Seleção Brasileira de Voleibol Masculino
Seleção brasileira de voleibol masculino é a seleção nacional de voleibol adulta profissional brasileira, organizada e gerenciada pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). A estreia da seleção em competições internacionais foi no Campeonato Sul-Americano de 1951,[2] antes mesmo da fundação da Confederação Brasileira de Voleibol. Seus resultados esportivos começaram a aparecer de forma consistente na década de 1980, que configurou o despontar do voleibol brasileiro como força mundial. Conquistou sua primeira medalha de ouro olímpica nos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992 e em 2004, nas Olimpíadas de Atenas, a sua segunda medalha de ouro.[3] [4] No início do século XXI, a seleção tornou-se hegemônica, ganhando 16 de 20 torneios disputados e indo ao pódio mais 4 vezes.[5]
Em julho de 2010 a seleção brasileira conquistou o eneacampeonato da Liga Mundial da FIVB (1993,[6] [7] 2001,[7] 2003,[7] 2004,[7] 2005,[7] 2006,[7] 2007,[8] [9] [10] 2009[11] [12] e 2010[13] ), tornando-se a seleção nacional mais bem-sucedida da história do campeonato. Ainda em 2010, a seleção conquistou o tricampeonato mundial de forma consecutiva.[14] [15] [16] [17] Atualmente ocupa o primeiro lugar geral do ranking da FIVB.[1] Nas categorias de base (sub-19 e sub-21) ocupa o segundo lugar geral do ranking da FIVB (210 pontos em 2 de setembro de 2013).[18] A seleção brasileira é considerada uma das equipes mais fortes do planeta.[19] [20] [21] [22] [23] [24] [25]
Índice
História[editar | editar código-fonte]
Até o final da década de 1970 a seleção obtinha resultados que variavam entre os décimo quinto e quinto lugares, e o voleibol era um esporte com pouco charme para o brasileiro. A partir de década de oitenta, com a chamada Geração de Prata, o vôlei brasileiro começou a obter resultados importantes, como o título nos Jogos Pan-Americanos de 1983 e a medalha de prata nas Olimpíadas de Los Angeles em 1984.[3] Esses resultados, aliados a investimentos de marketing e formação de base, melhoraram sensivelmente o nível do voleibol nacional. Entre os eventos promocionais, uma partida entre o Brasil e a URSS, então a melhor seleção do mundo, no Maracanã, pode ser considerada um evento histórico do voleibol nacional.[26] Estes resultados só foram possíveis graças a uma revolução tática, através da introdução de bolas atacadas atrás da linha dos três, que eram realizadas de modo sistemático e executadas com maior velocidade do que as realizadas esporadicamente por algumas equipes do mundo.[27]
A partir da criação da Liga Mundial, a seleção brasileira foi obtendo resultados cada vez mais consistentes, que resultaram no ouro nas Olimpíadas de Barcelona.[3] José Roberto Guimarães adotou um estilo de jogo com apenas um central de ofício em quadra, Paulão. Marcelo Negrão, o oposto, em duas passagens bloqueava no meio da rede. O time era tão versátil no ataque que Negrão atacava com a mesma facilidade bolas de primeiro tempo e as bolas de fundo, altas.[28] Adotando este estilo de jogo, o Brasil começou a ter equipes fortes e também a exportar jogadores para todo o mundo. A década de 1990, porém, seria dominada pela seleção italiana (embora as Olimpíadas de 1992 tenham sido vencidas pelo Brasil, em uma final contra os Países Baixos,[3] que foram campeões em 1996 contra a Itália).
