Maranhão

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Coordenadas: 5° S, 45° W
Estado do Maranhão
Bandeira do Maranhão
Brasão do Maranhão
(Bandeira) (Brasão)
Hino: Hino do Maranhão
Gentílico: maranhense

Localização do Maranhão no Brasil

Localização
 - Região Nordeste
 - Estados limítrofes Piauí (leste), Tocantins (sudoeste) e Pará (oeste)
 - Mesorregiões 5
 - Microrregiões 21
 - Municípios 217
Capital Brasão de São Luís.svg São Luís
Governo
 - Governador(a) Flávio Dino (PCdoB)
 - Vice-governador(a) Carlos Brandão (PSDB)
 - Deputados federais 18
 - Deputados estaduais 42
 - Senadores Edison Lobão (PMDB)
Roberto Rocha (PSB)
João Alberto (PMDB)
Área  
 - Total 331 937,450 km² () [1]
População 2015
 - Estimativa 6 904 241 hab. (10º)[2]
 - Densidade 20,8 hab./km² (16º)
Economia 2012[3]
 - PIB R$58.820.000.000,00 (16º)
 - PIB per capita R$8.760 (26º)
Indicadores 2010[4]
 - Esper. de vida 69,7 anos (26º)
 - Mort. infantil 29‰ nasc. (26º)
 - Analfabetismo 19,31% (23º)
 - IDH (2010) 0,639 (26º) – médio [5]
Fuso horário UTC−03:00
Clima tropical Af/Aw
Cód. ISO 3166-2 BR-MA
Site governamental http://www.ma.gov.br/

Mapa do Maranhão

O Maranhão é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Localiza-se no extremo oeste da Região Nordeste. Limita-se com três estados brasileiros: Piauí (leste), Tocantins (sul e sudoeste) e Pará (oeste), além do Oceano Atlântico (norte). Sua área é de 331 937,450 km², sendo o segundo maior estado da Região Nordeste do Brasil e o oitavo maior estado do Brasil. Tem uma população de 6 794 298 habitantes. Em termos de produto interno bruto, é o quarto estado mais rico da Região Nordeste do Brasil e o 16º estado mais rico do Brasil. A capital e cidade mais populosa do Maranhão é São Luís. Outros municípios com população superior a cem mil habitantes são Imperatriz, São José de Ribamar, Timon, Caxias, Codó, Paço do Lumiar, Açailândia e Bacabal. Com redução de altitudes e regularidade da topografia, é apresentado um relevo modesto, superior a 90% da superfície inferior a 300 metros. Tocantins, Gurupi, Pindaré, Mearim, Parnaíba, Turiaçu e Itapecuru são os rios mais importantes e pertencem às bacias hidrográficas do Parnaíba, do Atlântico Nordeste Ocidental e do Tocantins-Araguaia. As principais atividades econômicas são a indústria (o trabalho de transformar alumínio e alumina, alimentícia, madeireira), os serviços, o extrativismo vegetal (babaçu), a agricultura (mandioca, arroz, milho) e a pecuária.

O Rei de Portugal Dom João III dividiu a região do Maranhão em duas capitanias hereditárias, que o monarca entregou a Aires da Cunha e Fernando Álvares de Andrade, no ano de 1535. A partir de então, até os franceses se estabelecerem em 1612 (França Equinocial), o conhecimento da área não foi tomado por Portugal. Em 1615, pelos portugueses, sob a liderança de Jerônimo de Albuquerque, foram expulsos os franceses e, em 1621, foi instituído o Estado do Maranhão e Grão-Pará. Em 1641, foi ocupada pelos neerlandeses a ilha de São Luís, de onde os portugueses os expulsaram em 1644. Desde então, foi consolidado o domínio português. Em 1774, o Maranhão se desmembrou do Grão-Pará. O Maranhão apenas aceitou a independência do Brasil em 1823, porque Portugal influiu muito fortemente, e depois que o almirante Lord Cochrane interveio, a pedido de Dom Pedro I. Em 1831, foi irrompida a Setembrada, que pregou que fossem expulsos os portugueses e os frades franciscanos, e, em 1838, a Balaiada, um movimento popular que contrariava a aristocracia rural. A economia declinou devido ao fato de que Princesa Isabel aboliu a escravidão, só vindo à recuperação na época da 1ª Guerra Mundial.

Localizado entre as regiões Norte e Nordeste do Brasil, o Maranhão possui uma grande diversidade de ecossistemas. São 640 quilômetros de extensão de praias tropicais, floresta amazônica, cerrados, mangues, delta em mar aberto e o único deserto do mundo com milhares de lagoas de águas cristalinas. Essa diversidade está organizada em cinco polos turísticos, cada um com seus atrativos naturais, culturais e arquitetônicos. São eles: o polo turístico de São Luís, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, o Parque Nacional da Chapada das Mesas, o Delta do Parnaíba e o polo da Floresta dos Guarás.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Não há uma hipótese consensual para a origem do nome do estado do Maranhão. As teorias mais aceitas são as de que Maranhão era o nome dado ao Rio Amazonas pelos nativos da região antes de os navegantes europeus chegarem ou que tenha alguma relação com o Rio Marañón no Peru. Mas há outros possíveis significados, como: "grande mentira" ou "mexerico", segundo o português antigo[carece de fontes?]. Outra hipótese seria pelo fato de o estado ter um "emaranhado" de rios[carece de fontes?]. Também pode ser referente a "mar grande"[carece de fontes?]. Ou pode ter origem na língua tupi, onde significaria "mar que corre"[6] , através da junção dos termos pará ("mar") e nhan ("correr")[7] .

No contexto da história do Brasil, a primeira referência à região como sendo o Maranhão ocorreu na época das capitanias hereditárias, com a criação da Capitania do Maranhão, em 1535.

História[editar | editar código-fonte]

Período pré-cabralino[editar | editar código-fonte]

Na época do Descobrimento do Brasil, o atual Estado do Maranhão era povoado por diferentes tribos indígenas. Os primeiros habitantes do Maranhão faziam parte de dois grupos indígenas: os tupis e os jês. Os tupis habitavam o litoral. Já os jês habitavam o interior. Os dois povos indígenas que pertencem ao grupo tupi são os guajajaras e os urubus. Os guajajaras e os urubus apenas foram pacificados em pleno século XX. Os dois povos indígenas do grupo jê são os timbiras e os sacamecras. Diversas tribos do Piauí entraram no Maranhão. Isso ocorreu no século XVIII. Naquela época, esses povos indígenas piauienses escaparam para evitar que os brancos os caçassem.

Exploração[editar | editar código-fonte]

Não existem notícias feitas com exatidão a respeito das primeiras expedições que começaram a explorar a costa maranhense. Reza a crença que, em 1500, o espanhol Vicente Yáñez Pinzón já navegou por toda a costa norte do Brasil. A viagem feita por Pinzón na costa norte do Brasil tem origem em Pernambuco e destino na foz do rio Amazonas. No meio da viagem, o navegador espanhol já atravessou o litoral do Maranhão. O mapa Terra Brasilis foi feito em 1519, de autoria do cartógrafo português Lopo Homem. Nesse mapa de domínio público, aparecem escritos alguns nomes de acidentes geográficos da costa maranhense. A partir de 1524, os franceses começaram a frequentar o litoral do Maranhão. A explicação para o motivo dessa frequência é que o litoral do Maranhão foi esquecido pelos portugueses. Naquele lugar, os franceses trocavam com os indígenas produtos da região por objetos que trouxeram da Europa.

Em 1531, Martim Afonso de Sousa chegou ao Brasil. Esse homem foi o comandante da primeira expedição que começou a colonizar a região. O militar e nobre português exigiu que Diogo Leite fosse responsável pela exploração do litoral norte. Diogo Leite aproximou-se da foz do rio Gurupi. Atualmente, o rio Gurupi serve de divisa entre os Estados do Maranhão e do Pará. A divisa entre os dois atuais estados brasileiros ficou por muito tempo conhecida como "abra de Diogo Leite”.

