Língua italiana

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Italiano (Italiano)
Falado em: Itália, Suíça, San Marino, Vaticano, Eslovênia, Croácia, Somália, Eritreia, Etiópia, Líbia por parte significativa da população de Malta, Córsega e Nice (França), Principado de Mônaco, Albânia e, em menor escala, e, além de comunidades de descendentes de imigrantes no Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela, Austrália, México, Canadá, Estados Unidos, Alemanha, França, Bélgica, Reino Unido e Luxemburgo.
Região: Europa ocidental
Total de falantes: 70 milhões
Posição: 19
Família: Indo-europeu
 Itálico
  Românico
   Ítalo-ocidental
    Ítalo-dalmato
     Italiano (Italiano)
Escrita: Alfabeto latino
Estatuto oficial
Língua oficial de: Itália, San Marino, Vaticano, Suíça, Eslovênia, Croácia e União Europeia
Regulado por: Accademia della Crusca
Códigos de língua
ISO 639-1: it
ISO 639-2: ita
ISO 639-3: ita
Idioma italiano.png

Mapa do mundo Italófono.

A língua italiana ou italiano (italiano) é uma língua românica falada por cerca de 70 milhões de pessoas, a maioria das quais vive na Itália. O italiano padrão baseia-se nos dialetos da Toscana e é de certo modo intermédio entre as línguas da Itália do sul e as línguas galo-românicas do norte. O italiano tem consoantes duplas (ou longas) tal como o latim, mas ao contrário da maior parte das línguas românicas modernas, como por exemplo, o francês, o espanhol ou o português. Tal como na maioria das línguas românicas (com a exceção do francês), a acentuação é distintiva.

História[editar | editar código-fonte]

A língua italiana atual deriva em grande parte do latim vulgar. Inicialmente, existiam dois tipos de latim falados até à idade média: o latim clássico falado pelos romanos mais cultos e influentes ou pelos moradores da área original de Roma, mais complexo, e o latim vulgar, que era falado pelos soldados e pelos povos dominados pelos romanos.

Uma vez que os soldados se mantinham por determinados períodos de tempo nos locais ocupados, eram, de certa forma, encarregados em impor a língua latina aos colonos, pelo que, a variante de latim vulgar se tornou a mais falada em toda a extensão do vasto Império Romano. Com a ocorrência de misturas de dialetos locais com o latim formaram-se várias das línguas atuais, tais como o português, o espanhol, o francês, o romeno e muito da essência do inglês.

O italiano é assim um caso à parte, uma vez que, com a queda do Império Romano do Ocidente e o extermínio e dispersão dos romanos, deu-se um impedimento à difusão e conservação da tradição, preservando-se apenas o latim vulgar durante a Idade Média, usado como língua de alguns pequenos estados da península Itálica e regiões circundantes bem como a língua oficial da Igreja Católica, que exercia um grande poder na época, ajudando na preservação da língua (atualmente, no Estado do Vaticano, a língua oficial ainda é o Latim, o que não dificulta em nada o contato com os italianos).

No século XIX, com a unificação dos pequenos estados da península Itálica cuja ligação comum era, basicamente, a língua, promulgou-se o italiano como língua oficial, que só não pode ser considerada como latim vulgar "puro" por ter influências das línguas da região da Toscânia.[carece de fontes?]

Língua da Itália unificada[editar | editar código-fonte]

O italiano padronizado, usado hoje na Itália, é descendente dos dialetos da Toscana, especialmente aquele falado em Florença, um dos mais importantes centros culturais da História italiana. Este dialeto ganhou prestígio sobretudo após ser usado por Dante Alighieri, o maior escritor italiano. Desta forma, o italiano padrão só era falado na região da Toscana. Com a unificação italiana, o dialeto de Florença foi escolhido como língua oficial da Itália.

Os dialetos italianos

A Itália, anteriormente dividida em diversos reinos, com línguas e dialetos próprios, só se unificou na segunda metade do século XIX. Diversos idiomas e dialetos prevaleciam entre a população do país. Estes dialetos eram, na maioria das vezes, incompreensíveis entre si. Por exemplo, um italiano que fale um dialeto do sul da Calábria não entende o dialeto de alguém do norte da Calábria. De uma cidade para outra, os dialetos italianos podem mudar completamente. Em consequência, era necessário unificar a população italiana dentro de um único dialeto que, no caso escolhido, foi o dialeto toscano.[1] [2]

Em 1861, ano do Risorgimento italiano, apenas 2,5% da população italiana se comunicava em italiano e outros 10% compreendiam a língua. A esmagadora maioria da população nem ao menos possuía conhecimento da língua. O italiano só se tornou dominante nos últimos cinquenta anos, com a alfabetização em massa da população italiana e o desenvolvimento de tecnologias como a televisão, que contribuiu para a divulgação da língua italiana. Na década de 1950, o italiano ainda perdia para os dialetos: 18% da população se comunicava na língua oficial, 18% alternava entre dialeto e italiano e 64% usava algum dialeto. Atualmente, 46% da população italiana usa apenas o italiano, 50% alterna entre italiano e dialeto e apenas 4% fala apenas dialeto. Para muitos italianos, falar dialeto é sinônimo de ignorância e falta de estudos. O italiano padrão é, então, considerado o idioma da escolaridade e da população bem-educada, enquanto os dialetos são usados sobretudo no meio rural e para se comunicar com os familiares.[1]

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

Distribuição geográfica do italiano na Europa

O italiano é língua oficial na Itália e em San Marino, e uma das línguas oficiais da Suíça. Também é a segunda língua oficial do Vaticano e em algumas áreas da Ístria, na Eslovênia e Croácia, como uma minoria italiana. Também é constantemente falado na Córsega e em Nice, antigas possessões italianas, além da Albânia.