Mas os melhores resultados ainda estavam por vir. No início do século XXI, sob o comando do treinador Bernardinho, que introduziu o que alguns consideram a "última revolução tática do vôlei", a seleção tornou-se praticamente invencível. Esta tática consistia na bola de tempo atacada do fundo, pela posição seis.[27] De 2001 a 2006, a seleção disputou 20 títulos, obtendo 16 primeiros lugares, 3 segundos lugares e 1 terceiro lugar.[5] Os primeiros lugares incluíram dois Campeonatos Mundiais,[5] [29] cinco Ligas Mundiais,[7] uma Copa do Mundo,[11] uma Copa dos Campeões e uma Olimpíada.[3] [4] Entre 2007 e 2013, a seleção ainda conquistou mais um Campeonato Mundial,[14] [15] [16] [17] três títulos da Liga Mundial,[8] [9] [10] [11] [12] [13] uma Copa do Mundo[30] e duas Copa dos Campeões.[31] [32] Nessas campanhas vitoriosas da seleção, um jogador sempre destacou-se dos demais apesar do ótimo grupo do Brasil, Giba. Quase sempre titular em todas as conquistas do Brasil na era Bernardinho, Giba alcançou três vezes o pódio olímpico e conquistou três Campeonatos Mundiais, duas Copas do Mundo, três Copas dos Campeões, oito Ligas Mundiais, um Pan-Americano e oito Sul-Americanos.[17] [33] Ao conquistar o título mundial em 2010, Leandro Vissotto igualou-se a Nalbert e tornou-se o segundo jogador a obter títulos mundiais em todas as categorias: Sub-19, Sub-21 e adulta.[17]
A seqüência de resultados positivos é certamente fruto de uma administração de qualidade, que conseguiu transformar o voleibol no segundo esporte no coração dos brasileiros, e que conseguiu ótimos resultados também no vôlei de praia, no qual, segundo a CBV, em 149 torneios internacionais organizados pela Federação Internacional de Voleibol, o Brasil subiu ao pódio 142 vezes (entre 1987 e 2003).[34] Os resultados de 2001 a 2006 são, por muitos, atribuídos à grande qualidade da equipe, mas principalmente à capacidade do técnico Bernardinho de obter resultados.[35] Após o Campeonato Mundial de 2006 a seleção brasileira ocupava o primeiro lugar no ranking da FIVB, com 195 pontos (63 pontos a mais que o segundo colocado, a Itália).[19] Dos onze jogadores no topo do ranking brasileiro (valendo 7 pontos para as equipes), dez atuavam no exterior e um estava sem equipe. Em 5 de janeiro de 2008, a seleção já aparecia com 260 pontos (60.5 pontos a mais que o segundo colocado, a Rússia), a maior pontuação da história do Brasil no ranking da FIVB até aquele momento.[20] Bernardinho assumiu o comando da seleção masculina em 2001 e, em 18 de agosto de 2010, somava 331 partidas, com 299 vitórias e 32 derrotas.[36]
Títulos[editar | editar código-fonte]
A seleção brasileira já conquistou todos os principais campeonatos de voleibol. Nos Jogos Olímpicos, o Brasil possui cinco medalhas: duas de ouro conquistadas respectivamente em Barcelona (1992) e Atenas (2004)[3] [4] e três de prata conquistadas em Los Angeles (1984), Pequim (2008)[37] e Londres (2012).[38] No Campeonato Mundial, o Brasil possui cinco medalhas: três de ouro conquistadas na Argentina (2002),[29] no Japão (2006)[5] e na Itália (2010)[14] [15] [16] [17] e duas de prata conquistadas na Argentina (1982) e Polônia (2014).[39] Na Copa do Mundo o Brasil possui cinco medalhas, duas de ouro (2003 e 2007[30] ) e três de bronze (1981, 1995 e 2011).[40] [41]