Início da colonização portuguesa do território maranhense[editar | editar código-fonte]

Em 1534, quando Dom João III dividiu a Colônia Portuguesa no Brasil em Capitanias Hereditárias, os portugueses ainda não chegaram a colonizar o Maranhão. Um ano depois, o monarca português concedeu a terra a três fidalgos que eram homens de sua confiança. Foram eles: João de Barros, Fernando Álvares de Andrade e Aires da Cunha. Ambos os primeiros idealizaram seu plano para a tomada de posse da capitania. Os dois donatários encarregaram sua execução a Aires da Cunha. Aires da Cunha veio ao Brasil, no mesmo ano da doação. Durante a viagem, dez veleiros, 900 homens de armas e 130 a cavalo estavam a caminho. Mas a frota afundou nas costas maranhenses devido a violento temporal e o capitão faleceu, assim como a maior parte dos integrantes. Os sobreviventes fundaram um núcleo de povoamento denominado Nazaré e passaram a explorar o terreno através dos acidentes geográficos fluviais. Entretanto, os indígenas não lhes favoreceram essa ocupação. Do núcleo de povoamento, não restou nada. Quando essa povoação foi destruída, os portugueses abandonaram-na.

Em 1539, foi a vez de outro fidalgo lusitano denominado Luís de Melo da Silva. Esse homem também teve seu navio afundado no litoral maranhense. Entretanto, retornou para Portugal em 1554. João de Barros, em 1555, mandou seus descendentes João e Jerônimo para a donataria. Naquela época, os franceses já tinham entrado ali. De acordo com narrativa de Jerônimo dirigida ao monarca português, estiveram na capitania 17 naus de franceses. Os franceses edificaram, com materiais de construção da época, casas de pedra e faziam comércio com os indígenas.

França Equinocial[editar | editar código-fonte]

As naus vindas da França continuaram a navegar no século XVI. Da tripulação dos três navios que se direcionavam ao Maranhão a maioria das pessoas permaneceu no terreno, após o fracasso da expedição. O comandante dos três navios foi o capitão Jacques Riffault. Um dos tripulantes, Charles Des Vaux, estudou o idioma indígena e prometeu que trouxesse-lhes demais franceses para governá-los e defendê-los. De retorno à França, Des Vaux adquiriu do rei Henrique IV que Daniel de la Touche, senhor de La Ravardière, fosse junto com o tripulante ao Maranhão, para comprovar as maravilhas que lhe narrara. Foi prometida a conquista do novo território para a coroa francesa.

Depois do falecimento de Henrique IV, La Ravardière retornou à França. Naquele país europeu lutou num período de 15 anos pelo projeto de fundação da denominada França Equinocial. François de Razilly, senhor de Aumelles e Razilly, e Nicolas de Harlay, senhor de Sancy, barão de Molle e de Grosbois, estiveram interessados pelo empreendimento. A rainha regente da França e Navarra, Maria de Médici, permitiu que participassem os religiosos da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos na expedição.

A esquadra francesa era constituída de três navios. Os comandantes dessa esquadra foram La Ravardiére e Razilly. Ambos foram solidários com Nicolas de Harlay. A esquadra deixou o porto de Cancale, na atual região francesa da Bretanha e chegou em 26 de julho de 1612 numa enseada maranhense. Deram o nome de Sant'Ana à ilha de menor porte onde chegaram a encostar o navio. A pequena ilha recebeu esse nome em honra à santa do dia. Ali levantaram a primeira cruz latina feita de madeira em solo maranhense. Os tripulantes da embarcação ficaram nessa ilha. Enquanto isso, Charles Des Vaux começou a conversar com os indígenas na ilha de Upaon-Açu. O segundo nome da ilha foi ilha do Maranhão e posteriormente ilha de São Luís. Ali, em 12 de agosto, foi celebrada a primeira missa solene. Foi escolhido o lugar da primeira fortificação. Com a cooperação dos indígenas, edificaram a primeira capela. Em 8 de setembro foi levantada a cruz na ilha de Sant'Ana. Abençoou-se o terreno e a fortificação recebeu o nome de Forte de São Luís. A origem do nome da cidade é uma homenagem ao rei santo da França Luís IX. Esse foi o início da cidade de São Luís.

Dois dos religiosos da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos participaram da viagem na frota da Marinha da França. Ambos os religiosos foram os primeiros a narrar em um livro essas primeiras jornadas da história maranhense. Claude d'Abbeville foi autor da obra Histoire de la mission des pères capucins en l'isle de Maragnan et terres circonvoisines (1614; História da missão dos padres capuchinhos na ilha de Maranhão e terras circunvizinhas). Esse religioso indicou os primeiros anais da região. A região foi apresentada como um paraíso terrestre. Essa visão paradisíaca foi também a do religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos Yves d'Évreux. Esse outro religioso foi autor da obra Suite d'histoire des choses plus mémorables advenues en Maragnan, ès annés 1613 et 1614 (1615; Continuação da história das coisas mais memoráveis acontecidas no Maranhão, nos anos de 1613 e 1614). No livro, o frade capuchinho relata os costumes e leis da sociedade. O livro enriquece o conhecimento do idioma nativo. Para a língua indígena foram traduzidas as principais orações do cristianismo.

Os franceses não se restringiam à tarefa de colonizar a região: carregavam em direção a Paris indígenas do Maranhão. O bispo de Paris realizou o batismo de três índios—Itapucu, depois denominado Luís Maria, que conduziu os outros indígenas ao Palais du Louvre e proferiu discurso ao monarca francês no seu idioma; Uaruajá (Luís Henrique) e Japuaí (Luís de São João), cujos padrinhos foram Luís XIII e Maria de Médici.

As narrativas dos franciscanos atribuíam também o forte de São Luís como difícil de ser conquistado. É sabido que o forte era tido como inconquistável por mais que fosse atacado por uma armada real. Enquanto isso, colonizadores vindos da Espanha e Portugal também buscavam a conquista do território. Em 19 de novembro de 1614, o português Jerônimo de Albuquerque. Esse homem comandava suas naus e seus homens. O administrador colonial lusitano ganhou contra a invasão francesa na Batalha de Guaxenduba. Os franceses na ilha e os portugueses no continente ensaiaram um descanso. Depois mandaram emissários a Madri e a Paris. Então, a proposta seria essa: a ilha seria dos franceses, e o continente, dos portugueses.

Em julho de 1615, Francisco Caldeira de Castelo Branco exigiu que La Ravardière abandonasse a terra que conquistou. Jerônimo de Albuquerque mudou-se para a ilha, construiu o Forte de São José de Itapari e passou a lutar. Em 17 de outubro, nove navios com mais 900 homens, armas, dinheiro, plantas e gado, se aproximaram da baía de São Marcos. O comandante dessa frota de nove navios foi Alexandre de Moura. A frota portuguesa desafiava a fortaleza inconquistável dos franceses. Durante o confronto entre as tropas francesa e portuguesa, Jerônimo de Albuquerque atacava por terra. La Ravardière não resistiu: em 3 de novembro devolveu a colônia, o forte, os navios e as armas. De Pernambuco, o francês foi para a Lisboa. Em Lisboa esteve aprisionado antes de voltar à França.

Ocupação holandesa[editar | editar código-fonte]

Maragnon, de Frans Jansz, 1645

Na época da invasão holandesa no Maranhão esteve aprisionado o aventureiro Gedeon Morris. Depois esse homem estaria no comando da guarnição de Flandres na capitania brasileira do Ceará. As notícias transmitidas por Gedeon Morris a respeito das condições de vida em São Luís foram ouvidas interessadamente pelos invasores do Recife. Os portugueses defendiam com dificuldade seu entendimento. A paz entre Portugal e os Países Baixos estava firmada. Naquela época, em novembro de 1641 uma frota holandesa penetrou pela barra de São Luís e depois desceu pelo Desterro e destruiu a cidade. A frota holandesa foi encabeçada por Pieter Baas. O governador Bento Maciel Parente foi aprisionado irresistivelmente. Bento Maciel Parente era veterano do sertão e assassino de indígenas.

