e ovinos.[158]

Os principais recursos minerais extraídos do solo cearense são: ferro, água mineral, calcário, argila, magnésio, granito, petróleo, gás natural, sal marinho, grafita, gipsita, urânio bruto. O município de Santa Quitéria, na localidade de Itataia, possui uma das maiores reservas de urânio do Brasil.[159]

Setor secundário[editar | editar código-fonte]

J Macêdo, uma das maiores indústrias de massas do Brasil.

Os principais setores da indústria cearense são vestuário, alimentícia, metalúrgica, têxtil, química e calçadista. A maioria das indústrias esta instalada na Região Metropolitana de Fortaleza, com destaque para Fortaleza, Caucaia e Maracanaú onde se encontra o Distrito Industrial de Maracanaú sendo um importante complexo industrial, dinamizando a economia do estado do Ceará.[160] Em Caucaia e São Gonçalo do Amarante será instalada a ZPE do Ceará no Complexo Industrial e Portuário do Pecem onde serão instaladas uma siderúrgica e uma refinaria de petróleo.

A Federação das Indústrias do Estado do Ceará é a entidade sindical dos donos das empresas. A entidade congrega a maioria dos donos e dirigentes industriais. Algumas das grandes empresas do Ceará com alcance nacional vinculadas a FIEC são: Aço Cearense, Companhia de Alimentos do Nordeste, Grendene, Café Santa Clara, Grande Moinho Cearense, Grupo Edson Queiroz, Indústria Naval do Ceará, J. Macêdo, M. Dias Branco, Troller e Ypióca.[161]

Setor terciário[editar | editar código-fonte]

O comércio é muito marcante na economia do Ceará compondo o PIB do estado com mais de 70%.[151] A Associação Comercial do Ceará foi a primeira instituição classista cearense, fundada em 1866. Atualmente a principal instituição comercial no estado é a Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomercio). Algumas redes de comércio varejista filiadas a Fecomercio com destaque no nacional são Rede de Farmácias Pague Menos, Cone Pizza, Otoch e Esplanada.

Em 2009 foi iniciada a construção da segunda central de abastecimento do estado que ficará na região do Cariri e complementará a distribuição de alimentos juntamente com a Ceasa da RMF.[162] Complementando a atividade comercial da Ceasa, todas as cidades mantêm mercados municipais.

Em Fortaleza existem vários shopping centers: Iguatemi Fortaleza, North Shopping (Fortaleza), Shopping Aldeota]], Shopping Benfica, Shopping Center Um, Shopping Del Paseo e Shopping Via Sul. Além desses, somente outros 3 shoppings ficam fora da capital: o Maracanau Shopping Center, que fica em Maracanaú,o North Shopping Sobral,que fica em Sobral e o Cariri Shopping, que fica em Juazeiro do Norte.[163]

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

Ciência e tecnologia[editar | editar código-fonte]

Imagem aérea de Sobral com vista para a Igreja do Patrocínio e o Museu do Eclipse, importante museu científico do Ceará.

O Ceará mantém a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico como principal instituição de fomento científico e tecnológico do estado.[164] Fazem parte ainda do sistema de C&T do Ceará a Fundação Cearense de Meteorologia, a Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará e as universidades estaduais. O Governo federal tem duas unidades da Embrapa no estado: Embrapa Agroindústria Tropical em Fortaleza e Embrapa Caprinos em Sobral. Instituições privadas de destaque são o Instituto Atlântico e o Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação.

O principal espaço de desenvolvimento científico do estado é o Campus do Pici, em Fortaleza, abrigando boa parte dos laboratórios da Universidade Federal do Ceará e outras instituições como o Centro Nacional de Processamento de Alto Desempenho no Nordeste e a sede da rede GigaFOR e vários cursos de pós-graduação. Em todo o estado são ofertados 154 cursos de pós-graduação sendo 103 de mestrado e 51 de doutorado.[165]

O Ceará tem destaque na história e na pesquisa astronômica do Brasil. O Rádio-Observatório Espacial do Nordeste do INPE instalado em Eusébio é o maior radiotelescópio do Brasil. A Sociedade Brasileira dos Amigos da Astronomia (SBAA), com sede em Fortaleza, é uma das principais instituições divulgadoras da astronomia no país.[166]

Esqueleto do Anhanguera no North American Museum of Ancient Life.

Em 2009, Ano Internacional da Astronomia, o Ceará passou e integrar a Rede Internacional de Centros para Astrofísica Relativística (Icranet). Essa integração visa orientar os cursos de graduação em física das universidades UVA e UECE, respectivamente em Sobral e Fortaleza, para estudos nas áreas de astrofísica, astronomia e criar um programa de pós-graduação específico na UECE.[167]

O primeiro registro de fósseis no Brasil se deu com o livro "Viagem pelo Brasil" (Reise in Brasilien), publicado entre 1823 e 1831, relatando a descoberta de um peixe Rhacolepis na atual cidade de Jardim.[168] A bacia sedimentar da Chapada do Araripe conta com uma formação muito rica em fósseis da flora e fauna do Cretáceo, boa parte em excelente estado de preservação, sobretudo na cidade de Santana do Cariri.[169] Os fósseis da região tem sido importantes para comprovar a deriva dos continentes africano e sul-americano.[170]

Nessa área foi estabelecido o Geoparque Araripe, o primeiro do gênero no Hemisfério Sul, visando a proteger sua significativa importância geológica e paleontológica.[170] O trecho mais importante do geoparque é a Formação Santana, que se destaca por conter os primeiros registros de tecidos moles (não ósseos) de pterossauros e tiranossauros do mundo, as primeiras fanerógamas fósseis da América do Sul e várias espécies de peixes fossilizados.[168] Na cidade de Santana do Cariri existe o Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri que ajuda no estudo e divulgação científica paleontológica.

