Olinda

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Município de Olinda
Montagem Olinda.jpg

Bandeira de Olinda
Brasão de Olinda
Bandeira Brasão
Hino
Aniversário 12 de março
Fundação 12 de março de 1535 (480 anos)
Gentílico olindense
Prefeito(a) Renildo Calheiros (PCdoB)
(2013–2016)
Localização
Localização de Olinda
Localização de Olinda em Pernambuco
Olinda está localizado em: Brasil
Olinda
Localização de Olinda no Brasil
08° 00' 32" S 34° 51' 18" O08° 00' 32" S 34° 51' 18" O
Unidade federativa  Pernambuco
Mesorregião Metropolitana do Recife IBGE/2008 [1]
Microrregião Recife IBGE/2008 [1]
Região metropolitana Recife
Municípios limítrofes Recife e Paulista
Distância até a capital km
Características geográficas
Área 41,681 km² [2]
População 388 821 hab. estatísticas IBGE/2014[3]
Densidade 9 328,49 hab./km²
Altitude 16 m
Clima Tropical As'
Fuso horário UTC−3
Indicadores
IDH-M 0,735 alto PNUD/2010[4]
PIB R$ 3 687 724 mil (PE: 7°) (BR: 180°) – IBGE/2012[5]
PIB per capita R$ 9 723 19 IBGE/2012[5]
Página oficial
Prefeitura www.olinda.pe.gov.br
Câmara www.camaraolinda.pe.gov.br

Olinda é um município brasileiro do estado de Pernambuco, situado na mesorregião Metropolitana do Recife e na Microrregião do Recife, Região Nordeste do país. Pertence à Região Metropolitana do Recife, distando sete quilômetros da capital pernambucana.

Mais antiga entre as cidades brasileiras declaradas Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO, Olinda foi o segundo centro histórico do país a receber tal título, em 1982, após Ouro Preto. É considerada uma das localidades coloniais mais bem preservadas do Brasil.

Olinda foi eleita a primeira Capital Brasileira da Cultura, após concorrer com as cidades de Salvador e João Pessoa.[6]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Um mito popular diz que o nome "Olinda" teria a sua origem numa suposta exclamação do fidalgo português Duarte Coelho, primeiro donatário da Capitania de Pernambuco (ou de um de seus colonos) – "Oh, linda situação para se construir uma vila!". O historiador Francisco Adolfo de Varnhagen, porém, considerava "ridícula" essa etimologia, preferindo a hipótese de uma referência a alguma localidade de Portugal (como Linda-a-Velha ou Linda-a-Pastora), ou a Olinda, personagem feminina do romance de cavalaria Amadis de Gaula, romance este muito lido na época da fundação da cidade.[7]

História[editar | editar código-fonte]

A vila de Olinda e o porto do Recife no fim do século XVI.Do códice da Biblioteca da Ajuda: Roteiro de todos os sinais, conhecimentos, fundos, baixos, alturas que há na costa do Brasil.
Olinda com Recife ao fundo.

Por volta do ano 1000, os índios tapuias que habitavam a região foram expulsos para o interior do continente pela chegada de povos tupis procedentes da Amazônia. No século XVI, quando chegaram os primeiros europeus à região, ela era ocupada pela tribo tupi dos caetés. [8] Localizada no atual estado de Pernambuco, é uma das mais antigas cidades brasileiras, tendo sido fundada (ainda como um povoado) em 1535 pelo primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, o português Duarte Coelho. Duarte fez tudo pelo desenvolvimento da terra: fundou o primeiro engenho de açúcar, desenvolveu a agricultura e estabeleceu um livro de tombo.

O povoado foi elevado a vila em 12 de março de 1537. Duarte Coelho ordenou a construção de um edifício destinado ao funcionamento da Câmara do Senado de Olinda, prédio este doado, em 1676, ao primeiro bispo de Olinda, dom Estevam Brioso de Oliveira, que o converteu em um palácio episcopal, até hoje bem conservado. Olinda era sede da capitania de Pernambuco, mas foi incendiada pelos holandeses devido à sua localização. Segundo a concepção holandesa de fortificação, Olinda detinha um perfil de difícil defesa. Diante disso, a sede foi transferida para o Recife.

