Pitangui

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Município de Pitangui
Bandeira de Pitangui
Brasão de Pitangui
Bandeira Brasão
Hino
Fundação 9 de junho de 1715 (300 anos)
Gentílico pitanguiense
Prefeito(a) Marcílio Valadares (PSDB)
(2013–2016)
Localização
Localização de Pitangui
Localização de Pitangui em Minas Gerais
Pitangui está localizado em: Brasil
Pitangui
Localização de Pitangui no Brasil
19° 40' 58" S 44° 53' 24" O19° 40' 58" S 44° 53' 24" O
Unidade federativa  Minas Gerais
Mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte IBGE/2008 [1]
Microrregião Pará de Minas IBGE/2008 [1]
Municípios limítrofes sul Conceição do Pará, Norte Pompeu e Papagaios, a Leste Onça de Pitangui e Maravilhas e a Oeste Pitangui de Martinho Campos e Leandro Ferreira.
Distância até a capital 125 km
Características geográficas
Área 568,332 km² [2]
População 25 339 hab. Censo IBGE/2010[3]
Densidade 44,58 hab./km²
Clima Tropical de Altitude
Fuso horário UTC−3
Indicadores
IDH-M 0,791 alto PNUD/2000 [4]
PIB R$ 210 883,193 mil IBGE/2008[5]
PIB per capita R$ 8 203,02 IBGE/2008[5]
Página oficial

Pitangui é um município da Mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, no Brasil. Sua população é estimada em 25 339 habitantes, de acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010.

Topônimo[editar | editar código-fonte]

"Pitangui" é um termo originário da língua tupi, significando "rio das crianças", através da junção dos termos pitanga (criança)[6] e 'y (rio, água)[7] .

História[editar | editar código-fonte]

Pitangui surgiu no fim do século XVII e foi elevada a vila em 1715. Em 1855, recebeu o título de cidade.

Fica situada no sopé da Serra da Cruz do Monte, um dos mais altos pontos da região. É conhecida popularmente como Velha Serrana. No início, suas terras e rios, ainda sem nome, já abrigavam escravos fugitivos das primeiras expedições oriundas da cidade de Porto Seguro, que entravam pelo norte mineiro em busca de ouro. Esses fugitivos foram os que primeiro encontraram o metal. Dos antigos donos da terra, os índios, pouco restou.

Restaram histórias de mulheres de grande poder e prestígio, como Maria Tangará, Joaquina do Pompéu e Dona Beja.

Há uma carta do governador dom Brás Baltazar da Silveira escrita de São Paulo em 1º de setembro de 1713 em que comunica ao rei:

"Senhor. Vendo os moradores desta cidade que os reinóis no último levantamento os haviam lançado violentamente das Minas, e despojado dos bens que nelas tinham, tomaram a resolução de procurar outros sertões em que continuassem os seus descobrimentos e chegando até o sítio chamado Pitangui ou Pará, começaram a descobrir ouro e, continuando nesta diligência, a que os obrigava a sua necessidade, acharam cada vez mais bem logrado o seu trabalho com a abundância de ouro que foram descobrindo e, receosos de que com a entrada de reinóis experimentassem o mesmo dano que receberam nas primeiras, publicaram que não haviam de consentir nela os ditos reinóis; porém, depois da minha chegada a esta cidade, me assegurando os homens principais dela que eles se acomodariam com o que eu resolvesse neste particular e reconhecendo que a verdadeira segurança destes governos, compostos de paulistas e reinóis, é a reunião de uns e outros, a qual se não pode fazer senão associando-os e, nesta sociedade, administrar-lhes a justiça, determino procurar quanto me for possível acomodá-los para que se utilizem todos e vivam com sossego".

Outra carta do mesmo governador em 6 de fevereiro de 1715 menciona Pitangui:

"Representando-me segunda vez os paulistas a necessidade que tinham de que o arraial de Pitangui fosse erigido em vila, não só para o bom regime daqueles moradores (...) parece conveniente que eu vá fazer a dita ereção."[8]

Foi instalada em 9 de junho de 1715, porque há carta patente do mestre de campo Antônio Pires de Avila (sargento-mor do distrito de Pitangui, provido em 27 de dezembro de 1713, que fora nomeado superintendente das minas de Pitangui), em que se lê que, a 9 de junho de 1715, com ordem do governador e capitão-general e com comissão do ouvidor-geral Luís Botelho de Queiroz, levantou a vila no distrito de Pitangui, dando-lhe o nome de Vila de Nossa Senhora da Piedade.

Em uma junta em Vila Rica em 1715, aparece um padre João Vaz Teixeira como vigário de Pitangui, que foi colada em 1724 sendo vigário o padre Luís Damião por mais de trinta anos.

