Tucuruí

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Município de Tucuruí
"Alcobaça"
"Capital da Energia"
Bandeira de Tucuruí
Bandeira Brasão
Hino
Aniversário 31 de Dezembro
Fundação 1779 (236 anos)
Emancipação 31 de dezembro de 1947 (67 anos)
Gentílico tucuruiense
Lema Capital da Energia
Prefeito(a) Sancler Antonio Wanderley Ferreira[1] (PPS)
(2013–2016)
Localização
Localização de Tucuruí
Localização de Tucuruí no Pará
Tucuruí está localizado em: Brasil
Tucuruí
Localização de Tucuruí no Brasil
03° 46' 04" S 49° 40' 22" O03° 46' 04" S 49° 40' 22" O
Unidade federativa Pará Pará
Mesorregião Sudeste Paraense IBGE/2008 [2]
Microrregião Tucuruí IBGE/2008 [2]
Municípios limítrofes Breu Branco, Novo Repartimento, Baião, Pacajá
Distância até a capital 480 km
Características geográficas
Área 2 086,170 km² [3]
População 110 431 hab. IBGE/2014[4]
Densidade 52,93 hab./km²
Clima Tropical semi-úmido (Aw/As)
Fuso horário UTC−3
Indicadores
IDH-M 0,666 médio PNUD/2010[5]
PIB R$ 2 722 133,581 mil (PA: 7ª) – IBGE/2012[6]
PIB per capita R$ 27 045,27 IBGE/2012[6]
Página oficial

Tucuruí é um município brasileiro do estado do Pará. Localiza-se na microrregião de Tucuruí e na Mesorregião do Sudeste Paraense. O município é famoso por abrigar a maior usina hidrelétrica totalmente brasileira e a quarta do mundo: a Usina Hidrelétrica Tucuruí, construída e operada desde 22 de novembro de 1984 pela Eletronorte.

Segundo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2014 o município possuía 110 431 habitantes e 2 086 km² de área.

É a mais antiga localidade ainda existente no sudeste do Pará (região do Carajás), sendo fundada como colônia militar portuguesa em 1779.

Toponímia[editar | editar código-fonte]

"Tucuruí" é um termo derivado da língua tupi antiga: significa "gafanhotos verdes", através da junção de tukura (gafanhoto) e oby (verde).[7]

Origem[editar | editar código-fonte]

A região do município, em suas raízes, era habitada por povos indígenas das tribos dos assurinis-do-tocantins, paracanãs e gaviões. Essas tribos de hábitos nômades diferenciavam-se entre si por seus troncos étnicos e linguísticos. Os primeiros fatos históricos e registros da cidade, no entanto, datam apenas de 1781, quando o governador Telles de Menezes fundou a Vila de Pederneiras. A fundação realmente se efetivou com a construção em 1782 do forte de Fachina, denominado Nossa Senhora de Nazaré, criando o registro de Alcobaça. O forte tinha a finalidade de fiscalizar a navegação no Rio Tocantins e o contrabando de ouro vindo de Goiás e Mato Grosso feito pelo rio.

Em 1870, o governador do Pará criou a freguesia de São Pedro no lugar de Pederneiras, integrada ao município de Baião, então o principal núcleo populoso desse trecho do Tocantins. Em 1875, a freguesia de São Pedro de Pederneiras muda de localidade e denominação, passando a se chamar São Pedro de Alcobaça, situando-se onde hoje é a cidade.

Estrada de Ferro Tocantins[editar | editar código-fonte]

Em 1894, instalou-se, em Alcobaça, a Companhia de Navegação Férrea Fluvial/Araguaia-Tocantins, com objetivo de construir a Estrada de Ferro Tocantins ligando Alcobaça até a Praia da Rainha no município de Itupiranga (175 km), vencendo o trecho de corredeiras do rio Tocantins e melhorando, assim, o intercâmbio com o estado de Goiás. Em 1895, inicia-se a construção da estrada e inúmeras pessoas deslocam-se para a região em busca de trabalho, principalmente nordestinos, mocajubenses e cametaenses.

As obras enfrentavam grandes dificuldades: a malária vitimava um grande número de trabalhadores e os desníveis e a grande quantidade de igarapés da região atrapalhavam a execução do projeto. Os índios, entretanto, desde os primeiros tempos foram pacificados e não causaram grandes problemas. O projeto da estrada margeava o rio, devido ao receio dos engenheiros em adentrarem a floresta. Talvez esteja, aí, o motivo do fracasso do projeto, que somente em 1946 recebeu sua primeira locomotiva, mais de cinquenta anos depois do início de sua construção, e que, na década de 1970, teve sua operação interrompida.

