Neve no Brasil

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Neve na zona rural de São Joaquim, agosto de 2010
Neve em Caxias do Sul, 1994.

Apesar de ser um fenômeno escasso num país predominantemente tropical, a neve no Brasil ocorre com relativa frequência nos planaltos dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, onde estão encravadas entre montanhas, as cidades consideradas mais frias do país: São Joaquim (SC), Urubici (SC) e São José dos Ausentes (RS), dentre outras cidades que fazem divisa com essas, como Bom Jesus (RS), Urupema (SC), Bom Jardim da Serra (SC) e Cambará do Sul (RS), ou também do estado do Paraná, como Palmas.

Além destes três estados tradicionais em ocorrência de neve no país (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina), outros já tiveram registros de neve: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul[1] .

O fenômeno, no Brasil, ocorre principalmente nos meses de junho, julho e agosto, mas há registros de nevadas precoces nos meses de abril (17 de abril de 1999 em São Joaquim, Santa Catarina), maio e também nevadas tardias, em setembro e mesmo em outubro, já em plena primavera (em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul registrou-se o fenômeno em 3 de outubro de 1999 e 2006, sendo a nevada mais tardia registrada no país).

No ano de 2000, a neve ocorreu em mais de 70 municípios espalhados nos três estados da Região Sul do Brasil. Em 2010 o fenômeno voltou a ocorrer com força em 21 municípios das serras catarinense e gaúcha. Foi a última vez que se registrou neve com relativamente boa acumulação.

Em termos de abrangência territorial, destaca-se na região sul do Brasil, o ano de 1975, tendo também o fenômeno ocorrido de forma simultânea e forte em muitos municípios espalhados pelos três estados do sul em 1928, 1942, 1955, 1975, 1994, 2000 e 2013.

Recordes[editar | editar código-fonte]

A mais forte precipitação de neve já registrada no Brasil ocorreu na cidade de Vacaria no Rio Grande do Sul, no dia 7 de agosto de 1879, na qual a neve acumulou cerca de dois metros. Nevascas desse porte são frequentes em países como Canadá e Rússia, acima da latitude 50°. Vale ressaltar que precipitações de neve com grandes acúmulos no solo são extremamente raras no Brasil, sendo, as três citadas abaixo, as únicas com acúmulos que atingiram (ou superaram) a marca de um metro.

  • 7 de agosto de 1879, em Vacaria, Rio Grande do Sul, com 2 metros de neve.[2]
  • 20 de julho de 1957, em São Joaquim, Santa Catarina, com 1,30 metro de neve. Considerada, às vezes, como a mais abundante precipitação de neve do país, dado o tempo bastante remoto da nevada de Vacaria, de 1879.[3]
  • Junho de 1985, em Itatiaia (nas proximidades do Pico das Agulhas Negras), Rio de Janeiro. 1,00 metro de neve.[4]

Histórico de nevadas[editar | editar código-fonte]

Ocorrência de neve na Região Sul[editar | editar código-fonte]

Santa Catarina[editar | editar código-fonte]

O Estado de Santa Catarina, por sua vez, pode ser considerada a unidade da federação em que o fenômeno ocorre com mais frequência por causa do seu planalto sul. Não tanto por sua localização geográfica, onde a latitude é menor do que em muitas regiões gaúchas onde o fenômeno é, todavia, bem mais raro, mas graças às altitudes, frequentemente entre 900 e 1800m do nível do mar. O planalto é, juntamente com os "campos de cima da serra" no Rio Grande do Sul, a região do Brasil onde a neve ocorre com mais frequência. Pode-se dizer que as duas regiões formam uma unidade geográfica, a qual recebeu o apelido de "Planalto da Neve".

