Ucrânia

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Україна
Ukrayina

Ucrânia
Bandeira da Ucrânia
Brasão de armas da Ucrânia
Bandeira Brasão de armas
Lema: "Volia, Zlahoda, Dobro"
(ucraniano: Liberdade, Concordância, Bondade)
Hino nacional: Ще не вмерла України ні слава, ні воля
(Shche ne vmerla Ukrayiny ni slava, ni volya)
"A glória da Ucrânia ainda não pereceu, nem a sua liberdade"
Gentílico: Ucraniano(a)

Localização  Ucrânia

Localização da Ucrânia (em verde escuro)
Território disputado da Crimeia (em verde claro)
Localização na Europa (em cinza escuro)
Capital Kiev
44°52'N 22°40'O
Cidade mais populosa Kiev
Língua oficial ucraniano
Governo República semipresidencialista
 - Presidente Petro Poroshenko
 - Primeiro-ministro Volodymyr Hroisman (interino)
 - Presidente do Parlamento Oleksandr Turchynov
Independência da União Soviética 
 - Declarada 24 de agosto de 1991 
 - Reconhecida 25 de dezembro de 1991 
Área  
 - Total 603 628 km² (43.º)
 - Água (%) 7
 Fronteira Rússia
Bielorrússia
Polónia
Eslováquia
Hungria
Moldávia
Roménia
População  
 - Estimativa de 2013 44 573 205[1] hab. (27.º)
 - Censo 2001 48 457 102 hab. 
 - Densidade 76 hab./km² (115.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2013
 - Total US$ 337,360 bilhões*[2]  
 - Per capita US$ 7 422[2]  
PIB (nominal) Estimativa de 2013
 - Total US$ 175,527 bilhões*[2]  
 - Per capita US$ 3 862[2]  
IDH (2013) 0,734 (83.º) – elevado[3]
Gini (2010) 25,6[4]
Moeda Grívnia (UAH)
Fuso horário EET (UTC+2)
 - Verão (DST) EEST (UTC+3)
Cód. Internet .ua
Cód. telef. +380

Mapa  Ucrânia

A Ucrânia (em ucraniano: Україна, Ukrayina, pronunciado: [ukrɑˈjinɑ]; literalmente "fronteira" ou "confim"[5] ) é um país da Europa Oriental[6] que faz fronteira com a Federação Russa a leste e nordeste; Bielorrúsia a noroeste; Polônia, Eslováquia e Hungria a oeste; Romênia e Moldávia a sudoeste; e Mar Negro e Mar de Azov ao sul e sudeste, respectivamente. O país possui um território que compreende uma área de 603.628 quilômetros quadrados, o que o torna o maior país totalmente no continente europeu.[7] [8] [9]

O território ucraniano começou a ser habitado há cerca de 44 mil anos[10] e acredita-se que a região seja o lar da domesticação do cavalo[11] e da família de línguas indo-europeias.[12] Na Idade Média, a nação se tornou um polo da cultura dos eslavos do leste, conhecido como o poderoso Estado Principado de Kiev. Após a sua fragmentação no século XIII, a Ucrânia foi invadida, governada e dividida por uma variedade de povos. Uma república cossaca surgiu e prosperou durante os séculos XVII e XVIII, mas a nação permaneceu dividida até sua consolidação em uma república soviética no século XX. Tornou-se um Estado-nação independente apenas em 1991.

A Ucrânia é considerada o "celeiro da Europa" devido à fertilidade de suas terras. Em 2011, o país era o terceiro maior exportador de grãos do mundo, com uma safra muito acima da média.[13] A Ucrânia é uma das dez regiões mais atraentes para a compra de terras agrícolas no mundo.[14] Além disso, tem um setor de manufatura bem desenvolvido, especialmente na área de aeronáutica e de equipamentos industriais.

O país é um Estado unitário composto por 24 oblasts (províncias), uma república autônoma (Crimeia) e duas cidades com estatuto especial: Kiev, a capital e maior cidade, e Sevastopol, que abriga a Frota do Mar Negro da Rússia sob um contrato de leasing. A Ucrânia é uma república sob um sistema semipresidencial com separação dos poderes legislativo, executivo e judiciário. Desde a dissolução da União Soviética, o país continua a manter o segundo maior exército da Europa, depois da Rússia. O país é o lar de 44,6 milhões de pessoas,[1] 77,8% dos quais são ucranianos étnicos, com minorias de russos (17%), bielorrussos e romenos. O ucraniano é a língua oficial e o seu alfabeto é cirílico. O russo também é muito falado. A religião dominante é o cristianismo ortodoxo oriental, que influenciou fortemente a arquitetura, a literatura e a música do país.

História[editar | editar código-fonte]

Idade de ouro em Kiev (800 - 1100)[editar | editar código-fonte]

Mapa da Rus Kievana no século XI. Durante a idade de ouro de Kiev, as terras do principado alcançavam grande parte das atuais Ucrânia, Bielorrússia e Rússia europeia.

