Eleição geral na Turquia em 2015
A eleição geral turca de 2015 ocorreu em 7 de junho de 2015 e elegeu 550 membros da Grande Assembleia Nacional da Turquia. Foi a 24ª eleição geral na história da República Turca. Em meio a especulações de que nenhum partido iria conseguir cadeiras suficientes para governar sozinho, o resultado acabou por criar o primeiro parlamento dividido desde 1999.
O Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), que governava o país desde 2002, perdeu sua maioria parlamentar, mas manteve-se como o maior partido na instituição, com 258 assentos e 40,9% dos votos. O partido não conseguiu conquistar os 330 lugares que pretendiam para apresentar alterações constitucionais a um referendo, sendo que o resultado ficou muito aquém da meta pessoal do presidente Recep Tayyip Erdoğan, de 400 deputados. O Partido Republicano do Povo (CHP) também teve um desempenho pior do que o seu resultado das eleições de 2011, ganhando 132 cadeiras, com 25,0% dos votos. Depois de ter sido projetado que iria conquistar muitos adeptos descontentes do AKP, o Partido de Ação Nacionalista (MHP) melhorou seu desempenho 2011, ao ganhar 80 vagas na Assembleia, com 16,3% dos votos. O novo Partido Democrático do Povo (HDP), que já havia disputado eleições como independentes, a fim de contornar o limite eleitoral de 10%, foi um dos partidos candidatos da eleição. O partido se saiu melhor do que as expectativas ao conquistar 80 deputados, o mesmo que o MHP, com 13,1% dos votos. O resultado levantou a perspectiva de uma eleição geral antecipada em breve.
A campanha política antes das eleições incidiram fundamentalmente numa economia em declínio, o "Processo de Solução" em curso entre o governo e os rebeldes curdos, a influência política do movimento Gülen e o envolvimento turco na Guerra Civil Síria. Alegações de corrupção e de autoritarismo contra o governo, principalmente depois dos protestos na Turquia em 2013, também fizeram parte dos temas levantados durante as campanhas de oposição. A votação foi vista por alguns como um referendo sobre o chamado de Erdoğan para uma presidência executiva.
Acusações de fraude eleitoral e de violência política também causaram controvérsia durante o processo eleitoral. Candidatos, ativistas, escritórios e veículos foram todos sujeitos a atos politicamente motivados de violência e de vandalismo, que culminou com a morte de quatro adeptos do HDP, depois de duas bombas explodirem em um comício em Diyarbakir, no dia 5 de junho. A interferência do presidente Erdoğan, que foi acusado de secretamente fazer campanha para o AKP, sob o pretexto de comícios "abertos ao público", também foi controversa, visto que o presidente é constitucionalmente obrigado a permanecer politicamente neutro. Apesar das alegações de fraude, que datam das extremamente controversas eleições locais de 2014 e de várias acusações de má conduta em Istambul, Muş, Adıyaman, Malatya e Kocaeli no dia da votação, a eleição foi amplamente elogiada pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) por ter sido bem organizada e foi declarada livre e justa pelo Parlamento Europeu.[1] [2] [3] [4] [5] [6] [7] [8] [9] [10]
Referências
- ↑ Muş'ta Hdp'liler ile Polis Arasında Gerginlik: 20 Gözaltı Haberler.com (8 June 2015).
- ↑ Sakarya'da oy pusulaları ve mühürlerin bulunduğu 2 çuval çalındı soL Haber Portalı - güne soL'dan bakın.
- ↑ MHP Kocaeli sonuçları 8 Haziran MHP'nin oyları mı çalındı? teknokule.com.
- ↑ İstanbul Esenyurt'ta Mühür Çalındı! Karı-Koca Aranıyor Haberler.com (7 June 2015).
- ↑ Oy pusulasıyla camiye gittiği iddia edilen şahıs tekme tokat dövüldü İhlas Haber Ajansı (7 June 2015).
- ↑ Sadece Kadıköy'de 2 bin 860 korsan seçmen tespit edildi Bugun.com.tr.
- ↑ Schulz on the Turkish general elections European Parliament.
- ↑ OSCE criticizes Erdoğan’s violation of impartiality in election Bugun.com.tr.
- ↑ http://www.dailysabah.com/elections/2015/06/08/osce-praises-election-process-says-it-was-well-organized
- ↑ http://www.ilk-kursun.com/haber/230172/mhpnin-o-ilde-10-bin-oyu-kayip/