Cruz Alta (Rio Grande do Sul)

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Município de Cruz Alta
"Terra do Guarani"
"Terra dos Tropeiros"
"Ninho dos Pica-paus"
"Terra de Érico Veríssimo"
"Terra de Júlio de Castilhos"
Vista da Rua Coronel Pillar (Monumento de Fátima)

Vista da Rua Coronel Pillar (Monumento de Fátima)
Bandeira de Cruz Alta
Brasão de Cruz Alta
Bandeira Brasão
Hino
Aniversário 18 de agosto de 1821 (194 anos)
Fundação 1698 (317 anos)
Gentílico cruz-altense[1] ou cruz-altino
Lema Mui Leal Cidade do Divino Espírito Santo da Cruz Alta
Prefeito(a) Juliano da Silva (PMDB)
(2013–2016)
Localização
Localização de Cruz Alta
Localização de Cruz Alta no Rio Grande do Sul
Cruz Alta está localizado em: Brasil
Cruz Alta
Localização de Cruz Alta no Brasil
28° 38' 19" S 53° 36' 23" O28° 38' 19" S 53° 36' 23" O
Unidade federativa  Rio Grande do Sul
Mesorregião Noroeste Rio-grandense IBGE/2008 [2]
Microrregião Cruz Alta IBGE/2008 [2]
Municípios limítrofes Pejuçara, Santa Bárbara do Sul, Ibirubá (N), Tupanciretã, (S), Boa Vista do Incra, Fortaleza dos Valos, Quinze de Novembro (L), Boa Vista do Cadeado (O)
Distância até a capital 336 km
Características geográficas
Área 1 360,37 km² [3]
População 63 946 hab. IBGE/2014[4]
Densidade 47,01 hab./km²
Altitude 452 m
Clima Subtropical
Fuso horário UTC−3
Indicadores
IDH-M 0,825 muito alto PNUD/2000 [5]
PIB R$ 1 238 875,299 mil IBGE/2008[6]
PIB per capita R$ 19 129,66 IBGE/2008[6]
Página oficial
Prefeitura http://www.cruzalta.rs.gov.br/

Cruz Alta é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. Pertence à Mesorregião do Noroeste Rio-Grandense e à Microrregião de Cruz Alta. Localiza-se a uma latitude 28º 38 '19" sul e a uma longitude 53º 36' 23" oeste, com altitude média de 452 metros do nível do mar. É conhecido como município do Guarani, dos Tropeiros e de Érico Veríssimo.[7] O acesso à cidade se dá pela BR-158, no eixo norte-sul, pela BR-377, a leste, e também pela RS-342, a oeste. O município se localiza num entroncamento rodoferroviário na região centro-norte do estado, contando também com a presença de um porto seco no nordeste da cidade.

História[editar | editar código-fonte]

A história de Cruz Alta remonta ao final do século XVII, quando uma grande cruz de madeira foi erguida a mando do padre jesuíta Anton Sepp Von Rechegg, em 1698, logo após a fundação de São João Batista nos Sete Povos Missioneiros. Mais tarde, com a celebração do Tratado de Santo Ildefonso em 1777, a linha divisória (Campos Neutrais) que separava as terras da Espanha das de Portugal, cortava o território rio-grandense pelos divisores de água exatamente por esse local onde existia a grande cruz e uma pequena Capela do Menino Jesus. A partir de então, este imenso "corredor", recebeu um grande fluxo de pessoas das mais variadas atividades, como comerciantes, desertores do exército, contrabandistas, imigrantes, etc. A cruz alta tornou-se ponto de invernada e um grande pouso para milhares de tropeiros oriundos das fronteiras com Argentina e Uruguai, que se dirigiam até a Feira de Sorocaba para comercialização dos animais muares (mulas).