Durante os séculos X e XI, o território da Ucrânia tornou-se o centro de um Estado poderoso e prestigioso na Europa, a Rus Kievana, o que estabeleceu a base das identidades nacionais ucraniana e das demais nações eslavas orientais nos séculos subsequentes. A capital do principado era Kiev, conquistada aos czares por Askold e Dir por volta de 860. Conforme as Crônicas Nestorianas, a elite do principado era inicialmente formada por varegues provenientes da Escandinávia que foram mais tarde assimilados à população local de modo a formar a dinastia Rurik.

O Principado de Kiev era formado por diversos domínios governados por príncipes ruríkidas aparentados. Kiev, o mais influente de todos os domínios, era cobiçado pelos diversos membros da dinastia, o que levava a enfrentamentos frequentes e sangrentos. A era dourada do principado coincide com os reinados de Vladimir, o Grande (Volodymyr, 980-1015), que aproximou o seu Estado do cristianismo bizantino, e seu filho Jaroslau I, o Sábio (1019-1054), que viu o principado atingir o ápice cultural e militar. O processo de fragmentação que se seguiu foi interrompido, em alguma medida, pelos reinados de Vladimir Monomakh (1113-1125) e de seu filho, o príncipe Mstislav (1125-1132), mas o território terminou por desintegrar-se em entidades separadas após a morte do último. A invasão mongol do século XIII desferiu ao principado o golpe de misericórdia, do qual nunca se recuperaria.

Comunidade Polaco-Lituana (1300 - 1600)[editar | editar código-fonte]

União de Lublin de 1569, por Jan Matejko, 1869, óleo sobre tela, Museu Nacional, Varsóvia.

Na região correspondente ao atual território da Ucrânia, sucederam ao Principado de Kiev os principados de Aliche e de Volínia, posteriormente fundidos no Estado de Aliche-Volínia, liderado por Daniel Romanovitch. Em meados do século XIV, o Estado foi conquistado por Casimiro IV da Polônia, enquanto que o cerne do antigo Principado de Kiev - inclusive a cidade de Kiev - passou ao controle do Grão-Ducado da Lituânia. O casamento do grão-duque Jagelão da Lituânia com a rainha Edviges da Polônia pôs sob controle dos soberanos lituanos a maior parte do território ucraniano.

Por força da União de Lublin, de 1569, que criou a Comunidade Polaco-Lituana, uma porção considerável do território ucraniano passou do controle lituano para o polonês, transferido para a coroa da Polônia. Sob pressão de um processo de "polonização", a maior parte da elite rutena (isto é, eslava ou eslavizada, mesmo que de origem lituana) converteu-se ao catolicismo. O povo, porém, manteve-se fiel à Igreja Ortodoxa, o que levou ao surgimento de tensões sociais demonstradas, por exemplo, pela União de Brest, de 1596, pela qual Sigismundo III Vasa tentou criar uma Igreja Católica Grega Ucraniana vinculada à Igreja Católica Romana. Os plebeus ucranianos, vendo-se sem a proteção da nobreza rutena - cada vez mais convertida ao catolicismo romano - voltaram-se para os cossacos (fervorosamente ortodoxos) em busca de segurança.

Cossacos (1600 - 1800)[editar | editar código-fonte]

Em meados do século XVII, um quase-Estado cossaco, o Zaporozhian Sich, foi criado pelos cossacos do Dniepre e pelos camponeses rutenos que fugiam da servidão polonesa. A Polônia não tinha o controle efetivo daquela área, hoje no centro da Ucrânia, que se tornou então um Estado autônomo militarizado, ocasionalmente aliado à comunidade. Entretanto, a servidão do campesinato pela nobreza polonesa, a ênfase da economia agrária da Comunidade na exploração da mão-de-obra servil e, talvez a razão mais importante, a supressão da fé ortodoxa terminaram por afastar os cossacos e a Polônia. Assim, os cossacos voltaram-se para a Igreja Ortodoxa Russa, o que levaria finalmente à queda da Comunidade Polaco-Lituana.

A grande rebelião cossaca de 1648 contra a comunidade e contra o rei polonês João II Casimiro levou à partilha da Ucrânia entre a Polônia e a Rússia, após o tratado de Pereyaslav e a guerra entre Rússia e Polônia. Com as partilhas da Polônia no final do século XVIII entre a Prússia, a Áustria e a Rússia, o território correspondente à atual Ucrânia foi dividido entre o Império Austríaco e o Império Russo, aquele anexando a Ucrânia Ocidental (com o nome de província da Galícia), este incorporando o restante do território ucraniano.

Em que pese o fato de que as promessas de autonomia da Ucrânia conferidas pelo tratado de Pereyaslav nunca se materializaram, os ucranianos tiveram um papel importante no seio do Império Russo, participando das guerras contra as monarquias europeias orientais e o Império Otomano e ascendendo por vezes aos mais altos postos da administração imperial e eclesiástica russa. Posteriormente, o regime tzarista passou a executar uma dura política de "russificação", proibindo o uso da língua ucraniana nas publicações e em público.

Era soviética[editar | editar código-fonte]

Soldados do Exército Insurgente da Ucrânia em 1917.

