Comissão Interamericana de Direitos Humanos
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) é uma das duas entidades que integram o Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos, junto à Corte Interamericana de Direitos Humanos, tendo sua sede em Washington. A Comissão é composta por sete juristas eleitos por mérito e títulos pessoais, e não como representantes de nenhum governo, mas representam aos países membros da Organização dos Estados Americanos (OEA).
É um órgão da OEA criado para promover a observância e defesa dos Direitos Humanos, além de servir como instância consultiva da Organização nesta matéria.
Funções[editar | editar código-fonte]
A Comissão, com relação aos Estados-membros da OEA, tem as seguintes atribuições:
- Estimular a consciência de respeito aos direitos humanos nos povos das Américas;
- Formular recomendações, quando julgar conveniente, aos governos dos Estados-membros, para que adotem medidas progressivas em favor dos Direitos Humanos, dentro da esfera de competência de suas leis internas e de suas Constituições, e ainda para que sejam implementadas medidas e dispositivos para o devido fomento e respeito desses direitos;
- Preparar estudos e informes que julgue convenientes para o desempenho de suas funções;
- Solicitar aos governos dos Estados-membros que lhe forneçam informes sobre as medidas que adotem em matéria de Direitos Humanos;
- Atender às consultas que, por meio da Secretaria Geral da OEA, lhe formulem os Estados-membros em questões relacionadas aos Direitos Humanos e, dentro de suas possibilidades, prestar-lhes o assessoramento porventura solicitado;
- Expedir um informe anual à Assembleia Geral da Organização, no qual se exponha a devida situação dos regimes jurídicos aplicáveis aos Estados-membros signatários da Convenção Americana de Direitos Humanos, e também daqueles que não são partes desta;
- Realizar observações in loco num Estado, com a anuência devida ou a convite do respectivo governo; e
- Apresentar ao Secretário Geral o programa prévio da Comissão para que este o submeta à apreciação da Assembleia Geral da OEA.
Com relação aos Estados signatários da Convenção Americana de Direitos Humanos, a Comissão tem as seguintes atribuições:
- Diligenciar as petições e outras comunicações, de conformidade com o disposto nos artigos 44 a 51 da Convenção;
- Comparecer diante da Corte Interamericana de Direitos Humanos, nos casos previstos pela Convenção;
- Solicitar à Corte Interamericana de Direitos Humanos que tome as medidas provisionais que considere pertinentes em assuntos graves e urgentes que ainda não estejam submetidos a seu julgamento, quando se julgue necessário para evitar danos irreparáveis às pessoas;
- Consultar a Corte acerca da interpretação da Convenção ou de outros tratados internacionais sobre a proteção dos Direitos Humanos entre os Estados americanos;
- Submeter à consideração da Assembleia Geral da OEA projetos de protocolos adicionais à Convenção Interamericana de Direitos Humanos, com o fim de incluir progressivamente ao regime de proteção da mesma outros direitos e liberdades; e
- submeter à Assembleia Geral para que, julgando conveniente, e por condução pelo Secretário Geral, propostas de emenda à Convenção.
Com relação aos Estados-membros da OEA, que não sejam signatários da Convenção Interamericana de Direitos Humanos, a Comissão terá, ainda, as seguintes atribuições:
- Prestar particular atenção à tarefa de observância dos Direitos Humanos mencionados nos artigos I, II, III, IV, XVIII, XXV e XXVI da Declaração;
- Examinar as comunicações que lhe sejam dirigidas e qualquer informação disponível; dirigir-se ao governo de qualquer dos Estados-membros não signatários da Convenção, com o fim de obter as informações que considere pertinentes e formular-lhes recomendações, quando assim julgar apropriado, para tornar mais efetiva a observância dos Direitos Humanos fundamentais;
- Verificar, como medida prévia ao exercício da atribuição anterior, se os processos e recursos de cada Estado-membro não signatário da Convenção foram devidamente aplicados e esgotados.
Composição[editar | editar código-fonte]
Seus membros devem ser pessoas da mais elevada autoridade moral, e reconhecido saber jurídico em matéria de Direitos Humanos. Não podem compor a Comissão mais de um nacional de um mesmo pais ou cidade
Os membros da Comissão são eleitos a título pessoal pela Assembleia Geral da OEA, de uma lista de candidatos proposta pelos governos dos Estados-membros. São eleitos para um período de quatro anos, e apenas uma reeleição é permitida.
No ano de 2005 eram membros da Comissão:
- Clare Kamau Roberts (Antigua e Barbuda), presidente
- Susana Villarán de la Puente (Peru), primeiro vice-presidente
- Paulo Sérgio Pinheiro (Brasil), segundo vice-presidente
- José Zalaquett (Chile)
- Evelio Fernández Arévalos (Paraguai)
- Freddy Gutiérrez Trejo (Venezuela)
- Florentín Meléndez (El Salvador)
Em 2007 formam a Comissão:
- Evelio Fernández Arévalos (Paraguai)
- Paulo Sérgio Pinheiro (Brasil)
- Florentín Meléndez (El Salvador)
- Clare Kamau Roberts (Antigua e Barbuda)
- Freddy Gutiérrez Trejo (Venezuela)
- Paolo Carozza (Estados Unidos)
- Víctor Abramovich (Argentina)
Após eleição parcial em 2013, a Comissão ficou composta por:
- Tracy Robinson (Jamaica)
- Rose-Marie Belle Antoine (Trinidad e Tobago e Santa Lúcia)
- Felipe González (Chile)
- José de Jesús Orozco Henríquez (México)
- Rosa María Ortiz (Paraguai)
- Paulo Vannuchi (Brasil)
- James L. Cavallaro (Estados Unidos)
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Sistema Interamericano de Proteção aos Direitos Humanos
- Corte Interamericana de Direitos Humanos
- Convenção Americana de Direitos Humanos
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Comissão Interamericana de Direitos Humanos (sítio oficial) (Em espanhol)
- Comissão Interamericana de Direitos Humanos, publicações (Em espanhol)