Novo Banco de Desenvolvimento
Novo Banco de Desenvolvimento | |
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Fundação | 15 de julho de 2014 (1 ano) |
Tipo | Instituição financeira internacional |
Sede | Xangai |
Membros |
5 países
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Filiação | BRICS |
Presidente | K. V. Kamath[1] |
Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também referido como Banco de Desenvolvimento do BRICS ou simplesmente Banco do BRICS, é um banco de desenvolvimento multilateral, operado pelos estados do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) como uma alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI).[2] O banco está configurado para promover uma maior cooperação financeira e de desenvolvimento entre os cinco mercados emergentes sócios. A sede da instituição ficará em Xangai, China,[3] e o primeiro chefe-executivo será indiano[3] [4] . Na cúpula de 2015 na Rússia, os países planejam anunciar os funcionários de alto nível do banco.[5]
Em 15 de julho de 2014, durante a sexta cúpula do BRICS, em Fortaleza, no Ceará, os presidentes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul assinaram um acordo, oficializando a criação do banco,[6] cujo principal objetivo é o financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento em países pobres e emergentes. O acordo foi firmado pela presidente do Brasil, Dilma Rousseff, pelo novo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, pelos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, da China, Xi Jinping, e da África do Sul, Jacob Zuma.
História[editar | editar código-fonte]
A criação do banco foi acordado pelos líderes do BRICS na Quinta cúpula do BRICS, realizada em Durban, na África do Sul, em 27 de março de 2013.[2]
Em 15 de julho de 2014, o primeiro dia da Sexta cúpula do BRICS, realizada em Fortaleza, no Brasil, o grupo de economias emergentes assinou o documento há muito aguardado para criar o Novo Banco de Desenvolvimento de 100 bilhões de dólares e um fundo de moeda de reserva no valor de mais outros 100 bilhões de dólares.[7] Ambos irão contrariar a influência das instituições de crédito. Também foram assinados documentos sobre a cooperação entre as agências de crédito à exportação BRICS e um acordo de cooperação em matéria de inovação.[8]
O banco dos BRICS terá sua sede em Xangai, na China. Seu primeiro presidente será indiano. O Brasil deverá indicar o presidente do Conselho de Administração do banco. À Rússia caberá nomear o presidente do Conselho de Governadores, e a África do Sul sediará o Centro Regional Africano da instituição.[9] [10] O NBD deverá também impulsionar ainda mais o comércio entre os cinco componentes do grupo, que já movimenta cerca de 54 bilhões de dólares anuais.[10] O capital inicial do banco será de 50 bilhões de dólares (podendo chegar, futuramente, a 100 bilhões de dólares), valor a ser integralizado pelos cinco países em partes iguais, em até sete anos.
O presidente inaugural do conselho de administração virá do Brasil. O presidente inaugural do Conselho de Governadores será russo. O primeiro centro regional banco será localizado na África do Sul.[11]
Estrutura e objetivos[editar | editar código-fonte]
Entre os objetivos do banco está o de fornecer financiamento para projetos de infraestrutura. A instituição também irá prestar assistência aos outros países que sofrem com a volatilidade econômica após o fim da política monetária expansionista dos Estados Unidos.[12]
Segundo Dilma Rousseff, o novo banco deve representar uma alternativa "para as necessidades de financiamento de infraestrutura nos países em desenvolvimento, compreendendo e compensando a insuficiência de crédito das principais instituições financeiras internacionais", que são o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial), instituições criadas em 1945, pelos Acordos de Bretton Woods. Essas instituições têm sido consideradas, pelos países emergentes, como pouco representativas dos seus interesses.[13]
O FMI tem sido criticado em termos da eficácia dos seus métodos no enfrentamento de conjunturas de crise, e vem perdendo credibilidade pelo menos desde o final dos anos 1990, por ocasião da crise financeira asiática.[14] [15] [10] Quanto ao Banco Mundial, também tem sido alvo de críticas quanto à sua eficácia na promoção do desenvolvimento e redução da pobreza. Principal instituição multilateral de financiamento de infraestrutura no chamado Terceiro Mundo, o Banco Mundial é, por tradição, dirigido por um representante do governo dos Estados Unidos, país que também é responsável pelos maiores aportes de recursos para a instituição.[9] [16]
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ O Globo: Banqueiro indiano é nomeado primeiro chefe do banco de desenvolvimento dos Brics (11 de maio de 2015). Visitado em 11 de julho de 2015.
- ↑ a b Powell, Anita. BRICS Leaders Optimistic About New Development Bank (em inglês) Voz da América.
- ↑ a b Lewis, Jeffrey; Trevisani, Paulo. Brics Agree to Base Development Bank in Shanghai (em inglês) Wall Street Journal.
- ↑ PUJA MEHRA (November 17, 2014). Government may not let Rajan go to BRICS bank The Hindu. Visitado em NOV 2014.
- ↑ Kristina Kukolja (19 NOV 2014). BRICS 'fast-tracking' New Development Bank. Visitado em NOV 2014.
- ↑ Vídeo: Ministro da Fazenda exalta criação do Banco dos Brics e de fundo de reserva. Blog do Planalto, 15 de julho de 2014
- ↑ Brics nations to create $100bn development bank (em inglês) BBC (15 de julho de 2014).
- ↑ "BRICS establish $100bn bank and currency reserves to cut out Western dominance". RT.com. 15 de julho de 2014
- ↑ a b Banco dos Brics busca alternativa a hegemonia de países ricos. Por Ruth Costas e João Fellet. BBC Brasil, 15 de julho de 2014.
- ↑ a b c El País: O banco dos BRICS começa a andar (15 de julho de 2014).
- ↑ Lewis, Jeffrey T.; Trevisani, Paulo (15 de julho de 2014). Brics Agree to Base Development Bank in Shanghai Bank to Finance Infrastructure Projects in Emerging-Market Countries (em inglês) Wall Street Journal. Visitado em 29 de julho de 2014.
- ↑ "Brics eye infrastructure funding through new development bank", The Guardian, 28 de março de 2013. Página visitada em 3 de abril de 2013.
- ↑ Mantega: EUA e Europa jogam com "legitimidade e credibilidade" do FMI. EFE, 20 de abril de 2013.
- ↑ A fome do FMI. Folha de S. Paulo, 3 de novembro de 2002.
- ↑ Credibilidade do FMI em queda. Hoje em Dia, 26 de abril de 2014.
- ↑ Vídeo: Brics formaliza criação de banco para financiar obras. TV Uol, 15 de julho de 2014.