Rede Globo
Rede Globo de Televisão Globo Comunicação e Participações S.A. |
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Tipo | Rede de televisão comercial |
País | Brasil |
Fundação | 26 de abril de 1965 (50 anos) por Roberto Marinho |
Pertence a | Grupo Globo |
Proprietário | Roberto Irineu Marinho (sócio presidente) João Roberto Marinho e José Roberto Marinho (sócios majoritários) |
Antigo proprietário | Roberto Marinho (1965-2003) |
Presidente | Roberto Irineu Marinho |
Cidade de origem | Rio de Janeiro, RJ |
Sede | Rio de Janeiro, RJ Rua Lopes de Quintas, 303 - Jardim Botânico |
Estúdios | Rio de Janeiro, RJ Central Globo de Jornalismo Rua Von Martius, 66 - Jardim Botânico Projac - C.G. de Produção Estrada dos Bandeirantes, 6900 - Curicica, Jacarepaguá São Paulo, SP CGJ/SP e CGP/SP Avenida Doutor Chucri Zaidan, 46 e 1901/ Rua Evandro Carlos de Andrade, 160 - Vila Cordeiro, Itaim Bibi |
Slogan | A gente se liga em você. |
Formato de vídeo | 480i (SDTV) 1080i (HDTV) |
Audiência | 13,5 pontos (média de 2014) (no Painel Nacional da Televisão)[1] |
Canais irmãos | Globosat |
Cobertura | 98,56% do território nacional e 99,55% dos telespectadores potenciais[2] |
Emissoras próprias | |
Emissoras afiliadas | |
Cobertura internacional | ver TV Globo Internacional |
Página oficial | redeglobo.com.br |
Disponibilidade aberta e gratuita | |
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Disponibilidade por satélite | |
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Canal 24 |
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Canal 210 (Brasília) Canal 213 (Recife) |
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Disponibilidade por cabo | |
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Canal 05 Canal 305 (HD) |
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Canal 32 (Recife) |
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Canal 17 |
Rede Globo é uma rede de televisão brasileira com sede na cidade do Rio de Janeiro. É assistida por mais de 200 milhões de pessoas diariamente, sejam elas no Brasil ou no exterior, por meio da TV Globo Internacional.[7] [8] A emissora é a segunda maior rede de televisão comercial do mundo, atrás apenas da norte-americana American Broadcasting Company (ABC)[9] [10] e uma das maiores produtoras de telenovelas. A emissora alcança 98,56% do território brasileiro, cobrindo 5.490 municípios e cerca de 99,55% do total da população brasileira.[7] A empresa é parte do Grupo Globo, um dos maiores conglomerados de mídia do planeta.[11] [12] [13]
Apesar de em 5 de janeiro de 1951, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra, a Rádio Globo ter requerido pela primeira vez uma concessão de televisão, foi somente em julho de 1957, que o então presidente Juscelino Kubitschek aprovou a concessão; no fim de dezembro do mesmo ano, o Conselho Nacional de Telecomunicações publicou um decreto que concedeu o canal 4 do Rio de Janeiro à TV Globo Ltda.[14] A emissora começou a funcionar em 26 de abril de 1965 e foi fundada pelo jornalista Roberto Marinho.
A sede administrativa da Rede Globo encontra-se no bairro do Jardim Botânico, bairro localizado na Zona Sul do município do Rio de Janeiro. O departamento de jornalismo também está situado no Jardim Botânico, enquanto que os principais estúdios de produção localizam-se no Projac, em Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade, que compreende o segundo maior complexo televisivo da América Latina.[15] A Rede Globo também tem estúdios de produção em Vila Cordeiro, na cidade de São Paulo, onde também encontram-se o departamento de jornalismo e de onde gera parte da sua programação. São, ao todo, 122 emissoras próprias ou afiliadas,[16] além da transmissão no exterior pela TV Globo Internacional e de serviço mediante assinatura no país.