O local consolidou-se ainda no final do século XVIII como pouso dos tropeiros, e muitos passaram a residir nas proximidades, até que, no início do século XIX, depois de uma tentativa sem sucesso, mudaram-se então mais para o norte, estabelecendo-se onde hoje está a cidade de Cruz Alta, cuja fundação se deu no dia 18 de agosto de 1821 em resposta a uma petição feita pelos moradores. A água das vertentes do Arroio Panelinha, que abastecia os viajantes, deu origem à "Lenda da Panelinha", que prega o retorno a Cruz Alta daqueles que em suas águas saciarem a sede.

Cruz Alta foi criada por uma Resolução Imperial em 11 de março de 1833, pelo Presidente da Província da época, Manuel Antônio Galvão. Tornou-se então um dos maiores e mais importantes municípios do Estado do Rio Grande do Sul, quando foi desmembrado de Rio Pardo (um dos quatro municípios iniciais do Estado).

De Cruz Alta, outrora com um imenso território, originaram-se 242 municípios[8] , que se subdividiram ainda mais ao longo dos séculos XIX, XX e XXI. Alguns municípios filhos de Cruz Alta são: Passo Fundo (1857), Santa Maria (1857), Santo Ângelo (1873), Palmeira das Missões (1874), Vila Rica (hoje Júlio de Castilhos, 1891), Ijuí (1912), Panambi (1954), Ibirubá (1954), Fortaleza dos Valos (1982), Boa Vista do Cadeado (1996), Boa Vista do Incra (1996), entre outros.

Importantes personalidades gaúchas nasceram em Cruz Alta, como o escritor Erico Veríssimo, o político Júlio de Castilhos, o senador José Gomes Pinheiro Machado, os generais Salvador Pinheiro Machado e Firmino de Paula, o médico Heitor Annes Dias, o poeta Heitor Saldanha, o jornalista Justino Martins, e o artista plástico Saint Clair Cemin.

Cruz Alta foi elemento importante em alguns dos principais acontecimentos que o estado vivenciou, como, por exemplo, na Revolução Farroupilha, quando o município recém criado foi alvo de incursões militares e especulações políticas em sua Câmara de Vereadores, além de receber o Alto Comando Farrapo em janeiro de 1841 com a presença de Bento Gonçalves, Giuseppe Garibaldi, Anita Garibaldi e David Canabarro. Já na Guerra do Paraguai, Cruz Alta forneceu vários voluntários da pátria, que lutaram sob o comando do Coronel Jango Vidal e do Brigadeiro José Gomes Portinho (depois agraciado com o título de Barão da Cruz Alta) nas Companhias de Voluntários nºs 19 e 40 e da 4ª Divisão de Cavalaria.

Em 12 de abril de 1879, a Lei nº 1075, elevou a categoria de Cruz Alta de vila para cidade.

Em maio de 1879, a cidade passou a contar com serviços de telégrafo.

A partir de 1870, os movimentos ocorridos na cidade em favor da abolição da escravidão culminaram, em 30 de agosto de 1884, na extinção do escravismo dentro de suas fronteiras[9] .

Durante a Revolução de 1893, o município foi apelidado de "Ninho dos Pica-paus", sendo um dos mais importantes palcos dos acontecimentos, e também o lugar onde a prática da degola neste período foi mais intensa. Cruz Alta foi atacada em 26 de agosto de 1894 pelas tropas maragatas sob o comando de Aparício Saraiva, irmão de Gumercindo Saraiva (morto dias antes em Carovi, perto de Santiago), com aproximadamente 1.500 homens. A cidade foi atacada por oito horas sem tréguas.

Em 2 de agosto de 1895 foi fundada a Loja Maçônica Harmonia Cruz-Altense, com 18 membros influentes na sociedade.

Já na Revolução de 1923, hordas de tropas circulavam incessantemente por seu território, depois dos alinhavados permeados de conchavos registrados nas dezenas de correspondências trocadas entre Borges de Medeiros e Firmino de Paula e Silva para maquinar os destinos da Revolução.