Dez meses após a investida estrangeira, os lavradores portugueses se revoltaram contra invasão holandesa. Isso foi em conspiração com os religiosos da Companhia de Jesus que foram auxiliados por mamelucos e indígenas fiéis. Antônio Muniz Barreiros era o líder da revolta. Faleceu durante o conflito. Foi substituído por outro senhor de engenho denominado Antônio Teixeira Melo. O outeiro da Cruz naquela época ficava fora das portas da cidade. Esse local religioso foi palco dos encontros de grande crueldade. Os neerlandeses dizimaram os habitantes que ainda ficavam no pequeno burgo. Esses estrangeiros lançaram-lhe as mulheres nuas no mato. Entregaram essas pessoas aos indígenas cearenses, que os abandonaram ou mandaram como escravos aos anglo-barbadianos. Mas estes não aceitaram a compra.

Em Tapuitapera, atual município de Alcântara, no continente, Teixeira de Melo recebeu emissários do príncipe Maurício de Nassau. Maurício de Nassau lhe ofereceu o governo dos portugueses do Maranhão. Se a proposta fosse aprovada, o político teuto-neerlandês já teria se recolhido a São Luís. Mas como a proposta foi recusada, a luta continuou até fevereiro de 1644. Nessa data, os holandeses se retiraram depois de um período de 27 meses de ocupação intranquila. Desses 27, 17 meses foram um longo período de lutas.

Sobrou dos holandeses a ruína do casarão onde residiu o governador Pieter Baas. Este casarão foi derrubado em 1939. A vista do porto e a planta da cidade foram registradas por Frans Post. Os originais desses desenhos hoje são parte integrante da exposição permanente no Museu Britânico. As gravuras foram reproduzidas no grande livro de Gaspar Barlaeus sobre o Brasil holandês. Depois a gravuras foram copiadas depois para a obra de santa Teresa sobre os conflitos militares entre Portugal e os Países Baixos.

Revolta de Beckman[editar | editar código-fonte]

A Coroa Portuguesa decidiu criar a Companhia de Comércio do Maranhão em 1682. Essa era a fórmula daquela época para o desenvolvimento da nas regiões que os europeus colonizaram como os seguintes objetivos: o sistema de estanco a ser monopolizado, que teve o privilégio garantido para o comércio de produtos primeiramente necessários; a compra exclusiva e obrigatória de toda a produção do estado; e o fornecimento comprometido de escravos vindos da África, mais adequados para a dureza atarefada da agricultura em terras de clima equatorial, como forma de compensação proibitiva da caça ao indígena.

Mas a estratégia não surtiu efeito, ou seja, houve a degeneração do sistema: para a compra, o pagamento do indivíduo que representava a companhia era muito barato. Durante a venda, as cobranças eram cada vez maiores; a continuação dos religiosos da Companhia de Jesus no Brasil era a luta contra a escravidão indígena; havia fraude nos pesos e medidas; dos escravos que os portugueses prometiam não houve aparecimento; e as fazendas e os gêneros eram de qualidade inferior.

A transformação da indignação foi em revolta. O mais importante líder do movimento foi Manuel Beckman. Beckmann nasceu em Lisboa. Seu pai era alemão e sua mãe portuguesa. A profissão de Beckmann era a de senhor de engenho no Mearim. Consta que foi assinado pelos conspiradores um papel em círculo. O objetivo desse documento era para que ninguém tivesse o direito de acusação contra nenhum deles por liderar o motim. Foi confundido por Beckmann a liberdade instintiva do comércio com o preconceito feroz contra o escravo: a vulnerabilidade era do indígena vitimado. A prisão doméstica do capitão-mor Baltasar Fernandes estava perante a custódia da esposa. Em seu colégio, ficou a incomunicabilidade do jesuítas. O fechamento das entradas do estanco armazenado foi definitivo.

Não era desejo da Junta dos Três Estados (clero, nobreza e povo) a independência. Naquela época esta junta já estava constituída. O governo colonial do Brasil enviou Tomás Beckman ao reino de Portugal. Tomás era irmão de Manuel. Foi explicado por ele ao monarca lusitano que não houve revolta contra Tomás. O desejo dos conspiradores foi ser livre para comerciar—o motivo era o fechamento do estanco armazenado—e para a caça ao indígena. Por essa razão, foram expulsos pelos conspiradores os religiosos da Companhia de Jesus, que embarcaram em dois navios.

Decidiu-se criar uma guarda cívica e foram demitidos funcionários que não tiveram certeza se eram leais. Foi enviado por Beckmann um ministro plenipotenciário a Belém. Manuel Beckman dirigiu-se a Alcântara. Entretanto, não foi apoiado em ambos os lugares. Não foi aceito por Beckman uma proposta de corromper o governador Francisco de Sá de Meneses. Entretanto, foi iniciado o fracasso da chama do levante. São Luís recebeu o novo governador Gomes Freire de Andrade em 15 de maio de 1685. O militar português era comandante de uma tropa formada por 150 soldados, que confraternizaram com os soldados terrestres. Os mais importantes conjurados foram embora. O desembarque foi presenciado por Beckmann e apenas no dia posterior serviu como refúgio seu engenho. Em seu engenho ocorreu o aprisionamento do líder da revolta. A explicação para o motivo da prisão de Beckmann é essa: traiu seu afilhado Lázaro de Melo.

Foi concluído pela abertura da devassa que a introdução e a manutenção do sistema de estanco era sinônimo de calote, engano e hostilidade. Mas Gomes Freire assinou sentença lavrada contra Jorge de Sampaio, Francisco Deiró e Manuel Beckman. Foi feita a declaração de culpa destes três homens por serem criminosos contra a autoridade real. Veio a fuga de Deiró e seu enforcamento em efígie. O padecimento de Sampaio e Beckman foi causada pela coragem da pena de morte. Foi declarada a extinção por Gomes Freire do contrato do estanco. Os jesuítas foram devolvidos pela mesma pessoa que extinguiu o estanco e acertado o governo.

A continuidade dos jesuítas era a disposição dos indígenas em aldeias no início do século XVIII. As oscilações das ordens do monarca estavam num dilema: ou a declaração de guerra contra os gentios ou não atacar os que já foram conciliados. A chegada da capitão-mor Bernardo Pereira de Berredo e Castro foi em 1718. Os mineradores ainda não exploravam o cobre no Brasil em 1749. Até essa época, eram utilizados como moeda novelos de algodão ou varas de pano. A partir de 1755 a vida dos indígenas passou a pertencer a um novo regime: foi a declaração da liberdade da raça, por mais que o seu serviço fosse pedido pelos colonizadores. Entretanto, nesse caso a obrigação do colono seria o fornecimento de alimentação e de uma pequena quantidade de dinheiro. A extinção da Companhia de Jesus foi em 1760. A prisão e o embarque de 86 padres fez com que fossem as escolas fossem fechadas, que as iniciativas de povoamento fossem retraídas e que a língua geral fosse abandonada.

Marquês de Pombal e o Maranhão[editar | editar código-fonte]

Adotando ao modelo de déspota esclarecido, D. José I nomeou a Primeiro-Ministro, em Portugal, o Marquês de Pombal que teve importante papel na História do Maranhão.

Pombal fundou o Vice Reino do Grão-Pará e Maranhão com capital em Belém e subdivido em quatro capitanias (Maranhão, Piauí, São José do Rio Negro e Grão-Pará). Além disso, expulsou os jesuítas e criou a Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão cuja atuação desenvolveu a economia maranhense.

Na fase pombalina, a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão incentivou as migrações de portugueses, principalmente açorianos, e aumentou o tráfico de escravos e produtos para a região. Tal fato fez com que o cultivo de arroz e algodão ganhasse força e logo colocou o Maranhão dentro do sistema agroexportador. Essa prosperidade econômica se refletiu no perfil urbano de São Luís, pois nessa época foi construída a maior parte dos casarões que compõem o Centro Histórico de São Luís que hoje é Patrimônio Mundial da Humanidade. A região enriqueceu e ficou fortemente ligada à Metrópole, quase inexistindo relação comercial com o sul do país.

Mas os projetos do Marquês de Pombal foram abalados quando subiu ao trono D. Maria I que extinguiu a Companhia de comércio e muitas outras ações do Marquês na Colônia.