Contudo, é no lado Catarinense, onde se registram as maiores altitudes, que o fenômeno ocorre usualmente com maior intensidade e frequência. Em Santa Catarina, os municípios de São Joaquim, Urupema, Urubici, Bom Jardim da Serra são agraciados com o fenômeno da neve praticamente todos os anos. Entretanto, são numerosos os municípios localizados nos planaltos catarinenses, em que o fenômeno da precipitação de neve ocorre com uma frequência apreciável, embora não chegando a ocorrer todos os anos, como Lages, Curitibanos, Itaiópolis, Itapiranga, Iporã do Oeste, Jaborá, Pinhalzinho, Pinheiro Preto, Santo Amaro da Imperatriz, São Miguel d'Oeste, São Bonifácio, Tangará, Timbó Grande, Timbé do Sul, Três Barras, Urussanga, Vidal Ramos, Otacílio Costa, Painel, Correia Pinto, Bom Retiro, Ponte Alta do Norte, Ponte Alta, Santa Cecília, Fraiburgo, Caçador, Monte Castelo, Campos Novos, Catanduvas, Chapecó, Coronel Freitas, Dona Emma, Erval Velho, Herval do Oeste, Joaçaba, Ascurra, Aurora, Água Doce, Atalanta, Antônio Carlos, Apiúna, Anitápolis, Bela Vista do Toldo, Benedito Novo, Botuverá, Doutor Pedrinho, Guabiruba, Campo Alegre, Indaial, Ituporanga, Imbuia, Jaborá, José Boiteux, Leoberto Leal, Lebon Régis, Luis Alves, Lontras, Major Gercino, Mirim Doce, Nova Trento, Papanduva, Pouso Redondo, Presidente Getúlio, Presidente Nereu, Pomerode, Rio do Campo, Rio Negrinho, Rio dos Cedros, Rodeio, Santa Terezinha, Vitor Meireles, Águas Mornas, Chapadão do Lageado, Irineópolis, Ibirama, Joinville, Laurentino, Salete, São Cristóvão do Sul, São Pedro de Alcântara, Calmon, Campo Belo do Sul, Canelinha, Capão Alto, Frei Rogério, Ilhota, Matos Costa, Rio Rufino, São José do Cerrito, Cerro Negro, Vargem Bonita, Videira, Abelardo Luz, Biguaçu, Bom Jesus do Oeste, Cerro Negro, Itajaí, Paulo Lopes, Brusque[5] [6] [7] [8] e com um frequência um pouco menor, no planalto norte do Estado, como Porto União, São Bento do Sul, Mafra, Major Vieira e Canoinhas. Ademais, em muitos municípios da parte ocidental do Planalto Catarinense (regiões oeste e meio-oeste) como Chapecó, Xaxim, Xanxerê, Irani e Ponte Serrada não é incomum a ocorrência de neve.[9]

Além das regiões mais altas, alguns fatos raros acontecem nas regiões mais baixas do estado, como foi registrado a incidência de neve no alto das montanhas mais altas como o Morro do Cachorro em Blumenau no ano de 1984 e em junho de 2000. No dia 23 de julho de 2013 além de nevar novamente no Morro do Cachorro em quantia considerável, ocorreu a incidência de neve em locais antes nunca registrados, como no alto do Morro do Spitzkopk, do Morro do Macaco, além de regiões mais baixas da cidade de Blumenau, como nos bairros Nova Rússia, Progresso, Velha Central e Passo Manso. Nessa mesma data a neve ainda foi registrada em outros municípios do Vale do Itajaí, como Rio do Sul, Ibirama, Benedito Novo, Timbó, Brusque entre outros, além de municípios da Grande Florianópolis como Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Rancho Queimado, Alfredo Wagner e Angelina . A neve que caiu nos dias 22 e 23 de julho de 2013 foi considerada histórica[10] , atingindo um terço das cidades (93 cidades registraram o fenômeno).

O Morro da Igreja, situado em Urubici, a 1.822 metros de altitude, é o ponto mais frio do estado e do país, e lá a temperatura já chegou a -17,8°C, em 29 de junho de 1996. São Joaquim - segundo produtor regional de maçã - é a área urbana que recebe a maior incidência de neve e, por consequência, o maior número de visitantes da região.[11]

Em agosto de 2010 foi registrada a maior ocorrência de neve em Santa Catarina desde o ano 2000, 40 cm de neve no Morro da Igreja . [12]

Em 2013 a neve foi registrada 11 vezes no estado de Santa Catarina, sendo possível a pratica do snowboard no Morro da Igreja em Urubici.

Neve nos arredores de São Joaquim, 4 de Agosto de 2010.

Rio Grande do Sul[editar | editar código-fonte]

No Estado do Rio Grande do Sul, as cidades mais frequentemente atingidas pelo fenômeno estão localizadas nas regiões serranas do nordeste do Estado, principalmente nas regiões de maior altitude, de aproximadamente 900 m a 1400 m, denominadas de "Campos de Cima da Serra", que estão entre as cidades mais frias do país, com mínimas de temperatura frequentemente negativas, como São José dos Ausentes, Bom Jesus e Cambará do Sul, acima de 1.000 m de altitude, e Vacaria e São Francisco de Paula, acima da cota de 900 m. São locais em que o fenômeno ocorre praticamente em todos os anos, geralmente com fraca intensidade.

