Folha de S.Paulo

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Folha de S.Paulo
Folha de S. Paulo.svg
Capa da edição de 3 de abril de 2008
Capa da edição de 3 de abril de 2008.
Razão social Empresa Folha da Manhã S.A.
Periodicidade Diário
Formato Standard
Sede São Paulo, SP
 Brasil
Slogan O Jornal do Futuro
Um Jornal a Serviço do Brasil
Fundação 19 de fevereiro de 1921 (94 anos)
Fundador(es) Olival Costa e Pedro Cunha
Presidente Luís Frias
Diretor Otavio Frias Filho
Editor-chefe Sérgio Dávila
Circulação 361 231 exemplares (média diária dos primeiros quatro meses de 2015)[1]
Página oficial Folha de S.Paulo

Folha de S.Paulo[nota 1] é um jornal brasileiro editado na cidade de São Paulo e o segundo maior jornal de circulação do Brasil, segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC). A circulação média diária em 2010 foi de 294.498 exemplares,[2] crescendo para 361 231 nos quatro meses de 2015.[1] Ao lado de O Globo, Correio Braziliense e O Estado de S. Paulo, a Folha de S.Paulo, que pertence ao Grupo Folha, é um dos jornais mais influentes do país.[3]

História[editar | editar código-fonte]

O jornal dos trabalhadores urbanos[editar | editar código-fonte]

A Folha foi fundada em 19 de fevereiro de 1921[4] por um grupo de jornalistas liderado por Olival Costa e Pedro Cunha, com o nome de Folha da Noite. Era um jornal vespertino, com um projeto que pregava textos mais curtos e mais claros, enfoque mais noticioso que opinativo, agilidade e proximidade com os assuntos que afetavam o dia a dia da população paulistana, principalmente os trabalhadores urbanos.

Foi criada em oposição ao principal jornal da cidade, O Estado de S. Paulo, que representava as elites rurais e assumia uma posição mais conservadora, tradicional e rígida.[5] O empreendimento foi bem-sucedido, levando os sócios a comprar uma sede própria, uma rotativa e, em julho de 1925, criar um segundo jornal, agora matutino: a Folha da Manhã.

Também em 1925 surgiu na Folha da Manhã o personagem Juca Pato, que acabou se tornando um símbolo do jornal. Criado pelo cartunista Benedito Carneiro Bastos Barreto (1896-1947), o Belmonte, Juca Pato era “o homem comum”, que criticava com ironia os problemas políticos e econômicos e repetia o bordão “Podia ser pior”.

As principais críticas das “Folhas” eram dirigidas aos partidos republicanos que monopolizavam os governos da época e faziam campanhas por melhorias sociais. A empresa chegou a apoiar a criação do Partido Democrático, de oposição. Em 1929, no entanto, Olival Costa, então o único dono das “Folhas”, passou a se aproximar dos republicanos paulistas e a repudiar opositores da Aliança Liberal, ligados a Getúlio Vargas.

Em outubro de 1930, com a vitória da Revolução de 1930 varguista, jornais que haviam se contraposto a Getúlio Vargas foram depredados por partidários da Aliança Liberal.[6] As instalações da Folha foram destruídas e Costa vendeu a empresa a Octaviano Alves de Lima, empresário ligado à produção e, principalmente, ao comércio de café.

Defesa dos produtores rurais e oposição a Getúlio Vargas[editar | editar código-fonte]

O propósito inicial de Alves de Lima, que assumiu o jornal em 1931, era defender os interesses “da agricultura”, ou seja, dos produtores rurais[7] . Mas eventos importantes levaram o foco noticioso para outros temas: a revolução de 1932 (em que paulistas tentaram recuperar o poder perdido para Getúlio Vargas), a Segunda Guerra Mundial (de 1939 a 1945) e o Estado Novo (ditadura varguista que durou de 1937 a 1945).

Sem familiaridade com a imprensa, Lima trouxe para a direção da empresa o poeta Guilherme de Almeida e entregou a direção editorial a Rubens do Amaral, que formou uma Redação de tendência antigetulista. Hermínio Sachetta, militante trotskista que chegou a ser preso pelo Estado Novo, assumiu a Secretaria de Redação logo depois de deixar a prisão.

O governo ditatorial exercia pressão política e econômica sobre a imprensa, concentrando munição em São Paulo contra o matutino O Estado de S. Paulo, que havia patrocinado a revolução de 1932. O diretor do jornal, Júlio de Mesquita Filho, foi preso três vezes e forçado a se exilar, enquanto o Estado ficava sob intervenção do governo varguista, de 1940 a 1945. Com o concorrente calado, a Folha da Manhã sobressaiu como voz de oposição à ditadura.

A atitude crítica é um dos motivos apontados para a troca de proprietários da empresa, ocorrida em 1945[6] . Segundo João Baptista Ramos, irmão de José Nabantino Ramos—um dos novos sócios, ao lado de Clóvis Queiroga e Alcides Ribeiro Meirelles --, a compra das Folhas foi articulada por Getúlio Vargas, que queria ver-se livre do jornalismo de oposição comandado por Rubens do Amaral, declaradamente antigetulista.

Queiroga, por sua vez, representava o conde Francisco Matarazzo Júnior, que era impedido de possuir veículos de comunicação, por ser italiano. Matarazzo financiou a compra de rotativas mais modernas e viu na empreitada uma oportunidade para responder aos ataques que lhe faziam os jornais de Assis Chateaubriand, seu desafeto.

Uma das armas idealizadas por ele nessa batalha foi reduzir o preço das Folhas, para sufocar os negócios dos Diários Associados, de Chateaubriand. O tiro, no entanto saiu pela culatra: Nabantino Ramos contabilizou as perdas que a empresa sofreu com essa redução de preço como pagamento pelo financiamento concedido pelo conde e, após alguns meses, declarou a dívida quitada, assumindo a condução editorial dos jornais.[6]

Jornal das classes médias e das campanhas cívicas[editar | editar código-fonte]

Advogado, Nabantino Ramos era aficionado por técnicas de gestão e controle, e implantou nas décadas de 1940 e 1950 várias inovações: concursos públicos para contratação, cursos de jornalismo, premiação por desempenho, controle de erros.[5] Redigiu um manual de redação e uma política editorial. Lançou um terceiro jornal, a Folha da Tarde, em 1949, e patrocinou dezenas de campanhas em várias áreas: combate à corrupção e ao crime organizado, defesa de mananciais, melhorias de infra-estrutura, obras urbanas, entre outros.[8]

Apesar da organização empresarial, Nabantino carecia de tino comercial e da flexibilidade necessária para negociar financiamentos e administrar orçamentos. No começo dos anos 1960, a empresa sofria com custos aumentados pelo preço do papel jornal. Os três jornais foram fundidos em um só título, Folha de S.Paulo, em 1960, no início mantendo as três edições. Mas, conforme a situação financeira se deteriorava, as edições vespertinas foram canceladas e o jornal fixou-se como matutino.