Já nos Jogos Pan-Americanos, o Brasil possui quatro medalhas de ouro (1963, 1983, 2007[42] e 2011[43] [44] ), sete de prata (1959, 1967, 1975, 1979, 1991, 1999 e 2015[45] ) e quatro de bronze (1955, 1971, 1987 e 2003). Nos Jogos Pan-Americanos de 2007, disputados no Rio de Janeiro, o Brasil conquistou sua terceira medalha de ouro derrotando os Estados Unidos na final.[42] Em 2011, nos Jogos de Guadalajara, a seleção conquistou o seu quarto título vencendo na final a equipe cubana principal com um time considerado pela imprensa brasileira como B.[43] [44]
Em 22 de agosto de 2010, em seu primeiro torneio após a conquista do eneacampeonato da Liga Mundial, a seleção brasileira conquistou o segundo título no ano. o Brasil encerrou sua participação no quadrangular Hubert Jerzeg Wagner, na cidade polonesa de Bydgoszcz, invicta. Em seu terceiro e último jogo na competição, a equipe derrotou a Polônia, por 3 sets a 1, dando o troco da derrota sofrida em um amistoso no dia 18 de agosto por 3 a 2.[36] [46] [47] [48] Em 2011, a seleção brasileira conquistou o primeiro título nos Jogos Mundiais Militares, realizados no Rio de Janeiro, derrotando a equipe chinesa na final.[49] Nas categorias de base, o Brasil também ostenta bastante tradição,[18] [50] [51] [52] sendo o maior vencedor do campeonato mundial Sub-19 e o segundo maior vencedor do campeonato mundial Sub-21. Em 2013, a seleção brasileira venceu a primeira edição do Campeonato Mundial Sub-23, disputado em Uberlândia, derrotando a Rússia na semifinal e a Sérvia na final.[53] [54] [55]
Volleyball Hall of Fame[editar | editar código-fonte]
- Personalidades que entraram para o Hall da Fama do Voleibol
- Bernard Rajzman (introduzido como jogador em 2005)[56]
- Jacqueline Silva (introduzida como jogadora em 2006)[57]
- Carlos Nuzman (introduzido como líder em 2007)[58]
- Ana Moser (introduzida como jogadora em 2009)[59]
- Adriana Behar (introduzida como dupla de voleibol de praia em 2010)[60]
- Shelda Bedê (introduzida como dupla de voleibol de praia em 2010)[60]
- Maurício Lima (introduzido como jogador em 2012)[61]
- Nalbert Bitencourt (introduzido como jogador em 2014)[62]
- Sandra Pires (introduzida como jogadora em 2014)[63]
Recordes[editar | editar código-fonte]
A seleção masculina de voleibol do Brasil possui os dois recordes mundiais de público na história do voleibol. Em 26 de julho de 1983, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, 95.887 pagantes viram O Grande Desafio de Vôlei – Brasil X URSS, uma partida amistosa na qual o Brasil derrotou a então campeã olímpica e mundial, União Soviética, por 3-1, num recorde absoluto da história do esporte.[26] [64] [65] [66] No dia 6 de julho de 1995, no ginásio do Mineirinho, em Belo Horizonte, foi batido o recorde de público numa partida indoor. 25.326 torcedores superlotaram o ginásio para ver a Itália bater o Brasil por 3-2, na fase decisiva de classificação para as finais da Liga Mundial daquele ano.[67] [68]
Most Valuable Player[editar | editar código-fonte]
O Jogador Mais Valioso (em inglês: Most Valuable Player), também conhecido pela sigla MVP, é um prêmio geralmente conferido ao atleta ou atletas de melhor desempenho num torneio. No voleibol o prêmio támbem é válido para designar um(a) jogador(a) como melhor do mundo no momento. Ao longo dos anos atletas da seleção brasileira de voleibol masculino receberam tal honraria. Abaixo alguns nomes:
- André Nascimento
- Douglas Souza
- MVP do Campeonato Sul-Americano Sub-21 de 2014[70]
- MVP do Campeonato Sul-Americano Sub-22 de 2014[71]
- MVP da Copa Pan-Americana de 2015[72] [73]
- Giba
- MVP do Campeonato Mundial Sub-19 de 1993[33]