Também já houve uma partida de futebol durante uma nevada, entre Esportivo e Grêmio, em 1979, na cidade de Bento Gonçalves.[13] [14] [15] A partida ficou conhecida como o Jogo da Neve.[16] [17] [18]

Em Vacaria, houve o registro de uma intensa precipitação de neve, de 7 a 9 de agosto de 1879, com um acúmulo que chegou aos 2 metros, provavelmente a maior da história do Brasil.[19] A neve também ocorre em várias outras cidades serranas, como Caxias do Sul, Canela, Muitos Capões, Bento Gonçalves, Nova Petrópolis, Gramado, Lagoa Vermelha, Guaporé, Veranópolis, Farroupilha, Jaquirana, Flores da Cunha, Nova Prata, Garibaldi e São Marcos.[20]

Ficheiro:Neve em Ijuí (1965).jpg
Neve em Ijuí em 1965.

Há outros locais do estado onde a precipitação de neve também é ocasional, porém muito menos frequente, como é o caso das cidades localizadas nos planaltos do noroeste como Cerro Largo, Ijuí, Passo Fundo, Erechim, Cruz Alta, Soledade, Arvorezinha, Fontoura Xavier, entre outras, além das cidades das Serras de Sudeste, como Caçapava do Sul, Encruzilhada do Sul, Canguçu, Santana da Boa Vista , Pinheiro Machado , Santiago , Júlio de Castilhos , Horizontina , Ilópolis , Itaara , Lavras do Sul , Antônio Prado , Fontoura Xavier , Ibiraiaras , Ibirubá , Ipê , Itapuca , Nova Pádua , Paraí , Sananduva , [21] [22] [23] [24] Historicamente, boa parte do território sul-riograndense já registrou alguma precipitação de neve, por menor que tenha sido a intensidade. Mesmo cidades com pouca altitude, como Porto Alegre (1879, 1910, 1984,[25] 1994,[26] 2000[27] e 2006), Pelotas, Jaguarão, Campo Bom, Novo Hamburgo, Santa Maria, Barra do Quaraí e Lajeado, entre outras localizadas a menos de 100 m do nível do mar, como São Francisco de Assis, na região Oeste, já presenciaram o fenômeno, com neve em forma de flocos, granular ou de aguaneve.

Em setembro de 2006, foi registrada a maior ocorrência de neve no Rio Grande do Sul desde o ano 2000, tendo sido registrado o fenômeno em mais de 50 municípios entre os dias 3 e 5 de setembro de 2006, inclusive com a presença de neve em flocos e com acumulação nos bairros da zona sul de Novo Hamburgo em alguns bairros de Porto Alegre sem acumular,[28] [29] cidade onde a queda de neve em flocos havia sido registrada pela última vez em agosto de 1984, já que em 1994, 2000 e 2006, a capital do estado registrou a queda de neve granular.

Em agosto de 2010, dezenas de cidades gaúchas registraram a ocorrência de neve em flocos e neve granular, na maior nevada desde o ano 2000. Em anos mais recentes, destaca-se a forte e abrangente nevada ocorrida em dezenas de municípios da escarpa de planalto ("serra") e do planalto gaúcho ("campos de cima da serra"), ocorrida entre a noite e madrugada dos dias 26 e 27 de agosto de 2013; a precipitação em algumas cidades, a exemplo de Caxias do Sul, começou por volta das 20h, ainda sob a forma de flocos de neve semi derretidos, passando a precipitar exclusivamente sob a forma de flocos de neve após às 22h, assim continuando até por volta das 5h da madrugada, com apreciável acumulação entre 3cm e 10cm, que se fez presente mesmo no centro da cidade.

Neve em Caxias do Sul, 27 de agosto de 2013. Parque de exposições da Festa da Uva, com a réplica de Caxias antiga.
Neve em Caxias do Sul, 27 de agosto de 2013.