É falado em certas partes da África, que incluem a Etiópia, Líbia, Tunísia e Eritreia. É constantemente usado por comunidades italianas vivendo no Luxemburgo, na Alemanha, Bélgica, nos Estados Unidos, no Canadá, na Venezuela, no Brasil, Uruguai, na Argentina e Austrália.

A presença de italianos é marcante em toda a América Latina. Neste caso, a presença da língua italiana, na maior parte dialetos nortenhos, é abundante no Brasil, Argentina e Uruguai. Nesses países, o espanhol e o português foram influenciados pelo italiano, particularmente em algumas regiões: (Rio Grande do Sul, São Paulo, Córdoba, Buenos Aires, Chipilo, etc)

Os dialetos[editar | editar código-fonte]

Ao lado do italiano, diversos dialetos ainda são falados pela população italiana. Porém, pesquisas mostram que, ano após ano, o uso exclusivo do italiano vem crescendo, enquanto que o uso da fala dialetal vai perdendo espaço. Em pesquisa de 2006, declararam falar exclusivamente ou prevalentemente o italiano: em família, 45,5% dos entrevistados, com amigos 48,9% e com estranhos 72,8%. Nota-se, portanto, que o dialeto é ainda bastante forte entre pessoas que têm maior grau de intimidade (familiares e amigos), enquanto o italiano prevalece nas relações com estranhos.

O uso do dialeto difere em relação às principais variáveis ​​sociais: idade, escolaridade, sexo (este menos influente). Quem usa mais os dialetos são os idosos, os iletrados e os homens, principalmente entre amigos e familiares e pouco com desconhecidos. Também há notável variação regional: na região Noroeste da Itália, assim como na região central, o dialeto é pouco usado. Por outro lado, seu uso é mais forte no Sul, nas ilhas e no Nordeste, sendo o Vêneto a região onde o dialeto tem mais força. Deve ser ressaltado, porém, que os dialetos centrais da Toscana e do Lácio são mais próximos do italiano padrão, o que diminui o uso do dialeto. Assim, 63,6% das pessoas residentes no Centro usam prevalentemente o italiano com a família, porcentagem que cai para 28,3% no Sul e 32,8% nas ilhas. Quanto às regiões, o italiano é falado com predominância na Toscana (83,9%), na Ligúria (68,5%) e no Lácio (60,7%) e menos na Calábria (20,4%), Vêneto (23,6%) e em Campânia (25,5%).[3]

No Brasil[editar | editar código-fonte]

Entre 1875 e 1935, aproximadamente 1,5 milhão de italianos emigraram para o Brasil.[4] Atualmente, 30 milhões de brasileiros são descendentes de italianos, contabilizando a maior população de origem italiana fora da Itália.[5]

Os imigrantes não falavam o italiano padrão existente hoje, mas dialetos. Na época em que estes imigrantes partiram para o Brasil, no fim do século XIX, o uso do dialeto era ainda mais forte, visto que poucos italianos eram alfabetizados e tinham conhecimento suficiente do italiano padrão que ainda começava a se difundir. A imigração vêneta se concentrou no Sul do Brasil, palco para a criação de colônias rurais isoladas quase sem comunicação. Tais fatores contribuíram para o enraizamento do dialeto vêneto em certas porções do Brasil meridional. A maior parte dos falantes de vêneto no Brasil se concentra nas zonas vinícolas do Rio Grande do Sul. Por viverem de certa forma isolados na zona rural, esses italianos e descendentes foram o único grupo que conseguiu manter o idioma vivo no Brasil, falado atualmente por alguns milhares de brasileiros. O dialeto, contudo, sofreu forte influência do português, e manteve expressões e léxicos que desapareceram na Itália. Para diferenciá-lo, utiliza-se hoje o nome talian.

Desta forma, apenas o dialeto vêneto sobreviveu no Brasil. Diversos outros falares itálicos, como o napolitano (bastante difundido em São Paulo no início do século passado), emiliano, siciliano, lombardo, etc, desapareceram no Brasil. É notório, porém, que o vêneto também está ameaçado, visto que está restrito a ambientes rurais, em um país de forte aceleração urbana como é o Brasil. Em centros urbanos, como Caxias do Sul, o vêneto foi, outrora, língua corrente porém hoje é difícil encontrar seus falantes. Atualmente verifica-se um renovado interesse em se manter esse idioma minoritário do Brasil meridional através de sua inserção em currículos escolares, da mesma forma que se está fazendo com o idioma alemão nas zonas de colonização alemã e com o espanhol nas zonas fronteiriças à Argentina e ao Uruguai. O ensino da língua é obrigatório nas escolas dos municípios de Francisco Beltrão (Paraná)[6] [7] e Antônio Prado (Rio Grande do Sul)[8] [9]

Gramática[editar | editar código-fonte]

Como em português, os substantivos italianos declinam-se em função de gênero (feminino e masculino) e número (singular e plural).

A língua italiana possui três conjugações verbais.

  • 1ª - verbos que terminam em -are;
  • 2ª - verbos que terminam em -ere;
  • 3ª - verbos que terminam em -ire;

Vários linguistas e gramáticos evidenciam quatro ou cinco conjugações na língua italiana, assim querendo diferenciar na segunda os verbos com infinitivo rizotônico (prèndere, stèndere, vòlgere) dos verbos com infinitivo arrizotônicos (vedére, sapére, temére) e evidenciar na terceira a presença de verbos incoativos com interfixo -isc- no presente do indicativo e do subjuntivo e no imperativo.

Os verbos podem ser postos em quatro modos pessoais (indicativo, conjuntivo, condicional e imperativo) e três modos impessoais (infinitivo, gerúndio, e particípio).

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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