As dificuldades foram agravadas em 1961, pela vitória de uma greve de jornalistas que paralisou todos os veículos de São Paulo e obteve melhorias de salário e benefícios trabalhistas, o que ampliou ainda mais os custos do jornal.[5] A empresa foi vendida em 13 de agosto de 1962 aos empresários Octavio Frias de Oliveira e Carlos Caldeira Filho.

Pluralismo e liderança[editar | editar código-fonte]

Frias e Caldeira, respectivamente presidente e superintendente da empresa, voltaram-se à tarefa prioritária de recuperar o equilíbrio financeiro do jornal [9] . Para dirigir a Redação, Frias nomeou o cientista José Reis, um dos criadores da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Trouxe para integrar a equipe o responsável pela modernização do rival O Estado de S. Paulo, o jornalista Cláudio Abramo, que viria a suceder a Reis e manter, com Frias, uma produtiva convivência profissional que se prolongou por mais de vinte anos. Em 1964 a Folha de S.Paulo apoiou a derrubada do presidente João Goulart e o estabelecimento de um regime de tutela militar - temporária, conforme se acreditava - sobre o país.

Superada a fase de adversidades econômico-financeiras, a nova gestão passou a se dedicar à modernização industrial e à montagem de uma estrutura de distribuição de exemplares que alicerçou os saltos de circulação que estavam por vir. Foram comprados novos equipamentos e impressoras nos Estados Unidos. Em 1968 a Folha se tornou o primeiro jornal latino-americano a ser impresso no sistema "off-set". Em 1971, outro pioneirismo: os moldes de chumbo passavam à história e o jornal adotava a composição "a frio". O jornal crescia em circulação e melhorava sua participação no mercado publicitário.[8]

No final dos anos 60 Frias chegou a organizar o embrião de uma rede nacional de televisão, congregando à TV Excelsior de São Paulo, líder de audiência cujo controle adquiriu em 1967, mais três emissoras no RJ, MG e RS. Por insistência de Caldeira, porém, os dois sócios abandonaram a empreitada em 1969.

O começo da década de 1970 foi turbulento para a história do jornal. Acusado por organizações da luta armada de emprestar carros para a repressão da ditadura [10] , a Folha passou a ser alvo dos guerrilheiros, que interceptaram e queimaram três camionetes de entrega do jornal, duas em setembro e uma em outubro de 1971 e ameaçaram de morte o dono do jornal.

Em resposta, Octavio Frias assinou na capa do jornal o editorial “Banditismo”, afirmando que não aceitaria a agressão nem as ameaças. Seguiu-se, no jornal do grupo guerrilheiro ALN, um texto em que Frias era classificado como inimigo da organização e do país.

O antagonismo entre o jornal e os grupos de esquerda se aprofundou e culminou com o editorial “Presos Políticos?”, publicado em junho de 1972, no qual se questionava a existência de pessoas presas por causa de suas posições políticas. O editorial era também uma resposta ao concorrente O Estado, que defendera tratamento especial aos presos políticos. Dizia: “É sabido que esses criminosos, que o matutino O Estado de S. Paulo qualifica tendenciosamente de presos políticos, mais não são que assaltantes de bancos, sequestradores, ladrões, incendiários e assassinos, agindo, muitas vezes, com maiores requintes de perversidade que os outros, pobres-diabos, marginais da vida, para os quais o órgão em apreço julga legítimas todas as promiscuidades”.

O episódio provocou também uma crise interna. Na semana seguinte, os editoriais foram suspensos. No mesmo ano, Cláudio Abramo foi afastado da chefia e a Folha só voltaria a adotar uma atitude política mais independente e afirmativa, em vez da "neutralidade" acrítica que se seguiu ao fim dos editoriais, no final de 1973.

Reformas e Projeto Folha[editar | editar código-fonte]

A Folha começou a ganhar espaço junto às camadas médias que ascenderam com o "milagre econômico", fixando-se como publicação de grande presença entre jovens e mulheres. Ao mesmo tempo, dedicava-se com desenvoltura crescente a áreas do jornalismo até então pouco exploradas, como o noticiário econômico, esportivo, educacional e de serviços. A Folha apoiou a ideia da abertura política e se colocou a serviço da redemocratização, abriu suas páginas para todas as tendências de opinião e incrementou o teor crítico de suas edições.[8]

Frias acreditava firmemente na filosofia editorial de uma publicação isenta e pluralista, capaz de oferecer o mais amplo leque de visões sobre os fatos. Encontrou um colaborador habilitado em Abramo, responsável pela área editorial entre 1965 e 1973, sucedido por Ruy Lopes (1972/73) e Boris Casoy (de 1974 a 1976) e reconduzido a essa função em 1976, onde permaneceu até 1977, quando Casoy, em meio à crise provocada por uma tentativa de golpe militar contra o presidente Ernesto Geisel, foi convidado por Frias a retornar ao cargo.

Abramo reformulou o jornal, fez a primeira (1976) de uma série de reformas gráficas que se sucederiam, reuniu colunistas como Janio de Freitas, Paulo Francis, Tarso de Castro, Glauber Rocha, Flavio Rangel, Alberto Dines, Mino Carta, Osvaldo Peralva, Luiz Alberto Bahia e Fernando Henrique Cardoso.[6] A Folha se transformava num dos principais focos de debate público do país. Ao contrário das expectativas, essa linha editorial foi preservada e desenvolvida durante o período em que Casoy foi editor responsável (1977-1984). Em 1983-84, a Folha foi o baluarte do movimento Diretas-Já, a favor de eleições populares para a Presidência da República, na imprensa.[11] [12]

A direção da redação foi assumida em 1984 por Otavio Frias Filho, que sistematizou e desenvolveu as experiências do jornal no período da abertura política e da campanha Diretas. Documentos divulgados periodicamente traduziram as linhas editoriais do jornal, no que ficou conhecido como Projeto Folha, cuja implantação na Redação foi coordenada por Carlos Eduardo Lins da Silva e Caio Túlio Costa.[13] Define-se pela prática de um jornalismo crítico, apartidário e pluralista. Esses princípios nortearam também o Manual da Redação, lançado em 1984 e atualizado desde então. Mais que um manual de estilo, é um conjunto de normas e compromissos assumidos pelo jornal. Foi o primeiro livro do gênero colocado à disposição do público.

O pressuposto é que o jornalismo deve ser descritivo e preciso, mas que todo tema sujeito a controvérsia admite mais de um ângulo e exige tratamento pluralista. O jornal tornou-se conhecido também pela diversidade de seu elenco de colunistas. Ao mesmo tempo, criaram-se mecanismos de controle interno, como freios e contrapesos: o próprio Manual, a seção diária "Erramos" (1991), a obrigação de publicar contestações enviadas ao jornal e, sobretudo, o posto de ombudsman (1989), profissional dotado de estabilidade temporária e encarregado de criticar a própria Folha e acolher pleitos de leitores e personagens do noticiário.