Por ser a maior rede de televisão do país e uma das maiores do mundo, a emissora possui uma capacidade sem paralelo de influenciar a cultura, a política e a opinião pública. Desde a sua fundação, a empresa possui um longo histórico de controvérsias em suas relações com a sociedade brasileira, que vão desde seu apoio ao regime militar até a influência em eleições presidenciais do período democrático, como em 1989.[17]
Índice
História
Fundação e acordo com a Time-Life
Em 5 de janeiro de 1951, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra, a Rádio Globo requereu sua primeira concessão de televisão.[14] O requerimento foi analisado pela Comissão Técnica de Rádio, que emitiu um parecer favorável à concessão, aprovada pelo governo dois meses depois, no dia 13 de março.[14] A essa altura, porém, o país tinha um novo presidente, Getúlio Vargas.[14] Dois anos depois, em janeiro de 1953, contrariando o parecer da Comissão Técnica, Vargas voltou atrás e revogou a concessão.[14] Foi somente em julho de 1957, que o então presidente Juscelino Kubitschek aprovou a concessão de TV para a Rádio Globo e, em 30 de dezembro do mesmo ano, o Conselho Nacional de Telecomunicações publicou um decreto concedendo o canal 4 do Rio de Janeiro à TV Globo Ltda.[14]
Em 1962, um acordo assinado entre a Time-Life e o Grupo Globo proporcionou a Roberto Marinho o acesso a um capital de trezentos milhões de cruzeiros (seis milhões de dólares, segundo o documentário Beyond Citizen Kane),[18] o que lhe garantiu recursos para comprar equipamentos e infraestrutura para a Globo.[19] A TV Tupi, à época a maior emissora do país, havia sido montada com um capital de trezentos mil dólares.[18] O acordo foi questionado em 1965 por deputados federais na CPI da TV Globo, pois seria ilegal segundo o artigo 160 da Constituição da época, que proibia a participação de capital estrangeiro na gestão ou propriedade de empresas de comunicação.[19] [18] Segundo Marinho, o acordo previa apenas a assessoria técnica da Time-Life.[19] A CPI terminou com parecer desfavorável à emissora, mas em outubro de 1967 o consultor-geral da República Adroaldo Mesquita da Costa emitiu um parecer considerando que não havia uma sociedade entre as duas empresas.[19] Com isso, a situação da TV Globo foi oficialmente legalizada.[19] Mesmo assim, Marinho resolveu encerrar o contrato com a Time-Life, ressarcindo o grupo através de empréstimos tomados em bancos nacionais e pondo fim ao acordo em julho de 1971.[19]
A TV Globo foi oficialmente fundada no dia 26 de abril de 1965 às 10:45, com a transmissão do programa infantil Uni Duni Tê.[20] Também estavam na programação dos primeiros dias a série infantil Capitão Furacão e o telejornal Tele Globo, embrião do atual Jornal Nacional. Os primeiros oito meses da TV Globo foram um fracasso, o que levou à contratação de Walter Clark, à época com 29 anos, para o cargo de diretor-geral da emissora.[18] Clark foi um dos grandes responsáveis pelo sucesso da emissora.[18] Em janeiro de 1966, o Rio de Janeiro sofreu uma das suas piores inundações; mais de cem pessoas morreram e aproximadamente vinte mil ficaram desabrigadas. A cobertura da tragédia feita ao vivo pela TV Globo foi um marco na história da emissora,[18] que fez sua primeira campanha comunitária, centralizando a arrecadação de doações em dois de seus estúdios. Nessa altura, a transmissão das imagens ainda era em preto e branco.[21] Ainda naquele ano, a Globo chegou ao estado de São Paulo[22] com a aquisição do canal 5 que, desde 1952, funcionava como a TV Paulista, de propriedade das Organizações Victor Costa. Em 5 de fevereiro de 1968, foi inaugurada a terceira emissora, em Belo Horizonte, e as retransmissoras de Juiz de Fora e de Conselheiro Lafaiete, além de um link de micro-ondas que ligava o Rio de Janeiro a São Paulo.