Geografia[editar | editar código-fonte]

O município pertence à Mesorregião do Noroeste Rio-Grandense e à Microrregião de Cruz Alta. Localiza-se a uma latitude 28º 38 '19" sul e a uma longitude 53º 36' 23" oeste, com altitude média de 452 metros do nível do mar. O acesso à cidade se dá pela BR-158, no eixo norte-sul, pela BR-377, a leste, e também pela RS-342, a oeste. A localização do município tem uma importância estratégica, sendo considerado como um importante tronco rodoferroviário na região centro-norte do estado, com a presença de um porto seco no nordeste da cidade.

Clima[editar | editar código-fonte]

Considerando a localização na Região Sul do Brasil, Cruz Alta apresenta clima subtropical, com as quatro estações do ano bem definidas. A temperatura média mínima chega a 9 °C nos meses de junho e julho e a máxima a 29 °C em janeiro. Apresenta uma grande amplitude térmica, considerando todo o ano, de 20°C. O índice pluviométrico bem distribuído ao longo do ano, com média de 1 631 milímetros (mm) anuais.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1961 a 1983, 1988 a 1989 e a partir de 1991, a menor temperatura registrada em Cruz Alta foi de -4.5 °C em 7 de junho de 2012, e a maior atingiu 38 °C nos dias 6 de março de 1962 e 26 de dezembro de 2013. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 142,8 mm em 23 de setembro de 2007, superando os 142 mm registrados em 29 de abril de 1983. Outros grandes acumulados foram 138,6 mm em 16 de fevereiro de 1983, 130,2 mm em 28 de maio de 1992, 123,6 mm em 22 de fevereiro de 2011, 123,5 mm em 19 de setembro de 2012, 122,6 mm em 14 de março de 1971, 122,4 mm em 19 de novembro de 1978, 117,5 mm em 5 de junho de 1991, 115,4 mm em 26 de outubro de 2008, 113,6 mm em 27 de maio de 1992, 109,2 mm em 18 de fevereiro de 1972, 106,3 mm em 22 de dezembro de 1974, 106,1 mm em 17 de novembro de 1975, 104,4 mm em 26 de outubro de 2003 e 104 mm em 29 de outubro de 1997.[10] O mês de maior precipitação foi outubro de 1997, quando foram registrados 617,6 mm.[11] O menor índice de umidade relativa foi de 13% em 2 de outubro de 1968.[12]

Nuvola apps kweather.svg Dados climatológicos para Cruz Alta Weather-rain-thunderstorm.svg
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima absoluta (°C) 37 37,5 38 34,8 32,5 29,5 30 32,6 34,6 36 36,5 38 38
Temperatura máxima média (°C) 29,3 28,8 27,5 24,7 21,8 19,2 19,5 20,6 22,2 24,6 26,9 28,9 24,5
Temperatura média (°C) 23,3 23 21,4 18,5 16 13,5 13,6 14,7 16,3 18,4 20,8 22,6 18,5
Temperatura mínima média (°C) 18 18,1 16,7 14,7 11,5 9,2 9,2 10 11,4 13 15,2 17,2 13,6
Temperatura mínima absoluta (°C) 9,6 9,2 4,2 2,2 -1 -4,5 -3 -2 0 3 4 5,2 -4,5
Precipitação (mm) 119,7 136,3 126,5 119,5 108,1 116,3 139,7 171 169,6 144,5 124,6 154,8 1 630,7
Dias com precipitação (≥ 1 mm) 10 8 8 7 7 7 10 10 9 9 8 9 102
Umidade relativa (%) 68,6 72,8 73,9 72,5 73,9 74,6 74,1 72,3 72 68,5 66,9 65,9 71,2
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (médias climatológicas: período entre 1961 e 1990;[13] [14] [15] [16] [17] [18] período dos recordes de temperatura de 1961 a 1983, 1988 a 1989 e a partir de 1991).[10]

Geologia[editar | editar código-fonte]

No município se predominam as rochas eruptivas básicas, principalmente o basalto, sendo o restante do solo desenvolvido do arenito de Botucatu ou mistura deste com basalto.