Educação[editar | editar código-fonte]

A primeira instituição de ensino do Ceará foi o Liceu do Ceará, fundado em 1845, em Fortaleza.[171] Dentre as escolas de ensino fundamental e médio, as mais antigas e tradicionais do estado são, além do Liceu, o Colégio da Imaculada Conceição (1865), Colégio Justiniano de Serpa (1881), Colégio Santa Cecília (1912) e Colégio Clóvis Bevilaqua (1913).[172] Além desses, também se destacam o Colégio Colégio Militar do Corpo de Bombeiros do Ceará e os colégios privados da capital, principais responsáveis pelos desempenhos de destaque nacionais. Por exemplo, os três principais colégios privados cearenses, Colégio Farias Brito, Colégio Ari de Sá e Colégio 7 de Setembro, foram responsáveis, em 2014, juntos, pela aprovação de 71 alunos, o que corresponde a 42% das vagas, no Instituto Tecnológico da Aeronáltica (ITA), cujo vestibular é mais difícil do país. O Ceará possui, ainda, um dos maiores índices de aprovação do país no vestibular do Instituto Militar de Engenharia (IME). O ensino privado na capital possui, além disso, um forte espírito de concorrência e busca pelos melhores índices, já que sempre existe uma forte disputa, sobretudo entre essas três principais escolas, pelos primeiros lugares nos principais exames do país. O Colégio Ari de Sá, em 2013, obteve a quinta colocação nacional entre as escolas com a melhor nota geral no ENEM.[173]

Fachada do Colégio Militar de Fortaleza, principal instituição pública de ensino fundamental e médio do estado.

O Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará, transformado em Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, que comanda mais de 20 unidades de ensino técnico em várias cidades do interior do estado e o Colégio Militar de Fortaleza, fundado em 1919, são importantes unidades de ensino federal no estado.[174] A Universidade Federal do Ceará é uma mais mais importantes IES do país.

Biblioteca pública de Sobral.

Segundo dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará, (IPECE), a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais no estado, em 2012, foi de 16,3%, valor pouco acima da média nacional. A taxa de analfabetismo no Ceará decresceu 34,4% entre 2001 e 2012. Esse desempenho é 4,4% superior à redução de analfabetismo no Brasil e 6,1% superior à redução da taxa dos que não sabem ler nem escrever no Nordeste.[175]

Quanto ao índice de desenvolvimento da educação básica (IDEB), o Estado obteve, em 2009, as melhores notas da Região Nordeste em todas as categorias: para alunos da 4ª e 5ª séries do ensino fundamental, 4,4 (11ª mais alta no ranking nacional), para os da 8ª e 9ª séries, a nota 3,9 (10ª melhor do País) e para alunos do 3º ano do ensino médio, 3,6 (8ª melhor brasileira).[176]

A rede de ensino do estado no ano de 2012 era composta por 14.071 escolas, das quais 6.320 eram pré-escolares, 6.847 de ensino fundamental e 904 de ensino médio. Estas escolas receberam, ainda em 2012, 2.030.969 matriculas, das quais 248.126 foram no pré-escolar, 1.376.276 no fundamental e 406.567 no ensino médio. Servindo a rede, havia 95.886 docentes, dos quais 14.594 lecionavam no pré-escolar, 62.236 no fundamental e 19.056 no ensino médio.[177]

Em 2005, o Ceará abrigava 47 instituições de ensino superior, com 6.797 docentes e 99.597 alunos matriculados.[178] A Universidade Federal do Ceará foi a primeira do estado, fundada em 1954.[179] Atualmente, as mais importantes são a Universidade Federal do Ceará, a Universidade Estadual do Ceará, a Universidade Regional do Cariri, a Universidade Estadual Vale do Acaraú, a Universidade Federal de Integração Luso-Afrobrasileira, a Universidade Federal do Cariri e a particular Universidade de Fortaleza.

Energia[editar | editar código-fonte]

O estado era, até o final do século XX, totalmente desprovido de grandes unidades geradoras de energia.[180] Na década de 2000 foram feitos investimentos pesados na geração de energia eólica com a possibilidade de o Ceará gerar toda sua demanda energética em seu próprio solo.[181]

Atualmente, a maior parte da demanda de energia elétrica é suprida pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco [180] por meio da geração nas usinas hidrelétricas de Paulo Afonso, Xingó, Sobradinho, Itaparica e Moxotó. O Ceará também é servido pela energia gerada na Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará.

A Companhia Energética do Ceará é a empresa responsável pela distribuição da energia no estado. O consumo médio do estado gira em torno de 650 gigawatts por mês.[182] Em 2007, 99,3% dos domicílios urbanos e 90,4% dos domicílios rurais eram servidos pela rede de distribuição elétrica, contabilizando 2.688.746 clientes.[183]

O estado é o maior produtor de energia eólica do país,[184] além de possuir a melhor produção mundial.[185]

Mídia[editar | editar código-fonte]

Os jornais foram a primeira mídia de massa do estado. O primeiro jornal cearense, o Diário Oficial, começou a ser publicado em 1825. No final do século XIX, havia centenas de jornais e publicações periódicas em todo o território, com mensagens de cunho político e social. Em 1881, chegaram à costa cearense os cabos submarinos da The Western Telegraph Company, interligando o Brasil à Europa por meio telegráfico.[186] Estes cabos foram interligados aos já existentes no Ceará e daí para o resto do país.