O colapso do Império Russo e do Império Áustro-Húngaro após a Primeira Guerra Mundial, bem como a Revolução Russa de 1917, permitiram o ressurgimento do movimento nacional ucraniano em prol da autodeterminação. Entre 1917 e 1920, diversos estados ucranianos se declararam independentes: o Rada Central, o Hetmanato, o Diretório, a República Popular Ucraniana e a República Popular Ucraniana Ocidental. Contudo, a derrota daquela última na Guerra Polaco-Ucraniana e o fracasso polonês na Ofensiva de Kiev (1920) da Guerra Polaco-Soviética fizeram com que a Paz de Riga, celebrada entre a Polônia e os bolcheviques em março de 1921, voltasse a dividir a Ucrânia. A porção ocidental foi incorporada à nova Segunda República Polonesa e a parte maior, no centro e no leste, transformou-se na República Socialista Soviética Ucraniana em março de 1919, posteriormente unida à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, quando esta foi criada, em dezembro de 1922.

O ideal nacional ucraniano sobreviveu durante os primeiros anos sob os soviéticos. A cultura e a língua ucranianas conheceram um florescimento quando da adoção da política soviética de nacionalidades. Seus ganhos foram postos a perder com as mudanças políticas dos anos 1930.

Vítima do Holodomor numa rua da cidade ucraniana de Kharkiv, em 1932

A industrialização soviética teve início da Ucrânia a partir do final dos anos 1920, o que levou a produção industrial do país a quadruplicar nos anos 1930. O processo impôs um custo elevado ao campesinato, demograficamente a espinha dorsal da nação ucraniana. Para atender a necessidade de maiores suprimentos de alimentos e para financiar a industrialização, Josef Stálin estabeleceu um programa de coletivização da agricultura pelo qual o Estado combinava as terras e rebanhos dos camponeses em fazendas coletivas. O processo era garantido pela atuação dos militares e da polícia secreta: os que resistiam eram presos e deportados. Os camponeses viam-se obrigados a lidar com os efeitos devastadores da coletivização sobre a produtividade agrícola e as exigências de quotas de produção ampliadas. Tendo em vista que os integrantes das fazendas coletivas não estavam autorizados a receber grãos até completaram as suas impossíveis quotas de produção, a fome tornou-se generalizada. Este processo histórico, conhecido como Holodomor (ou Genocídio Ucraniano), levou milhões de pessoas a morrerem de fome.

Na mesma época, os soviéticos acusaram a elite política e cultural ucraniana de "desvios nacionalistas", quando as políticas de nacionalidades foram revertidas no início dos anos 1930. Duas ondas de expurgos (1929-1934 e 1936-1938) resultaram na eliminação de quatro-quintos da elite cultural da Ucrânia.

Segunda Guerra Mundial[editar | editar código-fonte]

Kiev em ruínas durante a Segunda Guerra Mundial. A cidade foi ocupada pela Alemanha nazista entre 1941 e 1943.

Durante a Segunda Guerra Mundial, alguns membros do subterrâneo nacionalista ucraniano lutaram contra nazistas e soviéticos, indistintamente, enquanto que outros colaboravam com ambos os lados. Em 1941, os invasores alemães e seus aliados do Eixo avançaram contra o Exército Vermelho. No cerco de Kiev, a cidade foi designada pelos soviéticos como "Cidade Heroica" pela feroz resistência do Exército Vermelho e da população local. Mais de 660 000 soldados soviéticos foram capturados ali.

De início, os alemães foram recebidos como libertadores por muitos ucranianos na Ucrânia Ocidental. Entretanto, o controle alemão sobre os territórios ocupados não se preocupou em explorar o descontentamento ucraniano com as políticas soviéticas; ao revés, manteve as fazendas coletivas, executaram uma política de genocídio contra judeus e de deportação para trabalhar na Alemanha. Dessa forma, a maioria da população nos territórios ocupados passou a opor-se aos nazistas.

As perdas totais civis durante a guerra e a ocupação alemã na Ucrânia são estimadas entre cinco e oito milhões de pessoas, inclusive mais de meio milhão de judeus. Dos onze milhões de soldados soviéticos mortos em batalha, cerca de um-quarto eram ucranianos étnicos.

Com o término da Segunda Guerra Mundial, as fronteiras da Ucrânia soviética foram ampliadas na direção oeste, unindo a maior parte dos ucranianos sob uma única entidade política. A maioria da população não-ucraniana dos territórios anexados foi deportada. Após a guerra, a Ucrânia tornou-se membro das Nações Unidas. Em 1986, no norte da Ucrânia, aconteceu o pior acidente nuclear da história, na cidade de Chernobyl.

Independência[editar | editar código-fonte]

Presidente ucraniano Leonid Kravtchuk e Boris Iéltsin assinando o Pacto de Belaveja, que tornava a Ucrânia independente.