Foi nessa época que o governo federal, liderado pelo marechal Costa e Silva, deu prioridade ao desenvolvimento de um moderno sistema de telecomunicações, criando o Ministério das Comunicações e concedendo à população uma linha de crédito para a compra de televisores.[18] Além disso, com o advento do videoteipe, a produção de programais locais foi logo se tornando escassa, sendo a maior parte da programação produzida no Rio de Janeiro e em São Paulo, o que impulsionou as grandes emissoras dessas cidades a formarem redes nacionais.[18] É nesse cenário que se dá o início da TV Globo como uma rede de emissoras afiliadas em 1° de setembro de 1969, quando entrou no ar o Jornal Nacional, primeiro telejornal em rede nacional,[18] ainda hoje transmitido pela emissora e líder de audiência no horário.[20] O primeiro programa foi apresentado por Hilton Gomes e Cid Moreira. Naquele mesmo ano, a Globo realizou sua primeira transmissão via satélite, ao exibir, de Roma, entrevista de Gomes com o Papa Paulo VI.[23] No ano seguinte, durante a Copa do Mundo FIFA de 1970, no México, a emissora recebeu sinais experimentais em cores da Embratel.[23] Dois anos depois, durante a exibição da Festa da Uva de Caxias do Sul, ocorreu a primeira transmissão oficial em cores da televisão brasileira.[23]
Em 28 de abril de 1974, o Jornal Nacional passou a ser transmitido em cores, três dias após ter iniciado suas coberturas internacionais pela Revolução dos Cravos. No mesmo ano, é transmitido o primeiro especial de fim de ano do cantor Roberto Carlos, ainda hoje uma tradição na emissora.[23] Em 1975, a TV Globo passou a exibir boa parte de sua programação simultaneamente para todo o país, consolidando-se como rede de televisão.[23] A partir desse momento, começou a construir o que ficaria conhecido como Padrão Globo de Qualidade. O horário nobre passou a preenchido com duas telenovelas de temática leve entre dois telejornais curtos e sintéticos (Praça TV e Jornal Nacional), uma telenovela de produção nobre e com enredo mais forte, que seria chamada a partir de então de "novela das oito" e a partir das 22h uma linha de séries, minisséries, filmes ou e/ou Globo Repórter. A estrutura de grade fixa é utilizada pela Globo até os dias de hoje.[24] [25] [26]
Expansão e liderança de audiência
Nesse período, a Rede Globo enfrentou dificuldades à sua expansão.[14] O regime militar negou ao grupo de Roberto Marinho pedidos para concessões de canais nas cidades de João Pessoa (PB) e Curitiba (PR).[14] A emissora aponta isso como uma evidência de que fazia um jornalismo independente que às vezes se chocava com os interesses do governo e de que não obteve favores do regime.[14] No entanto, uma passagem do livro Dossiê Geisel, uma compilação de papéis do arquivo pessoal do ex-presidente Ernesto Geisel, traz outra versão para a recusa do governo militar em conceder mais dois canais para o Grupo Globo.[27] O regime teria começado a ficar preocupado com a monopolização do setor de telecomunicações pelo grupo de Roberto Marinho e tentou evitar que a empresa crescesse mais ainda.[27] As emissoras próprias da Rede Globo haviam sido compradas de particulares: em São Paulo e em Recife das Organizações Victor Costa e em Belo Horizonte de João Batista do Amaral.[14] Até hoje as demais emissoras que compõem a rede são afiliadas, ou seja, são associadas, mas não são de propriedade do Grupo Globo.[14]
Em 1976, a emissora exportou suas primeiras telenovelas.[23] Em 1977, toda a programação da emissora passou a ser em cores, antes restrita a telenovelas e telejornais.[23] Nesse mesmo ano, Walter Clark foi substituído por Boni no cargo de diretor-geral.[18] Em 1979, a Globo começou a desenvolver a tecnologia de efeitos especiais digitais.[23] Em 1982, a emissora implantou a transmissão via satélite.[23] Nos anos 1980, a Rede Globo consolida-se na liderança da audiência com telenovelas e minisséries como Vereda Tropical, O Tempo e o Vento, O Pagador de Promessas e O Salvador da Pátria. Em 1990, no entanto, enfrenta, pela primeira e única vez, desde o fim da Rede Tupi, concorrência na teledramaturgia com o sucesso da telenovela Pantanal da Rede Manchete.[28] Nos anos 1990, a Globo realizou as primeiras experiências interativas da televisão no Fantástico e no Você Decide, e obtém novos recordes de audiência com as telenovelas Mulheres de Areia, A Viagem e A Próxima Vítima.[23]