Desde meados do regime militar, a Folha manteve posição crítica diante de sucessivos governos (Geisel, Figueiredo, Sarney, Collor, Itamar). Otavio Frias Filho foi processado juntamente com outros três jornalistas da Folha pelo então presidente Fernando Collor. Embora apoiasse suas propostas de liberalização econômica da gestão de Fernando Collor de Mello, foi a primeira publicação a recomendar o impeachment do chefe do governo, afinal consumado em 1992. A cobertura dos governos Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) valeu ao jornal acusações de ser pró-oposição durante ambos os períodos presidenciais.

Da revelação da fraude na concorrência para a Ferrovia Norte-Sul (1985) até a do escândalo do mensalão (2005), a Folha tem estado na vanguarda da fiscalização das autoridades e da revelação de desmandos e abusos.

Em 1986 a Folha tornou-se o jornal de maior circulação em todo o país, liderança que mantém desde então. Em 1995, um ano depois de ultrapassar a marca de 1 milhão de exemplares aos domingos[14] , a Folha inaugurou seu novo parque gráfico, considerado o maior e mais atualizado tecnologicamente na América Latina. O recorde de tiragem e de vendas do jornal foi alcançado em 1994, na época do lançamento do Atlas Folha/The New York Times (1.117.802 exemplares no domingo).

Atualmente, a Folha é o centro de uma série de atividades na esfera da indústria das comunicações, abrangendo jornais, banco de dados, instituto de pesquisas de opinião e de mercado, agência de notícias, serviço de informação e entretenimento em tempo real, gráfica de revistas e empresa transportadora.

Em 1991 as ações da Empresa Folha da Manhã S.A. que pertenciam a Carlos Caldeira Filho passaram a Octavio Frias de Oliveira, publisher do jornal até sua morte, em 2007.

Desde 1984 ocuparam a função de editor-executivo da Folha os jornalistas Matinas Suzuki (de 1991 a 1997), Eleonora de Lucena (de 2000 a 2010) e Sérgio Dávila (desde março de 2010).

Pioneirismo[editar | editar código-fonte]

Em 1967 a Folha adotou a impressão offset em cores, usada em larga tiragem pela primeira vez no Brasil. Em 1971, o jornal abandonou a composição gráfica a chumbo e se tornou o primeiro a usar o sistema eletrônico de fotocomposição no Brasil. Em 1983, com a instalação dos primeiros terminais de computador, passou a ter a primeira Redação informatizada da América do Sul.

Em 1984 lançou o primeiro de seus manuais da Redação, que viriam a se tornar obras de referência para estudantes e jornalistas. O livro ganhou novas versões em 1987, 1992 e 2001.

Em 1989 foi o primeiro veículo no país a ter um ombudsman, uma espécie de ouvidor encarregado de receber, investigar e encaminhar as queixas dos leitores e de fazer comentários críticos sobre o jornal e outros meios de comunicação. Desde então, nove jornalistas ocuparam o cargo: Caio Túlio Costa, Mario Vitor Santos, Junia Nogueira de Sá, Marcelo Leite, Renata Lo Prete, Bernardo Ajzenberg, Marcelo Beraba, Mário Magalhães e Carlos Eduardo Lins da Silva. Em fevereiro de 2010, Suzana Singer foi indicada para assumir a função a partir de 24 de abril.

Ainda na década de 1980 a Folha também foi pioneira na adoção de infográficos e quadros que explicam, de maneira didática, os detalhes e contexto das principais notícias.

Em 1995 com a inauguração do Centro Tecnológico Gráfico-Folha em Tamboré (Santana de Parnaíba, Grande São Paulo), moderno parque gráfico orçado em 120 milhões de dólares, o jornal passou a circular com a maioria de suas páginas coloridas.

Em julho de 2011 o jornal passou a publicar na internet a Folha Internacional, com notícias do jornal traduzidos para o espanhol e o inglês.[15]

Correspondentes no exterior[editar | editar código-fonte]

No primeiro semestre de 2012, a Folha contava com correspondentes, entre fixos e bolsistas, nas seguintes cidades:

Escândalo do mensalão[editar | editar código-fonte]

Em 6 de junho de 2005 a Folha de S.Paulo publicou uma entrevista do deputado federal Roberto Jefferson a Renata Lo Prete, editora do Painel da Folha, com uma denúncia de pagamentos mensais de 30 mil reais realizados pelo tesoureiro do PT, Delúbio Soares, a alguns deputados da base aliada, com o objetivo de aprovar emendas favoráveis ao governo.[16] A partir daí, o caso desdobrou-se em inúmeras acusações e investigações sobre o que a imprensa passou a denominar "escândalo do mensalão", resultando na instauração de uma CPI, cassação e renúncia de diversos parlamentares, afastamentos de diversos ministros e funcionários de altos escalões do poder executivo e do PT, culminando em um inquérito convertido em ação penal no Supremo Tribunal Federal contra 39 réus supostamente envolvidas no esquema, sob a relatoria do ministro Joaquim Barbosa.[17] A entrevista de 6 de junho publicada pela Folha também marcou a primeira aparição do termo "mensalão" na mídia.[18] Lo Prete foi agraciada com o Prêmio Esso de Jornalismo 2005, em reconhecimento ao seu trabalho e à repercussão da entrevista publicada pela Folha.[19]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Colaboração com a ditadura[editar | editar código-fonte]

A Folha é acusada de ter colaborado com a ditadura militar emprestado carros para que policiais do DOI-Codi, órgão de repressão da ditadura, fizessem campana e prendessem militantes da esquerda.

Segundo Carlos Eugênio Sarmento da Paz (Clemente), principal dirigente do braço armado da ALN, a convicção de que a Folha apoiava ativamente a ditadura levou o grupo a interceptar e incendiar camionetes do jornal e a ameaçar Octavio Frias, no final de 1971.

A edição de novembro do jornal Venceremos, editado pela ALN, dizia que "Octavio Frias de Oliveira certificou-se de um fato real: há uma guerra e ele é um inimigo. [...] O Sr. Octavio Frias de Oliveira sente-se acuado, porque sabe [...] que a verdade revolucionária o atingirá e que seu justiçamento é uma questão de tempo".[20]

Não há documentos que comprovem a colaboração material da Folha nem que a mencionem nos arquivos do Deops e na coleção de jornais clandestinos da guerrilha mantida pela Unesp.[21]

Dois militantes de esquerda afirmam ter visto caminhonetes da empresa no prédio do Departamento de Operações Internas – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), centro do sistema repressivo do regime militar, na rua Tutoia, no bairro da Vila Mariana, onde ficaram presos. O jornalista Ivan Seixas, capturado pela Operação Bandeirante (Oban) em abril de 1971, aos dezesseis anos, conta que viu duas vezes os carros de entrega da Folha parados em frente ao prédio, em locais normalmente ocupados só por carros policiais. Segundo o também jornalista Francisco Carlos de Andrade, ex-militante da ALN, preso em novembro de 1971, caminhonetes com os logotipos da Folha da Tarde e da Folha de S.Paulo estacionaram várias vezes no pátio interno da rua Tutoia.

