Zâmbia
Republic of Zambia República da Zâmbia |
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Lema: Uma Zâmbia, uma nação | |
Hino nacional: Stand and Sing of Zambia, Proud and Free | |
Gentílico: zambiano | |
Capital | Lusaka |
Cidade mais populosa | Lusaka |
Língua oficial | Inglês |
Governo | República presidencialista |
- Presidente | Edgar Lungu |
Independência | do Reino Unido |
- Data | 24 de outubro de 1964 |
Área | |
- Total | 752 618 km² (39.º) |
- Água (%) | 1 |
Fronteira | Tanzânia, República Democrática do Congo, Angola, Namíbia, Zimbábue, África do Sul, Malauí e Moçambique. |
População | |
- Censo 2005 | 11 668 000 hab. |
- Densidade | 16 hab./km² (191.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2005 |
- Total | US$ : 13,025 bilhões USD (133.º) |
- Per capita | US$ : 1 000 USD (165.º) |
IDH (2013) | 0,561 (141.º) – médio[1] |
Moeda | Kwacha zambiana |
Fuso horário | (UTC+2) |
- Verão (DST) | (UTC+2) |
Cód. ISO | ZMB |
Cód. Internet | .zm |
Cód. telef. | +258 |
Website governamental | Site oficial |
A Zâmbia (em inglês: Zambia AFI: [ˈzæmbɪə]), oficialmente conhecida como República da Zâmbia, é um país sem costa marítima da África austral. É limitada a norte pela República Democrática do Congo e pela Tanzânia, a leste pelo Malawi, a sul por Moçambique, pelo Zimbábue e pela Namíbia, e a oeste por Angola. Sua capital é Lusaka, localizada no sudeste do país.
Em 24 de outubro de 1964, a Zâmbia tornou-se independente do Reino Unido e o primeiro-ministro Kenneth Kaunda se tornou seu primeiro presidente. O partido de Kaunda, Partido Unido para a Independência Nacional (UNIP), manteve o poder de 1964 até 1991. Entre 1972 e 1991, o país era um Estado de partido único, com o UNIP sendo reconhecido como o único partido político legal. Kenneth Kaunda foi sucedido por Frederick Chiluba, do Movimento para a Democracia Multipartidária, iniciando um período de crescimento econômico-social e descentralização do governo. Levy Mwanawasa, sucessor de Chiluba, presidiu a Zâmbia de 2002 até sua morte em agosto 2008, e é creditado por suas campanhas para reduzir a corrupção e aumentar o nível de vida. Após a morte de Mwanawasa, Rupiah Banda presidiu como presidente interino antes de ser eleito presidente em 2008. Rupiah Banda deixou o cargo depois de sua derrota nas eleições de 2011, pelo líder da Frente Patriótica, Michael Sata, que morreu em 28 de outubro de 2014, o segundo presidente da Zâmbia a falecer no cargo. Guy Scott serviu brevemente como presidente interino até que novas eleições foram realizadas em 20 de janeiro de 2015, onde Edgar Lungu foi eleito como o sexto presidente do país, desde sua independência.
É membro da Organização das Nações Unidas (ONU), da União Africana (UA), da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e da Commonwealth.
Índice
História[editar | editar código-fonte]
A região onde hoje se situa o território zambiano recebeu influência ocidental em meados do século XIX, primeiramente com os portugueses, que queriam que o atual território zambiano fosse integrado às suas possessões de Angola e Moçambique. Contudo, devido à pressão britânica, os planos lusitanos foram cancelados. Então, com a chegada de missionários e exploradores britânicos, como David Livingstone e Cecil Rhodes, a presença inglesa foi garantida. Cecil Rhodes obteve licença para a exploração mineral no território onde, em 1888, foram fundadas as colônias britânicas da Rodésia do Norte (correspondente à Zâmbia de hoje) e da Rodésia do Sul (hoje o Zimbabwe). A Rodésia do Norte é administrada pela Companhia Britânica da África do Sul até 1924, quando passa a ser um protetorado do Reino Unido.[2] Colonos britânicos instalam-se no período anterior à Segunda Guerra Mundial. Em 1960, a minoria branca chega a cerca de 5% da população. Em 1953, as duas Rodésias fundem-se com a colônia britânica de Niassalândia (atual Malauí) e formam a Federação da Rodésia e Niassalândia, sob a tutela britânica.