A memória dessa estrada não foi devidamente preservada: a estação virou mercado e a única locomotiva restante encontra-se em frente ao Centro Cultural da Eletronorte, na Vila Permanente. A via férrea por onde passava hoje é a Rua Santo Antônio.

Emancipação[editar | editar código-fonte]

No governo de Magalhães Barata, em 1943, a cidade passa à categoria de povoado e recebe a denominação de Tucuruí (que permanece até hoje). No dia 31 de dezembro de 1947, Tucuruí é desmembrada de Baião e é elevada à categoria de município. A primeira eleição é realizada em 13 de maio de 1948, tendo sido eleitos: Alexandre José Francês, prefeito, e Nicolau Zumero, vice-prefeito. O município é instalado em 29 de maio de 1948, com a posse dos vereadores e do prefeito, porém, por não ter sido instalado por um juiz de direito, contrariando a lei vigente, é reinstalado em 26 de junho de 1948 por um juiz da comarca de Cametá.

Nessa época, a base econômica da cidade era a extração da castanha-do-pará e o comércio de madeira, tornando o local um movimentado entreposto comercial na região do Araguaia-Tocantins.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

O maior acidente geográfico de Tucuruí é o Rio Tocantins. As cabeceiras do Tocantins estão numa altitude aproximada de 1 100 metros, na Serra do Paranã, cerca de 60 quilômetros ao norte de Brasília. Nasce com o nome de Rio Maranhão e toma o nome de Tocantins após a confluência com o Rio Paranã. Após um percurso total de cerca de 2 400 quilômetros, desemboca na baía de Marapatá (Rio Pará), nas proximidades da cidade de Belém.

Os últimos 360 quilômetros do Tocantins apresentam o trecho do lago de Tucuruí, encobrindo antigos desníveis que ali existiam, seguindo pelo trecho até a foz, com declividade insignificante, sofrendo, inclusive, a influência das marés.

O imenso lago artificial formado ao se barrar o rio Tocantins possui 2 875 quilômetros quadrados de área e criou um novo ecossistema na região, com 1 700 ilhas, sendo toda esta área, até 200 metros em seu entorno, pertencente à Eletronorte, ou seja, ao Governo Federal. Hoje, são necessários 35 dias para que toda a água do lago da Usina Hidrelétrica Tucuruí – um total de 45,8 bilhões de metros cúbicos – seja renovada.

Clima[editar | editar código-fonte]

O clima é equatorial quente e úmido apresentando temperaturas médias mensais entre 21,9 °C e 34 °C, com média anual de 26 °C. A umidade relativa do ar varia de 73% a 93% e a precipitação anual fica em torno 1 976 mm. O período mais chuvoso inicia-se em janeiro e termina em março, e o mais seco vai de julho a setembro.

Gráfico climático para Tucuruí
J F M A M J J A S O N D
 
 
344
 
32
22
 
 
411
 
31
22
 
 
438
 
32
22
 
 
410
 
32
22
 
 
226
 
32
22
 
 
101
 
33
22
 
 
53
 
33
21
 
 
30
 
33
22
 
 
30
 
34
22
 
 
73
 
33
23
 
 
105
 
33
22
 
 
204
 
33
22
Temperaturas em °CPrecipitações em mm

Economia[editar | editar código-fonte]

Além da usina hidrelétrica, principal fonte econômica do município, a economia também desenvolve-se em outros setores. No setor primário predominam o extrativismo vegetal, a agricultura rudimentar, a pecuária extensiva e a pesca (recetemente foi implantado um projeto de tanques rede na região do lago). No setor secundário, ainda pouco expressivo, destaca-se a construção civil e a indústria de laticínios, que abastece a região com leites, iogurtes e queijos. O setor terciário, predominante no município, apresenta comércio diversificado ( supermercados, farmácias, lojas de eletrodomésticos, de informática e de vestuário, entre outras) e serviços como agências bancárias, casa lotérica e estabelecimentos de ensino e saúde.[8]

Usina hidrelética[editar | editar código-fonte]

Os primeiros estudos para a construção de uma hidrelétrica que aproveitasse o potencial do rio Tocantins iniciaram-se por volta de 1957 e seguiram durante a década de sessenta. Com o início da ditadura militar (1964-1985), foi implantado, no sul do estado, o Projeto Grande Carajás, visando ao desenvolvimento da Amazônia oriental através da atividade minerometalúrgica e de projetos agropecuários-florestais. No entanto, para a consolidação desse projeto, Tucuruí tornava-se ponto decisivo.