A direção da Folha não nega a possibilidade de a colaboração ter ocorrido, mas sem o conhecimento da empresa. Em 2001, em entrevista[22] , Octavio Frias declarou que, se houve algum tipo de ajuda, foi à sua revelia. Em 2006, em depoimento para a biografia do empresário, o diretor de redação, Otavio Frias Filho, militante no movimento estudantil no final dos anos 1970, disse considerar possível que veículos da empresa tenham sido usados por policiais e que, ao questionar o pai sobre o episódio, ele sempre negou ter sido consultado sobre empréstimos ou mesmo ter tomado conhecimento deles.[23]

O empréstimo de caminhonetes para a polícia era voz corrente entre a guerrilha já no início dos anos 1970. Há referência a esse uso no diário de um preso político recolhido ao Presídio Tiradentes, que relata uma greve de fome ali deflagrada em junho de 1972, contra a transferência de sete militantes considerados “irrecuperáveis” pelo governo.[24]

Do ponto de vista político, o tratamento dado pela Folha a essa greve foi crucial e contribuiu para fixar nos grupos de esquerda a convicção de que a empresa e seus donos apoiavam a ditadura e a tortura. Em 30 de junho, o jornal publicou o editorial “Presos políticos?”[25] , em que questionava a existência de pessoas presas no país apenas por causa de suas posições ideológicas. Em resposta a um editorial publicado dias antes pelo concorrente O Estado de S. Paulo, que defendera tratamento especial aos presos políticos, o editorial dizia: “É sabido que esses criminosos, que o matutino [Estado] qualifica tendenciosamente de presos políticos, mais não são que assaltantes de bancos, sequestradores, ladrões, incendiários e assassinos, agindo, muitas vezes, com maiores requintes de perversidade que os outros, pobres-diabos, marginais da vida, para os quais o órgão em apreço julga legítimas todas as promiscuidades.”[26]

O episódio provocou uma crise interna. Na semana seguinte, os editoriais foram suspensos. No mesmo ano, o jornalista Cláudio Abramo foi afastado da chefia.

"Ditabranda"[editar | editar código-fonte]

Protesto contra o uso da palavra "ditabranda" na sede do Grupo Folha. No banner, uma referência à famosa foto de Vladimir Herzog morto após uma sessão de tortura, se lê: "A ditadura militar no Brasil, segundo a Folha de S.Paulo".

Em 17 de fevereiro de 2009, num editorial criticando o governo de Hugo Chávez na Venezuela, o jornal se referiu à ditadura militar brasileira como uma "ditabranda", no seguinte trecho: "Mas, se as chamadas 'ditabrandas' _caso do Brasil entre 1964 e 1985_ partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou implantavam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça_, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Fujimori no Peru, faz o caminho inverso. O líder eleito mina as instituições e os controles democráticos por dentro, paulatinamente." [27]

Houve reações imediatas e veementes ao uso da palavra –cunhada na Espanha na década de 1930, quando o general Damaso Berenguer substituiu o general Primo de Rivera e governou por decretos e revogou algumas medidas adotadas pelo ditador anterior. O período ficou conhecido como “dictablanda de Berenguer” (o termo foi depois usado, em diferentes contextos, no Chile, no México, no Uruguai e na Colômbia).

A Folha publicou 21 cartas sobre o assunto, 18 delas críticas aos termos do editorial. Dentre as cartas estavam as dos professores da Universidade de São Paulo Maria Victoria Benevides e Fábio Konder Comparato. Em sua carta, publicada, Comparato escreveu que o autor do editorial e o diretor de Redação que o aprovou "deveriam ser condenados a ficar de joelhos em praça pública e pedir perdão ao povo brasileiro".

Em resposta, o jornal classificou a indignação dos professores de "cínica e mentirosa", argumentando que, sendo figuras públicas, não manifestavam o mesmo repúdio a ditaduras de esquerda, como a cubana: “Nota da Redação - A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua "indignação" é obviamente cínica e mentirosa.”[28]

A utilização do termo "ditabranda" rendeu ao jornal críticas em fóruns de discussão na internet e em outros veículos de mídia, principalmente os que possuem tendências esquerdistas, tais como as revistas Fórum,[29] Caros Amigos (que publicou matéria de capa sobre a utilização do termo),[30] e Carta Capital.[31]

No dia 7 de março, houve em frente à sede da Folha, na região central de São Paulo, um protesto contra o uso do termo ditabranda no editorial e em solidariedade a Maria Victoria Benevides e Fábio Konder Comparato. Nenhum dos dois estava presente.

O ato público, que reuniu cerca de 300 pessoas, foi organizado pelo Movimento dos Sem-Mídia, idealizado pelo blogueiro Eduardo Guimarães. O público era composto na sua maioria por familiares de vítimas da ditadura, estudantes e sindicalistas ligados à CUT.

No mesmo dia, o diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, divulgou a seguinte nota:

"O uso da expressão "ditabranda" em editorial de 17 de fevereiro passado foi um erro. O termo tem uma conotação leviana que não se presta à gravidade do assunto. Todas as ditaduras são igualmente abomináveis. Do ponto de vista histórico, porém, é um fato que a ditadura militar brasileira, com toda a sua truculência, foi menos repressiva que as congêneres argentina, uruguaia e chilena -ou que a ditadura cubana, de esquerda. A nota publicada juntamente com as mensagens dos professores Comparato e Benevides na edição de 20 de fevereiro reagiu com rispidez a uma imprecação ríspida: que os responsáveis pelo editorial fossem forçados, "de joelhos", a uma autocrítica em praça pública.Para se arvorar em tutores do comportamento democrático alheio, falta a esses democratas de fachada mostrar que repudiam, com o mesmo furor inquisitorial, os métodos das ditaduras de esquerda com as quais simpatizam."[32]

A nota levou os professores a pedir, por meio de seus advogados, a publicação de considerações a título de "direito de resposta”:

"Levar mais de duas semanas para reconhecer um desatino editorial (a classificação do regime militar brasileiro como 'ditabranda'), imputando a responsabilidade pelo episódio ao teor de nossas críticas, não parece um comportamento compatível com a ética do jornalismo. Sempre sustentamos, sem precisar receber lições de ninguém, que as vítimas de regimes arbitrários, aqui e alhures, merecem igual proteção e respeito, sem desvios ideológicos ou idiossincrasias pessoais."