Paraná[editar | editar código-fonte]

Neste estado, a região de Palmas, no extremo sul do Estado, a 1090m de altitude, é a região paranaense onde o fenômeno ocorre com maior frequência. Entretanto, precipitações com acúmulos no solo são raras.[30] Em outros municípios paranaenses, o fenômeno ocorre com menor frequência, mas dificilmente ficam uma década inteira sem presenciá-lo, como Guarapuava, Cruz Machado, Inácio Martins, General Carneiro, União da Vitória, Clevelândia, Cascavel, Pato Branco, Irati, Francisco Beltrão, São Mateus do Sul, Rio Negro, Pinhão, Paulo Frontin, Campo Largo, Candói, Mallet, Lapa e Araucária, Antônio Olinto, Apucarana, Cambira, Campo Magro, Cantagalo, Colombo, Fazenda Rio Grande, Jaguariaíva, Paula Freitas, Porto Vitória, São José dos Pinhais, Piraí do Sul, Goioxim, Ponta Grossa, Carambeí, Itaperuçu, São João do Triunfo, entre alguns outros municípios de altitude superior a 900 m localizados no sudoeste do Estado. [31] [32] Em outros municípios paranaenses, a neve também já foi registrada, embora com uma frequência bem mais rara, como Carambeí, Castro, Pitanga Toledo, Campo Mourão (1975), Curitiba, onde oficialmente a precipitação de neve ocorreu em 1889, 1892, 1912, 1928 (dois dias), 1943, 1955, 1957, 1963, 1975, 1979 (30 de maio); 1981 (neve granular em pontos isolados, relatados na mídia impressa local) e 2013[33] , e na cidade de Castro, entre outros, dentre os quais merece destaque, a cidade de Foz do Iguaçu, que, a pouco mais de 150m do nível do mar, registrou o fenômeno em 1975. Há relatos da ocorrência do fenômeno também no norte do Estado, em 1965, na Serra do Mulato e também em cidades como Arapongas e Maringá, ainda em 1955 e 1965 na zona rural do município de Ibaiti, norte pioneiro do estado do Paraná, cidade que fica a 850[34] metros de altitude.

No inicio da noite do dia 22/07/2013 nevou no município de Guarapuava, local onde apresentou maior quantidade de neve e precipitação e durou até o inicio do dia 23/07/2013 acumulando neve nas ruas, árvores e telhados. Alguns outros municípios paranaenses também obtiveram precipitação dos flocos como Cruz Machado, Pinhão, União da Vitória, Lapa, São Mateus do Sul, Toledo, Palmas, Paula Freitas, Irati.

No dia 23 de julho de 2013 várias cidades do Paraná também registraram neve, dentre elas Ponta Grossa e Curitiba.[35] O fenômeno natural voltou a ocorrer na capital paranaense após 38 anos sem ocorrer com intensidade (17 de julho de 1975, quando nevou por mais de 3 horas), a neve em Curitiba ocorreu nas primeiras horas da manhã, a partir das 8h, nevando com mais intensidade em bairros como o Campo Comprido, a Ecoville, o Umbará, o Xaxim e a Cidade Industrial, embora o fenômeno também tenha se registrado em forma menos intensa na região central da cidade, a exemplo da Avenida Batel. Embora tenha a mídia divulgado amplamente que fazia 38 anos que a cidade não registrava o fenômeno, em 30 de maio de 1979 ocorreu neve fraca, bem como em 1981, quando chegou a ocorrer neve granular em pontos isolados, mas que também é neve. Na realidade, havia 38 anos que não se registrava em Curitiba, neve com certa intensidade e na maioria das regiões da cidade [36] quando os termômetros marcavam temperatura próxima de zero grau, a data também é digna de nota por ter registrado uma das menores máximas da história da Capital paranaense, máxima de 5,2ºC. Em 2010, Curitiba havia registrado máxima de 6,3ºC, mas sem registro de neve, e em 17 de julho de 1975, a cidade havia registrado máxima de 8ºC no início da madrugada anterior à nevada, e máxima de 3,8ºC no período da tarde. [37] No evento de 2013, destaca-se também a ocorrência com intensidade nos Municípios de Jaguariaíva e Carambeí, a 24ºS de latitude, onde a neve caiu em flocos; na mesma ocasião, Maringá, município localizado a cerca de 450 metros de altitude e cruzado pelo Trópico de Capricórnio, registrou-se chuva congelada; ao todo, contabilizou-se 32 municípios no Paraná com a ocorrência de neve e/ou chuva congelada. Em 2010 e 2011, a cidade Palmas havia registrado neve fraca, e, em 2011, Ponta Grossa, Pitanga e Prudentópolis já haviam registrado neve granular.


É interessante o registro de nevoeiro congelado (sincelo) ocorrido no sudoeste do estado em 2003. Era possível até fazer bonecos de neve.

Ocorrência de neve na Região Sudeste[editar | editar código-fonte]

Na Região Sudeste, por estar mais próximo do Equador e ter clima mais seco durante o inverno, o fenômeno da neve é mais raro e esparso do que na Região Sul.[38] .

