Floresta da Tijuca
Floresta da Tijuca | |
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Floresta da Tijuca. Ao fundo, a Pedra da Gávea. | |
Localização | Rio de Janeiro, Brasil |
Localidade mais próxima | Rio de Janeiro (cidade) |
Dados | |
Área | |
Criação | 6 de julho de 1961 |
Coordenadas | |
A Floresta da Tijuca é um dos quatro setores em que se divide o Parque Nacional da Tijuca,[1] no município do Rio de Janeiro, no Brasil. O parque, que possui 3 972 hectares,[2] é a quarta maior área verde urbana do país,[3] atrás apenas do Parque Estadual da Cantareira (7 916,52 hectares),[4] da Reserva Floresta Adolpho Ducke (10 000 hectares) em Manaus[5] e do Parque Estadual da Pedra Branca (12 500 hectares).[6] [7]
Índice
Topônimo[editar | editar código-fonte]
"Tijuca" é um nome com origem na língua tupi e significa "água podre", de ty ("água") e îuka ("podre").[8] O nome é uma referência à região da Lagoa da Tijuca, que possui muito mangue e água parada e que se localiza no sopé da Floresta da Tijuca.[9] A Floresta da Tijuca ficava no caminho para a Lagoa da Tijuca, razão pela qual acabou por adquirir o nome dessa lagoa.
Características[editar | editar código-fonte]
Trata-se de vegetação secundária, uma vez que é fruto de um reflorestamento promovido à época do Segundo Reinado, quando se tornou patente que o desmatamento causado pelas fazendas de café estava prejudicando o abastecimento de água potável da então capital do Império. Vivem, no parque, mais de 230 espécies de animais e aves: entre eles, macaco-prego, quati, cutia, cachorro-do-mato, sagui, beija-flor e sabiá.[10]
História[editar | editar código-fonte]
No início do século XIX, após longo período de devastação para uso da madeira e lavouras de cana-de-açúcar e café, a cidade começou a sofrer com a falta de água potável, pois, sem a proteção da vegetação, os mananciais começaram a secar. Por isso, a partir de 1862, Dom Pedro II ordenou o reflorestamento do local.[10] A missão foi confiada ao major da polícia militar Archer, que iniciou o trabalho com seis escravos. Foram plantadas 100 000 mudas em treze anos, principalmente espécies nativas da Mata Atlântica.
O substituto do major Archer, o barão d'Escragnolle, empreendeu um trabalho de paisagismo, transformando a floresta em um belo parque para uso público, com áreas de lazer, fontes e lagos.
Ao longo do tempo, as administrações apresentaram políticas de manejo da flora diferentes, algumas com ênfase à flora nativa, outras, dirigindo maior importância ao aspecto paisagístico, a começar pela introdução de plantas exóticas.
Exemplo dessa difícil convivência é a jaqueira. Aqui introduzida, demonstrou excelente adaptação, convertendo-se atualmente em um problema, uma vez que, pelo seu porte avantajado e o de seus frutos (dos quais sessenta por cento das sementes vingam), é tida quase como uma praga.
Recreação[editar | editar código-fonte]
A Floresta da Tijuca é uma importante área de lazer com trilhas e espaços privilegiados para prática de esportes, ciclismo, corrida e montanhismo. Dispõe de praças com brinquedos para crianças, espaços reservados para churrascos, confraternizações familiares e comunitárias e restaurantes. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, é a Área de Conservação federal mais visitada do país,[11] recebendo uma média de 2 milhões de visitantes ao ano.
É um local adequado à educação ambiental de crianças e adultos, possibilitando a integração harmoniosa entre o homem e a natureza. A administração do Parque oferece passeios com guia aos sábados e domingos e, mediante agendamento, para escolas e grupos durante a semana. Diferentes empresas especializadas em turismo de aventura e ambiental também realizam passeios pela floresta. Na área cultural, abriga o Museu do Açude.
Suas inúmeras trilhas são mais ou menos demarcadas e sinalizadas. Algumas permitem passeios sem guia; em outras, este é recomendável. Entretanto, não existem restrições, pois o policiamento atua apenas em caráter informativo.
As trilhas são classificadas por diversos níveis de dificuldade, e permitem o contato com a natureza tanto para crianças e idosos, quanto para aventureiros. O Centro de Visitantes da Floresta comercializa mapas e guias a preço de custo. A obediência às regras do parque é imprescindível para a conservação das matas. Turistas podem informar-se a respeito no Centro de Visitantes.