Independência[editar | editar código-fonte]

Lord Cochrane

A Capitania do Maranhão teve como último governador o Marechal do Exército de Portugal Bernardo da Silveira Pinto da Fonseca. A qualidade desse político foi a de um excelente administrador. O militar português imprimiu o jornal mais antigo já publicado no estado, O Conciliador do Maranhão, fato que marca a chegada da tipografia em território maranhense. Mas naquela época, a independência já era prevista pelo sentimento de nativismo. As duas forças que concorreram para a independência foram: uma decisiva e outra circunstancial. A força decisiva era a rebelião local. Apoiavam a rebelião local os cidadãos do Piauí e os sertanejos cearenses. Foi repetido pelos cidadãos do Piauí e sertanejos cearenses os mesmos caminhos que os índios andaram 300 anos antes na Serra da Ibiapaba. A segunda força foi circunstancial, quando estiveram presentes os navios de Lord Thomas Cochrane. Em 1823, o imperador Pedro I do Brasil contratou Lord Thomas Cochrane para ser o comandante da esquadra brasileira em combate com os colonizadores vindos de Portugal. Quando o almirante inglês esteve presente no Brasil, foi desencorajado por ele qualquer resistência tentada por parte dos colonizadores vindos de Portugal que moravam em São Luís.

Os separatistas já haviam feito o domínio das terras em direção ao litoral. Foi completada a vitória por Cochrane e assegurada a independência durante a entrada no porto e foram obrigados a se render os reforços portugueses que chegaram nos dias anteriores. Foi iniciada uma fase de disputas pelo governo. Marcou esta fase de disputas políticas o contraste entre o nativismo exaltado e o conservadorismo moderado. As disputas políticas foram redundantes em violências contrárias aos portugueses. A linha radical teve como principal representante o profissional do direito provisionado Miguel Inácio dos Santos Freire Bruce. O advogado provisionado expulsou todos os colonizadores vindos de Portugal. A redução da expulsão foi para os portugueses que não tivessem propriedade ou não fossem profissionais.

Enquanto ocupava o cargo de primeiro presidente provincial, Lord Cochrane acusou Bruce por causa da veiculação das ideias pró-república, pelo que foi preso e deposto pelo oficial da marinha britânica. O almirante inglês mandou o infrator ao Rio de Janeiro, onde foi julgado inocente. O principal expoente da tendência moderada foi José Félix Pereira de Burgos. Nomeou-se ainda primeiro comandante de armas na vila de Itapecuru (atual Itapecuru-Mirim). Foi passado então o comandante para o lado em que se encontravam os independentes. Foi assegurado a eles que o vale fosse dominado totalmente. Em troca desse favor, a ação dos portugueses foi limitada.

Os reis Dom João VI de Portugal e Dom Pedro I do Brasil tiveram como amigo pessoal o bispo D. Joaquim de Nazareth. Foi defendido por Sua Excelência Reverendíssima que o Brasil fosse unido diretamente com Portugal e que fossem desmembradas as que se chamavam "províncias austrais". O então religioso era amigo pessoal de João VI de Portugal e de Pedro I do Brasil. A força da exaltação nativista era maior que a do nacionalismo liberal de Bruce. Bruce era um nacionalista liberal e a exaltação nativista tinha estreita relação com o desejo de república. As principais pessoas que representavam o nacionalismo exaltado foram o boiadeiro baiano Salvador Cardoso de Oliveira, Domingos da Silva e o capitão-do-mato João Ferreira do Couto. O boiadeiro baiano Salvador Cardoso de Oliveira foi o primeiro defensor da independência e que fez a sua junção com os cidadãos do Piauí e do Ceará, na margem oriental do rio Parnaíba. Domingos da Silva era conhecido pelo apelido de Matrauá e foi um dos participantes do movimento revolucionário da Balaiada. O capitão-do-mato João Ferreira do Couto esteve à frente de uma guerrilha formada por quarenta homens. Manga do Iguará foi invadida e o comandante do contingente local morreu assassinado.

Houve uma reunião entre Salvador Cardoso de Oliveira e os independentes do Piauí no dia 12 de março de 1823. No dia seguinte, a primeira tropa que lutou pela independência do Brasil, que era formada por oitenta homens, foi o contingente militar que teve a participação na batalha do Jenipapo. No final de março, no arraial de São João dos Matões, piauienses e maranhenses, que vieram da margem oriental do rio Parnaíba, saudaram o imperador e a independência foi jurada. No dia 17 de abril, o brigadeiro português João José da Cunha Fidié veio do Piauí para invadir Caxias. No dia 18 de junho, o tenente-coronel José Félix Pereira de Burgos foi passado para os independentes e o resto da tropa se rendeu. O tenente-coronel José Félix Pereira de Burgos era comandante-geral de Itapecuru-Mirim. Entre 18 e 20 de julho, ou seja, num período de três dias, Burgos, através de uma câmara geral, fez quatro membros eleitos para a direção do governo civil, e deixou que o povo da capital indicasse mais três pessoas. Escolheram a própria pessoa cujo sobrenome era Burgos para ser o governador das armas. No dia 23 de julho, a junta de São Luís foi intimada pelo novo governo para a independência a ser proclamada. E, no dia 10 de agosto, em Caxias, Fidié foi demitido a si mesmo e o tenente-coronel Luís Manuel de Mesquita rendeu-se.

Naquela época, em São Luís, a junta provisória reuniu um conselho e foi pronunciada por ela a independência. Por parte da tropa foi tentada a proclamação, mas receberam a tiros, nas imediações do palácio do governo, os soldados que juravam fidelidade ao comandante português marechal Agostinho de Faria. Durante o dia 14, no porto de Itaqui foram atracados sete navios com tropas vindas de Portugal, que escapavam da derrota em território baiano. A junta dissolveu a câmara e a tropa que era contra a independência foi comunicada, no momento em que foi deliberado o envio de emissários aos chefes independentes para a negociação de armistício, até a solução do caso pelos monarcas Pedro I do Brasil e João VI de Portugal. No dia 26 de junho, o porto de São Luís recebeu a entrada do almirante Cochrane. Dois dias depois, Cochrane proclamou a independência.

Pelos interesses conflituosos, mas especialmente os sentimentais, entre brasileiros que nasceram no Brasil e brasileiros naturalizados foi tomada a época compreendida entre as décadas de 1800 e 1850 do século XIX. A radicalidade foi do nativismo. A agitação invadiu São Luís, ao sabor dos acontecimentos do governo. A grande classe baixa, os mestiços de brancos com índios e os trabalhadores braçais da escravidão, não tinham limitação em estar presente nos acontecimentos, porém muitos deles eram tomados em parte dessa multidão oprimida. Entre 1838 e 1840, houve o susto da sociedade no terrível movimento revolucionário da balaiada. Depois de vencer os balaios, foi estabilizado o domínio dos caucasianos e reafirmada a estrutura da sociedade.

Desde 1771 teve início a escravidão. Geralmente, a atividade econômica dos imigrantes vindos de Portugal era o comércio. Houve a continuidade da chegada dos imigrantes portugueses pelo porto de São Luís. Era feita domesticação dos indígenas como caboclos. A profissão dos indígenas nas fazendas era a de agregados ou vaqueiros e na capital a de artífices. Em São Luís, era sofrida pelos indígenas a habilidade dos pretos concorrentes, escravos ou na maioria das vezes alforriados, e dos economicamente desprivilegiados vindos da Europa. Pelas famílias europeias de baixa renda era trazida de Portugal dos outros países europeus a ciência artesanal que não precisa de capital.

Segundo reinado[editar | editar código-fonte]

Para a Província do Maranhão, foi criada pelo segundo reinado uma prosperidade sem preocupação. Esta prosperidade despreocupada surgiu nos ombros dos trabalhadores braçais da escravidão e somente as paixões políticas a cortavam. A chegada dos presidentes não era acostumada com os costumes da terra. Os presidentes foram embora após a primeira eleição ou com o gabinete abolido. Nos tempos do Brasil imperial, o Maranhão era famoso, ao lado de São Luís, pelos seus belos sobrados, pela sua "civilidade" sofisticada. Isso fez da província o lugar ideal para quem desejava começar a vida ou buscar tranquilidade depois de um dia de estresse no trabalho. Por essa razão, foram enviados pelos partidos políticos seus representantes famosos: o futuro marquês de Paranaguá, Pedro Leão Veloso, Leitão da Cunha, Lafayette Rodrigues Pereira, Sousa Carvalho, Franklin Dória, Silvino Elvídio Carneiro da Cunha e José Manuel de Freitas.