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

O município apresenta pequenas bacias fluviais e pequenos rios permanentes, e se situa exatamente em cima do divisor de águas das bacias dos rios Uruguai e Jacuí.

Subdivisões[editar | editar código-fonte]

Distritos[editar | editar código-fonte]

Localidades[editar | editar código-fonte]

  • Belizário
  • Benjamin Nott
  • Capela do Cadeado
  • Capão Alto
  • Curticeira
  • Espinilho
  • Esquina Moser
  • Esquina São Carlos
  • Eurico Martelet
  • Ivaí
  • Lagoão
  • Lajeado da Cruz
  • Novo Horizonte
  • Parada Benito
  • Passo da Divisa
  • Passo dos Alemães
  • Passo Novo
  • Ponte Queimada
  • Rincão Mendes
  • Seival
  • Três Capões
  • Urupú
  • Fazenda Itaíba

Bairros e vilas[editar | editar código-fonte]

Setor norte[editar | editar código-fonte]
  • Aliança
  • Arco Íris
  • Bela Vista
  • Educacional
  • Esperança
  • Ludke
  • Melvin Jones
  • Militar
  • Nossa Senhora da Penha
  • Planalto
  • Prefeito Vila Nova
  • Progresso
  • Rocha
  • São Genaro
  • São João
  • Santa Terezinha I
  • Santa Terezinha II
  • Schettert
  • Vereador Emilio Droppa
Setor oeste[editar | editar código-fonte]
  • Acelino Flores
  • Amizade
  • Azambuja
  • Lizabel
  • Rancho do Rio Grande do Sul I
  • Rancho do Rio Grande do Sul II
  • Santo Antão
  • São Jorge
  • São José
  • Toríbio Veríssimo I
  • Toríbio Veríssimo II
  • Toríbio Veríssimo III
Setor sul[editar | editar código-fonte]
  • Abegay
  • Alvorada
  • Braz Caino
  • Brenner
  • Chacáras do Sul
  • Dirceu
  • Garibaldi
  • Gobbo
  • Jung
  • Machado
  • Malheiros
  • Marcelo
  • Perpétuo Socorro
  • Santa Helena
  • Santa Rita
  • Santo Antônio
  • Tamoio
Setor leste[editar | editar código-fonte]
  • Bonini I
  • Bonini II
  • Jardim América
  • Brum I
  • Brum II
  • Central
  • Conceição
  • Farroupilha
  • Funcionários Públicos Municipais
  • Vila Hilda (A.V.H)
  • Independência
  • Jardim Primavera
  • Nossa Senhora de Fátima
  • Santa Bárbara
  • São Francisco
  • São Miguel
  • Sol
  • Rica
  • Jardim Petrópolis II
Setor central[editar | editar código-fonte]
  • Centro

Topografia[editar | editar código-fonte]

O relevo predominante do município é o ondulado. A maior altitude do relevo situa-se entre 400 e 500 metros em relação ao nível do mar. A área urbana possui altitudes que variam de 390 a 480 metros em relação ao nível do mar. Do relevo pouco acidentado, predominam as coxilhas.

Vegetação[editar | editar código-fonte]

A vegetação é geralmente rasteira, com grandes extensões de campos. As matas silvestres estão concentradas em capões e restingas.

Economia[editar | editar código-fonte]

Evolução do PIB 1996 a 2004

Segundo dados do IBGE, o PIB do município, no ano de 2004, foi de R$ 637.533.000,00. No mesmo ano o PIB per capita foi de R$ 9.301,00, abaixo da média do estado, que é de R$ 13.320,00. A economia do município baseia-se em um forte setor primário, através da produção do trigo, soja e milho.[19]

O crescimento forte do PIB entre os anos de 2002 e 2003 pode ser atribuído a desvalorização cambial em relação ao dólar. Essa desvalorização permite o aumento das exportações de grãos produzidos no município, gerando um crescimento no PIB. Essa dependência de fatores externos juntamente com a incerteza das safras de grãos torna a economia do município muito instável[carece de fontes?].