O colapso da União Soviética em 1991 permitiu a convocação de um referendo que resultou na proclamação da independência da Ucrânia. Após isso, o país experimentou uma profunda desaceleração econômica, maior do que a de algumas das outras ex-repúblicas soviéticas. Durante a recessão, a Ucrânia perdeu 60% do seu PIB entre 1991 e 1999,[15] [16] além de ter sofrido com taxas de inflação de cinco dígitos.[17] Insatisfeitos com as condições econômicas, bem como as taxas de crime e corrupção, os ucranianos protestaram e organizaram greves.[18]

A economia ucraniana estabilizou-se até o final da década de 1990. A nova moeda, o hryvnia, foi introduzida em 1996. Desde 2000, o país teve um crescimento econômico real constante, com média de expensão do PIB de cerca de 7% ao ano.[19]

A nova constituição ucraniana, que foi adotada durante o governo do presidente Leonid Kuchma em 1996, acabou por tornar a Ucrânia uma república semipresidencial e estabeleceu um sistema político estável. Kuchma foi, no entanto, criticado por adversários por corrupção, fraude eleitoral, desestimulação da liberdade de expressão e muita concentração de poder em seu cargo. Ele também transferiu, por várias vezes, propriedades públicas para as mãos de oligarcas fiéis a ele.[20]

Revolução Laranja[editar | editar código-fonte]

Manifestantes na Praça da Independência (Maidan Nezalejnosti), no primeiro dia da Revolução Laranja

Em 2004, Viktor Yanukovych, então primeiro-ministro, foi declarado vencedor das eleições presidenciais, que tinham sido largamente manipuladas, como o Supremo Tribunal da Ucrânia constatou mais tarde.[21] Os resultados causaram um clamor público em apoio ao candidato da oposição, Viktor Yushchenko, que desafiou o resultado oficial do pleito. Isto resultou na pacífica Revolução Laranja, que trouxe Viktor Yushchenko e Yulia Tymoshenko ao poder, enquanto lançou Viktor Yanukovych à oposição.[22]

Yanukovych retornou a uma posição de poder em 2006, quando se tornou primeiro-ministro da Aliança de Unidade Nacional,[23] até que eleições antecipadas em setembro de 2007 tornaram Tymoshenko primeiro-ministro novamente.[24]

Disputas com a Rússia sobre dívidas de gás natural interromperam brevemente todos os fornecimentos de gás à Ucrânia em 2006 e novamente em 2009, levando à escassez do produto em vários outros países europeus.[25] [26] Viktor Yanukovych foi novamente eleito presidente em 2010, com 48% dos votos.[27]

Euromaidan[editar | editar código-fonte]

Manifestantes do Euromaidan em Kiev em 18 de fevereiro de 2014

O protestos do Euromaidan começaram em novembro de 2013, quando os cidadãos ucranianos exigiram uma maior integração do país com a União Europeia (UE).[28] [29] As manifestações foram provocadas pela recusa do governo ucraniano em assinar um acordo de associação com a UE, que Yanukovych descreveu como sendo desvantajoso para a Ucrânia. Com o tempo, o movimento Euromaidan promoveu uma onda de grandes manifestações e agitação civil por todo o país, o contexto que evoluiu para incluir clamores pela renúncia do presidente Yanukovich e de seu governo.[30]

A violência intensificou-se depois de 16 de janeiro de 2014, quando o governo aceitou as leis Bondarenko-Oliynyk, também conhecidas como leis antiprotestos. Os manifestantes antigoverno então ocuparam edifícios do centro de Kiev, incluindo o prédio do Ministério da Justiça, e tumultos deixaram 98 mortos e milhares de feridos entre os dias 18 e 20 fevereiro.[31] [32] Em 22 de fevereiro de 2014, o Parlamento da Ucrânia destituiu Yanukovych por considerar o presidente incapaz de cumprir seus deveres e definiu uma eleição para 25 de maio para selecionar o seu substituto.[33]

Os resultados da eleição de 25 de maio de 2014 foram considerados pelo The New York Times como "uma vitória decisiva na eleição presidencial ucraniana" para Petro Poroshenko. Esse venceu com uma plataforma pró-União Europeia, ganhando com mais de 50% dos votos e, portanto, sem a necessidade de um segundo turno com Iúlia Timochenko, que durante a eleição só foi capaz de reunir menos de um terço de seu número de votos.[34] Poroshenko anunciou que suas prioridades imediatas seriam tomar medidas no conflito civil no leste da Ucrânia e reatar os laços diplomáticos com a Rússia.[35]

Intervenção russa[editar | editar código-fonte]

Protesto pró-Rússia na cidade de Donetsk em 9 de março de 2014

Após o colapso do governo de Yanukovych e a revolução resultante, em fevereiro de 2014 uma crise de secessão começou na península da Criméia, território ucraniano que tem um número significativo de russófonos. Em 1º de março de 2014, o presidente ucraniano exilado, Viktor Yanukovich, pediu que a Rússia usasse forças militares "para estabelecer a legitimidade, a paz, a lei e a ordem para defender o povo da Ucrânia."[36] No mesmo dia, Putin pediu e recebeu autorização da parlamento russo para implantar tropas militares na Ucrânia e acabou por assumir o controle da Criméia no dia seguinte.[37] [38] [39] [40] Além disso, a OTAN foi considerada pela maioria dos russos como uma invasora de suas fronteiras nacionais. Isso pesou muito na decisão de Moscou de tomar medidas para proteger seu porto localizado no Mar Negro, na Crimeia.[41]

Soldados ucranianos na região de Donbass, no leste do país.