Na segunda metade do século XIX, passou a ser integrado territorialmente o Maranhão. Especialmente, devido ao fato de que Cândido Mendes de Almeida tivesse esforçado, que pelos decretos imperiais foram declarados como parte integrante do Maranhão os territórios de Carolina (anteriormente quem disputava essa região era Goiás) e do Turiaçu. Isso fez com que fosse deslocada a divisa com o Pará em direção ao Guarani e incorporado de maneira definitiva a porção norte-ocidental. Nessa região, a localização geográfica das antigas comunidades quilombolas deu origem aos vários municípios do Maranhão.

República[editar | editar código-fonte]

Desde o movimento revolucionário da balaiada, a Província do Maranhão tornou-se política e socialmente estável. A atividade econômica da agricultura na época era o trabalho escravo e de uma vez ou outra a estabilidade política e social teve desafios excessivos. Mas havia a persistência do ideal republicano. Como foi visto antes, Lord Cochrane depôs e prendeu Bruce, primeiro presidente da Província do Maranhão que Pedro I do Brasil nomeou, devido à veiculação das ideias pró-república. Como Bruce foi acusado, o conselho de guerra ouviu a sua resposta e foi julgado inocente; mas o acontecimento, por sua vez, teve expressividade. Em 1824, pelos chefes da Confederação do Equador que nasceram no Ceará, foram enviados emissários ao povo maranhense, na certeza de que seu liberalismo permitiria a participação revolucionária. Os chefes cearenses da Confederação do Equador estiveram presentes no Maranhão com as forças expedicionárias. As forças expedicionárias tiveram decisão no processo da independência. Em 1829, os revolucionários leram proclamações republicanas em Pastos Bons.

Por quem a província teve como último presidente, o desembargador Tito Augusto Pereira de Matos, depois que foi abolido o regime monárquico, foi passado a administração ao tenente-coronel João Luís Tavares. Tavares integrava uma junta de sete cidadãos, dois quais cinco são militares e dois são civis. Foi entregado o poder pela junta ao primeiro governador que Manuel Deodoro da Fonseca nomeou em 17 de dezembro de 1889. A chegada ao Rio de Janeiro foi de Pedro Augusto Tavares Júnior. A Assembleia Legislativa promulgou a primeira constituição política estadual datada de 4 de julho de 1891. Em 1892, mais precisamente no dia 28 de julho, foi promulgada uma nova constituição, acrescida das emendas em 1898, 1904 e 1919.

Século XX[editar | editar código-fonte]

O século XX teve como primeiro governador do Maranhão o senhor João Gualberto Torreão da Costa. Durante a administração de Benedito Pereira Leite, pelo presidente eleito do Brasil Afonso Pena, o Maranhão foi visitado em 1906. O movimento revolucionário que entrou no Brasil Meridional tornou-se mais extensa e os revolucionários depuseram o governador José Pires Sexto em 1930. A Assembleia Legislativa aprovou uma nova constituição do estado datada de 16 de outubro de 1934, durante administração de Antônio Martins de Almeida. A Assembleia Legislativa emendou a constituição estadual em 1936 e a administração de Paulo Martins de Sousa Ramos tomou posse. Durante o Estado Novo, Getúlio Vargas nomeou Sousa Ramos como interventor.

Com a Segunda República, foi aprovada pela Assembléia Constituinte estadual uma nova constituição datada de 28 de julho de 1947. José Sarney da Costa tomou posse do governo estadual em 1966. Por iniciativa de Sarney foi iniciado o período modernizador "Maranhão Novo", dos quais se destacavam o porto de Itaqui a ser construído e a rodovia São Luís-Teresina a ser pavimentada. Pelo contrário, apenas nas posteriores décadas, com os recursos da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), foi sobrevindo o que mudou na economia estadual, com a solidez das repercussões no Maranhão: foi entrado em operação a Usina Hidrelétrica de Boa Esperança em 1970 e em 1973 ocorreu a inauguração da indústria papeleira (Cepalma), onde a matéria-prima da região é utilizada. Foi inaugurada a primeira etapa da indústria aluminífera do consórcio Alumar em 1984. Esta fábrica de alumínio foi o primeiro projeto do programa Grande Carajás. Teve o início da construção do Centro de Lançamento de Alcântara em 1987.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Geomorfologia e hidrografia[editar | editar código-fonte]

Cachoeira São Romão, na Chapada das Mesas

Como a topografia do relevo do Maranhão é plana, são pertencentes ao estado 75% do território inferiores a 200m de altura e somente dez por cento superiores a 300m. As duas unidades geomorfológicas são: a baixada litorânea e o planalto. A baixada litorânea é dominada por um relevo cujos acidentes geográficos são colinas e tabuleiros, que se dividem em arenitos que pertencem à série Barreiras. Em algumas partes que ficam no litoral, incluindo a ilha de Upaon-Açu, que se situa no coração do que os geógrafos chamam de Golfão Maranhense, o alcance desse relevo vai em direção à linha da costa. Nas demais, o mar separa o golfão maranhense através de uma faixa de terrenos que são planícies, tendo sujeição à ocorrência de inundações no período chuvoso. É a planície litorânea propriamente dita, que no fundo do golfão passa a se denominar Perises. Na parte oriental do golfão maranhense, são assumidos por esses terrenos o caráter da amplitude dos areais com formações dunares, que por elas é integrada a região litorânea entre a costa dos Lençóis e a baía de Tutóia.

É ocupado pelo planalto a totalidade do interior do estado cujo relevo é de um tabuleiro. É apresentado pelo planalto um conjunto feito de chapadões que se dividem em terrenos de sedimentação (arenitos xistosos e folhelhos). Perto do golfão maranhense são alcançadas pelas elevações somente as altitudes entre 150 e 200m; na extremidade sul, entre 300 e 400m; e perto do divisor de águas, entre as bacias hidrográficas do Parnaíba e do Tocantins, são atingidas as cotas altimétricas de 600m. São delimitados pelos talvegues do planalto os chapadões uns dos outros através da profundidade de entalhes, e por isso são apresentados pelos chapadões as escarpas de difícil subida que contrastam com a regularidade do topo.

A quase totalidade das bacias hidrográficas do estado é feita da parte meridional para a parte setentrional por meio da quantidade de rios independentes que deságuam no oceano Atlântico: Gurupi, Turiaçu, Pindaré, Mearim, Itapecuru e Parnaíba. Na parte sul-ocidental do estado uma pequena parte das águas escoadas dirige-se para a parte ocidental. São integrados no sudoeste pequenos afluentes que deságuam na margem oriental do rio Tocantins. Veja a lista de rios do Maranhão.

Clima e vegetação[editar | editar código-fonte]

Mata dos cocais no Maranhão

No Maranhão, existem três tipos distintos de clima: o tropical superúmido de monção, o tropical com chuvas de outono e o tropical com chuvas de verão. São apresentados pelos três as semelhanças que existem entre os três regimes térmicos, com elevação das temperaturas médias anuais, que oscilam perto de 26 °C, mas são diferentes quanto ao comportamento das chuvas. Pelo primeiro tipo, que domina no oeste do estado, são apresentados a maior elevação dos totais (mais de 2 000 mm ao ano); é apresentado pelos outros dois pouca chuva (entre 1 250 e 1 500 mm ao ano) e estação seca com boa marcação, e são diferentes entre si, como é indicado pelo seu próprio nome, pela época em que caem as chuvas. Os verões são quentes, com máximas ultrapassando os 40 °C com frequência, e no inverno, que coincide com a estação seca, as temperaturas podem chegar próximo dos 10 °C em cidades do sul maranhense, configurando assim, uma grande amplitude térmica.

A cobertura vegetal do Maranhão é composta basicamente de floresta, campos e cerrados. São ocupadas pelas florestas a totalidade da porção norte-ocidental do estado, isto é, muitas partes estão situadas na parte ocidental do rio Itapecuru. Nessas matas é muito abundante a palmeira do babaçu, produto básico do extrativismo vegetal da região. Os campos são dominantes ao redor do golfão maranhense e no litoral ocidental. São revestidas pelos cerrados as regiões leste e sul. No litoral, são assumidas pela vegetação feições variadas: campos de inundação, mangues e arbustos.