São Paulo[editar | editar código-fonte]

Campos do Jordão, o município com a altitude mais elevada do Brasil (1 628 metros) e uma das cidades mais frias do país (temperatura média de 8,1 °C).[39]

No estado de São Paulo, há relatos de ocorrência de neve na própria capital, na região metropolitana e em boa parte do estado, a única ocorrida em 25 de junho de 1918.[40] Algumas anotações meteorológicas desta última nevada parecem indicar que o fato ocorrido na capital paulista em 1918 foi uma sublimação de nevoeiro, juntamente com geada, causada pelo frio intenso da madrugada.[41] [42] Essa onda de frio fez com que a temperatura caísse para até 12 graus negativos, ao relento, em regiões do planalto. Próximo à cidade de Cunha, foi possível atravessar um curso d´água sobre uma espessa camada de gelo e verdadeiras quedas de neve foram observadas em vários pontos do Estado. Na Avenida Paulista, houve o congelamento da água exposta ao relento e em depósitos de pequena profundidade. O documento registra que várias cidades tiveram o abastecimento interrompido porque a água congelou nos encanamentos.[43]
Existem registros de neve em Campos do Jordão nos anos de 1928, 1942, 1947 e em 1966,[44] 1975 em Apiaí e Guapiara, assim como quase todo o sul do estado (com exceção do Vale do Ribeira), em 1928 e 1975, outros relatos também nos mostram neve em anos anteriores no estado de São Paulo, nas cidades de Botucatu, São Manuel, Itaí, Sorocaba, Itapetininga, Jundiaí e Vargem Grande Paulista (cidade mais fria da RMSP) em 1879.

Minas Gerais[editar | editar código-fonte]

Pórtico na entrada do distrito de Monte Verde em Minas Gerais.

O estado de Minas Gerais possui um clima muito seco durante o inverno,[45] possuindo assim fortes geadas nas regiões central, oeste e sul. As cidades de Pedralva, Monte Verde e Itajubá registraram o fenômeno em 1986, 1991, 1995, 1998, 2003, 2005, 2007, 2012 e 2013.[46] [47] [48] Já foi observada deposição de flocos de neve formados por geada, entretanto nunca foi registrada neve partida da precipitações.[49] Entretanto, há um relato de queda de neve em Ouro Preto, nos anos de 1942, 1998 e 2001.[50]

Rio de Janeiro[editar | editar código-fonte]

No Rio de Janeiro, em Itatiaia (em 1928, 1970, 1973, 1975, 1985, 1988, 1991, 1994, 1999, 2001, 2004, 2006 e 2012).[51] [52] [53] [54]

Espírito Santo[editar | editar código-fonte]

No Espírito Santo, apesar de relatos dos funcionários mais antigos do Parque Nacional do Caparaó (localizado na divisa entre os estados do Espírito Santo e Minas Gerais) indicando ocorrência de neve[55] , não há nenhuma comprovação por órgãos de meteorologia da ocorrência do fenômeno[55] .

Ocorrência de neve na Região Centro-Oeste[editar | editar código-fonte]

Mato Grosso do Sul[editar | editar código-fonte]