O texto dos professores foi publicado seguido por nova nota da Redação:

"O tratamento dado pela Folha ao uso da palavra 'ditabranda' em editorial de 17 de fevereiro, com a publicação de diversas críticas e o reconhecimento da impropriedade do termo, é um exemplo de transparência editorial. Imaginava-se encerrado o episódio, mas os professores Comparato e Benevides estão empenhados em extrair dele o máximo rendimento possível. As opiniões de ambos sempre foram transmitidas pelo jornal, por meio de numerosos artigos, sem a necessidade de advogados. A "resposta" acima é publicada com base na Lei 5.250/67, editada pela ditadura militar, a fim de que vítimas de regimes cautelosamente chamados de "arbitrários" e vagamente situados "alhures" também se sintam destinatários dessa solidariedade envergonhada."[33]

Na esteira dos protestos, a Rede Record, que pertence ao bispo Edir Macedo, dono da Igreja Universal do Reino de Deus, veiculou no programa Domingo Espetacular uma sequência de ataques à Folha. A Record já havia atacado o jornal em reação à publicação de reportagem que desvendava atividades empresariais e irregularidades da igreja.

Durante 13 minutos, a emissora de TV usou depoimentos de vítimas da ditadura militar (1964-1985) para repetir críticas ao termo "ditabranda". O programa destacou que a "Folha da Tarde", hoje extinta e que pertenceu ao Grupo Folha, apoiava no início dos anos 1970 a repressão do governo contra a guerrilha esquerdista.[34]

Ficha policial falsa de Dilma Rousseff[editar | editar código-fonte]

Em 5 de abril de 2009, a Folha de S.Paulo publicou, ao lado de uma reportagem que tratava do suposto plano da VAR-Palmares para sequestrar o então ministro da economia Antonio Delfim Netto, uma suposta ficha policial de Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores, atual Presidenta da República. A autenticidade de ficha de Dilma foi contestada.

No dia 25 de abril, o jornal publicou reportagem afirmando ser impossível garantir que a ficha de Dilma era verdadeira:

“A Folha cometeu dois erros na edição do dia 5 de abril, ao publicar a reprodução de uma ficha criminal relatando a participação da hoje presidente Dilma Rousseff (Republica Federativa Do Brasil) no planejamento ou na execução de ações armadas contra a ditadura militar (1964-85). O primeiro erro foi afirmar na Primeira Página que a origem da ficha era o "arquivo [do] Dops". Na verdade, o jornal recebeu a imagem por e-mail. O segundo erro foi tratar como autêntica uma ficha cuja autenticidade, pelas informações hoje disponíveis, não pode ser assegurada _bem como não pode ser descartada.”[35]

Sobre o caso, o ombudsman Carlos Eduardo Lins da Silva escreveu, na Folha: “Depois de a ministra ter contestado que a ficha fosse autêntica, o jornal reconheceu não ter comprovado sua veracidade. Considerei insuficientes as justificativas para os erros cometidos e sugeri uma comissão independente para apurá-los e propor alterações de procedimentos para evitar repetição. A Redação, no entanto, considerou a averiguação encerrada”.[36]

A suposta ficha policial pode ser encontrada no site do grupo Ternuma e não existe no Arquivo Público do Estado de São Paulo, onde estão guardados os documentos do antigo Departamento de Ordem Política e Social.[37]

Em junho de 2009, um laudo produzido por professores do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) concluiu que a ficha policial foi fabricada digitalmente, apontando diversos indícios de manipulações tipográficas.[38] Em artigo denominado Folha publicou ficha falsa de Dilma, o Observatório da Imprensa criticou o que chamou de "reconhecimento envergonhado do erro" por parte da Folha, além do pequeno espaço reservado para desfazer o equívoco em comparação ao destaque que a ficha obteve quando foi publicada na primeira página do jornal.[39]

Eleições 2010[editar | editar código-fonte]

Em setembro de 2010 a ombusdman de Folha de S.Paulo, Suzana Singer, criticou duramente o periódico. Segundo ela, o jornal estaria “se dedicando a revirar vida e obra” da candidata à presidência Dilma Roussef do PT e noticiando estas informações de forma parcial.[40] Comentou ainda a reação de leitores no Twitter, onde a hashtag #DilmaFactsByFolha - uma série de piadas e críticas à Folha de usuários da rede social - chegou ao primeiro lugar dentre os temas mais comentados.[40] [41]

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, no entanto, concluiu que a Folha, dentre os representantes da grande imprensa, publicou a cobertura mais crítica em relação aos dois candidatos, e teria sido ainda mais negativa em relação ao tucano José Serra que à petista Dilma Rousseff. O levantamento, feito em setembro e outubro de 2010, afirmou que, contrastando-se reportagens negativas, neutras e positivas, o saldo da Folha havia sido positivo em 3%. Também na eleição de 2006 havia sido a Folha, dentre os jornais, o “mais equilibrado, menos unilateral” e o que mais deu vazão a opiniões diferentes, segundo análise do Doxa (Laboratório de Pesquisas em Comunicação Política e Opinião Pública, do Iuperj)[42]

Conclusão bem diferente teve um levantamento que analisou especificamente as manchetes de primeira página do jornal, no mês anterior ao primeiro turno da eleição.[43] Segundo os dados do estudo, realizado pelo do portal Brasil de Fato, a Folha de S.Paulo geralmente optou por dar destaque de capa a temas negativos para a cadidatura de Dilma. Do total de 30 manchetes de capa, concluiu-se que ela veiculou apenas duas positivas à campanha petista ("Lula vai à TV e afirma que Serra partiu para baixaria", no dia 8, e "Desemprego é o menor, e renda é a maior em 8 anos", no dia 24). Por outro lado, a Folha destacou um total de 18 manchetes desfavoráveis. Houve ainda uma manchete classificada como neutra e nove sobre temas diversos. Segundo o levantamento, além da Folha, os jornais O Globo e O Estado de S. Paulo também deram forte ênfase a temas negativos para a cadidatura de Dilma.

O jornal foi criticado por sua “falsa imparcialidade” pelo site Falha de S.Paulo, que satirizava a Folha por julgar tendencioso o conteúdo de suas notícias, favorecendo a candidatura de José Serra e se opondo indiscriminadamente ao governo Lula. A Folha pediu à Justiça que o site fosse tirado do ar, argumentando que o uso de idêntico logotipo, com a alteração de uma letra, além de se prestar à confusão dos leitores, configurava uso indevido de marca. Juridicamente, o que está em questão é se o direito de sátira se sobrepõe ou não ao direito de propriedade.