A primeira estação de rádio surgiu na década de 1930. Era uma entidade de rádio amador chamada Ceará Rádio Clube.[187] Em 1959, entrou no ar a TV Ceará Tupi, primeiro canal de televisão do Ceará. Em 31 de março de 1972, chegou a vez da tv a cores no estado. Em 2009, teve início a transmissão do sinal de televisão digital. Atualmente, o sistema de rádio e televisão conta com 143 emissoras de rádio e 13 de televisão.[183] Os principais jornais do estado são: O Povo, Diário do Nordeste e O Estado.

A telefonia iniciou-se no Ceará, primeiro em Fortaleza, em 1891 com a fundação da empresa telefônica do Ceará. Em 1938, o serviço passou a ser automático, com a instalação de equipamentos da Ericsson do Brasil. A Companhia Telefônica do Ceará surgiu em 1971 e foi privatizada em 1998. Atualmente, existem 2.490.224 linhas telefônicas no estado.[183]

Saúde[editar | editar código-fonte]

Durante o século XIX somente oitenta cearenses foram diplomados pelas duas faculdades de medicina existentes no Brasil.[188] Desses, somente trinta voltaram para o Ceará. Em 1861 ficou pronto o primeiro hospital do estado, Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, que foi o foco de combate a várias pestes que assolaram o estado: varíola, febre amarela e cólera na década anterior.[188] Nos primeiros anos do século XX foi fundada a primeira entidade médica do Ceará, Associação Médica Cearense, em 1913. Em 1925 iniciou-se as atividades da Santa Casa de Misericórdia de Sobral, sendo até hoje o maior hospital do interior cearense. Durante toda a década de 1930 houve um surto de malária no estado.

Os principais hospitais públicos do estado estão concentrados na Capital. Atualmente o sistema de saúde pública cearense é composto por hospitais municipais e estaduais, totalizando 164 unidades hospitalares com internação e 2.198 sem internação.[189] O Hospital Geral de Fortaleza é o maior hospital público. O Instituto Doutor José Frota é o maior hospital de emergência. Dois hospitais de grande porte serão construídos durante o atual governo do estado nas regiões do Cariri e Sobral para diminuir a superlotação do sistema de saúde cearense.[190] O sistema também é composto por centenas de postos de saúde e centenas de equipes do Programa de Saúde da Família em quase todos os municípios. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência está sendo implantado em todas as regiões do Ceará. O atendimento médico privado é bastante desenvolvido com um total de 127 hospitais, destacando-se os hospitais São Mateus, Antônio Prudente, Unimed, Monte Klinikum.[189]

Há grande disparidade no acesso a médicos e a leitos hospitalares. Os municípios com mais médicos por mil habitantes são Barbalha (3,6 por mil), Guaramiranga (2,6) e Aracoiaba (2,3) — Fortaleza é a 9ª com mais médicos em termos proporcionais (1,5 por mil) —, enquanto os que possuem menos são Varjota, Granja e Pires Ferreira, todos com apenas 0,2 médico por mil. Barbalha também se destaca como a cidade com mais leitos por mil habitantes (8,1), seguida por Brejo Santo (6,0), Jati (5,9) e Crato (5,4), enquanto as que apresentam menos leitos possuem índices muito menores: Forquilha (0,1), Pacatuba (0,3) e Beberibe (0,5).[120]

Segurança pública[editar | editar código-fonte]

O Governo do Ceará, desde o início da década de 1990, realiza ações para integração das forças policiais: militar, civil e bombeiro. A primeira ação foi a reformulação do sistema de chamadas 190 que passou a funcionar integrado com o nome de CIOPS - Centro Integrado de Operações de Segurança - e que na Capital do estado integra também o sistema municipal de controle de tráfego e Guarda Municipal. O mais recente passo na integração das forças policiais do estado foi a criação da Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará que formará conjuntamente o pessoal de todas as forças de segurança.[191]

A Polícia Militar do Ceará tem um contingente de aproximadamente 13 mil policiais [192] divididos em sete batalhões, um batalhão de choque, um batalhão de segurança patrimonial, um esquadrão de polícia montada, uma companhia de polícia rodoviária, um centro integrado de operações aéreas, uma companhia de polícia do meio ambiente, um pelotão de motos e a unidade de polícia de turismo. O efetivo da Polícia Civil é de aproximadamente 2.200 [193] policiais distribuídos em 34 distritos policiais, oito delegacias metropolitanas, 19 delegacias regionais, 23 delegacias municipais e 18 delegacias especializadas. O Corpo de Bombeiros Militares é composto pelo efetivos de aproximadamente 1.400 bombeiros [194] distribuídos em 5 grupamentos, um em Fortaleza com onze seções de comando e os outros quatro no interior subordinando 13 seções.

A criminalidade é um problema crescente no estado. A taxa de homicídio foi de 24,0 por 100 mil habitantes em 2008, um expressivo aumento de 79,1% comparado à taxa de 13,4 por 100 mil em 1998. Em função do aumento ainda maior do número de assassinatos em outras Unidades Federativas, o Ceará possui a 18ª maior taxa de homicídios do Brasil, enquanto, em 1998, estava na 17ª posição. Por sua vez, Fortaleza, com 35,9 homicídios por cem mil habitantes, passou do 20ª para o 17ª lugar entre as capitais mais violentas do País, porém continua bastante abaixo da média das capitais do Nordeste.[195] O Ceará possui 7 de seus 184 municípios entre os 500 com maiores taxas de homicídio do Brasil.[196]

Em 2007, foi implantado em Fortaleza o Ronda do Quarteirão, programa de segurança pública do Governo do estado que tem por objetivo diminuir o tempo de resposta a ocorrências policiais. Em 2008, o programa foi expandido para Caucaia e Maracanaú e, em seguida, para vários municípios interioranos. Neste mesmo ano foi criada a polícia científica do estado, Perícia Forense do Estado do Ceará que atuará em sua área de forma autônoma e desvinculada de outras forças policiais. Apesar dos esforços, o combate à violência não tem surtido efeito somente com ações policiais, e a criminalidade ainda é crescente.[197] Somente entre 2008 e 2009, houve um alarmante aumento da taxa total de roubos, que mais que triplicou de 219,8 para 772,0 por 100 mil habitantes, bem como um aumento do número de estupros (de 6,9 para 7,8 por 100 mil). A taxa de homicídios cresce, lenta mas preocupantemente, de 22,2 para 22,5 por 100 mil entre 2008 e 2009.[198]

Transporte[editar | editar código-fonte]

Mapa dos transportes do Ceará.