Em 1630, Olinda foi tomada pelos holandeses, que a incendiaram no ano seguinte; em 1654 os portugueses retomaram o poder e expulsaram os holandeses. Olinda voltou a ser capital de Pernambuco, muito embora os governadores residissem em Recife. Por volta de 1800, com a fundação do Seminário Diocesano e, em 1828, do Curso Jurídico, transformou-se num burgo de estudantes.

Sob certos aspectos, Olinda rivalizava com a metrópole portuguesa. Seus velhos sobrados tinham dobradiças de bronze, enquanto as igrejas, principalmente a Sé, ostentavam, em suas portas principais, dobradiças de prata e chaves fundidas em ouro.

Foi no Senado da Câmara de Olinda que, a 10 de novembro de 1710, o sargento-mor Bernardo Vieira de Melo deu o primeiro grito em prol da independência nacional.

Os primeiros cursos jurídicos do Brasil, criados pelo Decreto Imperial de 11 de agosto de 1827, foram inaugurados solenemente no Mosteiro de São Bento, a 15 de maio de 1828. Antes de sua transferência para Recife, os cursos jurídicos funcionaram no prédio em que atualmente se encontra a prefeitura. Em 1837, com a transferência do governo provincial para o Recife, Olinda deixou de ser a capital de Pernambuco.

Em 1860, o astrônomo francês Emmanuel Liais descobriu, no Observatório do Alto da Sé, o primeiro cometa relatado a partir de observações na América Latina e o único descoberto no Brasil, que recebeu a denominação de Cometa Olinda.[9]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Olinda está localizado no litoral do estado de Pernambuco, na mesorregião Metropolitana do Recife e microrregião do Recife,[1] distando seis quilômetros da capital pernambucana.[10] Situa-se na Região Metropolitana do Recife, limitando-se com o Oceano Atlântico a leste e os municípios de Paulista (norte) e Recife (sul e oeste),[10] detendo uma área territorial de aproximadamente 42 km².[2]

A altitude média do município é de dezesseis metros acima do nível do mar. O relevo é, em geral, formado por planícies e colinas, alguns delas íngremes. Olinda possui a maior parte de seu território na bacia hidrográfica do rio Paratibe (55,13%), e o restante na bacia do rio Capibaribe (44,87%). A vegetação é formada por Mata Atlântica, com espécies de grande porte.[10] [11]

Clima[editar | editar código-fonte]

O clima do município de Olinda é tropical úmido, do tipo Am na classificação climática de Köppen-Geiger, típico do litoral leste nordestino, com temperaturas médias mensais sempre superiores a 18 °C, baixas amplitudes térmicas, precipitações abundantes na maior parte do ano e alta umidade relativa do ar.[12] A temperatura média anual é de 26 °C, chegando a 30 °C no verão. O índice pluviométrico é superior a 1 700 milímetros (mm) anuais, concentrados entre os meses de abril e julho, sendo maio o mês de maior precipitação (286 mm).[13]

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1961 a 1966 (até 30 de junho), a menor temperatura registrada em Olinda foi de 14,9 °C em 15 de janeiro de 1961,[14] e a maior de 32,3 °C em 8 de abril de 1966.[15] O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 184,3 mm em 20 de janeiro de 1961. Outros grandes acumulados foram 183,7 mm em 6 de junho de 1962, 122,3 mm em 29 de abril de 1963, 114,4 mm em 14 de julho de 1961, 113,5 mm em 29 de março de 1961, 108 mm em 3 de março de 1964 e 105 mm em 4 de maio de 1964.[16] O menor índice de umidade relativa do ar foi de 53%, em 15 de setembro de 1961.[17]

Nuvola apps kweather.svg Dados climatológicos para Olinda Weather-rain-thunderstorm.svg
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima absoluta (°C) 31,8 31,8 32,2 32,3 30,5 29,8 29,1 29 29,6 31,2 31,2 31,2 32,3
Temperatura máxima média (°C) 30,4 30,3 30,2 29,6 28,8 27,8 27,3 27,6 28,4 29,4 29,8 29,9 29,1
Temperatura média (°C) 27,2 27,1 27 26,3 25,7 24,9 24,3 24,4 25,3 26,2 26,6 26,7 26
Temperatura mínima média (°C) 24 24 23,8 23,1 22,6 22 21,3 21,2 22,2 23,1 23,5 23,6 22,9
Temperatura mínima absoluta (°C) 14,9 15,4 21 21,8 19,9 20,1 19,1 19,2 19 21,1 20,9 21,4 14,9
Precipitação (mm) 59 92 192 235 286 282 246 150 67 39 33 42 1 723
Fonte: Climate Data (médias de temperatura e precipitação).[13]
Fonte #2: Instituto Nacional de Meteorologia (recordes de temperatura de 01/01/1961 a 30/06/1966).[14] [15]