Em 30 de setembro de 2010 uma liminar do juiz da 29ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo retirou do ar o site Falha de S. Paulo.[44] Blogueiros da "mídia independente" e os autores do site classificaram a liminar como uma forma de censura.[45] O juiz do processo declarou que sua decisão se deu "não pela sátira, que não é vedada, mas pelo fato da utilização de marca extremamente semelhante ao da autora [Folha]", concordando com o jornal.[46]

Condenações na justiça[editar | editar código-fonte]

Em agosto de 2008 o jornal foi condenado a indenizar em 250 mil reais um advogado, por tê-lo retratado em uma fotografia que ilustrava a matéria "Bairro de São Paulo atrai vizinhança homossexual", em insinuação de se tratar de público gay. A imagem foi publicada no caderno Cotidiano e fazia referência aos gays “de armário” que agendavam encontros noturnos pela internet. Segundo a defesa, a foto foi tirada furtivamente, em um momento em que o advogado abraçava um amigo. O fotógrafo teria eliminado do enquadramento as respectivas esposas, que se encontravam no local.[47]

Em março de 2010 a jornalista Eliane Cantanhêde e a Folha de S.Paulo foram condenados a pagar 35 mil reais ao juiz Luiz Roberto Ayub a título de indenização por danos morais. A ação se iniciou em 2008, após a publicação do artigo "O lado podre da hipocrisia", em que Cantanhêde, reproduzindo uma afirmação que atribuiu à então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff ("o governo não vai se submeter à decisão de um juiz de quinta", sobre o desempenho de Ayoub no caso Varig), concluiu que "já que a lei não vale nada e o juiz é 'de quinta', dá-se um jeito na lei e no juiz" e afirmou que "o juiz Luiz Roberto Ayoub aproximou-se do governo e parou de contrariar o presidente, o compadre do presidente e a ministra. Abandonou o 'falso moralismo' e passou a contrariar a lei.". Ayoub entendeu a afirmação como uma imputação de prevaricação e parcialidade. O juiz André Pinto rejeitou os argumentos da defesa, proferindo em sentença que "não se trata de mera opinião proferida com base na liberdade de expressão, como pretendem fazer crer as rés, mas de grave acusação contra o magistrado, onde lhe é imputado a prática de ato ilícito e de cunho extremamente lesivo à personalidade".[48] [49]

Em abril de 2010 o jornal foi condenado a pagar indenização de 50 mil reais ao blogueiro Luis Favre, ex-marido de Marta Suplicy. A Folha havia publicado, em 2001, uma peça publicitária de conteúdo considerado ofensivo, de autoria do jornalista Claudio Humberto, em que Favre era definido como uma "espécie de 171 da esquerda, é um trotskista com insuperável confusão mental e professor de Deus, tipo ‘sabe-tudo’. Com a lábia de um vendedor de enciclopédia e insinuante como um dançarino de tango, ele é tudo o que o bom senador Suplicy não é: um ‘cachorrão´". A turma julgadora entendeu que o jornal extrapolou seu direito informar ao noticiar fatos indecorosos à reputação de Favre.[50]

Em junho de 2010 o jornal foi condenado a pagar indenização de 18 mil reais a uma mulher citada em um artigo do jornalista Élio Gaspari, publicado em março de 2008, como participante de um atentado a bomba contra o consulado dos Estados Unidos em São Paulo, ocorrido em março de 1968. Segundo o processo, dois dias depois de publicar a matéria, o jornal voltou a repetir a informação. Embora pertencesse efetivamente ao grupo denominado VPR, a mulher acusada encontrava-se fora do país na época do incidente. Em sua defesa, a Folha argumentou ter exercido o "direito de informar e criticar", mas, no entendimento do juiz Fausto José Martins Seabra, o jornal "abusou de seu direito de informar, atingindo a honra e a imagem da requerente ao lhe atribuir a prática de um crime".[51]

Processos ganhos pelo jornal[editar | editar código-fonte]

A Folha ganhou todos os processos julgados até agora em mais de cem ações de indenização movidas por fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus contra a Empresa Folha da Manhã S/A, que edita o jornal, e a jornalista Elvira Lobato. Ela é autora de reportagem publicada em novembro de 2007 sob o título "Universal chega aos 30 anos com império empresarial"[52] . As ações foram oferecidas nos mais distantes pontos do país, com as mesmas frases e citações. Já foram julgadas 90% dessas ações, todas favoráveis ao jornal e à repórter.

A Folha também obteve decisão favorável em ação movida pela Igreja Universal do Reino de Deus, que alegou ter se sentido ofendida com editorial intitulado “Intimidação e má-fé”, sobre a avalanche de processos movidos contra o jornal por adeptos da Igreja em todo o país. Por unanimidade, a 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou, em março de 2012, sentença que julgara improcedente a ação de indenização.[53] Além do processo contra o editorial, a Universal também moveu, sem sucesso, uma ação contra a Folha e Elvira Lobato, em razão da reportagem intitulada "Universal chega aos 30 anos com império empresarial", publicada em novembro de 2007. O jornal ganhou a ação e não cabe mais recurso. A igreja ainda moveu outra ação contra o jornal e o então colunista Fernando Barros e Silva, autor de artigo intitulado "Fé do Bilhão", publicado em dezembro de 2007. A decisão de primeira instância foi favorável ao jornal, e aguarda julgamento no TJ.

A Folha foi bem sucedida ao impetrar mandado de segurança em 2/9/2010 contra o presidente do Superior Tribunal Militar, em razão da recusa em dar acesso aos autos do processo criminal a que Dilma Rousseff respondeu em 1970 (Processo nº 366/70 do STM), sob o argumento de que se tratava de matéria sigilosa. Na ocasião, ela era candidata à Presidência da República, em eleição que ocorreria no mês seguinte. O jornal entendeu que a autoridade violou direito líquido e certo, diante do legítimo interesse público na divulgação de fatos relativos à vida da candidata. A segurança foi concedida em 19/10/2010 – depois das eleições – garantindo a publicidade do processo.[54]

A Folha e a jornalista Renata Lo Prete obtiveram decisão favorável, em agosto de 2010, na 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. A Câmara reformou sentença que condenara o jornal e a então editora do “Painel” a indenizar Milton Zuanazzi, então presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Ele se sentira ofendido com nota publicada em 20/7/2007 mencionando que a agência estaria rendida a interesses empresariais do setor, e que Zuanazzi seria alinhado com os interesses da GOL. Em 2009, em primeira instância, a Folha e a jornalista foram condenadas a indenizar o autor em R$ 139.500,00. Ao reformar a sentença, a câmara do TJ-RS entendeu, por unanimidade, que a nota fazia menção à disputa interna no órgão governamental e que a Folha não incidiu em abuso, não havendo elementos a ferir o patrimônio moral de Zuanazzi. O Superior Tribunal de Justiça rejeitou recursos interpostos pelo ex-diretor da ANAC. Não cabe mais recurso.[55]