No Ceará existem dois aeroportos administrados pela Infraero. O Aeroporto Internacional de Fortaleza é o maior do estado movimentando anualmente mais de 5 milhões de passageiros [199] e o Aeroporto Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte, é o maior do interior do estado e um dos mais movimentados do interior do Nordeste.[200] O Governo do Ceará tem cadastrado 68 aeroportos e pista de pousos. O Aeroporto de Aracati no litoral leste, o Aeroporto de Camocim no litoral oeste, o Aeroporto de São Benedito na Serra da Ibiapaba e o Aeroporto de Quixadá no sertão cearense destacam-se por dar acesso a regiões turísticas. Outros aeroportos regionais de destaque são o Aeroporto de Sobral e o Aeroporto de Iguatu.

O sistema ferroviário do estado é operado em conjunto com a malha do Nordeste pela empresa Transnordestina Logística S.A, que está construindo a ferrovia Transnordestina. O estado é cortado por 1.431 km de caminhos de ferro interligando o estado de norte a sul e de leste a oeste entre a capital e o interior.[201] Ainda no transporte ferroviário existem dois sistemas de metrô em construção. O Metrofor é o metrô de Fortaleza interligando vários bairros da cidade e também as cidades de Maracanaú e Caucaia e o Metrô do Cariri que interligará as cidades do Crato e Juazeiro do Norte.

Ao longo dos 570 km de litoral do Ceará estão instalados 13 faróis em pontos estratégicos para auxiliar a navegação de cabotagem, sendo controlados pela Capitania dos Portos do Ceará.[202] Os principais portos do estado são: o Porto do Mucuripe, em Fortaleza, que é administrado pelo governo federal e o Terminal Portuário do Pecém, inaugurado em 2002, construído para estruturar o Complexo Industrial e Portuário do Pecém com planejamento de terminal para uso siderúrgico e de refinaria de petróleo.

Em Fortaleza tem início a rodovia federal mais importante do Brasil, a BR-116, que liga a capital do Ceará às regiões Sudeste e Sul do país até o Rio Grande do Sul. Em Fortaleza também tem início a BR-222 que faz ligação com a região Norte indo até o Pará. A BR-020 faz a ligação de Brasília com Fortaleza. A rodovia BR-230 Transamazônica corta o estado na região sul e a BR-304 liga o Ceará ao Rio Grande do Norte. As rodovias estaduais somam um total de 10.657,9 km, sendo 5.767,6 km pavimentados e 4.890,3 não-pavimentados. A extensão total da malha rodoviária, incluindo rodovias municipais, estaduais e federais, é de 53.325,4, segundo o Departamento de Edificações e Rodovias do Ceará.[203] Todas as sedes dos municípios têm acesso por estradas pavimentadas.[204] Atualmente o sistema encontra-se com algumas estradas danificadas em decorrência de fortes chuvas,[205] mas a maioria das rodovias apresenta boa condição de trafegabilidade.[206] [207]

Cultura[editar | editar código-fonte]

O governo do Ceará criou a primeira secretaria estadual de cultura do Brasil, em 1966.[208] A instituição organiza e fomenta a cultura cearense e auxilia outras instituições particulares na manutenção das tradições da população do estado.

Arte popular[editar | editar código-fonte]

A jangada é um dos principais símbolos do Ceará. Fruto do trabalho artesanal, elas representam a "tenacidade" e o "espírito nômade".[12]

A cultura cearense tem como base essencialmente as culturas europeia e ameríndia, de forte tradição sertaneja e também influência afro-brasileira. Quando da introdução da cultura portuguesa no Ceará, ao longo do século XVII, os índios já produziam diversificado artesanato a partir de vegetais como o cipó e a carnaúba, bem como dominavam técnicas primitivas de tecelagem do algodão,[209] inclusive tingindo os tecidos de vermelho com a casca da aroeira.[210] Com a colonização, diversas técnicas europeias se somaram a essa base cultural, formando uma arte popular que viria a ser renomada nacional e internacionalmente.

Com origens portuguesas e relevante influência indígena, têm destaque a produção de redes com os mais diversos bordados e formas e intrincadas rendas feitas em bilros, talvez o maior destaque da produção artesanal cearense, sendo uma arte tradicional no Ceará desde meados do século XVIII.[211] As rendas e os labirintos possuem maior destaque nas imediações do litoral, enquanto o interior se destaca mais pelos bordados.[209] As pedras semipreciosas também são exploradas na confecção de jóias, sobretudo em Juazeiro do Norte, Quixadá e Quixeramobim.

Guaramiranga, cidade serrana do Maciço de Baturité, é, pelo seu clima frio e agitada cena cultural e artística, um importante centro turístico do estado.