Desde o início dos anos 2000, apesar de sucessos como Mulheres Apaixonadas, Senhora do Destino, Alma Gêmea e Da Cor do Pecado,[23] a Globo registra constantes quedas em sua audiência. O aumento da renda provocou mudanças nos hábitos de consumo dos brasileiros no que diz respeito à televisão.[17] As pessoas saem mais de casa e migram, ainda que de modo ligeiro, para a televisão por assinatura.[17] Além disso, a internet tem atraído parte do público antes cativo das emissoras de televisão aberta.[17] A média de audiência da Rede Globo caiu de 56% em 2004 para 42% em 2013 na Região Metropolitana de São Paulo,[17] principal mercado para os anunciantes. Ainda assim, a participação das emissoras em publicidade cresceu em 2012 e atingiu 65% do total de um montante de 19,5 bilhões de reais.[17] Estima-se que a Rede Globo e suas afiliadas ficaram com 80% do valor, devido, em parte, ao sucesso das telenovelas Cheias de Charme e Avenida Brasil.[17] Além disso, a verba publicitária do governo federal investida na emissora subiu de 370 milhões de reais em 2000 para 495 milhões em 2012.[17]
Teledramaturgia
Ao todo, a Rede Globo possui em sua programação cinco horários destinados à telenovelas: o primeiro é o Vale a Pena Ver de Novo, exibido na faixa da tarde. Logo após, segue o horário "das seis", que apresenta tramas com um enredo simples e romântico, sendo de época e/ou regional. Já o "das sete" costuma possuir folhetins mais cômicos, enquanto o "das nove" (anteriormente conhecido como "das oito") é o principal horário da teledramaturgia brasileira, ou ao menos, o de maior repercussão. E, finalmente, o horário "das dez/onze" é o mais tardio e, geralmente, apresenta obras mais pesadas e com temas fortes. Este último é o único na qual as novelas não são exibidas em sequência; pausas ocorrem entre uma produção e outra.[29] [30] À parte disso, a emissora também produz minisséries.[31] [32]
A primeira telenovela exibida pela Globo no horário das 20 horas foi O Ébrio, de José Castellar, em 1965.[33] Embora O Rei dos Ciganos, de Moysés Weltman,[34] [35] e A Sombra de Rebecca, de Glória Magadan,[36] tenham sido exibidas no horário em 1966 e 1967, respectivamente, somente com a entrada de Janete Clair no roteiro de Anastácia, a Mulher sem Destino, originalmente de Emiliano Queiroz, que a estrutura que posteriormente se convencionaria como "novela das oito" se popularizou.[34] [37] Desde O Ébrio até Passione em 2010, foram exibidas 74 produções que foram chamadas de "novela das oito", sendo que a partir de Insensato Coração em 2011, a emissora passou a denominar o produto como "novela das nove".[38] [39] Também em 1965 foi lançado o horário das 19 horas, com Rosinha do Sobrado,[40] sendo exibidas 70 produções desde então.[40] No horário das 18 horas, a primeira telenovela transmitida foi Meu Pedacinho de Chão, de Benedito Ruy Barbosa, em 1971. Mais de 60 produções foram ao ar após esta.[41]
Entre 1965 e 1979, a Globo possuiu ainda um quarto horário destinado à exibição de telenovelas, às 22h. A primeira produção exibida neste horário foi também a primeira telenovela a ser exibida pela emissora: Ilusões Perdidas, de Ênia Petri.[42] Sinal de Alerta, de Dias Gomes, foi a última telenovela a ser exibida no horário durante aquele período.[43] [44] Em duas oportunidades o quarto horário foi "ressuscitado": Eu Prometo, de Janete Clair, foi exibida como "novela das dez" em 1983[45] e Araponga, de Dias Gomes, foi exibida em 1990 no horário das 21h30.[46] A partir de 2011, houve uma nova denominação de novela na Globo, a "novela das onze" que anteriormente era a "novela das dez", sendo então uma tentativa da emissora de aumentar o índice de audiência no horário ocupado até então por minisséries, seriados e outros programas. A primeira novela exibida na faixa foi O Astro, remake da versão de 1977.[47]
A medição do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) na Grande São Paulo mostra que as novelas da Globo perderam, entre 2004 e 2008, 26,19% dos telespectadores,[48] embora a teledramaturgia da emissora ainda seja líder em audiência em seus horários de exibição.[49] [50]