Principais Atrações[editar | editar código-fonte]
Morros com Vistas Privilegiadas[editar | editar código-fonte]
- Pico da Tijuca (a 1 022 metros acima do nível do mar)[12]
- Pico da Tijuca-Mirim (contraforte do Pico da Tijuca)
- Bico do Papagaio (a 975 metros acima do nível do mar)
- Morro dos Castelos da Taquara
- Pedra do Conde (a 728 metros acima do nível do mar)
- Morro da Cocanha
- Morro do Corcovado (744 metros acima do nível do mar)
- Morro do Anhanguera
- Caminho do Inferno
Grutas[editar | editar código-fonte]
- Gruta Paulo e Virgínia (a 561 metros acima do nível do mar)
- Gruta Bernardo de Oliveira
- Furna Luís Fernandes
- Furna do Belmiro
- Gruta dos Morcegos
Pontos de Interesse[editar | editar código-fonte]
- Restaurante Cascatinha
- Cascatinha Taunay, no rio Cachoeira
- Capela Mayrink, com um tríptico de Cândido Portinari.
- Lago das Fadas
- Cachoeira das Almas
- Bom Retiro
- Mirante do Excelsior (a 611 metros acima do nível do mar)
- a Fazenda e o Bosque dos Eucaliptos
- a Cascata Gabriela
- o Jardim dos Manacás com a Fonte Wallace
- o Açude da Solidão
- o Centro de Visitantes - com a exposição permanente Uma Floresta na Metrópole, em parte interativa, com dioramas, maquete no tamanho de três por dois metros com diferentes pontos de interesse, com luzes informativas, paineis interativos, vídeos, dados sobre a história, dados geológicos, hidrológicos, fauna, flora, reflorestamento, arqueologia, ciclos madeireiros, chá, cana-de-açúcar, café, com maquete de uma antiga fazenda produtora de café-Mocke e outras maquetes exemplificando a derrubada da mata, a caça ilegal e o tráfico de animais.
Trilhas[editar | editar código-fonte]
Existem dezenas de trilhas, como:[13] [14]
- Caminho das Almas
- Caminho da Cachoeira
- Trilha da Caveira
- Trilha da Cova da Onça
- Estrada do Excelsor
- Trilha do Anhanguera
- Trilha do Tijuca
- Trilha do Papagaio
Há uma grande diversidade de trilhas, com diferentes trajetos, níveis de dificuldade e duração. Algumas trilhas são circulares, de modo que o caminhante irá terminar a trilha em um ponto diferente do seu início. Em outros casos, os pontos de início e fim da caminhada são os mesmos. De acordo com a disposição do visitante, podem ser realizados circuitos, percorrendo-se grandes extensões no interior do Parque.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- CASTRO MAYA, Raymundo Ottoni de. A Floresta da Tijuca. Rio de Janeiro: Bloch, 1967. 112p. il. mapa.
- SIMAS AMON, Gabriel. Mirante do Excelsor. Tijuca, Rio de Janeiro: Bloch, 1990. 112p. mapa.
Referências
- ↑ Parque Nacional da Tijuca. Disponível em http://www.corcovado.org.br/sobreoparque.php. Acesso em 10 de fevereiro de 2015.
- ↑ Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) – Floresta da Tijuca
- ↑ SCRI - UFRJ - Rio de Janeiro - A Cidade
- ↑ Plano de Manejo do Parque Estadual da Cantareira Junho de 2009
- ↑ http://peld.inpa.gov.br/sitios/ducke
- ↑ Parque Estadual da Pedra Branca – A maior floresta urbana do mundo
- ↑ Fundação Instituto Estadual de Florestas do Rio de Janeiro (IEF) – Jovens da Maré visitam o Parque Estadual da Pedra Branca Agosto de 2007
- ↑ NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 602.
- ↑ http://www.marcillio.com/rio/entijuca.html
- ↑ a b Parque Nacional Tijuca. Visitado em 17 de abril de 2014.
- ↑ ICMBio - Parque Nacional da Tijuca
- ↑ Terra Brasil – Informações sobre o Pico da Tijuca
- ↑ Terra Brasil – Mapa das Trilhas da Floresta da Tijuca
- ↑ Clube dos Aventureiros - Guia de Trilhas do Parque Nacional da Tijuca - Setor Floresta da Tijuca