Ademais, o artesanato feito em madeira e barro é também de grande destaque, com produção de esculturas humanas, representando tipos da região; quadros talhados em madeira e vasos adornados. Outro importante item do artesanato cearense são as garrafas de areias coloridas, onde são reproduzidas, manualmente, paisagens e temáticas diversas. São ainda encontrados, em diversas cidades - em especial Massapê, Russas, Aracati, Sobral e Camocim, cestarias, chapéus e trançados com variadas formas e desenhos feitos da palha da carnaúba, do bambu e do cipó.[211] Por fim, como consequência natural de uma economia que, durante séculos, foi essencialmente pecuarista, o couro é trabalhado artesanalmente, em especial para a produção de chapéus e outras peças da roupa de vaqueiros, assim como de móveis e esculturas. As principais cidades no artesanato coureiro são Morada Nova, Juazeiro do Norte, Crato, Jaguaribe e Assaré.[210]

Em diversas áreas do interior cearense, os cordéis, assim como os repentistas e poetas populares, especialistas no improviso de rimas, ainda estão presentes e ativos, seguindo uma tradição que remonta aos trovadores e poetas populares da Idade Média lusitana. Outra forte influência portuguesa se encontra na grande importância das festas religiosas nas cidades de todo o interior, particularmente as festas de padroeiros, que estão entre as principais festividades da cultura cearense, abarcando não só cerimônias religiosas, mas também de dança, musicais e outras formas de entretenimento, numa complexa mistura de aspectos sagrados e profanos. Destaca-se a Festa de Santo Antônio em Barbalha, famosa pelo pau da bandeira, que é comemorada nessa forma há 78 anos.[212]

Artes plásticas[editar | editar código-fonte]

Centro Cultural Banco do Nordeste, na cidade de Juazeiro do Norte.

O movimento de maior destaque na história da pintura cearense foi o modernismo, com o surgimento da Sociedade Cearense de Artes Plásticas, em 1944, que reuniu vários pintores como Antônio Bandeira, Otacílio de Azevedo, Aldemir Martins, Inimá de Paula, Zenon Barreto e outros.[213] Bandeira é considerado um dos maiores pintores abstracionistas do Brasil. Antes desse movimento, alguns importante pintores cearenses foram Raimundo Cela e Vicente Leite, que no começo do século XX retrataram várias paisagens do sertão e litoral do estado.

Na segunda metade do século XX, o suíço Jean-Pierre Chabloz, em passagem pelo Ceará, descobriu a arte do acreano de origem cearense Chico da Silva no Pirambu, retratando figuras primitivas de dragões e outros animais com carvão e tinta guache. Seu estilo foi classificado como arte naïf e teve grande destaque até a década de 1980. No final do século XX, o pintor Leonilson foi o maior destaque cearense na pintura.[214] Contemporaneamente,outros nomes tem se destacado, como Roberto Galvão e Bruno Pedrosa, dentre outros.

Humor[editar | editar código-fonte]

O Ceará se tornou conhecido nacionalmente como berço de talentos humorísticos como Chico Anysio, Renato Aragão, Tom Cavalcante e Tiririca, dentre vários outros. Embora a percepção de que há um Ceará moleque como verdadeira identidade do povo cearense seja controversa, a história do estado é repleta de casos verídicos e curiosos que parecem corroborar com essa ideia. Destacam-se, sobretudo, figuras populares como o Bode Ioiô, que era famoso em Fortaleza e inclusive foi eleito vereador da cidade, e o Seu Lunga, de Juazeiro do Norte, famoso pela sua intolerância com perguntas óbvias, assim como eventos como a vaia ao sol, também em Fortaleza, depois de quase um dia inteiro de céu nublado na cidade.[215] A novela humorística da Record, Ceará contra 007, de 1965, ajudou a formar esse imaginário de um Ceará Moleque.

Literatura[editar | editar código-fonte]

José de Alencar, o mais famoso escritor cearense e principal nome do Romantismo Brasileiro.
Teatro José de Alencar, patrimônio nacional.

O Ceará é terra de muitos escritores e poetas importantes. Pode-se citar, dentre muitos outros: José de Alencar, Domingos Olímpio, Rachel de Queiroz, Adolfo Caminha, Antônio Sales, Jáder Carvalho, Juvenal Galeno, Gustavo Barroso, Patativa do Assaré, e Xico Sá[216]

A literatura cearense foi sempre caracterizada por florescer em torno de grupos literários. O primeiro desses grupos de desenvolvimento literário foi Os Oiteiros, que, embora mantendo os padrões típicos do Arcadismo, soube encontrar uma cor local para descrever o fugere urbem e o carpe diem típicos daquela escola.[216]

No final do século XIX, surgiu a Padaria Espiritual, uma agremiação cultural formada por jovens escritores, pintores e músicos. Vários autores criticavam as instituições e valores então vigentes com discurso irônico, irreverência, espírito crítico e sincretismo literário.[217] Para alguns críticos literários e historiadores, essa agremiação pode ser considerada um movimento pré-modernista que já apresentava alguns aspectos do Modernismo, que só surgiria com força em São Paulo em 1922. Contemporânea à Padaria Espiritual, a Academia Cearense de Letras foi fundada em 1894 sendo uma das principais instituições literárias do estado, congregando alguns dos nomes mais ilustres da literatura estadual.[218] Hoje, existem diversas instituições similares em todo o Ceará.