Economia[editar | editar código-fonte]

São Luís, centro financeiro do estado
Cartão-postal da Praça João Lisboa editado por volta de 1910
Exportações do Maranhão - (2012)[8]

A economia maranhense foi uma das mais prósperas do país até a metade do século XIX. Mas após o fim da Guerra Civil Americana, quando perdeu espaço na exportação de algodão, o estado entrou em colapso, agravado pelo abandono gerado pelos governos imperial e republicano; somente após o final da década de 1960 no século XX o estado passou a receber incentivos e saiu do isolamento, com ligações férreas e rodoviárias com outras regiões. A inauguração do Porto do Itaqui, em São Luís, um dos mais profundos e movimentados do país, serviu para escoar a produção industrial e de minério de ferro vinda de trem da Serra dos Carajás, atividade explorada pela Vale. A estratégica proximidade com os mercados europeus e norte-americanos fez do Porto uma atraente opção de exportação, mas padece de maior navegação de cabotagem. A economia estadual atualmente se baseia na indústria de transformação de alumínio, alimentícia, madeireira, extrativismo (babaçu), agricultura (soja, mandioca, arroz, milho), na pecuária e nos serviços.

São Luís concentra grande parte do produto interno bruto do estado; a capital passa por um processo marcante de crescimento econômico, sediando mais de três universidades (duas públicas e uma privada), além de uma dezena de centros de ensino e faculdades particulares. A expansão imobiliária é visível, mas o custo de vida ainda é bastante elevado e a exclusão social acentuada. Há grande dependência de empregos públicos.

Sua pauta de exportação, em 2012, se baseou principalmente em Soja (25,93%), Oxido de Alumínio (23,99%), Minério de Ferro (17,54%), Ferro Fundido 16,47%) e Alumínio Bruto (5,35%)[8] .

Setor primário[editar | editar código-fonte]

A agricultura e a pecuária são atividades importantes na economia do Maranhão, além da pesca, que lhe dá a liderança na produção de pescado artesanal do país. Afinal, o estado possui 640 km de litoral, o segundo maior do Brasil, que fornece produtos bastante utilizados na culinária regional, como o camarão, caranguejo e sururu.

O Maranhão aumentou a produção de grãos, em 2000, e teve significativo crescimento industrial, de acordo com a Sudene. Apesar disso, o estado está entre os mais pobres do país.

Setor terciário[editar | editar código-fonte]

O Maranhão, por ser localizado em um bioma de transição entre o sertão nordestino e a Amazônia, apresenta ao visitante uma mescla de ecossistemas somente comparada, no Brasil, com a do Pantanal Mato-Grossense. Possui mais de 640 km de litoral, sendo, portanto, o estado com o segundo maior litoral brasileiro, superado apenas pela Bahia. O turismo praticado nele pode ser classificado em dois tipos: turismo ecológico e turismo cultural/religioso.

O Maranhão tem o privilégio de possuir, devido a exuberante mistura de aspectos da geografia, a maior diversidade de ecossistemas de todo o País. São 640 quilômetros de extensão de praias tropicais, floresta amazônica, cerrados, mangues, delta em mar aberto e o único deserto do mundo com milhares de lagoas de águas cristalinas. Essa diversidade está organizada em cinco polos turísticos, cada um com seus atrativos naturais, culturais e arquitetônicos. São eles: o polo turístico de São Luís, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, o Parque Nacional da Chapada das Mesas, o Delta do Parnaíba e o polo da Floresta dos Guarás.

O Polo turistico de São Luís, localizado na ilha Upaon-Açu, que abrange os municípios que compõem a Ilha, a capital São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, e a cidade Monumento de Alcântara.

O Parque dos Lençóis, situado no litoral oriental do Maranhão, envolve os municípios de Humberto de Campos, Primeira Cruz, Santo Amaro e Barreirinhas. Seu maior atrativo é o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, belo e intrigante fenômeno da natureza, um paraíso ecológico com 155 mil hectares de dunas, rios, lagoas e manguezais.

O Parque Nacional da Chapada das Mesas é uma área de 160 046 hectares de cerrado localizado no Sudoeste Maranhense. Possui cachoeiras, trilhas ecológicas em cavernas e desfiladeiros, rappel, sítios arqueológicos com inscrições rupestres e rios de águas cristalinas. As principais cidades do polo são Imperatriz, Carolina e Riachão.

Praça Brasil, em Imperatriz

O Delta do Parnaíba é o terceiro maior delta oceânico do mundo. Raro fenômeno da natureza que ocorre também no rio Nilo, na África, e Mekong, no Vietnã. Sua configuração se assemelha a uma mão aberta, onde os dedos representariam os principais afluentes do Parnaíba, que se ramificam formando um grandioso santuário ecológico. Rios, flora, fauna, dunas de areias alvas, banhos em lagoas e de mar são alguns atrativos que o lugar oferece. Localizado a nordeste do estado, na divisa com o Piauí. Envolve a região sob influência do Delta do Rio Parnaíba, que tem setenta por cento da sua área no Maranhão. Tutoia, Paulino Neves e Araioses são os principais municípios. Deste último, partem excursões turísticas para o delta.

O polo da Floresta dos Guarás fica na parte amazônica do Maranhão, no litoral ocidental do estado. Incluído como Pólo ecoturístico por excelência, envolve os municípios de Cedral, Mirinzal, Cururupu, Guimarães e Porto Rico do Maranhão, entre outros. Seu nome deve-se à bela ave de plumagem vermelha, comum na região. O lugar, que conta com incríveis atrativos naturais e culturais, destaca-se como um santuário ecológico, formado por baías e estuários onde os rios deságuam em meio a manguezais. Entre os maiores atrativos turísticos deste polo, está a Ilha dos Lençóis, em Cururupu. Outros atrativos: praias de Caçacueira, São Lucas e Mangunça; Parcel de Manuel Luís, um banco de corais ao alcance apenas de mergulhadores profissionais; estaleiros, onde os mestres constroem embarcações típicas do Maranhão, inteiramente artesanais; pássaros como guarás, garças, colhereiros e marrecos.

Demografia[editar | editar código-fonte]

Demografia do Maranhão
Ficha técnica
Área 331.983,293 km²[10]
População 6.118.995 hab. (2008)[10]
Densidade 18,43 hab/km² (2008)[11]
Crescimento demográfico 1,5% ao ano (1991-2006)[11]
População urbana 68,1% (2004)[11]
Domicílios 1.442.500 (2005)[11]
Carência habitacional 570.606 unidades[12]
Acesso à água 61,3% (2005)[11]
Acesso à rede de esgoto 49,5% (2005)[11]
IDH 0,683 (2005)
Número de Municípios 217.[10]

O Maranhão possui 217 municípios distribuídos em uma área de 331.983,293 km²,[10] sendo o oitavo maior estado do Brasil, um pouco menor que a Alemanha. Sua população estimada em 2007 é de 6.118.995 habitantes,[10] sendo o décimo estado mais populoso do país, com população superior à da Jordânia.

Açailândia Maranhão

Cerca de setenta por cento dos maranhenses vivem em áreas urbanas.[11] O Maranhão possui 18,43 habitantes por km², sendo o décimo sexto na lista de estados brasileiros por densidade demográfica.

Indicadores sociais[editar | editar código-fonte]

O Maranhão tem um Índice de Desenvolvimento Humano igual a 0,683, comparável ao do Brasil em 1980 e superior apenas ao de Alagoas na lista dos estados brasileiros por IDH. O estado possui a segunda pior expectativa de vida do Brasil, também superior apenas à de Alagoas.