Em 6 de março de 2014, o parlamento da Criméia aprovou a decisão de "entrar para a Federação Russa, com os direitos de uma entidade da Federação Russa" e mais tarde realizou um referendo popular perguntando à população local se queriam juntar-se ao território russo como uma unidade federal ou se queriam restaurar a constituição de 1992 da Criméia e seu status como parte da Ucrânia.[42] Embora tenha sido aprovada por uma esmagadora maioria, a votação não foi monitorada por terceiros e os resultados são contestados por vários países.[43] [44] [45] Criméia e Sevastopol declararam formalmente a sua independência política sob o nome de República da Crimea e pediram que eles fossem admitidos como membros constituintes da Federação Russa.[46] Em 18 de março de 2014, a Rússia e a Criméia assinaram um tratado de adesão da República da Criméia e de Sevastopol à Federação Russa, apesar da Assembléia Geral das Nações Unidas ter votado a favor de uma declaração não vinculativa para se opor a anexação russa da península.[47]

Uma agitação popular também começou nas regiões leste e sul do país. Em várias cidades dessas regiões, como Donetsk e Lugansk, homens armados que declararam-se como uma milícia local, ocuparam prédios do governo e delegacias policiais. Conversas em Genebra, na Suíça, entre União Europeia, Rússia, Ucrânia e Estados Unidos produziram uma declaração diplomática conjunta referida como Pacto de Genebra de 2014,[48] em que as partes solicitaram que todas as milícias ilegais[49] depusessem suas armas e desocupassem os prédios públicos tomados, além de estabelecer um diálogo político que poderia levar a uma maior autonomia para as regiões ucranianas.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Bay of Laspi
A Baía de Laspi no litoral do Mar Negro, na Crimeia
Ai-Petri
O Ai-Petri tem 1234,2 metros de altura.[50]

Com uma área de 603 700 km², a Ucrânia é o 44° país do mundo em território, um pouco maior que o estado brasileiro de Minas Gerais ou que a soma das áreas da Espanha e de Portugal. É o segundo maior país da Europa, atrás da Rússia Europeia e à frente da França metropolitana.

A paisagem ucraniana é formada principalmente por planícies férteis ou estepes, e planaltos, atravessados por rios como o Dniepre, Donets, Dniéster e o rio Bug meridional, que correm na direção sul e escoam no mar Negro e no pequeno mar de Azov. A sudoeste, o delta do Danúbio serve de fronteira com a Romênia. Só se encontram montanhas a oeste, a cordilheira dos Cárpatos, cujo ponto culminante é o Hora Hoverla (2 061 m), e no sudeste da península da Crimeia, as cordilheiras.

Recursos naturais significativos na Ucrânia incluem minério de ferro, carvão, manganês, gás natural, petróleo, sal, enxofre, grafite, titânio, magnésio, caulim, níquel, mercúrio, madeira e uma grande abundância de terras aráveis. Apesar disso, o país enfrenta uma série de importantes questões ambientais, tais como suprimentos inadequados de água potável, poluição do ar e da água e desmatamento, bem como a contaminação por radiação no nordeste do país, por conta do acidente nuclear de Chernobil, em 1986. A reciclagem de lixo doméstico tóxico ainda está em processos iniciais na Ucrânia.[51]

Clima[editar | editar código-fonte]

O clima da Ucrânia é, em sua maior parte, temperado continental, embora se possa encontrar um clima mediterrâneo na costa meridional da Crimeia. A precipitação é maior no oeste e no norte e menor no leste e no sudeste. Os invernos são particularmente frios no interior; nos verões são particularmente quentes no sul.

Demografia[editar | editar código-fonte]

População da Ucrânia (em milhões) de 1950 a 2009[52] [53]

Conforme o censo ucraniano de 2001, os ucranianos étnicos somam 77,8% da população. As minorias incluem grupos étnicos significativos de russos (17,3%), romenos (0,8%), bielorrussos (0,6%), tártaros da Crimeia (0,5%), búlgaros (0,4%), húngaros (0,3%), poloneses (0,3%), judeus (0,2%), armênios (0,2%), gregos (0,2%) e tártaros (0,2%).

O russo é amplamente falado, em especial no leste e no sul do país. Segundo o censo, 67,5% da população declararam falar o ucraniano como língua materna, contra 29,6% que falam o russo como primeira língua. Algumas pessoas usam uma mistura dos dois idiomas, enquanto que outras, embora declarem ter o ucraniano como língua materna, usam o russo correntemente. O ucraniano literário é mais usado na Ucrânia ocidental e central, enquanto que o russo predomina nas cidades da Ucrânia oriental e meridional. O governo promove uma política de "ucranização", com o emprego do ucraniano em escolas, repartições públicas e parte da mídia, normalmente às expensas do russo; no cotidiano, porém, as pessoas são livres para falar qualquer idioma. Na prática, a maioria da população é bilíngue ou trilíngue, como no caso dos Tártaros da Crimeia, que vivem na região meridional da Ucrânia, empregando o tártaro, o ucraniano e também podendo empregar o russo. A significativa minoria romena e moldávia localiza-se principalmente no Oblast de Chernivtsi.