O Modernismo se consolidou no Ceará por meio do movimento Clã, fundado nos anos 1940, que congregou diversos escritores renomados cearenses: Moreira Campos, João Clímaco Bezerra, Antônio Girão Barroso, Aluísio Medeiros, Otacílio Collares, Artur Eduardo Benevides, Antônio Martins Filho, Braga Montenegro, Manuel Eduardo Pinheiro Campos, Fran Martins, José Camelo Ponte, José Stênio Lopes, Milton Dias, Lúcia Fernandes Martins e Mozart Soriano Aderaldo.[219]

Na década de 1970, surgiram outros dois importantes grupos literários no Ceará: O Saco, uma revista artística inusitada, pois era distribuída com folhas soltas guardadas dentro de um saco; e o Grupo Siriará, que reuniu diversos jovens escritores, propondo uma literatura cearense autêntica e desvinculada dos estereótipos que se estabeleceram na retratação literária do ambiente cearense.[220]

O Ceará também possui escritores pós-modernistas renomados, embora, em sua maior parte, pouco conhecidos. Podem-se citar, dentre eles, Pedro Salgueiro, Natércia Campos, Dimas Carvalho, Airton Monte, Tércia Montenegro, Raymundo Netto, Vicente Freitas, Soares Feitosa, dentre outros.[221]

A literatura de cordel tem destaque nas letras cearenses desenvolvendo-se expressivamente em Juazeiro do Norte, desde as primeiras décadas do século XX. Em Fortaleza, a Literatura de Cordel surgiu no período da Oligarquia de Nogueira Accioly, período esse em que circularam alguns folhetos destratando a figura do governador cearense. Patativa do Assaré é um dos maiores destaques nesse tipo de literatura.[222]

Música[editar | editar código-fonte]

Rainha do Maracatu cearense em desfile carnavalesco na cidade de Caucaia.

O gênero musical mais identificado com o Ceará é o forró, em suas variadas formas, notadamente o tradicional forró pé-de-serra. Nos anos 1940, o cearense Humberto Teixeira formou uma famosa parceria com o pernambucano Luiz Gonzaga, criando o baião, que se tornou muito apreciado.[223] Uma das principais tradições da música cearense - e, principalmente, do Cariri - são também as bandas cabaçais, que utilizam pífanos, zabumbas e pratos e frequentemente fazem acompanhar sua música com movimentos e acrobacias com facões, com destaque para a Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto. Outros representantes tradicionais da música cearense são os seresteiros e repentistas.

Dos anos 1980 em diante, cresceu bastante o chamado forró eletrônico, que adotou novos instrumentos e absorveu muitas influências de diversos estilos populares, afastando-se um pouco da tradição do "pé-de-serra" e ganhando grande popularidade no estado.[224]

O importante momento musical dos anos 1960, no qual floresceram a MPB e o tropicalismo no Brasil, também teve grande influência no Ceará, onde se revelaram artistas como Ednardo, Belchior, Fagner, Amelinha, J. Camelo Ponte e outros, alguns dos quais conseguiram projeção nacional, recebendo da crítica musical o apelido de "pessoal do Ceará".[223]

Inusitadamente, o Ceará tem também tido certo destaque na música clássica brasileira, embora aí não encontre grandes incentivos. Um dos mais destacados compositores clássicos brasileiros foi o cearense Alberto Nepomuceno, considerado o "pai" do nacionalismo na música erudita do Brasil,[225] que em Fortaleza batiza o Conservatório de Música Alberto Nepomuceno. Outro representante da música clássica foi o renomado regente Eleazar de Carvalho, um dos fundadores da Orquestra Sinfônica Brasileira e professor de maestros célebres, como Claudio Abbado e Zubin Mehta.[226] Em sua homenagem foi criada a Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho. Nessa seara, há também iniciativas que unem a música à filantropia como a Orquestra Filarmônica da Chapada do Araripe,[227] em Araripe e a Sociedade Lírica do Belmonte,[228] no Crato.

Religião[editar | editar código-fonte]

A romaria em honra a São Francisco das Chagas, em Canindé, é considerada a segunda maior romaria do mundo. Cerca de 2,5 milhões de romeiros franciscanos de todo o país peregrinam até a Basílica de São Francisco das Chagas e Estátua de São Francisco.

A religião é muito importante na cultura da maior parte dos cearenses, sendo um fator de extrema importância na construção da identidade do povo do estado. O Cristianismo é a religião de hegemonia no Ceará e a Igreja Católica é a confissão cristã que mais deixou marcas na cultura cearense. Foi a única reconhecida pelo governo até 1883, quando, na capital do Estado, foi fundada a Igreja Presbiteriana de Fortaleza.[229] A confissão católica cearense adota vários elementos de origem popular e apresenta influências de crenças indígenas. Uma grande parcela das manifestações cristãs tradicionais no Ceará sofre forte influência do sincretismo religioso.

Durante todo o século XX, várias igrejas se instalaram no Estado e no final desse século houve um aumento considerável de pessoas de outras religiões. Contudo, o Ceará é ainda o segundo estado brasileiro com maior proporção de católicos, 85% da população, segundo dados de 2000.[230] Os evangélicos são 8,2%, os espíritas, 0,4%, os membros de outras religiões, 0,9%, e os sem religião, 3,7%.[231]

O catolicismo tem uma extensa rede de igrejas e organizações religiosas em todo o Ceará. A Província Eclesiástica de Fortaleza, encabeçada pela Arquidiocese de Fortaleza, lidera oito dioceses: Quixadá, Iguatu, Tianguá, Crato, Crateús, Limoeiro do Norte, Sobral e Itapipoca. A Igreja Católica foi uma grande força política no passado, sobretudo até a primeira metade do século XX, época em que organizações católicas influenciaram decisivamente os rumos da política estadual.[232]

Cada um dos 184 municípios cearenses possui seu padroeiro. O padroeiro do Ceará é São José. O seu dia no calendário religioso, 19 de março, é feriado estadual. Segundo a tradição popular cearense e a tradição dos Profetas da chuva, essa data tem grande significado, pois, se nesse dia houver chuva, o "inverno" (estação chuvosa) estará garantido. Do contrário, a seca estará inegavelmente caracterizada.[233] Essa data, curiosamente, coincide com o equinócio.