Déficit habitacional

De acordo com um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas em 2007, o Maranhão é o estado com o maior déficit habitacional relativo do país. O Maranhão apresenta um índice de 38,1 por cento (que equivale ao número de imóveis existentes, dividido pelo de moradias necessárias para suprir a demanda da população). Em termos absolutos, o déficit no estado chega a 570 606 unidades, o quinto maior do país. O déficit maranhense representa 7,14 por cento do déficit absoluto total brasileiro, estimado em 7 984 057. A média maranhense é quase três vezes maior do que a nacional, de 14,6 por cento. Para a Fundação Getulio Vargas, as causas do déficit no estado estariam relacionadas à má distribuição de renda, à inadimplência do estado e Municípios e à política aplicada no setor. O então secretário-adjunto da Secretaria de Estado das Cidades, Desenvolvimento Regional Sustentável e Infraestrutura, Heraldo Marinelli, contestou parte dessas causas. Para ele, o déficit "não tem correlação com a falta de políticas ao setor e com a inadimplência de estado e municípios" e também influenciaria o "processo histórico de concentração de renda" no estado.[12]

Resultados no Exame Nacional do Ensino Médio
Ano Português Redação
2006[13]
Média
31,35 (24º)
36,90
48,93 (22º)
52,08
2007[14]
Média
45,15 (21º)
51,52
54,84 (16º)
55,99
2008[15]
Média
35,62 (21º)
41,69
57,99 (17º)
59,35
Educação

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2009, o Maranhão possui o maior número de crianças entre oito e nove anos de idade analfabetas no país. Quase quarenta por cento das crianças do estado nessa faixa etária não sabem ler e escrever, enquanto que a média nacional é de 11,5 por cento. Os dados do instituto, porém, não oferecem um diagnóstico completo da situação, pois se baseiam somente na informação de pais sobre se seus filhos sabem ler e escrever um bilhete simples.[16] [17] Em 2006, os alunos do Maranhão obtiveram a quarta pior nota na prova do Exame Nacional do Ensino Médio de língua portuguesa. Em 2007, obtiveram a sétima pior, que foi mantida na avaliação de 2008. Na redação, os alunos se saíram um pouco melhor, apresentando a sexta pior nota em 2006 e subindo seis posições em 2007.

Em 2013 o Maranhão obteve a segunda pior nota entre os estados brasileiros no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA, na sigla em inglês) em suas provas de matemática, leitura e ciências, ficando à frente apenas do estado de Alagoas[18] .

Mortalidade infantil

O Maranhão apresenta o segundo maior índice de mortalidade infantil do Brasil, inferior apenas ao de Alagoas. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de cada mil nascidos no Maranhão por ano, 39 não sobreviverão ao primeiro ano de vida. Vários fatores contribuem para o alto índice de mortalidade infantil no estado: dentre eles, o fato de que apenas metade da população tem acesso à rede de esgoto e o de que quase quarenta por cento da população não tem acesso a água tratada.[11]

Etnias[editar | editar código-fonte]

O Maranhão é um dos estados mais miscigenados do Brasil, o que pode ser demonstrado pelo número de 69,9% de pardos autodeclarados ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, resultado da grande concentração de escravos indígenas e africanos nas lavouras de cana-de-açúcar, arroz e algodão; os grupos indígenas remanescentes e predominantes são dos grupos linguísticos macro-jê e macro-tupi. No tronco macro-Jê, destaca-se a família jê, com povos falantes da língua Timbira (Mehim), Kanela (Apanyekra e Ramkokamekra), Krikati, Gavião (Pukobyê), Kokuiregatejê, Timbira do Pindaré e Krejê. No Tronco macro-tupi, a família tupi-guarani, com os povos falantes das línguas tenetehára: Guajajara, Tembé e Urubu-Kaapor, além dos Awá-Guajá e de um pequeno grupo guarani, concentrados principalmente na pré-Amazônia, no Alto Mearim e na região de Barra do Corda e Grajaú.

Raça Porcentagem
Branca 24,9%
Negra 5,5%
Parda 68,8%
Indígena 0,7%
Fonte: PNAD[19]

Houve forte tráfico negreiro entre os séculos XVIII e XIX, que trouxe milhares de negros da Costa da Mina e da Guiné, mais precisamente do Benim, antigo Daomé, Gana e Togo, mas também em levas não menos importantes de africanos do Congo, Cabinda e Angola [20] . Muitas tradições maranhenses têm a forte marca das culturas africanas: culinária (Arroz de Cuxá), religião (Tambor de Mina e Terecô), festas (Bumba-Meu-Boi e Tambor de Crioula) e músicas (Reggae). Atualmente, o Maranhão conta muitas comunidades quilombolas em toda região da Baixada, rio Itapecuru e Mearim.

A população branca, 20,6 por cento, é quase exclusivamente composta de descendentes de portugueses, dada a pequena migração de outros europeus para a região. Ainda no início do século XX a maior parte dos imigrantes portugueses era oriunda dos Açores e da região de Trás-os-Montes. Também no século XX, vieram contingentes significativos de sírios e libaneses, refugiados do desmonte do Império Otomano e que hoje têm grande e tradicional presença no estado. A proximidade com a cultura portuguesa e o isolamento do estado até à primeira metade do século XX gerou um sotaque local próprio e ainda bastante similar ao português falado em Portugal, praticando os maranhenses uma conjugação verbal e pronominal próxima da portuguesa.

A região do Maranhão é considerada a primeira a receber colonos ilhéus (açorianos) de forma organizada. Em 1619, cerca de 300 casais chegaram ao Maranhão, sendo que o número total de pessoas girava em torno de mil pessoas, número significativo para a época. Além dos casais iniciais, vindos com Estácio da Silveira em 1619, outros se seguiram: em 1621 chegaram 40 casais com Antonio Ferreira de Bettencourt e Jorge de Lemos Bettencourt; em 1625 chegaram outros casais com Francisco Coelho de Carvalho; nos navios N. S. da Palma e São Rafael, tendo como capitão Manoel do Vale, chegaram 50 casais em 1676; e nos navios N. S. da Penha de França e São Francisco Xavier vieram mais colonos.[21]

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

A população de grande parte do estado ainda sofre com problemas de saneamento básico, desnutrição infantil e renda per capita. O Maranhão apresenta altos índices de desnutrição entre as crianças de zero a cinco anos, de acordo com levantamento do Fundo da Nações Unidas para a Infância feito em 1999.

Energia[editar | editar código-fonte]

O estado conta com um eficiente sistema de abastecimento de energia, através da Subestação da Eletronorte instalada no Distrito Industrial do Município de Imperatriz, além de estar bastante próxima das hidroelétricas de Estreito (1 328 megawatts) e de Serra Quebrada.

A concessionária de energia elétrica que cobre o Maranhão é a Companhia Energética do Maranhão.[22]

Transporte[editar | editar código-fonte]

Aeroporto Internacional de São Luís
Aeroportos
Portos
Terminais rodoviários
Rodovias
Ferrovias

Telecomunicações[editar | editar código-fonte]

Os códigos de discagem a distância (DDD) do Maranhão são 98 (na região norte do estado) ou 99 (na região sul).[23]

Educação[editar | editar código-fonte]

O estado possui grandes instituições de ensino superior tanto no capital como no interior.

Públicas
Privadas

Cultura[editar | editar código-fonte]

Língua[editar | editar código-fonte]

O estado tem a fama, entre os maranhenses, de ser o local onde se fala o melhor português do Brasil. No entanto, linguistas como Marcos Bagno e Pasquale Cipro Neto questionam esse título: o primeiro, por argumentar que nenhuma fala ou dialeto pode ser considerado melhor ou pior que outro; o segundo, por argumentar que tal título pertence, na verdade, à cidade do Rio de Janeiro.[24]

Culinária[editar | editar código-fonte]

A cozinha maranhense sofreu influência francesa,[carece de fontes?] portuguesa, africana e indígena. O tempero é diferenciado fazendo uso de ingredientes como cheiro-verde (coentro e cebolinha verde), cominho em pó e pimenta-do-reino. No Maranhão, é marcante a presença de peixes e frutos do mar como camarão, sururu, caranguejo, siri, pescada, robalo, tainha, curimbatá, mero, surubim e outros peixes de água doce e salgada. Além de consumir outros pratos como sarrabulho, dobradinha, mocotó, carne-de-sol, galinha ao molho pardo, todos acompanhados de farinha d'água. Da farta cozinha maranhense, destaca-se o arroz de cuxá, símbolo da culinária do Maranhão, feito com uma mistura de gergelim, farinha seca, camarão seco, pimenta-de-cheiro e o ingrediente especial - a vinagreira (hortaliça de origem africana muito comum no Maranhão).