Demografia[editar | editar código-fonte]

Olinda tem uma população de 375 559 habitantes (360 554 na zona urbana), e uma área de 37,9 km². Faz parte da Região Metropolitana do Recife, e localiza-se a uma distância de 6 km da capital pernambucana. Faz limite ao norte com Paulista, ao sul e oeste com o Recife, a leste com o Oceano Atlântico.

Olinda é um município essencialmente habitacional, comercial e turístico. Pode-se dizer que é uma "semicidade dormitório" em relação à vizinha capital pernambucana, Recife. Os habitantes são majoritariamente de classe média e de classe baixa, com exceção da Cidade Alta, considerada Patrimônio da Humanidade.

Olinda foi o ponto de partida, não só para o povoamento do interior pernambucano, mas também para a ocupação dos estados de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão. Somente Sergipe e Piauí não devem sua ocupação a Pernambuco. Além disso havia a corrente luso-baiana da Casa da Torre, que contratava paulistas como Domingos Jorge Velho, bandeirantes sem os quais o interior do Nordeste teria permanecido sob controle tapuia por séculos.

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

Faculdade Olindense de Ciências Contábeis e Administrativas (FOCCA).

Educação[editar | editar código-fonte]

Instituições de ensino superior
  • Faculdade de Olinda
  • Faculdades Integradas Barros Melo
  • Fundação de Ensino Superior de Olinda
  • Faculdade de Ciências Humanas de Olinda
  • Faculdade Santa Emília (Faculdade Joaquim Nabuco)
  • Faculdade Pernambucana
  • Faculdade de Comunicação, Tecnologia e Turismo de Olinda
  • Instituto de Ensino Superior de Olinda

Transporte[editar | editar código-fonte]

Olinda é município integrante do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (empresa que fiscaliza o transporte público por ônibus na Região Metropolitana do Recife). O município possui, em operação, 3 terminais de ônibus integrados e 1 que está sendo construído. Eles possuem área coberta, lanchonete e sanitários. Nos terminais, os passageiros têm a possibilidade de trocar de linha sem pagamento de nova tarifa.

Vista aérea de Olinda.
Vista panorâmica do Alto da Sé, a partir do mirante do Elevador de Olinda.

Cultura[editar | editar código-fonte]

Pix.gif Centro Histórico de Olinda *
Welterbe.svg
Património Mundial da UNESCO

Sitio Historico de Olinda.jpg
Vista do Sítio Histórico de Olinda.
País  Brasil
Tipo Cultural
Critérios iii, iv
Referência 189
Região** Brasil
Coordenadas 8°0'48" S 34°50'42" W
Histórico de inscrição
Inscrição 1982  (6ª sessão)
* Nome como inscrito na lista do Património Mundial.
** Região, segundo a classificação pela UNESCO.
Olinda foi eleita a 1ª Capital Brasileira da Cultura, após concorrer com as cidades de Salvador e João Pessoa.
Maracatu Nação em Olinda.

Além de sua beleza natural, Olinda é também um dos mais importantes centros culturais do Brasil. Foi declarada, em 1982, Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Olinda foi eleita a primeira Capital Brasileira da Cultura no ano de 2006. Foi a primeira vez que o Brasil elegeu uma capital cultural. O projeto é uma iniciativa da organização Capital Brasileira da Cultura, com o apoio dos Ministérios da Cultura e do Turismo e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.[6]

Olinda revive o esplendor de seu passado todos os anos durante o Carnaval de Olinda, ao som do frevo, do maracatu e outros ritmos originais de Pernambuco. Há "bonecos gigantes", nos quais cabe um homem utilizando apenas suas pernas para ampará-lo; e blocos carnavalescos (com temáticas variadas, de grupos variados, geralmente acompanhados de orquestras de frevo, e/ou grupos de maracatus). É costume dos jovens molhar os transeuntes com pistolas d'água. Vários grupos também se fantasiam, seja em qual for o personagem, em geral com a intenção de chamar a atenção para si, fazer uma crítica social, animar com brincadeiras ou atrair parceiros para namoros.