A fé sertaneja, muitas vezes associada ao messianismo e marcada por profunda relação com os santos, rituais e datas religiosas, foi e continua sendo bastante influente na história cearense e nos costumes e festejos cearenses. A cidade de Juazeiro do Norte surgiu de um assentamento que, sob orientação do Padre Cícero, considerado pela fé popular um santo, tornou-se um local de peregrinação religiosa e, nos últimos anos, atrai milhares de crentes de vários locais do Brasil. Outro local de grande peregrinação religiosa no Ceará é a cidade de Canindé que abriga um importante santuário em devoção a São Francisco, considerado o maior das Américas.[234] A cidade possui, ainda, a maior estátua de São Francisco do mundo. O Santuário Nossa Senhora Imaculada Rainha do Sertão, em Quixadá, tem se tornado outro centro de peregrinação católica. Também esta presente na devoção cearense a Festa do Senhor do Bonfim, em Icó, que reúne milhares de fiéis defronte ao Santuário do Senhor do Bonfim.

Maçonaria e Rotary[editar | editar código-fonte]

A maçonaria chegou ao Ceará por meio de personagens ilustres da história. O governador Sampaio foi ativo na luta contra os revolucionários maçons da Revolução Pernambucana de 1817 que alcançaram a província. Alguns destes, notadamente os ligados a família Alencar, foram perseguidos e, em 1824, durante a Confederação do Equador foram presos e executados, como Azevedo Bolão, Feliciano Carapinima, Francisco Ibiapina e Padre Mororó.[41]

Consta que José Martiniano de Alencar manteve reuniões da maçonaria em sua residência durante seus governos, mas não foi formalizada a criação de loja maçônica nesse período. A primeira loja maçônica foi a Luz do Aracati, surgida em 1834, em Aracati, do Rito Escocês, subordinada ao Grande Oriente Lusitano.[235] A loja Fraternidade Cearense, criada em 1859, é a mais antiga ainda em funcionamento no estado.[236]

Atualmente existem várias organizações de Obediências Maçônicas no estado, destacando-se a Grande Loja Maçônica do Ceará, fundada em 1928,[237] sendo a primeira do gênero no estado, o Grande Oriente Estadual do Ceará, fundado em 1937,[238] e o Grande Oriente do Ceará, fundado em 1973.[239]

Em 7 de maio de 1934, instala-se, solenemente, no prédio do Palace Hotel, o Rotary Club de Fortaleza, filiado ao Rotary International, em ágape presidido por Lauro Barbosa, que empossou a primeira diretoria, tendo à frente Pedro Philomeno Ferreira Gomes e Raimundo Girão. Na ocasião, foi lançado o primeiro número do Boletim do Rotary Club.[240]

Esporte[editar | editar código-fonte]

Estádio Castelão, o quarto maior estádio do Brasil, sede da Copa das Confederações FIFA 2013, Copa do Mundo FIFA 2014 e palco de vários shows nacionais e internacionais.[241]
Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza. Local de grandes disputas e tradicionais clássicos entre os times locais.

No Ceará, a vaquejada é muito popular e faz parte da raiz cultural cearense. São realizadas anualmente mais de cem vaquejadas, além do hipismo, que também é bastante popular, notadamente em Fortaleza e Sobral, cidades com grande tradição em corridas de cavalo. Sobral tem um dos clubes de hipismo mais antigos do Brasil, o Derby Clube Sobralense fundado em 1871.[242] O Jockey Club Cearense, em Fortaleza, é outro centro tradicional de turfe no Ceará.[243]

O futebol é o esporte mais popular no estado. O Estádio Castelão é um dos maiores do Brasil e abriga os principais jogos do Campeonato Cearense de Futebol. Na capital, os principais clubes são Ceará Sporting Club, Ferroviário Atlético Clube e Fortaleza Esporte Clube. No interior, Guarany Sporting Club e Icasa são os mais bem sucedidos. Com a escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo FIFA de 2014, a cidade de fortaleza sagrou-se como uma das sedes mais bem organizadas do torneio, além de ter sido uma das com maior movimentação turística estrangeira, a partir do esforço conjunto do Governo do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza. No futebol de salão, o Ceará foi destaque durante o início da Taça Brasil de Futsal com o time Sumov Atlético Clube. Em decorrência de sua importância para o esporte, o estado é sede da Confederação Brasileira de Futebol de Salão.[244]

O Ceará foi o primeiro estado do Nordeste a ter um pista de automobilismo [245] com a construção do Autódromo Internacional Virgílio Távora em 1969. Atualmente, abriga provas de várias categorias nacionais e locais tais, como Fórmula Truck, Pick-up Racing, Fórmula 3 e CTM2000. O motociclismo tem seu espaço em várias modalidades, mas as categorias de rali são as mais populares, inclusive no automobilismo, com o Rally dos Sertões, evento que desperta interesse e audiência significativos do povo cearense.[246] Fortaleza é, inclusive, um dos mais tradicionais pontos de chegada do torneio.

No estado se pratica quase todas as modalidades de esportes olímpicos. Recentemente, foram criadas federações de esportes até então pouco populares, como o pentatlo moderno,[247] badminton [248] e ginástica.[249] Alguns dos esportes populares que rendem bons atletas são o vôlei de praia, com os atletas como Franco Neto, Shelda Bede e Márcio Araújo, e o tênis de mesa, com o atleta Thiago Monteiro, o atual campeão brasileiro e pan-americano.[250]

Por ter um extenso litoral, o Ceará também tem destaque em esportes náuticos, como o beach soccer, kitesurf, windsurf, wakeboard, sandboard e surf. Tita Tavares, por exemplo, é uma das maiores surfistas do Brasil. O triatlon e mergulho também são atividades com boa organização e desenvolvimento no estado. Outros esportes de aventura praticados no Ceará são o pára-quedismo, rappel, escalada, trekking, orientação e voo livre. Em Quixadá, cuja geografia é marcada por colinas e inselbergs, a prática de esportes como o rappel e o voo de asa-delta ganharam destaque internacional.[251]

Entre as lutas, vários esportes são notavelmente praticados, destacando-se o wushu, vale-tudo, capoeira e taekwondo. Outras modalidades existentes são o boxe, aikido, hapkido, jiu-Jitsu, judô, karatê, kung fu, luta de braço e wrestling.[244] O tiro esportivo é bem organizado, com vários clubes e atletas.[carece de fontes?]