A Folha obteve resultado favorável em março de 2012, quando o Superior Tribunal de Justiça manteve decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal que considerou improcedente ação de indenização movida pela ex-senadora Heloísa Helena contra a Empresa Folha da Manhã S/A, que edita a Folha, e as colunistas Mônica Bergamo e Barbara Gancia. Helena alegou ter sido ofendida pelas jornalistas, com a publicação de textos considerados por ela inverídicos e ofensivos à sua reputação. Ela disse que teve sua candidatura à Presidência em 2006 prejudicada porque foi propalado pela imprensa que "mantinha relação amorosa com o então senador Luiz Estevão (PMDB)" -o que ela nega. O STJ também entendeu que os boatos que a ex-senadora considerou ofensivos foram por ela mesma trazidos a debate público. Ainda há recurso pendente para ser julgado no STF (Supremo Tribunal Federal).[56]

A Folha obteve decisão a seu favor quando a 9ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, em votação unânime, rejeitou em dezembro de 2008 o pedido de indenização proposto pelo juiz federal Paulo Theotonio Costa, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, contra a Empresa Folha da Manhã S.A., que edita o jornal. Em 1999, reportagem do jornalista Frederico Vasconcelos revelou que o magistrado ostenta supostos sinais de riqueza que contrastam com o padrão comum dos juízes brasileiros. Em 2001, ele foi afastado do TRF-3. A câmara do TJ-SP confirmou sentença dada em primeira instância, em 2004, registrando constar nos autos "prova documental convincente sobre ter o autor [Theotonio Costa] patrimônio considerável, que não é ordinário do magistrado brasileiro, recrutado normalmente das classes média e média baixa". O magistrado entrou com recursos nos tribunais superiores, ainda pendentes de julgamento.[57]

Em setembro de 2007, a Folha obteve decisão unânime da 8ª Câmara "A" de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, que acolheu apelação contra decisão que condenara o jornal a pagar o equivalente a 1.500 salários mínimos ao juiz federal Roberto Haddad, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, e a publicar a sentença com chamada em primeira página. Haddad moveu ação de indenização por causa de reportagem de Frederico Vasconcelos que, em 1999, revelou supostos sinais de riqueza do magistrado em contraste com o padrão comum dos juízes. Entre a livre expressão do pensamento e a liberdade de imprensa, de um lado e, de outro, os direitos da personalidade, o tribunal entendeu que o jornal agiu dentro dos limites da legalidade.[58]

A Empresa Folha da Manhã S/A, que edita a Folha, e o jornalista Frederico Vasconcelos foram vitoriosos em julgamento na 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça dO Estado de S. Paulo, em junho de 2011. Por unanimidade, a Câmara reformou sentença que fixara uma indenização de R$ 1,2 milhão (valor que seria corrigido) a ser paga ao juiz federal Ali Mazloum. O magistrado alegou ter se sentido ofendido com reportagem intitulada "Mudança de sede causou polêmica", publicada em novembro de 2003. A Câmara entendeu que "não se pode confundir a atuação do jornalista coapelante, escritor de um livro de investigações jornalísticas envolvendo magistrados, com o teor da matéria". O relator concluiu que não havia na reportagem conteúdos difamatórios, falsos, ou mera intenção de prejudicar ou denegrir.[59]

Por unanimidade, a 8ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo manteve, em novembro de 2011, sentença que rejeitara ação de indenização por danos morais oferecida pelo juiz federal Casem Mazloum contra o jornalista Frederico Vasconcelos, repórter especial da Folha. O magistrado alegou ter se sentido ofendido com as reportagens intituladas "Mudança de sede causou polêmica" e "Procuradoria investiga Juízes suspeitos de prejudicar a União", publicadas, respectivamente, nos dias 4/11/2003 e 22/4/2007. A Câmara entendeu que nenhum excesso foi praticado e que a divulgação de informações verídicas e obtidas de modo lícito se deu sem sensacionalismo e dentro da normalidade e em respeito aos direitos fundamentais do autor [Casem Mazloum], tendo o jornalista exercido a liberdade de imprensa e o dever de informar. O magistrado recorreu da decisão.[59]

Cadernos[editar | editar código-fonte]

No primeiro semestre de 2012, a Folha era constituída dos seguintes cadernos/seções:

Cadernos/seções diários[editar | editar código-fonte]

  • A: Primeira Página, Opinião (inclui a seção de artigos “Tendências/Debates” e o “Painel do Leitor”), Painel, Poder e Mundo
  • B: Mercado (inclui a coluna Mercado Aberto)
  • C: Cotidiano, Saúde, Ciência, Folha Corrida
  • D: Esporte
  • E: Ilustrada (inclui a coluna Mônica Bergamo), Acontece (circula apenas em São Paulo)
  • Opinião - com layout fixo, ocupa as primeiras páginas do jornal, A2 e A3. A primeira página é ocupada por um ou dois editoriais; três artigos de colunistas, de São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro; e a coluna vertical, com artigos de políticos e intelectuais com espaço fixo. A segunda página é ocupada pelo Painel do Leitor, pela seção Erramos e também pela seção Tendências/Debates, que aos domingos e dias de semana publica artigos assinados por personalidades (principalmente políticos, empresários e cientistas), geralmente composições políticas contrárias entre si e aos sábados lança uma questão que é respondida com um artigo favorável e outro contra.

Cadernos/seções semanais[editar | editar código-fonte]

  • Segunda-feira: Folhateen, Tec
  • Terça-feira: Equilíbrio
  • Quarta-feira: Comida
  • Quinta-feira: Turismo
  • Sexta-feira: Guia da Folha (circula apenas em São Paulo)
  • Sábado: Folhinha
  • Domingo: Ilustríssima, revista Sãopaulo (circula apenas em São Paulo), Veículos, Construção, Imóveis, Empregos, Negócios

Revista mensal[editar | editar código-fonte]

  • Serafina (circula apenas em São Paulo,Rio de Janeiro e Brasília)