Durante todo o ano, em especial no sítio histórico de Olinda, há eventos culturais, como feirinhas de artesanato, reggaes, sambas, maracatus e afoxés. Também há ambientes mais intimistas, como casas de festas, bares e restaurantes culturais - com noites literárias, gastronomia, música ao vivo etc. Circulam, no meio dessas atividades, crianças, jovens e adultos dos mais variados estilos. Também há outras localidades, à beira-mar, frequentados à noite por diversas pessoas.

Também são símbolos culturais da cidade a tapioca, comida típica, e o farol de Olinda.

Semana Santa[editar | editar código-fonte]

A tradicional Procissão dos Passos de Olinda ocorre no Sítio Histórico. O Cortejo visita os nichos ou Passos com pausas reflexivas. Os Passos são pequenas capelas de alvenaria construídas entre 1773 e 1809. Esses só são abertos durante a Procissão, que reconstitui o caminho do Senhor até o Calvário.

Conheça mais sobre o trajeto dos Passos de Olinda: Passo da Sé, Passo do Amparo (Localizado dentro da Igreja do Amparo), Passo dos 4 Cantos, Passo da Ribeira, Passo do Senhor Apresentado ao Povo (Localizado na esquina da Rua 27 de Janeiro).

Cidades-irmãs[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c Divisão Territorial do Brasil Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Visitado em 11 de outubro de 2008.
  2. a b IBGE (22 dez. 2014). Área territorial oficial Resolução da Presidência do IBGE Nº PR-04. Visitado em 22 abr. 2015.
  3. Estimativa Populacional 2014 Censo Populacional 2014 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (agosto de 2014). Visitado em 29 de agosto de 2014.
  4. Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil Atlas do Desenvolvimento Humano Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2010). Visitado em 04 de setembro de 2013.
  5. a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2012 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Visitado em 11 dez. 2014.
  6. a b Olinda eleita Capital Brasileira da Cultura 2006 Ministério da Cultura. Visitado em 21 de junho de 2014.
  7. BUENO, E. Capitães do Brasil: a saga dos primeiros colonizadores. Rio de Janeiro. Objetiva. 1999. p. 201.
  8. BUENO, E. Brasil: uma história. Segunda edição revista. São Paulo. Ática. 2003. p. 18,19.
  9. /http://www.grandebrasil.com.br/Brasil/PE_Pernambuco/?Cidade_Olinda+5362
  10. a b c Olinda em Dados Prefeitura de Olinda. Visitado em 9 de março de 2015. Cópia arquivada em 9 de março de 2015.
  11. Manual de apoio para o trade turístico Prefeitura de Olinda (2013). Visitado em 9 de março de 2015. Cópia arquivada em 9 de março de 2014.
  12. OS MORROS DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (CONDEPE/FIDEM). Visitado em 1º de maio de 2014. Cópia arquivada em 8 de março de 2014.
  13. a b Clima: Olinda Climate Data. Visitado em 9 de março de 2015. Cópia arquivada em 9 de março de 2015.
  14. a b Série Histórica - Dados Diários - Temperatura Mínima (°C) - Olinda Instituto Nacional de Meteorologia. Visitado em 22 de junho de 2015.
  15. a b Série Histórica - Dados Diários - Temperatura Máxima (°C) - Olinda Instituto Nacional de Meteorologia. Visitado em 22 de junho de 2015.
  16. Série Histórica - Dados Mensais - Precipitação Total (mm) - Olinda Instituto Nacional de Meteorologia. Visitado em 22 de junho de 2015.
  17. Série Histórica - Dados Horários - Umidade Relativa (%) - Olinda Instituto Nacional de Meteorologia. Visitado em 22 de junho de 2015.
  18. Olinda e Colônia de Sacramento são agora oficialmente cidades irmãs. Visitado em 18 de abril de 2014.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Imagem: Centro Histórico de Olinda A cidade de Olinda inclui o sítio Centro Histórico de Olinda, Património Mundial da UNESCO. Welterbe.svg