Está em andamento em Fortaleza a construção do Centro de Formação Olímpica do Nordeste. Voltado para o desporto educacional, desporto participativo e, principalmente, desporto de alto rendimento, o centro formará, juntamente com a Arena Castelão, o maior complexo de formação olímpica do Brasil.[252] O Centro abrigará instalações, áreas e equipamentos para a formação esportiva de alto nível em 26 das 32 modalidades olímpicas apresentadas nas Olimpíadas de 2016, além de uma das maiores arenas indoor do país.

Pontos turísticos[editar | editar código-fonte]

Aracati, um dos municípios cearenses com maior apelo turístico.

O Ceará é um dos estados com maior faixa litorânea, e vem dessa grande extensão boa parte de sua fama turística. As praias de maior destaque são: Jericoacoara (incluindo Lagoa Azul e Lagoa do Paraíso), Praia do Futuro, Canoa Quebrada, Cumbuco, Praia de Flecheiras, Praia de Morro Branco, Praia de Ponta Grossa, Praia de Tatajuba, Lagoinha, Porto das Dunas, na qual está o Beach Park, um dos maiores parques temáticos da América Latina,[253] dentre outras.

Beach Park, um dos maiores parques aquáticos da América Latina.

Alguns dos espaços culturais importantes do estado são: Casa de José de Alencar (que abriga o Museu da Renda, o Museu da Antropologia, a Pinacoteca Floriano Teixeira e a Biblioteca Braga Montenegro), Museu da Imagem e do Som do Ceará, Museu do Ceará, Theatro José de Alencar, um dos mais importantes exemplos da arquitetura art nouveau no Brasil, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, que abriga, dentre outras instalações, o Museu de Arte Contemporânea do Ceará e o Museu da Cultura Cearense, Museu Sacro São José de Ribamar e Museu Dom José [254] ambos importantes museus de arte sacra do Brasil, Museu da Cachaça, dentre outros, e os centros históricos da cidades de Sobral, Icó, Aracati e Viçosa do Ceará, tombados como patrimônio nacional pelo IPHAN.

Outras atrações destacáveis são: Arquivo Público do Estado do Ceará, Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel, Casa de Juvenal Galeno, Centro Cultural Bom Jardim, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho, Sobrado do Doutor José Lourenço, Academia Cearense de Letras, Instituto do Ceará, Instituto Cultural do Cariri, Museu dos Inhamuns, Academia Sobralense de Estudos e Letras.[255]

Festas e eventos[editar | editar código-fonte]

Canindé, município com renomado turismo religioso.

O Miss Ceará é um dos eventos de maior tradição do estado. Sua primeira edição ocorreu em 1955, e logo com a eleição de Emília Barreto Correia Lima como Miss Brasil, segunda eleita na história do concurso.[256] Outra Miss Brasil do Ceará foi Flávia Cavalcanti Rebelo, apesar de ser natural de Salvador, representava o Ceará na competição nacional. Vanessa Vidal, Miss Ceará de 2008, ficou em segundo lugar e foi a primeira concorrente a Miss Brasil com deficiência auditiva.[257]

O Cine Ceará é um dos mais importantes festivais de cinema do Brasil.[258] Acontece em Fortaleza, anualmente, desde 1991, e, desde 2006, o festival recebe produções internacionais.[259]

O Fortal é uma micareta que acontece anualmente desde 1991, sempre no final de julho. Várias outras micaretas menores ocorrem em cidades do interior. Um dos maiores festivais de música pop do Brasil, o Ceará Music, que acontece anualmente desde 2001 reunindo várias bandas nacionais e internacionais.[260]

A maior festa religiosa no Ceará, assim como em grande parte do Nordeste, ocorre em junho, com as festas juninas. Durante esse mês, o forró é o ritmo mais ouvido e tocado em todo o estado [223] e comidas e vestimentas típicas são comuns nas ruas e praças de quase todas as cidades, destacando-se Juazeiro do Norte, com o Juaforró. O carnaval também é outra grande festa, com destaque para as folias organizadas nas cidades litorâneas. Outra grande festa religiosa é o Halleluya que acontece anualmente desde 1995. No setor agropecuário, o evento de destaque no Ceará é a ExpoCrato, considerado o maior evento do gênero no Norte-Nordeste e o quinto maior do país, realizado anualmente em na cidade do Crato.[261]

Os dois principais espaços para realização de feiras, eventos e convenções do Ceará são o Centro de Eventos do Ceará, o segundo maior do Brasil, e o Centro de Convenções Edson Queiroz.[262] O Siará Hall é outro importante espaço de eventos do Ceará.[263]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Área Territorial Oficial - Consulta por Unidade da Federação. Visitado em 9 de setembro de 2013. Cópia arquivada em 9 de abril de 2014.
  2. Estimativas da população residente no Brasil e Unidades da federação com data de referência em 1º de julho de 2015 (PDF) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (28 de agosto de 2015). Visitado em 28 de agosto de 2015.
  3. Contas Regionais do Brasil – 2012 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Visitado em 01 de dezembro de 2014.
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  5. a b PNUD Brasil. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, 2010 - Todos os Estados do Brasil. Visitado em 29 de julho de 2013.
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Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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