França Equinocial

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História[editar | editar código-fonte]

O império colonial francês[editar | editar código-fonte]

O Império colonial francês no Novo Mundo também incluía a Nova França ("Nouvelle France") na América do Norte, particularmente no que é hoje a província do Québec, no Canadá, e a França Antártica ("France Antarctique"), na atual cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. As nações ibéricas consideravam que esses assentamentos violavam não apenas a bula papal de 1493, como o Tratado de Tordesilhas (1494), documentos que dividiam o globo igualmente entre ambas, excluindo as demais nações dessa partilha.

Desde 1594 Jacques Riffault estabelecera em "Upaon-açu" (ilha de São Luís) uma feitoria, deixando-a a cargo de seu compatriota Charles dês Vaux, que havia conquistado a amizade dos indígenas, alcançando inclusive o domínio da língua nativa. Dês Vaux, indo à França, causaria a vinda de Daniel de La Touche, por determinação de Henrique IV de França numa viagem de reconhecimento. Não obstante aquele soberano ter sido assassinado nesse meio-tempo, La Touche, entusiasmado com a terra, obteve de Maria de Médicis, regente na menoridade de Luís XIII de França, a concessão para estabelecer uma colônia ao sul do Equador, 50 léguas para cada lado do forte a ser construído.

A França Equinocial[editar | editar código-fonte]

O estabelecimento da chamada França Equinocial iniciou-se em Março de 1612, quando uma expedição francesa partiu do porto de Cancale, na Bretanha, sob o comando de Daniel de La Touche, Senhor de la Ravardière. Este nobre, que em 1604 havia explorado as costas da Guiana com o navegador Jean Mocquet, havia tido os seus planos de colonização do Novo Mundo adiados devido à morte de Henrique IV de França em 1610. Agora, com cerca de quinhentos colonos a bordo de três navios - "Régente", "Charlote" e "Saint-Anne" -, dirigia-se à costa norte do atual estado brasileiro do Maranhão.

Maragnon. Frans Jansz, 1645

Para facilitar a defesa, os colonos estabeleceram-se numa ilha, onde fundaram um povoado denominado de "Saint Louis" (atual São Luís), em homenagem ao soberano, Luís XIII de França (1610-1643). No dia 8 de Setembro de 1612, frades capuchinhos rezaram a primeira missa, tendo os colonos iniciado a construção do "Fort Saint Louis".

Em sua extensão máxima, o território sob domínio da França Equinocial se estendia desde o litoral maranhense, até o norte do atual estado do Tocantins, dominando também quase todo o leste do Pará e boa parte do Amapá. Os franceses estabeleceram inúmeras colônias de povoamento, dentre as mais destacadas (após São Luis), estava a de Cametá, as margens do Rio Tocantins no território do Pará. Os franceses foram os primeiros a chegarem á foz do Rio Araguaia (região do Bico do Papagaio) em 1613.[1]

Cientes da presença francesa na região, os portugueses reuniram tropas a partir da capitania de Pernambuco, sob o comando de Alexandre de Moura. As operações militares culminaram com a capitulação francesa em 4 de novembro de 1615. [2]

Poucos anos mais tarde, a partir de 1620, iniciou-se o afluxo de colonos portugueses, tendo a povoação de São Luís começado a crescer, com uma economia baseada principalmente na agro-manufatura açucareira.

Por sua vez, os franceses fizeram novas tentativas de colonização mais ao norte, na foz do rio Amazonas (de onde também foram expulsos) e na região da atual Guiana Francesa, em 1626 onde lograram sucesso. Caiena viria a ser fundada em 1635 por iniciativa da "Compagnie de la France Équinoxiale" (criada nesse ano e recriada em 1645, tendo sido encerrada por duas vezes por dificuldades de gestão). O estabelecimento francês na Guiana só viria a firmar-se, entretanto, após 1674, quando passou para a administração direta da Coroa Francesa, administrada por um Governador nomeado pelo soberano. Atualmente, a Guiana Francesa é um departamento da França continental.

Curiosidades[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Tocantins River Encyclopedia of Latin American History and Culture.
  2. Invasões francesas no Brasil - Portal São Francisco

Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • ABBEVILLE, Claude d'. Historie de la mission des pères capucins en l'isle de Maragnan et terres circonvoisines. Paris, 1614.
  • GAFFAREL, Paul Louis Jacques. Histoire du Bresil français au seizième siècle. Paris: Maison Neuve, 1878.
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