Cultura[editar | editar código-fonte]

Centros de Tradições Gaúchas[editar | editar código-fonte]

Os Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) são os principais locais onde os tradicionalistas gaúchos se reúnem para cultivar e divulgar a cultura gaúcha. Em Cruz Alta existem 3 CTG's, além dos vários piquetes.

  • C.T.G. Querência da Serra
  • C.T.G. Rodeio da Saudade
  • C.T.G. Turíbio Veríssimo

Coxilha Nativista[editar | editar código-fonte]

É um festival do nativismo gaúcho, tendo no folclore e na música nativista do Rio Grande do Sul, seu principal vínculo de motivação, promoção e divulgação da cultura. É realizado anualmente no final de julho, promovido pela Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal, completando 35 anos ininterruptos em 2015.

Museus[editar | editar código-fonte]

Casa onde nasceu Érico Veríssimo.
  • Arquivo Histórico

Museu que abriga documentos históricos, em especial Atas da Câmara desde o ano de 1845. O local possui ainda acervo histórico de objetos, como lanças, fotos estátuas, quadros relativos à História de Cruz Alta. Localiza-se no antigo prédio da Viação Férrea.

Inaugurada em 19 de setembro de 1987, é o local sede da Secretaria Municipal de Cultura, abriga auditório com capacidade para 610 pessoas e espaços para exposições de arte e oficinas gratuitas de dança e teatro e música.

  • Casa Museu Érico Veríssimo

A Casa Museu Érico Veríssimo funciona na residência construída em 1883 onde nasceu o escritor cruz-altense. A obra do escritor é divulgada e difundida através do seu museu fundado em 1969. No local estão expostos inúmeros objetos pessoais e o acervo original completo de suas obras. Possui um pequeno auditório para 50 pessoas onde o visitante pode assistir um documentário sobre a vida e a obra de Érico Veríssimo. Nas terças-feiras acontece o projeto Acústico no Museu, com música ao vivo apresentando artistas locais nos mais variados gêneros musicais. A Fundação Erico Veríssimo, criada em 1986 funciona no local.

Monumentos[editar | editar código-fonte]

Marco alusivo à fundação do município.
  • Marco Inicial

A cruz de concreto pintada de branco hoje existente é alusiva a que ficava no mesmo local, onde em 1698 os jesuítas ergueram uma alta cruz de madeira, como marco territorial das missões espanholas na região. Localiza-se a 15 quilômetros ao sul de Cruz Alta, no lugar conhecido por vários nomes entre eles, Encruzilhada da Cruz Alta, Benjamin Nott ou ainda "Cruz Alta Velha".

Monumento da Lenda da Panelinha.
  • Memorial Lenda da Panelinha

Localizado entre a esquina das ruas General Felipe Portinho e General Andrade Neves, no centro da cidade. Um belo recanto com vertente d'água e esculturas em bronze do artista plástico cruz-altense Jorge Schroeder, retratam a mais conhecida das lendas da localidade. Uma índia oferecendo água para um tropeiro é o fator simbólico de "quem bebe a água da Fonte da Panelinha, retornará sempre para Cruz Alta". Conta a história que havia um arroio que se chamava Panelinha, cujas águas serviam para matar a sede dos tropeiros que levavam mercadorias do interior do Rio Grande do Sul para Sorocaba, São Paulo. As índias da região davam de beber a esses tropeiros e eles sempre retornavam. A partir disso foi se solidificando a crença de que "quem bebe da água da Panelinha sempre volta". Com o passar do tempo ergueram-se casas a beira da Panelinha, e lentamente esse povoado virou cidade.