Colunistas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Sacchitiello, Barbara (26 de maio de 2015). Circulação dos cinco grandes jornais cresce Meio & Mensagem. Visitado em 26 de maio de 2015.
  2. "Folha de S.Paulo" perdeu no ano passado liderança para jornal popular "Super Notícias" recuperado 27 de janeiro 2011
  3. Paulino Motter. The role of the media in educational policy formation and legitimation in Brazil: 1995-2008. [S.l.]: Universidade do Wisconsin-Madison, 2008.
  4. Conheça a Folha Folha Online.
  5. a b c [Gisela Taschner. Folhas ao vento: análise de um conglomerado jornalístico no Brasil. [S.l.: s.n.].
  6. a b c d Oscar Pilagallo. História da imprensa paulista: jornalismo e poder de D. Pedro I a Dilma. [S.l.]: Três Estrelas, 2012.
  7. “As nossas diretrizes”, Folha da Manhã, p. 1, 15/1/1931
  8. a b c Carlos Guilherme Mota e Maria Helena Capelato. História da Folha de S.Paulo: 1921-1981. [S.l.]: Impres, 1981.
  9. Andrew Downie (1 de maio de 2007). Octavio Frias, 94, Brazilian Media Executive (em inglês) The New York Times. Visitado em 23 de julho de 2010.
  10. Elio Gaspari. A Ditadura Escancarada: As Ilusões Armadas. 1 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. 395 p.
  11. Tom Phillips (25 de maio de 2007). Octavio Frias de Oliveira: Brazil's media mogul who promoted democratic debate (em inglês) The Guardian. Visitado em 23 de julho de 2010.
  12. Marco Antonio de Carvalho Eid, Ricardo Viveiros. O Signo Da Verdade. [S.l.]: Summus Editorial. ISBN 9788532303653
  13. Carlos Eduardo Lins e Silva. Mil dias: os bastidores da revolução em um grande jornal. [S.l.: s.n.].
  14. Marcelo Leite (19 de março de 1995). Maturidade. Visitado em 26 de janeiro de 2011.
  15. Folha.com - Poder - Folha.com lança site em inglês e espanhol - 24/07/2011 www1.folha.uol.com.br (2011). Visitado em 25 de julho de 2011.
  16. Jefferson denuncia mesada paga pelo tesoureiro do PT Folha de S.Paulo (6 de junho de 2005). Visitado em 21 de outubro de 2010.
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  19. Prêmio Esso de Jornalismo 2005. Visitado em 21 de outubro de 2010.
  20. Venceremos, n. 5, set.-out.-nov./1971, p. 5. Arquivado no Deops/RJ. Setor: Terrorismo. Pasta: 11. Informação n. 114/72. Assunto: Ações Terroristas. Folhas: 648-647. BR, DF, 17/1/1972. “Consulta em fac-símile cedido pelo pesquisador Edson Teixeira da Silva Jr.
  21. Pastas do arquivo do Deops relativas ao período de 1964 a 1980, dossiês e séries 20C, 20K, 20Z, 21Z, 30B, 30Z, 50D, 50K e 50Z. Jornal Venceremos, da ALN, e todas as edições disponíveis no arquivo do Centro de Documentação e Memória (Cedem), da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de jornais clandestinos publicados a partir de 1967 (www.cedem.unesp.br/#1,80): Revolução e O Guerrilheiro, da ALN, Libertação, da Ação Popular (AP), Palmares, da VAR-Palmares, Imprensa Popular, do Movimento de Libertação Popular (Molipo), Política Popular, da Política Operária (Polop), Unidade Leninista e Movimento Operário, do Partido Operário Comunista (POC), Avante!, do Grupo Trotskista Popular, e Bandeira Vermelha, do Movimento Comunista Internacionalista (MCI), além de jornais editados fora do Brasil por militantes e exilados, como Frente Brasileira de Informação e Unidade e Luta
  22. Magalhães, Mário. “Militares ameaçam suspender circulação” Folha.
  23. [Engel Paschoal. Folhas ao vento: análise de um conglomerado jornalístico no Brasil. [S.l.: s.n.].
  24. Mauriti Police. Resistência atrás das grades. [S.l.: s.n.].
  25. "Presos Políticos?" Folha, 30 de junho de 1972, página 6.
  26. Ver a íntegra dos editoriais do Estado, do Jornal da Tarde e da Folha em: Politi, Maurice, op. cit., pp. 174, 178 e 181
  27. "Limites a Chávez" Folha de S.Paulo.
  28. "Painel do Leitor" Folha de S.Paulo.
  29. RAMOS, Camila Souza (entrevista com Beatriz Kushnir). "A "ditabranda" e os interesses comerciais da Folha". Revista Fórum. 20 de março 2009.
  30. CINTRA, André. "De caso com a Ditabranda". Caros Amigos. Abril de 2009.
  31. BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. "'Ditabranda' para quem?". Carta Capital. 27 de fevereiro de 2009.
  32. "Folha avalia que errou, mas reitera críticas" Folha de S.Paulo.
  33. "Professores pedem direito de resposta no caso ditabranda" Folha de S.Paulo.
  34. Canal da Rede Record no YouTube, vídeo "O escândalo da ditabranda" enviado em 7 de abril de 2009.. Visitado em 23 de maio de 2009..
  35. "Autenticidade de ficha de Dilma não é provada" Folha de S.Paulo.
  36. "É simples saber se a ficha é falsa" Folha de S.Paulo.
  37. MAGALHÃES, Luiz Antonio. "Folha publicou ficha falsa de Dilma". Observatório da Imprensa. 25 de abril de 2009.
  38. Dilma contrata laudos que negam autenticidade de ficha Folha de S.Paulo. Visitado em 4 de março de 2013.
  39. Folha publicou ficha falsa de Dilma Observatório da Imprensa. Visitado em 4 de março de 2013.
  40. a b Ombudsman da Folha de S.Paulo acusa jornal de ser parcial na cobertura eleitoral (em português) R7.com (12/09/2010). Visitado em 12 de setembro de 2010.
  41. Brincadeira no Twitter critica manchete da Folha sobre Dilma (em português) A Tarde (05/09/2010). Visitado em 12 de setembro de 2010.
  42. Folha fez cobertura mais crítica a candidatos (em português) Folha de S.Paulo (03/12/2010).
  43. [1]
  44. Íntegra do processo, no site dos autores do blog.
  45. Censura a blog que satirizava a Folha gera reação na web
  46. Folha de S.Paulo tira do ar, na Justiça, site que a criticava
  47. "Folha de S. Paulo é condenada por erro na publicação de fotografia". Conjur. 29 de agosto de 2008.
  48. "Jornalista é condenada a indenizar juiz". Conjur. 3 de março de 2010.
  49. "Justiça condena Folha de S.Paulo a pagar indenização a juiz por danos morais". Portal Imprensa. 3 de março de 2010.
  50. "Folha de S. Paulo é condenada por publicar anúncio com ofensas a Luís Favre". R7. 1º de abril de 2010.
  51. "Folha de S.Paulo é condenada a indenizar mulher citada em coluna de Élio Gaspari". JusBrasil. 2 de junho de 2010.
  52. Universal chega aos 30 anos com império empresarial". Folha de S.Paulo.
  53. "Universal perde ação movida contra ‘Folha da Manhã’". O Globo.
  54. "Após nove meses, Justiça publica acórdão que liberou papéis de Dilma ". Folha.
  55. [“http://www.espacovital.com.br/noticia_ler.php?id=25528 “Gaúcho Milton Zuanazzi perde ação contra a Folha de São Paulo”]Espaço Vital
  56. “STJ julga improcedente ação de Heloisa Helena contra a Folha de S.Paulo” Portal Imprensa
  57. “Ação de ex-desembargador contra Folha é rejeitada pelo TJ” Folha
  58. “Justiça acolhe apelação da Folha contra indenização a juiz federal” Folha
  59. a b “TJ-SP rejeita ações de Casem Mazloum e Ali Mazloum” Blog do Fred

Notas

  1. Escreve-se "Folha de S.Paulo", mas comumente é citada como "Folha de S. Paulo", "Folha de São Paulo" ou simplesmente "Folha".

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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