Mato Grosso do Sul é o único estado desta região com registro de neve. Em 23 de julho de 2013, nevou fraco e por alguns minutos em Paranhos, cidade situada na pequena faixa do extremo sul do Estado, a 23° 53" de latitude Sul, abaixo do Trópico de Capricórnio [56] . Neste município, o último registro de neve anterior ocorreu em 1975.[57] [58] Visto que o município de Paranhos localiza-se abaixo do Trópico de Capricórnio, sua latitude é aproximadamente a mesma que a de Guaíra, Campo Mourão e Faxinal do Céu, no Paraná, já fazem parte da zona temperada austral da Terra.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Mato Grosso do Sul pode registrar neve após 38 anos
  2. Especial A Neve e os gaúchos Zero Hora, visto em 03/08/2011.
  3. Maior nevasca da história do Brasil faz 50 anos Overmundo, 23 de julho de 2007.
  4. Parque Nacional do Itatiaia
  5. http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2013/07/sobe-para-113-o-numero-de-cidades-que-registraram-neve-em-sc.html
  6. http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2013/07/sobe-para-107-o-numero-de-cidades-com-neve-em-santa-catarina.html
  7. http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2013/07/neve-historica-atinge-um-terco-das-cidades-catarinenses-em-dois-dias.html
  8. http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2013/07/neve-e-registrada-em-mais-de-80-cidades-em-santa-catarina.html
  9. [http://www.sommaiornews.com/noticia/brasil/nevou-em-29-cidades-de-santa-catarina-1639http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2013/07/neve-e-registrada-em-mais-de-80-cidades-em-santa-catarina.html
  10. [http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2013/07/neve-historica-atinge-um-terco-das-cidades-catarinenses-em-dois-dias.html
  11. Governo de Santa Catarina
  12. [1]
  13. Video do narrador durante o princípio da partida
  14. Trinta anos do jogo da neve
  15. O jogo da neve
  16. O jogo da neve, acessado em 6 de agosto de 2011
  17. Esportivo x Grêmio: o Jogo da Neve
  18. Jogo da Neve - 30 anos
  19. [2]
  20. Fotos de neve no Brasil
  21. http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/08/neve-chega-30cm-e-suspende-aulas-em-sao-jose-dos-ausentes.html
  22. http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=130163
  23. http://www.vaievemdavida.com.br/noticia/nevou-em-cidades-do-rio-grande-do-sul-e-de-santa-catarina/
  24. http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2013/07/23/massa-de-ar-polar-provoca-neve-em-mais-de-50-cidades-do-brasil.htm
  25. Metsul Meteorologia - 24 de agosto de 1984
  26. Metsul Meteorologia
  27. Climatologia Urbana de São Leopoldo
  28. Notícias do portal Terra - 4 de setembro de 2006, 14h03
  29. Metsul Meteorologia (com foto)
  30. Neve atinge mais de 80 cidades do Sul do país e fecha rodovias e escolas G1, 23/07/2013.
  31. http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2013/07/balanco-do-simepar-mostra-que-neve-caiu-em-26-cidades-do-parana.html
  32. [3]
  33. Clima de Curitiba Site Oficial da Secretaria Estadual do Turismo do Paraná - acessado em 13 de outubro de 2011
  34. Ibaiti Site Inst. Paranaense de Desenv. Econ. e Social - acessado em 13 de outubro de 2011
  35. Forte onda de frio provoca neve em mais de 140 cidades do sul do Brasil
  36. Após 38 anos sem registrar neve, Curitiba volta a registrar neve nesta terça-feira
  37. Após décadas, Regiões Metropolitanas de Curitiba e Florianópolis têm neve
  38. Jornal do Commercio, acessado em 13 de outubro de 2011
  39. Viviane Palladino. Revista Mundo EstranhoQual é a cidade mais alta do Brasil?. Visitado em 7 de junho de 2013.
  40. Quando a neve chega ao Brasil, Revista Galileu
  41. O dia que nevou em São Paulo
  42. Samantha Martins (12 de Julho de 2011). Neve em São Paulo – SP (25/06/1918). Aconteceu ou não?. Visitado em 13 de Julho de 2011.
  43. Projeto Memória
  44. Neve em Campos do Jordão
  45. http://brasilgeografia.blogspot.com/2007/10/clima-tropical-de-altitude.html
  46. http://www.guiacampos.com/noticiascamposdojordao/ver-noticia.asp?Id_not=21426&Assunto=Segundo+Somar+frio+intenso+avan%E7a+e+pode+nevar+na+Serra+na+Mantiqueira
  47. http://www.blogdomineiro.com.br/2012/05/03/neve-no-sul-de-minas/
  48. Geada no sul de Minas
  49. Previsão de tempo - geada em Minas Gerais
  50. http://www.jusbrasil.com.br/diarios/1649657/dou-secao-1-11-06-1893-pg-6
  51. http://blogcarioca.com.br/2009/05/07/neve-na-serra-de-itatiaia-no-rio-de-janeiro/
  52. http://penedoblog.com/ecoturismo-em-penedo/parque-nacional-do-itatiaia-registra-temperaturas-negativas
  53. http://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=1341
  54. http://www.clubedosaventureiros.com/conteudo/noticias/815-o-parque-nacional-do-itatiaia-registra-7-graus-negativos
  55. a b Natalia Bourguignon (04/04/2015). Neve no Espírito Santo? Há quem jure de pés juntos que já viu! Gazeta Online. Visitado em 06/04/2015.
  56. Histórico: caiu neve em Mato Grosso do Sul
  57. Município de Mato Grosso do Sul tem, segundo relatos divulgados pela mídia, a ocorrência de neve de fraca e rápida intensidade 38 anos depois do último registro
  58. Após 38 anos, moradores de Paranhos veem queda de neve por 2minutos

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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