- MVP dos Jogos Olímpicos de Atenas de 2004[74] [75]
- MVP da Liga Mundial de 2006[75] [76]
- MVP do Campeonato Mundial de 2006[75] [77]
- MVP dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro de 2007[75]
- MVP da Copa do Mundo de 2007[75] [78]
- Giovane
- MVP da Liga Mundial de 1993[6] [76]
- Lucarelli
- Lucas Madaloz
- Maurício Borges
- Murilo
- MVP da Liga Mundial de 2010[76] [84] [85]
- MVP do Torneio Hubert Jerzeg Wagner de 2010[86] [87]
- MVP do Campeonato Mundial de 2010[88] [89]
- MVP dos Jogos Olímpicos de Londres de 2012[90]
- Paulo Silva
- Ricardinho
- MVP da Liga Mundial de 2007[76]
- Rogério Carvalho
- Serginho
- MVP da Liga Mundial de 2009[76] [93]
- MVP do Campeonato Sul-Americano de 2011[94]
- Sidão
Elenco Atual[editar | editar código-fonte]
Última convocação realizada para a disputa da Liga Mundial de 2015.[96] [97]
Camisa | Nome | Posição | Idade | Altura | Peso | Clube atual | Naturalidade |
---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Bruno Mossa de Rezende | Levantador | 28 | 1,90 | 76 | Pallavolo Modena | RJ |
2 | Isac Viana Santos | Central | 24 | 2,05 | 84 | Sada Cruzeiro Vôlei | RJ |
3 | Éder Carbonera | Central | 31 | 2,04 | 101 | Sada Cruzeiro Vôlei | RS |
4 | Wallace de Souza | Oposto | 27 | 1,98 | 87 | Sada Cruzeiro Vôlei | SP |
5 | Sidnei dos Santos Júnior | Central | 32 | 2,03 | 90 | FUNVIC Taubaté | SP |
6 | Leandro Vissotto Neves | Oposto | 32 | 2,12 | 97 | JT Thunders | SP |
7 | William Arjona | Levantador | 35 | 1,85 | 78 | Sada Cruzeiro Vôlei | SP |
8 | Murilo Endres | Ponta | 34 | 1,90 | 76 | Sesi-SP | RS |
9 | Raphael Vieira | Levantador | 35 | 1,90 | 82 | FUNVIC Taubaté | MG |
10 | Sérgio Dutra Santos | Líbero | 39 | 1,84 | 78 | Sesi-SP | PR |
11 | Felipe Lourenço Silva | Líbero | 24 | 1,88 | 77 | FUNVIC Taubaté | SP |
12 | Luiz Felipe Fonteles | Ponta | 30 | 1,96 | 89 | FUNVIC Taubaté | PR |
13 | Maurício Souza | Central | 26 | 2,09 | 93 | FUNVIC Taubaté | MG |
14 | Samuel Fuchs | Oposto | 31 | 2,00 | 89 | Minas TC | PR |
15 | Evandro Guerra | Ponta | 33 | 2,07 | 107 | Suntory Sunbirds | SP |
16 | Lucas Saatkamp | Central | 29 | 2,09 | 101 | Sesi-SP | RS |
17 | Murilo Radke | Levantador | 26 | 1,94 | 76 | Budvanska Rivijera Budva | RS |
18 | Ricardo Lucarelli de Souza | Ponta | 23 | 1,95 | 79 | Sesi-SP | MG |
19 | Mário Júnior | Líbero | 33 | 1,92 | 91 | Pallavolo Piacenza | RJ |
20 | Renan Buiatti | Oposto | 25 | 2,17 | 92 | PRC Ravenna | MG |
21 | Tiago Brendle | Líbero | 29 | 1,88 | 83 | VBCE Maringá | RS |
22 | Maurício Borges | Ponta | 26 | 1,99 | 99 | Sesi-SP | AL |
23 | Riad Ribeiro | Central | 33 | 2,04 | 100 | Sesi-SP | RJ |
24 | Fernando Kreling | Levantador | 19 | 1,83 | 89 | Sada Cruzeiro Vôlei | RS |
25 | Lucas Lóh | Ponta | 24 | 1,95 | 83 | ZAKSA Kędzierzyn-Koźle | PR |
Bernardo Rocha de Rezende | Treinador |
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Seleção Brasileira de Voleibol Feminino
- Seleção Brasileira de Voleibol Sentado Masculino
- Seleção Brasileira de Voleibol Sentado Feminino
- Lista de vencedores de títulos mundiais de voleibol
- Geração de Prata
- O Grande Desafio de Vôlei – Brasil X URSS
- Lista de jogadores de voleibol do Brasil
- Confederação Brasileira de Voleibol
- Federação Internacional de Voleibol
Referências
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- ↑ Maurício Lima (em inglês) Volleyball Hall of Fame. Visitado em 23 de fevereiro de 2015. Cópia arquivada em 5 de outubro de 2013.
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