Em 1963, a federação é dissolvida. No ano seguinte, a Rodésia do Norte torna-se independente com o nome de Zâmbia, sob a presidência de Kenneth Kaunda, da União Nacional da Independência (o partido único). Kaunda convence os colonos brancos a não emigrar, como ocorrera na maior parte das ex-colônias europeias na África. Em 1973, o país fecha as fronteiras com a Rodésia do Sul, em protesto contra o regime racista de Ian Smith. Em 1979, comandos da Rodésia destroem, em Lusaka, o quartel-general do movimento guerrilheiro União do Povo Africano do Zimbábue (Zapu), que combate o regime branco rodesiano com o apoio do governo zambiano. Em 1982, as medidas de austeridade econômica[3] levam a uma greve geral contra Kaunda. A crise agrava-se com a queda internacional do preço do cobre.
Kaunda é reeleito várias vezes e fica na Presidência até 1991. Durante o seu governo, em 1987, o país rompe com o Fundo Monetário Internacional. O agravamento da crise econômica obriga Kaunda a fazer concessões políticas. As eleições de 1991 resultam na vitória do Movimento pela Democracia Multipartidária (MMD), cujo líder, Frederick Chiluba, se torna presidente. O novo governo, porém, não consegue resolver a crise.
Em 1993, Chiluba decreta o estado de emergência (revogado no final do ano) para conter uma campanha de desobediência civil dos partidários de Kaunda contra as reformas estruturais. Um acordo com o Fundo Monetário Internacional, em 1993, leva à privatização de estatais, ao aumento do desemprego e à insatisfação popular.
Em 1994, Chiluba faz uma troca de dez de seus ministros, acusados de tráfico de drogas. Em maio de 1996, apoia emenda constitucional determinando que só zambianos de mais de duas gerações podem concorrer à Presidência. A emenda é inserida para impedir a candidatura do ex-presidente Kaunda, filho de malauianos. Em novembro, Chiluba é reeleito.
Em 1997, o governo debela uma tentativa de golpe de Estado liderada por militares rebeldes e decreta estado de emergência (suspenso em março de 1998). O ex-presidente Kenneth Kaunda, detido sob acusação de participar do golpe, é libertado em junho de 1998.
Em 2001, Levy Mwanawasa, do Movimento para a Democracia Multipartidária, ganha as eleições.[4]
Geografia[editar | editar código-fonte]
Situada no centro-sul da África, a Zâmbia abriga as famosas Cataratas de Vitória (Victoria Falls), no rio Zambeze, que formam uma cortina de água de cerca de 90 m de altura, na divisa com o Zimbábue. A maior parte de seu território é coberta por savanas.
Parques nacionais abrigam grande variedade de animais, sobretudo próximo aos rios Luangwa e Kafue. Um grande planalto predomina na porção leste e atinge o ponto mais alto no altiplano no Monte Nyika (2.606 m). A população, dividida em cerca de 70 etnias, concentra-se nas regiões de extração de cobre, ao norte da capital, Lusaka. A Zâmbia está entre os maiores produtores mundiais desse minério, responsável por 50% das exportações do país, em 1998. Possui ainda reservas de cobalto, zinco e chumbo. A agricultura, que ocupa 73,7% da força de trabalho, também é economicamente importante.
Clima[editar | editar código-fonte]
O clima da Zâmbia é tropical e amenizado pela altitude. De acordo com a classificação climática de Kouppen-Gayger, a maior parte do país é classificada como úmido tropical ou subtropical úmido e seco, com pequenos tempos de clima semiárido e estepes do sudoeste ao longo da Vale do Zambeze.