Visão Panorâmica do Santuário.
  • Monumento de Nossa Senhora de Fátima

Popularmente conhecida como a "Santinha", o Monumento de Nossa Senhora de Fátima está erguido em um pedestal de 31 metros de altura. Foi inaugurado em outubro de 1952 sobre área doada por Henrique Scarpellini. Todo ano no segundo domingo do mês de outubro, milhares de devotos de toda região vão até o monumento participar da Romaria, além de pedir e pagar Graças.

Monumento à Cuia de Chimarrão.
  • Monumento à Cuia

Um grande monumento simbolizando uma cuia estilizada, assinala um dos mais representativos objetos culturais do gaúcho. Localiza-se na Rótula Leste, nas confluências das avenidas Saturnino de Brito e Plácido de Castro.

Prédios históricos[editar | editar código-fonte]

Estação Ferroviária de Cruz Alta em Outubro de 2007, hoje funcionando como Centro de Convergência Cultural da cidade.

A linha unindo Marcelino Ramos e Santa Maria foi idealizada em 1889 juntamente com todo o trecho entre Itararé, SP, e Santa Maria, pelo engenheiro Teixeira Soares, visando a ligação ferroviária do Rio de Janeiro e São Paulo com o sul do País e também a colonização de boa parte do percurso, locais ainda virgens. A parte correspondente ao estado do Rio Grande do Sul acabou sendo construída separadamente do restante do trecho (que seria chamado de linha Itararé-Uruguai) e entregue em 1894 à Cie. Sud Ouest Brésilien, e em 1907 cedida à Cie. Auxiliaire au Brésil. Em 1920, passou para o Governo, formando-se a Viação Férrea do Rio Grande do Sul, que em 1969, teve as operações absorvidas pela RFFSA. Com parte do trecho desativada em meados dos anos 1990, em 1996 a América Latina Logística (ALL) recebeu a concessão da linha, bem como de todas as outras ainda existentes no Estado. Trens de passageiros circularam até os anos 1980 pela linha.[20]

A estação de Cruz Alta foi inaugurada pela Sud Ouest em 1894. Em 2004, era considerada pela ALL uma das mais importantes. Ali funciona a estação de transbordo para produtos agrícolas, combustível, cimento e fertilizantes, saindo trens diariamente para o porto de Rio Grande.

Onde hoje está instalada a Secretaria Municipal de Turismo e o Arquivo histórico do Município. No local está também o Monumento ao Ferroviário e a Maria Fumaça.

Prédio da Prefeitura de Cruz Alta.
  • Palácio da Intendência

O Palácio da Intendência, onde funciona a Prefeitura de Cruz Alta, foi construído em 1914 pelo arquiteto alemão Theo Wiederspahn, o mesmo que idealizou o prédio do Margs e o dos Correios em Porto Alegre.

Educação[editar | editar código-fonte]

Ensino superior[editar | editar código-fonte]

  • Faccentro - Faculdade e Curso Técnico. Rua Barão do Rio Branco, 1255. F: 3322-6746
  • No ensino à distância (EAD):

1 - Pólo regional da Universidade Aberta do Brasil (UAB), situadas no Edifício do Banco Santander, na esquina da Avenida General Osório com o Calçadão da Rua Pinheiro Machado.

2- Unidade da Faculdade Geração Positiva (FAGEP), conveniada com a Universidade Norte do Paraná, na Avenida Saturnino de Brito, Zona Leste da Cidade.

3- UNIP (Universidade Paulista) - polo de Cruz Alta - Shopping Erico Verissimo.

Transportes[editar | editar código-fonte]

Aéreo[editar | editar código-fonte]

O município possui um aeroclube particular, chamado Aeroclube de Cruz Alta, situado ao sul da cidade. Possui duas pistas de grama para pouso de pequenas aeronaves, uma no sentido sudoeste a nordeste com aproximadamente 870 metros e outra sudeste a noroeste de aproximadamente 665 metros, sendo o vértice das duas pistas com as seguintes coordenadas geográficas: Latitude -28° 39' 28" e longitude 53° 36' 28".