Devido aos baixos salários e ao desemprego, houve considerável grau de emigração a partir do final dos anos 1990. Embora as estimativas variem, cerca de dois a três milhões de ucranianos residem e trabalham no exterior, em sua maior parte ilegalmente. Segundo estimativas[54] da Embaixada da Ucrânia em Brasília, há cerca de 500 000 ucranianos e seus descendentes no Brasil, concentrados principalmente no estado do Paraná (90%), provenientes de duas levas de emigração, a primeira no final do século XIX, para trabalhar na agricultura, e a segunda no início do século XX, como mão-de-obra na construção ferroviária. Em Portugal, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras divulgou em 2001 que há 40 000 ucranianos no país. Mas esse número pode ser superior, já que existem imigrantes ilegais. A imigração ucraniana tem sido importante para aumentar a população jovem de Portugal e preencher postos de trabalho que a maioria dos portugueses prefere não ocupar. A maioria dos ucranianos - muitos com educação superior - trabalha em obras públicas e em serviços de limpeza. Portugal já reconhece diplomas ucranianos [carece de fontes?].

Urbanização[editar | editar código-fonte]

As regiões industriais a leste e sudeste são as mais densamente habitadas. Cerca de 67,2% da população vivem em área urbana. As principais cidades do país (por população) são Kiev, Carcóvia, Dnipropetrovsk, Odessa, Donetsk, Zaporíjia e Lviv.

Religião[editar | editar código-fonte]

A religião predominante na Ucrânia é o cristianismo ortodoxo oriental, atualmente dividido em três denominações: Igreja Ortodoxa Ucraniana, vinculada ao Patriarcado de Moscovo, é a maior existente com 7.540 paróquias segundo estatísticas do governo (mas não se tem a certeza se é a mais numerosa); Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Kiev, a segunda maior do país (em termos do número de circunscrições eclesiásticas) com 21 dioceses, 14 mosteiros e 1.977 paróquias; Igreja Ortodoxa Autocéfala Ucraniana.

Em segundo lugar, bem mais atrás, vem a Igreja Greco-Católica Ucraniana de Rito Oriental, que mantém uma tradição espiritual e litúrgica semelhante à da ortodoxia oriental, mas está em comunhão com a Igreja Católica Apostólica Romana e reconhece a primazia do Papa. Há grupos menores de católicos romanos, protestantes, judeus e muçulmanos. Segundo os resultados do censo de 2001, a população dividia-se da seguinte maneira: 83,7% de cristãos (54,3% de ortodoxos, 16,9% de independentes, 11,1% de católicos romanos, sendo 8,0% de greco-católicos ucranianos e 3,1% de católicos latinos), 2,7% de protestantes e 0,7% de outros; 10,9% de não-religiosos; 4,0% de ateus; 1,7% de muçulmanos e 0,4% de judeus.[56]

Um outro censo, no entanto, indica que a população está dividida da seguinte maneira: 50.4% de ortodoxos pertencentes à Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Kiev; 26,1% de ortodoxos pertencentes à Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscovo; 7,2% de ortodoxos pertencentes à Igreja Ortodoxa Autocéfala Ucraniana; 10,2% de católicos romanos (8,0% de greco-católicos ucranianos e 2,2% de católicos latinos); 2,2% de protestantes; 0,6% de judeus e 3,2% de outros (incluindo os ateus).[57]

Política[editar | editar código-fonte]

A Ucrânia é uma república com um sistema de governo semi-presidencial e poderes legislativo, executivo e judiciário separados. O presidente da república é eleito pelo voto direto e detém as funções de chefe de Estado. O primeiro-ministro é designado e demitido pelo parlamento, chamado Verkhovna Rada, com 450 assentos. O parlamento também designa o gabinete. O presidente indica os chefes dos governos regionais e distritais, com a anuência do primeiro-ministro.

As leis, decisões do parlamento e do gabinete, decretos presidenciais e decisões do parlamento da República Autônoma da Crimeia podem ser anuladas pelo Tribunal Constitucional da Ucrânia em caso de violação da constituição do país. Outros atos normativos estão sujeitos a apreciação judicial. O Supremo Tribunal da Ucrânia é o principal órgão judicial da Justiça comum.

O auto-governo local é oficialmente garantido; as câmaras de vereadores e os prefeitos municipais são eleitos pelo voto direto e controlam o orçamento local.

Há um grande número de partidos políticos organizados na Ucrânia, muitos dos quais possuem pequeno número de membros e são desconhecidos do público. As agremiações pequenas usualmente se unem em coalizões para participar das eleições parlamentares.