Identificação
Logotipo
O primeiro logotipo foi criado em 1965. Inicialmente era uma rosa-dos-ventos, cujas pontas lembram o número quatro, número da emissora no Rio de Janeiro.[51] Foi criado por Aloísio Magalhães, um dos grandes responsáveis pela expansão do design no Brasil. Porém ele foi substituído em 1966, dando lugar a um círculo com três linhas geográficas, que fazem alusão a um "globo", e foi utilizado até 1975.[51] No mesmo ano, ganhou uma variação pela qual esse logotipo ganhou, ao seu lado, nove anéis, representando as nove emissoras afiliadas da época, formando assim a "Rede Globo".[52]
O conceito do atual logotipo nasceu em 1975.[51] É composto de uma esfera azul com um retângulo de cantos arredondados e extremidades desiguais.[51] Dentro desse retângulo, assenta-se uma pequena esfera de tamanho médio.[51] O projeto é de autoria do designer austríaco Hans Donner feito num guardanapo de papel. Segundo ele, a esfera representa o mundo, e o retângulo, uma tela de televisão que exibe o próprio mundo.[51] Duas variações acinzentadas da marca a substituíram: em 1981 e 1983, respectivamente. A partir de 1985, em comemoração aos vinte anos da emissora, seu logotipo era o número vinte metálico tridimensional cujas laterais formavam o logotipo da Globo. Em 1988, o logotipo ganhou formas mais tridimensionais, utilizadas até hoje. Consiste em uma esfera metálica oca, com uma abertura em forma da tela de televisão, e a segunda esfera posicionada em seu centro. Do lado de dentro da esfera, um mosaico de triângulos formam um espectro nas cores azul, verde, amarelo e vermelho.[53]
Em 1992, a esfera deixa de ser cinza e passa a ser azul-claro e perde o efeito opaco, ganhando reflexo. As linhas do reflexo sofreram pequenas alterações com as mudanças posteriores e duraram até 2008. Em 1995, aos 30 anos da emissora, o logotipo da Globo foi apresentado de lado com o retângulo e a bola média simbolizando o número "0" e, o lado esquerdo, o "3". Em 1996, o logotipo ganha mais brilho e perde a cor azul clara para um azul mais escuro. Durante o ano de 1999, a marca teve duas variações diferentes durante a campanha "Uma Nova Emoção a Cada Dia". Ambas foram alterações apenas na área do espectro colorido da tela, que ganhou ondulações de água sobre ela: uma com o efeito de uma gota num lago e a outra com o efeito de ondas num oceano.[53]
Em 2000, a marca ganhou um tom azulado, menos brilhoso, e seu reflexo tornou-se levemente simplificado. Com os quarenta anos em 2005, veio uma marca com tonalidade mais leve e clara. O uso de fundos pretos para o logo deixa de ser predominante, em prol de cores mais claras. Em 2008, o logo se adapta à televisão digital, implantada no Brasil naquele ano, com a forma da tela substituída de 4:3 para 16:9. Os triângulos do mosaico colorido da tela foram substituídos por linhas horizontais, que nas vinhetas são formados por prismas triangulares. Os reflexos foram refeitos do zero; segundo Donner, eles representam a forma de um sorriso. A partir daí, passou a ser usado um logotipo único para as emissoras próprias da rede.[53]
Entre 2013 e 2014, são criadas versões monocromáticas da logomarca de 2008, para as chamadas, cada uma variando de acordo com a atração anunciada. Em 2014, a emissora passou por uma nova reformulação visual: Pela primeira vez ganharam movimento dentro do globo e ao perder o cinza metálico, ganhou branco.[51] [54] [55]
Logotipos utilizados pela Rede Globo (1965-)[nota 1]
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1975, o primeiro a ser desenhado por Hans Donner
Slogan
Como uma forma de identificação, a Rede Globo tem lançado diversos slogans desde o começo dos anos 1970. É sempre acompanhado do nome da emissora, mencionado antes ou após a frase de identificação propriamente dita, prática que permanece atualmente.[56]
Estrutura e alcance