Na famosa lista secreta de 1746, os mineiros abastados que viviam em Pitangui eram Gabriel Rodrigues Tavares, Luis de Castilho, José Baltazar da Rocha, João Veloso Ferreira, João Ribeiro Guimarães, capitão Miguel de Faria Sodré, Miguel de Faria Morato, Miguel de Bastos da Costa, capitão Manoel da Silva de Carvalho, capitão Manuel da Mota Botelho, alferes Manoel Pereira de Crasto, Manuel Mendes da Silva, Antônio Ferreira, capitão Antônio Rodrigues Velho, Antônio Ferreira Garreiro, João Vieira Chaves, José de Oliveira Portela, João Pereira da Costa e Antônio da Silva. E negociantes eram Pascoal dos Santos, João Pacheco Ferreira, Domingos Francisco Rodrigues e Domingos Marques Guimarães.[9]

Pontos Turísticos[editar | editar código-fonte]

  • Cruz do monte
  • Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar
  • Igreja da Penha
  • Igreja de São Francisco
  • Mina da Lavagem
  • Museu Histórico
  • Casarões coloniais
  • Rio Pará
  • Mata do céu
  • Mata da pedreira
  • Estrada real (porém não incluída no roteiro)


Cultura[editar | editar código-fonte]

Sétima vila do ouro do estado, Pitangui guarda parte da arquitetura da sua formação inicial, embora a cidade tenha sido parcialmente descaracterizada, com a demolição de casarões, desaparecimento de imagens sacras, altares e peças de adorno. Em 2008, seu conjunto arquitetônico foi tombado em caráter definitivo pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. A partir de 14 de março de 2010, entrou em vigor lei que proíbe o tráfego pesado no núcleo histórico da cidade. O prefeito Evandro Rocha Mendes acredita que a medida pode desvalorizar o comércio do núcleo histórico[10] . É importante citar que as terras do município de Pitangui, ao serem desmembradas, deram origem a cerca de quarenta novos municípios, entre os quais podemos citar Divinópolis, Itaúna, Carmo do Cajuru, Pará de Minas, entre outros. Desde 2003, a cidade recebe poetas e trovadores de todo o país durante os Jogos Florais, realizados pela União Brasileira de Trovadores [11] .

Personalidades[editar | editar código-fonte]

Em Pitangui, nasceram e viveram personalidades nacionais como:

  • Padre Belchior Pinheiro de Oliveira: contribuiu decisivamente no dia 7 de setembro de 1822, com a independência brasileira;
  • Borjalo: criador do primeiro logotipo da Rede Globo e da zebrinha da loteria esportiva
  • Murilo Mendes: viveu em Pitangui entre 1930 e 1939, foi um dos maiores poetas do Brasil no século XX
  • Mendes Pimentel: primeiro reitor da Universidade de Minas Gerais, hoje Universidade Federal de Minas Gerais e criador do Instituto dos Advogados Mineiro
  • Rui Falcão: ex-presidente e vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores
  • Vasco Azevedo: fundador do primeiro jornal de Belo Horizonte
  • Azevedo Júnior: um dos jornalistas mais populares do início do século XX no Sudeste Brasileiro
  • Bartolomeu Campos Queiroz: um dos maiores nomes da literatura infanto-juvenil do Brasil contemporâneo, tendo ganhado o Prêmio Jabuti em 1983
  • Gustavo Capanema: deputado federal, interventor federal em Minas, senador, Ministro da Educação do Governo Getúlio Vargas e Ministro do Tribunal de Contas da União, no governo JK. Capanema criou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, o Instituto Nacional do Livro, além de ter idealizado a construção do Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro.

Referências

  1. a b Divisão Territorial do Brasil Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Visitado em 11 de outubro de 2008.
  2. IBGE (10 out. 2002). Área territorial oficial Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Visitado em 5 dez. 2010.
  3. Censo Populacional 2010 Censo Populacional 2010 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de novembro de 2010). Visitado em 11 de dezembro de 2010.
  4. Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil Atlas do Desenvolvimento Humano Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Visitado em 11 de outubro de 2008.
  5. a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Visitado em 11 dez. 2010.
  6. NAVARRO, E. A. Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos. Terceira edição revista e aperfeiçoada. São Paulo. Global. 2005. p. 126.
  7. NAVARRO, E. A. Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos. Terceira edição revista e aperfeiçoada. São Paulo. Global. 2005. p. 22.
  8. Revista do Arquivo Púbico Mineiro II, p. 90
  9. Dicionário Histórico Geográfico de Minas Gerais, Waldemar de Almeida Barbosa, Ed. Itatiaia)
  10. WERNECK, Gustavo (28 de fevereiro de 2010). Tráfego restrito em vila do ouro. Caderno Gerais. Jornal Estado de Minas
  11. GONTIJO, Luisana (1º de março de 2010). Tout Court Minas. Caderno EM Cultura. Jornal Estado de Minas
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