Subdivisões[editar | editar código-fonte]

Mapa político da Ucrânia.

A Ucrânia é subdividida em 24 províncias (oblasts) e em uma república autônoma (a Crimeia, com estatuto semelhante ao das regiões autônomas portuguesas dos Açores e da Madeira). Adicionalmente, duas cidades têm um estatuto especial.

Economia[editar | editar código-fonte]

Considerada um mercado livre emergente, a economia da Ucrânia é uma das maiores do mundo, com um PIB que vem crescendo recentemente ao ritmo de 2 dígitos ao ano. Anteriormente uma importante região industrial e agrícola da União Soviética, a economia ucraniana passou por fortes flutuações nos anos 1990, inclusive hiperinflação e quedas drásticas na produção econômica.

Após a independência, a falta de reformas estruturais significativas tornou a economia ucraniana vulnerável a choques externos. A partir de 1991, o governo liberalizou a maior parte dos preços e instituiu um quadro normativo para as privatizações, mas uma resistência generalizada, proveniente de dentro do governo, frustrou as reformas e levou até mesmo a uma piora da situação: a produção em 1999 havia caído para menos de 40% do nível de 1991. Uma política monetária temerária causou hiperinflação no final de 1993.

O PIB de 2000 apresentou crescimento forte, devido às exportações, com índice de 6% - positivo pela primeira vez desde a independência; a produção industrial cresceu 12,9%. A economia continuou a expandir-se em 2001, com um crescimento real do PIB da ordem de 9% e aumento da produção industrial de mais de 14%. O desempenho favorável baseou-se na demanda interna alta e na crescente confiança do consumidor e do investidor. O crescimento econômico acelerado no período 2002-2004 deve-se em grande medida a um pico de exportações de aço para a China.

O ucraniano Antonov An-225 Mriya é a maior aeronave já construída.

O atual governo prometeu reduzir o número de repartições públicas, simplificar o processo regulatório, criar um ambiente jurídico que incentive a livre iniciativa e aprovar uma reforma tributária abrangente. As reformas estruturais e a privatização das terras prosseguem com dificuldade. Instituições externas - particularmente o FMI - têm procurado incentivar a Ucrânia a acelerar o ritmo e o escopo das reformas e têm ameaçado retirar o apoio financeiro.

Legado de seu passado soviético, a Ucrânia hoje depende das fontes de energia russas, em especial gás natural, embora venha tentando diversificar a sua matriz energética. É, contudo, autossuficiente em termos de produção elétrica, devido a usinas nucleares e hidrelétricas.

Em 2005, a Ucrânia foi o sétimo maior produtor de aço do mundo. No setor de manufaturados, o país fabrica equipamentos metalúrgicos, locomotivas a diesel, tratores e automóveis. A Ucrânia possui uma enorme base industrial de alta tecnologia, inclusive grande parte das antigas indústrias soviéticas de eletrônicos, armamentos e artigos espaciais, embora estes setores sejam estatais e sofram com dificuldades na área de administração de negócios. O país é um grande produtor de trigo, açúcar, carne e laticínios. Segundo estimativas, o PIB da Ucrânia totalizou US$ 81 bilhões (cálculo nominal) ou US$ 355 bilhões (PPC) em 2006.

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

Trem em uma das linhas ferroviárias do país.

A maior parte da infraestrutura é do tempo da União Soviética. A malha rodoviária engloba todas os centros mais populosos, mas é considerada de baixa qualidade para os padrões europeus.[58] No total, as estradas pavimentadas são no total 164.732 quilômetros.[59]

O transporte ferroviário na Ucrânia, conecta quase todas as áreas urbanas e transporta cargas. A maior concentração de ferrovias está na região de Donbass. Apesar disso, o valor da carga transportada por ferrovias caiu em 7.4% em 1995 em comparação com 1994. A Ucrânia continua sendo um dos países que mais usam a malha ferroviária.[60] O valor total de ferrovias é de 22.473 quilômetros, sendo que 9250 km é eletrificado.[59]

A Ucrânia é um dos países europeus que mais consome energia, consome o dobro de energia consumida na Alemanha, por unidade do PIB.[61] Uma grande parte da energia produzida no país é por meio de usinas nucleares, e a Ucrânia recebe a maioria dos serviços e combustíveis nucleares da Rússia. O petróleo e o gás, são na maioria importados da Rússia. A Ucrânia é pesadamente dependente de sua energia nuclear. A maior usina nuclear na Europa, a Usina Nuclear de Zaporijia, é localizada na Ucrânia. Em 2006, o governo planejou construir novos reatores pelo ano 2030, em efeito, dobrando o atual valor de produção de energia.[62] Fontes de energia renováveis desempenham um papel muito modesto na produção elétrica. Em 2005, a produção energética foi cumprida pelas seguintes fontes: nuclear (47%), térmica (45%), hidrelétricas e outros (8%).[63]

Educação[editar | editar código-fonte]

De acordo com a Constituição ucraniana, o acesso à educação gratuita é concedido a todos os cidadãos ucranianos.[64] O ensino secundário geral completo é obrigatório nas escolas públicas, que constituem a esmagadora maioria. O ensino superior também é gratuito, nos estabelecimentos de ensino mantidos pelo governo. Há um pequeno número de escolas privadas e instituições de ensino superior de caráter privado.