A Rede Globo faz parte do Grupo Globo, um grande conglomerado de mídia brasileiro e o maior da América Latina. Suas empresas associadas são: Globo Filmes (empresa cinematográfica), a TV Globo Internacional (difusão internacional), a Globo Marcas (branding e publicidade), a Globo Vídeo (vídeos na internet), a TV Globo Minas (emissora de televisão em Belo Horizonte), a TV Globo Brasília (emissora de televisão em Brasília), a TV Globo Nordeste (emissora de televisão em Recife), a TV Globo Rio de Janeiro (emissora de televisão no Rio de Janeiro) e a TV Globo São Paulo (emissora de televisão em São Paulo).[57] [58]
Sedes
A rede de televisão é a peça central do conglomerado. A Globo tem o seu principal complexo de produção no Rio de Janeiro. Inaugurado em 1995, o Projac (oficialmente chamado de Central Globo de Produção) é onde as suas telenovelas são produzidas e é um dos maiores centros de produção televisiva do mundo; atualmente, é o segundo maior da América Latina.[60]
No final da década de 1990, a Globo mudou parte de sua divisão de jornalismo, que engloba tanto as mesas de notícias, a equipe de produção e os estúdios, para São Paulo, no bairro do Itaim Bibi. Entretanto, seus principais programas jornalísticos, como o Jornal Nacional e o Fantástico, bem como o seu próprio canal de notícias, a Globo News, continuam a ser transmitidos a partir da sede principal no Rio de Janeiro, onde a sede de notícias da Globo, a Central Globo de Jornalismo, está localizada.
Cobertura nacional
A Rede Globo opera sua programação simultaneamente na televisão analógica e digital, em definição padrão e alta definição. Em 2 de dezembro de 2007, a TV Globo São Paulo deu início às transmissões em alta definição (1080i) na metrópole paulista.[61] Em 2008, o sinal digital foi lançado pela TV Globo Minas no dia 25 de abril para Belo Horizonte, e pela TV Globo Rio de Janeiro no dia 16 de junho para a metrópole homônima.[62] [61] E em 2009, a TV Globo Brasília iniciou as transmissões digitais na capital federal no dia 22 de abril, e a TV Globo Nordeste inaugurou oficialmente o sinal digital no Recife no dia 15 de junho.[63] [64]
A Rede Globo é formada por 122 emissoras (sendo 5 emissoras próprias e 117 emissoras afiliadas), além da transmissão no exterior pela TV Globo Internacional e de serviço mediante assinatura no país. A Globo é transmitida em áreas metropolitanas através de um número de estações de propriedade e operadoras, incluindo a Globo-RJ (Rio de Janeiro), a Globo-SP (São Paulo), a Globo-DF (Brasília), a Globo Minas (Belo Horizonte) e a Globo Nordeste (Recife). A programação também é levada para outras regiões do Brasil por 147 redes afiliadas, de propriedade de empresas de terceiros. A Rede Globo através de sinal terrestre cobre 98,53% do território do Brasil, além de cobrir seu sinal por cabo através de todas as afiliadas, e também por TV paga via satélite, em parceria com as principais afiliadas, além de ter cobertura em 100% do território nacional através de antena parabólica.[7]
Distribuição internacional
Fundada em 1999 e agora com mais de 620 mil assinantes,[65] a TV Globo Internacional opera canais de televisão por satélite em todo o mundo, inclusive nas Américas, Oceania (mais especificamente na Austrália), Europa, Oriente Médio, África e Japão, trazendo uma mistura de entretenimento, notícias e programação esportiva provenientes dos canais TV Globo, GNT, Globo News, Viva, Futura e SporTV para brasileiros que moram no exterior e demais lusófonos. Duas fontes distintas alimentam a programação internacional ao vivo a partir do centro da rede de transmissão localizado no Rio de Janeiro, gerando o sinal da TV Globo Internacional Europa/África/Oriente Médio e da TV Globo Américas/Oceania.[66] Um terço da TV Globo Internacional Ásia é originária do Japão pelo IPC[67] e baseia-se em material gravado no início do dia da TV Globo Américas/Oceania, que é repetido em uma programação mais apropriada para o fuso horário do Extremo Oriente. Desde 2007, a TV Globo também opera um canal "premium" que se origina a partir de Lisboa, Portugal, chamado TV Globo Portugal. A programação da TV Globo Portugal é diferente da programação da TV Globo na Europa devido a acordos contratuais com outras redes de televisão portuguesas, principalmente a SIC, que detém direitos para transmitir primeiro parte da programação da TV Globo, como as novelas.