Há duas estações principais: a estação chuvosa (de novembro a abril) para o verão, e a estação seca (de maio a outubro), correspondente ao inverno. A estação seca está subdividida em duas: a estação fria e seca (maio/junho a agosto) e a estação quente e seca (setembro a outubro/novembro). A influência da altura suavizada dá ao país um clima subtropical agradável, em vez de condições tropicais durante a estação fria, de maio a agosto. No entanto, as temperaturas médias mensais permanecem acima dos 20 °C na maior parte do país durante oito ou mais meses.
Demografia[editar | editar código-fonte]
Zâmbia é um dos países mais urbanizados da África subsariana, com 44% da população concentrada em poucas áreas urbanas, enquanto as áreas rurais são escassamente povoadas. O desemprego e o subemprego nas áreas urbanas são problemas sociais graves, enquanto a maioria dos zambianos rurais são agricultores de subsistência. A população compreende cerca de 72 grupos étnicos, a maioria dos quais são Bantus. De acordo com pesquisas do governo, a taxa de fertilidade era de 6,2 filhos por mulher, em 2007.[5]
Quase 90% dos zambianos pertencem aos nove principais grupos etnolinguísticos: o Chewa, Bemba, Tongas, Tumbuka, Lunda, Luvale, Kaonde, Nkoya e Lozi. Nas áreas rurais, cada grupo étnico se concentra em uma determinada região geográfica do país e muitos grupos são muito pequenos e não tão conhecidos. No entanto, todos os grupos étnicos podem ser encontrados em números significativos em Lusaka e Copperbelt.
Os expatriados são principalmente britânicos e sul-africanos. Havia 70 000 europeus na Zâmbia em 1964, mas muitos já deixaram o país.[6] O país também possui uma população asiática pequena, mas economicamente importante, a maioria dos quais são indianos e chineses. Existem 13 mil indianos na Zâmbia. Estima-se que 80 mil chineses são residente na nação.[7] Nos últimos anos, várias centenas de despossuídos fazendeiros brancos deixaram o Zimbabwe, a convite do governo da Zâmbia, para assumir a agricultura nas províncias do sul.[8] [9]
De acordo com a Pesquisa Mundial de Refugiados de 2009, publicado pelo Comitê dos Estados Unidos para Refugiados e Imigrantes, a Zâmbia tinha uma população de refugiados e requerentes de asilo que somam aproximadamente 88.900 pessoas. A maioria dos refugiados no país é oriunda da República Democrática do Congo (47.300 refugiados em 2007), Angola (27.100), Zimbabwe (5.400) e Ruanda (4.900).[10]
Cidades mais populosas[editar | editar código-fonte]
http://www.geonames.org/ZM/largest-cities-in-zambia.html |
Cidades mais populosas da Zâmbia|||||||||||
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Lusaka |
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Posição | Localidade | Província | Pop. | ||||||||
1 | Lusaka | Lusaka | 9 999 443 | ||||||||
2 | Kitwe | Copperbelt | 9 400 914 | ||||||||
3 | Ndola | Copperbelt | 394 518 | ||||||||
4 | Kabwe | Central | 188 979 | ||||||||
5 | Chingola | Copperbelt | 148 564 | ||||||||
6 | Mufulira | Copperbelt | 120 500 | ||||||||
7 | Luanshya | Copperbelt | 113 365 | ||||||||
8 | Livingstone | Southern | 109 203 | ||||||||
9 | Kasana | Northern | 91 056 | ||||||||
10 | Chipata | Eastern | 85 963 |
Línguas[editar | editar código-fonte]
A língua oficial da Zâmbia é o inglês, que é usado principal como língua dos negócios e da educação. A principal língua local, especialmente em Lusaka, é o nianja, seguido pelo bemba. O processo de urbanização teve um efeito dramático sobre algumas das línguas nativas, incluindo a assimilação de palavras de outras línguas nativas e do inglês. Os moradores urbanos às vezes diferencia entre dialetos urbanas e rurais de uma mesma língua, prefixando as línguas rurais com "profunda". O português foi introduzido no currículo escolar, principalmente devido à presença de uma grande comunidade angolana de língua portuguesa.[11]
Política[editar | editar código-fonte]
A política zambiana ocorre em uma estrutura de sistema presidencial democrático representativo, por meio de que o presidente da Zâmbia é chefe de Estado e chefe do governo em um sistema multipartidário. O governo exercita o poder executivo, enquanto o poder legislativo é investido no governo e no parlamento.3
Subdivisões[editar | editar código-fonte]
A Zâmbia está dividida em 9 províncias (capitais entre parênteses):
- Central (Kabwe)
- Copperbelt (Ndola)
- Oriental (Chipata)
- Luapula (Mansa)
- Lusaka (Lusaka)
- Norte (Kasama)
- Noroeste (Solwezi)
- Sul (Livingstone)
- Ocidental (Mongu)
As províncias estão divididas em 72 distritos.