Por causa da ênfase na educação, oriunda da União Soviética e que continua compartilhada até hoje, a taxa de alfabetização é de aproximadamente 99,4% entre a população do país. Desde 2005, o programa de onze anos escolares foi substituído por um de doze anos de ensino. O ensino primário dura quatro anos (a partir de seis anos de idade), o ensino de base fundamental é composto por cinco anos, e o ensino médio possui três anos de duração.[65] Após a conclusão do ensino médio, os estudantes passam por testes educacionais. Estes testes são depois utilizados para admissão nas universidades. Em 2010, o Ministério da Educação aboliu a transição espontânea para o sistema de ensino secundário de 12 anos, o que, de acordo com profissionais e jovens, inibe indiretamente o progresso do estado.

O sistema de ensino superior ucraniano mantém inúmeras universidades. A organização do ensino superior na Ucrânia é construída sobre a estrutura global de países desenvolvidos, conforme definido pela UNESCO e pela ONU.O sistema de ensino superior ucraniano mantém inúmeras universidades. A organização do ensino superior na Ucrânia é construída sobre a estrutura global de países desenvolvidos, conforme definido pela UNESCO e pela ONU. As primeiras instituições de ensino superior (IES) surgiram na Ucrânia durante os séculos XVI e início do século XVII. A primeira instituição de ensino superior da Ucrânia foi a Escola Ostrozka, ou Ostrozkiy greco-eslavo-Latin Collegium, similar às instituições de ensino superior da Europa Ocidental da época. Fundada em 1576 na cidade de Ostrog, o Collegium foi a primeira instituição de ensino superior nos territórios eslavos orientais. A universidade mais antiga foi a Universidade Nacional Academia Mohyla de Kiev, estabelecida pela primeira vez em 1632 e, em 1694, reconhecida oficialmente pelo governo da Rússia Imperial como uma instituição de ensino superior. Entre as mais antigas, está também a Universidade Lviv, fundada em 1661. As instituições de ensino mais prestigiadas foram criadas a partir do século XIX, sendo estas as universidades de Carcóvia (1805), Kiev (1834), Nacional de Odessa (1865) e Chernivtsi (1875), além de um notável número de instituições profissionais de ensino superior, como a Universidade Estadual Nizhyn Gogol (originalmente estabelecida como Ginásio de Ciências Superiores, em 1805), o Instituto de Veterinária (1873), o Instituto Politécnico (1885), em Carcóvia, e outro Politécnico em Kiev (1898) e uma Escola Superior de Mineração (1899) em Katerynoslav. Em 1988, uma série de instituições de ensino superior foi criada, elevando o número de instituições desse nível educacional para 146, com mais de 850 mil alunos matriculados.[66] A maioria das instituições de ensino superior estabelecidas depois de 1990 são pertencentes a organizações privadas.

Cultura[editar | editar código-fonte]

Artesanato[editar | editar código-fonte]

Pêssanka, um tradicional artesanato ucraniano

O artesanato da Ucrânia tem longa tradição e é de notável complexidade. Dos bordados, xilogravura, pintura de bonecas e de ovos típicos chamados pêssanka.

A cultura da Ucrânia é extremamente vasta.As artes e as tradições em maioria foram influenciados pelos países vizinhos criando assim uma grande diversidade.

Gastronomia[editar | editar código-fonte]

Nos pratos ucranianos estão presentes o frango, a carne de vaca, a carne de porco e os cogumelos, bem como uma grande variedade de legumes como batata e couve. Na cozinha tradicional estão incluídos a massa vareneki, a famosa sopa borsch, de beterraba, e o holopty,que folhas de repolho recheadas. As especialidades ucranianas são o Frango à Kiev e o bolo de Kiev.

As bebidas ucranianas são semelhantes em relação ao resto da Europa, destacando-se a horilka.

Esportes[editar | editar código-fonte]

A Ucrânia foi a sede da última Eurocopa em 2012, a máxima competição de futebol entre seleções da Europa.Foi sediada em conjunto com sua vizinha Polônia. Foi o primeiro grande evento esportivo disputado na Ucrânia depois da sua independência. Quando fazia parte da URSS, Kiev foi uma das subsede do torneio de futebol nos Jogos Olímpicos de Verão de 1980,realizados em Moscou. Os clubes de futebol mais conhecidos do país são Shakhtar Donetsk e Dínamo de Kiev.

Feriados
1 de janeiro Ano Novo
7 de janeiro Natal
8 de março Dia Internacional da Mulher
1 e 2 de maio Dia Internacional do Trabalho
8 de maio Dia da memória e da reconciliação em honra às vítimas da Segunda Guerra
9 de maio Dia da Vitória
28 de junho Dia da Constituição
24 de agosto Independência da Ucrânia
Festa Móvel Páscoa
Festa Móvel Trindade

Referências

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Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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