A TV Globo Internacional nos Estados Unidos é feita tanto pelo serviço de satélite (Dish Network, DirecTV, que também oferece o Premiere Futebol Clube, canal da Globosat de futebol brasileiro) e por cabo (Comcast em Miami, Boston e New Jersey; RCN em Boston e Atlantic Broadband em Atlanta). No Canadá, está disponível através de Rogers Cable e pela NexTV, serviço de IPTV. No México e em outros países latino-americanos pode ser vista no satélite Sky.[68] A TV Globo Internacional foi transmitida na Austrália e na Nova Zelândia através da UBI World TV até junho de 2012, quando a empresa encerrou as operações.[69]
Parcerias
Em 2007, a Rede Globo se juntou com a Telefé da Argentina para um "intercâmbio" entre os participantes dos reality shows Big Brother (do Brasil) e Big Brother (da Argentina). Em 21 de maio de 2009, houve uma parceria entre a Rede Globo e a TV Azteca do México para iniciar a gravação de suas novelas no país. A aliança Globo-TV Azteca se iniciou a partir de uma terça-feira do dia 11 de maio de 2010 com a transmissão da novela A Favorita em espanhol no canal Azteca 13 às 12 horas.[70]
A partir de uma parceria entre Globo e Telemundo, estreia em julho de 2013, nos Estados Unidos, a versão hispânica de Fina Estampa, novela de Aguinaldo Silva que foi um sucesso de audiência no Brasil. A expansão da Telemundo deve representar também a expansão do público das telenovelas da rede, que hoje, já marcam presença em cem países. Ainda não se sabe, mas a Telemundo África poderá ser mais um canal para a chegada de novelas da Rede Globo ao continente.[71]
Internet
Globo.com é o portal de internet da empresa e tem uma grande biblioteca de vídeos históricos, além de fornecer parte do conteúdo atual gravado, noticiários de TV ao vivo e programas especiais, como o Big Brother Brasil. Também difundiu os jogos da Copa do Mundo FIFA de 2006 em 480i e 480p. O portal também oferece acesso aos demais produtos do conglomerado de mídia como revistas, jornais e rádio ao vivo. O domínio atraiu pelo menos 1,8 milhões de visitantes anualmente até 2008, segundo um estudo do Compete.com[72] e, atualmente, é classificado como o 104º site mais acessado no mundo, segundo o Alexa.[73]
Audiência
Desde 2003, a audiência dos principais programas da Rede Globo tem caído constantemente na medição do Ibope na Região Metropolitana de São Paulo: a audiência da novela das sete foi de 40 pontos para os atuais 23,0; a da novela das nove caiu de 67,5 para 34,0; a do Fantástico, de 46,6 para 19,7; a do futebol, de 47,1 para 21,0; e a do Jornal Nacional, de 46,7 para 25,0.[17] Apesar disso, a emissora mantém, desde os anos 1970, a liderança isolada no segmento de televisão aberta no Brasil.[74] O Ibope anual da emissora caiu de 21 pontos em 2003 para 14,4 em 2013 na Grande São Paulo, onde cada ponto representa 65 mil domicílios na região.[74] A nível nacional, onde cada ponto representa 217 mil domicílios, a emissora caiu de 22,7 pontos em 2003 para 16,4 em 2013.[74] Em 2014, a emissora perdeu 5% da audiência, caindo para 13,5 pontos na média.[1]
Ano | Média geral |
---|---|
2000 | 23,5 pontos |
2001 | 20 pontos |
2002 | 21,4 pontos |
2003 | 21 pontos |
2004 | 21,7 pontos |
2005 | 21 pontos |
2006 | 21,4 pontos |
2007 | 18,7 pontos |
2008 | 17,4 pontos |
2009 | 17,4 pontos |
2010 | 16,5 pontos |
2011 | 16,3 pontos |
2012 | 14,7 pontos |
2013 | 14,4 pontos |
2014 | 13,5 pontos |
Críticas e controvérsias
Sendo a maior rede de televisão do Brasil e a segunda maior do mundo, a Rede Globo possui um histórico de controvérsias em suas relações na sociedade brasileira. A emissora possui uma capacidade sem paralelo de influenciar a cultura e a opinião pública.[17] Para o cientista político e jornalista Laurindo Leal Filho, o poderio da emissora pode ser observado em um fenômeno ainda pouco estudado: sua onipresença em locais públicos como bares, restaurantes e salas de espera de hospitais.[17] Segundo ele, essa força faz com que a Globo seja um elemento capaz de desestabilizar a democracia.[17]