Economia[editar | editar código-fonte]
A economia da Zâmbia depende largamente do cobre, minério de que é um dos maiores produtores do mundo, e que representa 90% do valor das exportações. Este país pertence ao chamado "cinturão do cobre", uma extensão dos depósitos de Shaba (RDC).
A agricultura é de subsistência (batata, amendoim, milho, mandioca e milheto), mas também apresenta culturas caráter comercial (algodão, café, cana-de-açúcar, tabaco). Em lagos e rios é praticada a pesca, principalmente de subsistência.
Dentro do setor industrial, contam-se o tratamento de minerais (refinação de cobre, em especial), produção de cimento e indústrias conexas da agricultura (óleos vegetais, tratamento do algodão, açúcar e e outros produtos). O petróleo é importado, principalmente através do porto de Dar es Salaam (Tanzânia).
O turismo internacional, buscando áreas naturais do país (cataratas, safári) é uma importante fonte de renda.
Cultura[editar | editar código-fonte]
Data | Nome em português | Nome local | Observações |
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Segunda-feira de março | Dia da juventude | Youth Day | |
25 de maio | Dia da África | Africa Day | |
Primeira segunda-feira de julho | Dia dos heróis | Heros' day | |
Primeira terça-feira de julho | Dia da unidade | Unity Day | |
24 de outubro | Dia da independência | Independence day |
Referências
- ↑ Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD): Human Development Report 2014 (em inglês) (24 de julho de 2014). Visitado em 3 de agosto de 2014.
- ↑ Série de autores e consultores, Dorling Kindersley, History (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1, pág 558 | só referencia o tornar-se protetorado e a data
- ↑ Série de autores e consultores, Dorling Kindersley, History (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1, pág 558| só referencia última frase
- ↑ Série de autores e consultores, Dorling Kindersley, History (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1, pág 558
- ↑ Welcome to the Official site of Zambian Statistics (em inglês) Central Statistical Office, Zambia (2007). Visitado em 30 de agosto de 2014.
- ↑ 1964: President Kaunda takes power in Zambia (em inglês) BBC 'On This Day' (25 de outubro de 2005). Visitado em 30 de agosto de 2014.
- ↑ ZAMBIA: Zambians wary of "exploitative" Chinese employers (em inglês) Irinnews.org. (23 de novembro de 2006). Visitado em 30 de agosto de 2014.
- ↑ Zim's loss, Zam's gain; Former Zimbabwean farmers.(White Zimbabweans making good in Zambia)(Brief Article) (em inglês) The Economist. Visitado em 30 de agosto de 2014.
- ↑ Thielke, Thilo (28 de agosto de 2009). Settling in Zambia: Zimbabwe's Displaced Farmers Find a New Home (em inglês) Der Spiegel. Visitado em 30 de agosto de 2014.
- ↑ World Refugee Survey 2009: Zambia (em inglês) U.S. Committee for Refugees and Immigrants. Visitado em 30 de agosto de 2014.
- ↑ Portuguese to be introduced in schools (em inglês). Visitado em 23 de julho de 2015.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Ligações externas[editar | editar código-fonte]