Na década de 1970, iniciaram-se os trabalhos para a construção da hidrelética e o município começou a ganhar a infraestrutura necessária. Foram construídos um aeroporto e vilas para abrigar os operários, engenheiros e demais funcionários da obra (Vilas Permanente e Temporárias I e II). As vilas da Eletronorte são verdadeiros condomínios fechados, contando com água e esgoto tratados, ruas pavimentadas, supermercados, escolas, creches, clubes, entre outras comodidades.

A usina teve sua primeira etapa concluída em 1984 e foi inaugurada pelo presidente João Figueiredo, com potência instalada de 4 000 megawatts. A segunda etapa é concluída apenas em meados de 2007 elevando a capacidade para 8 000 megawatts.

A Usina Hidrelétrica de Tucuruí mudou radicalmente a base econômica, a população e as perspectivas da cidade, que pode ter sua história dividida em dois momentos muito distintos: o antes e o depois da hidrelétrica. Essa usina hidrelétrica formou um lago imenso, onde foram formadas ilhas com a mais diversa quantidade de espécies. É praticado, desde 2009, sempre no último final de semana do mês de maio, o Torneio de Pesca Esportiva de Tucuruí, cujo objetivo é a pesca do maior tucunaré, um peixe muito valorizado na pesca esportiva. São distribuídos vários prêmios aos participantes, que vêm de diferentes partes do país e até de outros países para pescar.

Estrutura Urbana[editar | editar código-fonte]

Saúde[editar | editar código-fonte]

Na área da saúde, Tucuruí conta com:

  • 1 H.R.T - Hospital Regional de Tucuruí.
  • 5 Centros de Saúde.
  • 1 U.P.A - Unidade de Pronto Atendimento.
  • 1 H.M.T - Hospital Municipal de Tucuruí.
  • 12 PSFs
  • 1 SAMU (Regional)
  • 1 Centro de Reabilitação
  • 1 CEO
  • 1 CAPS 1
  • 1 CTA

Praças[editar | editar código-fonte]

Tucuruí conta com as seguintes praças:

  • Praça do Rotary.
  • Praça da Bandeira.
  • Praça da Bica.
  • Praça do Mangal.
  • Praça da Mangueira (conhecida também como: Praça do Skate ou Praça do Half).
  • Praça Jardim Paraíso.
  • Praça Padre Pedro Hermans.

Agências Bancárias[editar | editar código-fonte]

Tucuruí conta com as seguintes agências bancárias:

  • Banco do Brasil - Agência Tucuruí.
  • Banco Bradesco - Agência Tucuruí.
  • Banco Caixa Econômica Federal - 2 Agências (Tucuruí e Cidade Energia).
  • Banco HSBC Bank Brasil - Agência Tucuruí.
  • Banco da Amazônia - Agência Tucuruí.
  • Banco Banpará - Agência Tucuruí.
  • Banco Itau - Agência Tucuruí.
  • Comunicação

Universidades[editar | editar código-fonte]

Telefonia Móvel e Fixa[editar | editar código-fonte]

Tucuruí conta com as seguintes operadoras de telefonia móvel:

  • Vivo Telefonia Móvel S/A.
  • TIM Telefonia Móvel S/A.
  • Oi Telefonia Móvel S/A.
  • Claro Telefonia Móvel S/A.

Tucuruí conta com as seguintes operadoras de telefonia fixa:

  • Oi Telefonia Fixa S/A.
  • TIM Telefonia Fixa S/A.
  • Embratel Telefonia Fixa S/A.

Emissoras de Televisão[editar | editar código-fonte]

Tucuruí conta com as seguintes emissoras de televisão:

Referências

  1. Eleições 2012: confira quais foram os prefeitos eleitos na região do Carajás Jornal do Zedudu.
  2. a b Divisão Territorial do Brasil Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Visitado em 11 de outubro de 2008.
  3. IBGE (10 out. 2002). Área territorial oficial Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Visitado em 5 dez. 2010.
  4. Estimativa populacional 2014 IBGE Estimativa populacional 2014 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2014). Visitado em 29 de agosto de 2014.
  5. Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil Atlas do Desenvolvimento Humano Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2010). Visitado em 21 de setembro de 2013.
  6. a b PIBMunicipal2008-2012 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Visitado em 19 dez. 2014.
  7. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 604.
  8. http://cidadedetucurui.com/
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