A principal controvérsia histórica do Grupo Globo está justamente ligada ao apoio dado à ditadura militar e a censura nos noticiários da emissora dos movimentos pró-democracia. O regime, segundo os críticos da emissora, teria rendido benefícios ao grupo midiático da família Marinho, em especial para o canal de televisão que, em 1984, fez uma cobertura omissa das Diretas Já.[75] A própria Globo reconheceu em editorial lido no Jornal Nacional, 49 anos depois e pressionada pelas manifestações de junho de 2013,[76] [77] [78] que o apoio o golpe militar de 1964 e ao regime subsequente foi um "erro".[79]
Roberto Marinho foi criticado no documentário britânico, Beyond Citizen Kane (Muito Além do Cidadão Kane), por seu poder e papel na fundação da Rede Globo e vínculos com a ditadura militar no período. A Globo foi à Justiça para impedir a liberação e exibição do filme no Brasil, mas que se tornou viral na internet após a virada do século 21.[80] Em 2009, a Rede Record comprou o documentário e passou a divulgar trechos do mesmo na emissora.[81]
No final dos anos 1980, a emissora novamente foi alvo de críticas devido à edição que promoveu do último debate entre os candidatos a presidente na eleição de 1989, o que teria favorecido Fernando Collor de Mello.[82] No final da década de 1990, o Grupo Globo enfrentou diversos problemas financeiros que teriam sido aliviados pelo Estado apesar de se tratar de uma empresa privada.[17] Durante o período, a emissora utilizou sua influência entre os políticos para conseguir mudar um artigo da Constituição Federal para permitir a entrada de 30% de capital estrangeiro nas empresas de mídia.[17] Em 2002, o governo federal ofereceu ajuda de R$ 280 milhões à Globocabo através de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).[17]
A emissora voltou novamente a ser alvo de críticas pela cobertura supostamente tendenciosa das eleições de 2006 e 2010. Mais recentemente, foi revelado que o Grupo Globo possui problemas com a Receita Federal. Entre 2010 e 2012, o conglomerado foi notificado 776 vezes por sonegação fiscal.[83] A maior parte das autuações envolve a apreensão de equipamentos, sem o recolhimento de impostos, no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.[83] Ainda segundo a Receita, a empresa praticou fraude contábil ao negociar um perdão de R$ 158 milhões em dívidas com o banco JP Morgan em 2005.[17] A emissora, multada em R$ 730 milhões, contesta a cobrança, mas foi derrotada em uma das instâncias do Ministério da Fazenda, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, em setembro de 2013.[17]
Além disso, o conglomerado teria sonegado o Imposto de Renda ao usar um paraíso fiscal para comprar os direitos de transmissão da Copa do Mundo FIFA de 2002.[17] Após o término das investigações, em outubro de 2006, a Receita Federal quis cobrar multa de R$ 615 milhões da emissora.[17] No entanto, semanas depois o processo desapareceu da sede da Receita no Rio de Janeiro.[17] Em janeiro de 2013, a funcionária da Receita, Cristina Maris Meinick Ribeiro, foi condenada pela Justiça a quatro anos de prisão como responsável pelo sumiço.[17] No processo, ela afirmou ter agido por livre e espontânea vontade.[17]
Nem mesmo a campanha filantrópica Criança Esperança, promovida em parceira com a UNESCO, se viu livre de críticas. Um documento datado de 15 de setembro de 2006, liberado pelo site WikiLeaks em 2013, cita que a Rede Globo repassou à UNESCO apenas 10% do valor arrecadado desde 1986 com a campanha (à época R$ 94,8 milhões). A emissora afirmou "desconhecer" essa informação e que "todo o dinheiro arrecadado pela campanha é depositado diretamente na conta da Unesco".[84] [85]
Ver também
Bibliografia
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Ligações externas
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