Existe uma área gramada localizada em Benjamin Nott, antigo Aeroporto Carlos Ruhl - sigla(CZB), uma pista aproximada de 1.200 metros de comprimento por 60 metros de largura.

Ferroviário[editar | editar código-fonte]

Ligação Ferroviária

A inauguração da ferrovia em Cruz Alta aconteceu a 20 de novembro de 1894. Parte integrante da Ferrovia Santa Maria-Itararé (SP), a linha férrea levou a Cruz Alta muito progresso e uma infinidade de imigrantes europeus que se deslocavam para a região para ocupação dos lotes coloniais das redondezas. A cidade teve um verdadeiro surto de desenvolvimento na indústria e nas demais facetas do tecido social. Hotéis, restaurantes, clubes, cafés e bares brotaram no entorno da Praça Itararé, próximo a Viação Férrea e Cruz Alta passa a ser conhecida como uma pequena Paris encravada no dorso da Coxilha Grande gaúcha. Em 1897 foi inaugurado a ferrovia de Cruz Alta até Carazinho, e em janeiro de 1898, até Passo Fundo, enquanto um trecho para Ijuí foi concluído em 1911.[21]

Cruz Alta é o ponto de ramificação da via férrea em três direções:

Hidroviário[editar | editar código-fonte]

O município possui vários rios pequenos e lajeados, porém o transporte hidroviário não existe.

Rodoviário[editar | editar código-fonte]

Estação Rodoviária Tiradentes.

A estação rodoviária Tiradentes de Cruz Alta foi fundada 26 de maio de 1954. O atual concessionário da rodoviária prevê que seja mantida no local por muito tempo, pois se encontra muito bem localizada, facilitando o trânsito das linhas de ônibus e de veículos particulares. A estação rodoviária de Cruz Alta em sua infraestrutura possui o sistema de rodoencomendas, que flexibiliza o serviço de recebimento e despacho de suas mercadorias proporcionando uma maior comodidade na viabilização dos negócios. Este sistema possui vários horários para despachar mercadorias, pois existe sempre um ônibus partindo da Estação Rodoviária de Cruz Alta.

  • Transporte Coletivo

O município conta os serviços de transporte coletivo da E.T.C.N.S. de Fátima S. A., através de concessão pública. O valor da tarifa urbana é R$ 2,50, desde 15.06.2015.

Turismo[editar | editar código-fonte]

  • Parque Integrado de Exposições

Área de lazer com pistas de rodeio, casas das etnias. É sede dos principais eventos do município, como Fenatrigo, Expo-prima e acampamento da Coxilha Nativista.

  • Cascata Nossa Senhora da Conceição

Distante dez quilômetros do município, pela rodovia estadual RS-342.

  • Brique Praça da Bandeira

Todos os domingos na Praça da Bandeira acontece o Brique da Praça, onde os artesãos e expositores em geral dispõem de seus produtos para a população.

Eventos[editar | editar código-fonte]

  • 19 a 30 de janeiro: Cavalgada Ana Terra 13 - 1º Baile Municipal de Fantasias 27 - Escolha Rainha e Rei Momo.
  • 17 de fevereiro: Escolha da Rainha Regional do Carnaval e Concurso Regional de Fantasias.
  • 24 a 27 de fevereiro: Desfile de Blocos e Escolas de Samba
  • 1 de maio: Rústica Operária
  • Junho: Festival do Estudante Municipal
  • 29 de julho a 01 de agosto de 2015: 35ª. Coxilha Nativista
  • Julho depois do Dia do Colono e Motorista tem desfile dos motoristas de caminhão.
  • 11 a 18 de agosto: Semana do Município
  • 14 a 20 de setembro: Semana Farroupilha
  • 16 a 19 de setembro: Mateada em Praça Pública
  • 30 de setembro a 4 de outubro de 2015: XII Fenatrigo
  • 11 de outubro (segundo domingo do mês) de 2015: 64ª. Romaria ao Monumento de Nossa Senhora de Fátima
  • Dezembro: Estação Gospel Maior Festival de Música Gospel do Sul do País