Dentre os bolos consumidos pelos maranhenses, podem ser destacados o bolo de macaxeira e o de tapioca. As sobremesas típicas da mesa maranhense são os doces portugueses e uma infinidade de doces, pudins e sorvetes feitos de frutas nativas como bacuri, buriti, murici, jenipapo, tamarindo, caju, cupuaçu, jaca etc.[25] [26]

A juçara (ou açaí) é muito apreciada pelos maranhenses, consumida com farinha, camarão, peixe, carne-de-sol ou mesmo na forma de suco, sorvete e pudim. Dada a importância da juçara na cultura maranhense, é realizada anualmente a Festa da Juçara.

A panelada, um cozido preparado a partir das vísceras da vaca, é popular em Imperatriz, segunda maior cidade no interior do estado, é oferecida em diversos pontos da cidade.[27] [28]

Pontos turísticos[editar | editar código-fonte]

Na capital maranhense, patrimônio cultural da humanidade, encontramos a maior parte dos valores históricos do estado. Com mais de 3 500 imóveis dos séculos XVIII e XIX, é referência no Brasil em termos de arquitetura colonial brasileira, principalmente nas fachadas das casas do Centro Histórico de São Luís. A uma hora de barco, saindo da capital, podemos encontrar Alcântara, outro ponto de referência histórico/arquitetônico do estado.

Prefeitura e Câmara Municipal de Alcântara

No que se refere a turismo religioso, o Maranhão possui três eventos importantes. Um deles acontece em Junho, na capital maranhense, onde são feitas festas em homenagem a Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal. Já em Alcântara, no segundo domingo de agosto, acontece a festa de São Benedito. Também lá, em maio, acontece a Festa do Divino, o mais badalado evento profano-religioso do Estado.

Principais municípios turísticos
  • São Luís. É rica em manifestações culturais, como: o bumba meu boi,tambor de crioula, cacuriá, dança portuguesa, quadrilhas juninas, reggae e outras. Possui o maior conjunto arquitetônico de azulejos portugueses da América Latina. Possui uma vasta área de praias de água salgada. Possui uma culinária peculiar da cidade, como: o cuxá, o arroz de cuxá, o peixe frito e a famosa torta de camarão. A cidade possui uma vida noturna muito movimentada, possuindo muitos bares, restaurantes, clubes de festas, teatros, cinemas e muitos shows de artistas locais, nacionais e internacionais. A vida noturna ocorre todos os dias da semana. É uma cidade com muitas opções de lazer e divertimentos.
  • Alcântara. É uma cidade histórica. Tem como principal atração a festa do Divino Espírito Santo no mês de maio. A base de lançamento de foguetes está localizada nesse município. Possui muitos prédios em ruínas que foram tombados pelo Patrimônio Histórico Estadual.
  • Barreirinhas. É o município portal dos lençóis maranhenses. Possui um grande rio chamado Preguiças que é uma das atrações do município. Possui vários bares, restaurantes e hotéis de ótimas qualidades que recebem os milhares de turistas que vêm conhecer os lençóis.
  • O município de Pindaré Mirim é rico em cultura e conhecido como berço da cultura maranhense. Traz, no período junino, a festividade dos seus arraiais, com apresentações de várias atrações folclóricas. O principal foco dos pindareenses é o bumba meu boi: durante esse período, nos quatro cantos da cidade ouvem-se as batucadas dos tambores que aquecem-se até amanhecer o dia. Em Pindaré, existe um grupo folclórico que faz alusão a essa cultura oriunda do bumba meu boi. O Grupo Upaon-Açú é o principal grupo da região que exerce essa cultura no estado. São muito conhecidos pelo figurino apresentado durante suas danças, com roupas total e artesanalmente confeccionadas e cheias de riquezas nas suas combinações. O fundador do grupo, o Senhor Lobo da Cultura, como é conhecido, é um dos principais artesãos do grupo e cantor e compositor das toadas do bumba meu boi.
  • Carolina. Tem, como atrações, as cachoeiras e o Parque Nacional da Chapada das Mesas. Está na região das Águas Maranhenses. As principais cachoeiras turísticas são Pedra Caída e Itapecuruzinho. A cidade possui, também, importância histórica, pois suas ruas são todas calçadas de pedra-sabão, possuindo também um conjunto de casario colonial.
  • Caxias. É conhecida como a Princesa do Sertão Maranhense. No passado, concorria de perto com a capital São Luís em termos de economia. Atualmente, possui uma economia modesta. A principal atração turística é o balneário Veneza, que é um local de rio.
  • São José de Ribamar. É um município da Ilha de São Luís. É uma cidade balneária de águas salgadas. Possui, como atrações: a Procissão de São José no mês de setembro, o lava-pratos (o carnaval fora de época mais antigo do Brasil), que acontece no domingo seguinte do domingo de carnaval e o lava-boi que acontece no mês de julho. A cidade é conhecida pela culinária do peixe frito nos bares e restaurantes.
  • Raposa. É um município da Ilha de São Luís. Destaca-se por suas praias. Possui um comércio de rendas (toalhas,colchas,cobertores etc.) feitas por mulheres de ascendência cearense. Possui muitos bares que servem peixes. Ultimamente, o município tem se destacado nas pequenas dunas existentes, chamadas de fronhas maranhenses. Estas fronhas estão localizadas principalmente na Ilha de Carimã. A cidade oferece passeios de barcos, banhos em rios e passeio em trilhas.
  • Pinheiro. É conhecida como a Princesa da Baixada Maranhense por ser a mais bonita dessa região. Possui, como atrações turísticas, os campos onde ficam os búfalos. Esses campos são pântanos, por essa razão é também conhecida como a Cidade do Pantanal Maranhense.
  • Barra do Corda. A cidade de Barra do Corda é também conhecida como a princesa do sertão, possui um dos melhores carnavais do Maranhão, eventos culturais, o encontro de dois rios: o rio corda e o rio mearim. O lazer no final de semana é bem atrativo existem varios bares e pousadas a beira rio.
  • São Bento. É conhecida por seus campos (regiões alagadas onde podem ser observadas inúmeras espécies de aves), pelo seu artesanato (redes e confecções feitas a partir do babaçu), pelas manifestações culturais nos períodos juninos, além dos festejos religiosos que acontecem durante o ano.
  • São João dos Patos. Tem um dos melhores carnavais do estado. Cidade festeira, destacando eventos como Exposertão em maio, Festejos de São João e São Francisco e Patos Folia em julho (considerada a melhor micareta do interior).
  • Morros. É um município situado na região do Munim. Conhecido pelo rio Una e o bumba meu boi com sotaque de orquestra, recebe muitas visitas por causa de suas águas cristalinas e excelentes pousadas lá existentes. Também é chamada de Paraíso das Águas, Cidade da areia e Princesa do Munim. Possui um dos melhores carnavais e festas juninas da região, sendo muito frequentada por moradores de São Luis devido à proximidade com a ilha.

Órgãos maranhenses[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

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  2. Estimativas da população residente no Brasil e Unidades da federação com data de referência em 1º de julho de 2015 (PDF) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (28 de agosto de 2015). Visitado em 28 de agosto de 2015.
  3. [http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pibmunicipios/2005_2009/tabelas_pdf/tab01.pdf Tabela 1 - Produto Interno Bruto a preços correntes e Produto Interno Bruto per capita segundo as Grandes Regiões, as Unidades da Federação e os municípios - 2005-2009] Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Visitado em 20 de janeiro de 2012.
  4. Síntese dos Inidicadores Sociais 2009 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Visitado em 22 de outubro de 2009.
  5. PNUD Brasil. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, 2010 - Todos os Estados do Brasil. Visitado em 29 de julho de 2013.
  6. http://www.staff.uni-mainz.de/lustig/guarani/lingua_tupi.htm
  7. http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/vocabulario.htm
  8. a b Exportações do Maranhão (2012) Plataforma DataViva. Visitado em 13 de janeiro de 2014.
  9. Censo Populacional 2011 Censo Populacional 2011 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (31 de julho de 2011). Visitado em 15 de setembro de 2011.
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  16. GOIS, Antônio. "Maranhão é o 1º em Analfabetismo, diz IBGE", Folha de S. Paulo, 12 de julho de 2009.
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  19. [8] Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
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  24. Yahoo Grupos. Disponível em http://br.groups.yahoo.com/group/dialogos_lusofonos/message/30730. Acesso em 26 de setembro de 2013.
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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