Imagens de Cruz Alta[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Vocabulário Online da Academia Brasileira de Letras..
  2. a b Divisão Territorial do Brasil Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Visitado em 11 de outubro de 2008.
  3. IBGE (10 de outubro de 2002). Área territorial oficial Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Visitado em 5 de dezembro de 2010.
  4. ESTIMATIVAS DA POPULAÇÃO RESIDENTE NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS COM DATA DE REFERÊNCIA EM 1º DE JULHO DE 2014 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1º de julho de 2014). Visitado em 13 de outubro de 2014.
  5. Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil Atlas do Desenvolvimento Humano Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Visitado em 11 de outubro de 2008.
  6. a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Visitado em 11 de dezembro de 2010.
  7. Página sobre Cruz Alta no página Rota das Terras. Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Região Planalto CONDESUS.
  8. Página da FEE sobre a data de Criação dos Municípios Gaúchos.
  9. http://regiaocentral.radar-rs.com.br/cruzalta.htm
  10. a b BDMEP - Série Histórica - Dados Diários - Precipitação (mm), Temperatura Máxima (ºC) e Temperatura Mínima (ºC) - Cruz Alta Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa Instituto Nacional de Meteorologia. Visitado em 11 de outubro de 2014.
  11. BDMEP - Série Histórica - Dados Mensais - Precipitação Total (mm) - Cruz Alta Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa Instituto Nacional de Meteorologia. Visitado em 11 de outubro de 2014.
  12. BDMEP - Série Histórica - Dados Horários - Umidade Relativa (%) - Cruz Alta Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa Instituto Nacional de Meteorologia. Visitado em 11 de outubro de 2014.
  13. Temperatura Média Compensada (°C) Instituto Nacional de Meteorologia (1961-1990). Visitado em 11 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 4 de maio de 2014.
  14. Temperatura Máxima (°C) Instituto Nacional de Meteorologia (1961-1990). Visitado em 11 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 4 de maio de 2014.
  15. Temperatura Mínima (°C) Instituto Nacional de Meteorologia (1961-1990). Visitado em 11 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 4 de maio de 2014.
  16. Precipitação Acumulada Mensal e Anual (mm) Instituto Nacional de Meteorologia (1961-1990). Visitado em 11 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 4 de maio de 2014.
  17. Número de Dias com Precipitação Maior ou Igual a 1 mm (dias) Instituto Nacional de Meteorologia. Visitado em 11 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 4 de maio de 2014.
  18. Umidade Relativa do Ar Média Compensada (%) Instituto Nacional de Meteorologia. Visitado em 11 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 4 de maio de 2014.
  19. CADERNO DE ESTATÍSTICAS SÓCIO-ECONÔMICAS: Município de Cruz Alta. Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas. Departamento de Estudos Econômicos e Administrativos. Curso de Ciências Econômicas. v.2, n.2 (outubro/2004) - Cruz Alta: UNICRUZ, 2004. 32p.; Irregular..
  20. Cruz Alta - Estações Ferroviárias do Rio Grande do Sul. Estações Ferroviárias do Brasil (elaborado por Ralph Mennucci Giesbrecht).
  21. a b NEUMANN, Rosane Marcia. Uma Alemanha em miniatura: o projeto de imigração e colonização étnico particular da Colonizadora Meyer no noroeste do Rio Grande do Sul (1897-1932), Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, PUCRS, Porto Alegre, 2009, 632 p.
  22. A estrada de ferro que não saiu do papel..

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]