República do Acre

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Estado Independente do Acre
República do Acre

Estado não-reconhecido

Flag of Bolivia.svg
1899 – 1903 Flag of Brazil (1889-1960).svg
Flag Brasão
Estado Independente do Acre brasão
Localização de Acre
Área do atual estado do Acre
Continente América
Região Andino-Amazônia
País Brasil
Capital Porto Acre (antiga Puerto Alonso)
9° 58' S 67° 48' O
Língua oficial Português
Espanhol
Religião católica
Governo República
Período histórico Moderna
 • 14 de julho de 1899 Fundação
 • 6 de agosto de 1902 Revolução Acriana
 • 17 de novembro de 1903 Tratado de Petrópolis
Área
 • 1900 191,000 km2
População
 • 1900 est. 10,000 
     Dens. pop. 0,1/km²
Moeda réis

A República do Acre (nome oficial: Estado Independente do Acre) foi um Estado nacional de breve duração, situado no território ocupado pelo atual estado brasileiro do Acre. Foi proclamado por três vezes diferentes; a primeira deu-se em 14 de julho de 1899, pelo espanhol Luis Gálvez Rodríguez de Arias, e contou com o apoio vizinho do governo estadual do Amazonas; este tinha como sua capital Puerto Alonso, rebatizada de Cidade do Acre (atual Porto Acre).

A segunda República do Acre foi proclamada em novembro de 1900, por brasileiros, tendo Rodrigo de Carvalho assumido o cargo de presidente. Um mês depois, em 24 de dezembro de 1900, os brasileiros foram derrotados pelos militares bolivianos, que dissolveram a República. A terceira República, foi proclamada durante a Revolução Acriana, por José Plácido de Castro, em 24 de janeiro de 1903.

O fim permanente do Estado deu-se com o Tratado de Petrópolis, em 17 de novembro de 1903, que legitimou a posse brasileira sobre o Acre.

História[editar | editar código-fonte]

Gálvez levantou um Estado do nada: organizou ministérios, criou escolas, hospitais, um exército, corpo de bombeiros e idealizou um país surpreendentemente moderno para aquela época, com preocupações sociais, de meio-ambiente e urbanísticas. A idéia de Gálvez era de formar um país no meio da floresta.

Foi juiz, emitiu selos de correios e idealizou a atual bandeira, com a estrela vermelha solitária e as tradicionais cores da insígnia brasileira: verde e amarelo. Gálvez chegou a proibir os casamentos com jovens menores de dezesseis anos, algo costumeiro numa região onde a presença feminina era tratada como produto raro.

O país que existiu nos barrancos do rio Acre tinha treze mil habitantes.

Apenas poucos meses depois, em 28 de dezembro de 1899, Luis Gálvez foi deposto pelo seringalista Antônio de Sousa Braga, que assumiu a presidência do Acre. A situação piorou e Sousa Braga convidou Gálvez a reassumir o governo, o que ocorreu em 15 de março de 1900.

O Brasil reconhecia a soberania da Bolívia sobre o Acre e devido a pressões diplomáticas entre os dois países. Em 15 de março de 1900, o governo brasileiro enviou força-tarefa da marinha brasileira para o Acre, para prender Gálvez e devolver a posse da Bolívia. Gálvez foi destituído,sendo que seu vice assumiu a presidência temporariamente até a devolução as autoridade Boliviana.Dessa forma o Acre voltou ao domínio boliviano.

Expedição dos Poetas[editar | editar código-fonte]

[carece de fontes?] Logo após ocorreu a famosa Expedição dos Poetas. O governo boliviano reassumiu o controle do Acre ocupando militarmente diversas localidades.

Um grupo de boêmios e profissionais liberais de Manaus decidiu promover uma expedição com a finalidade de recriar o Estado Independente do Acre. O governo do Amazonas com pretensões de anexar o Acre ao território estado, decidiu financiar a expedição Floriano Peixoto ou Expedição dos Poetas, porém esse movimento militar foi um fracasso. Mesmo de um mês após a chegada a Expedição ao Acre e a Proclamação da segunda República. Houve o combate entre a Expedição dos Poetas – nome mais popular da iniciativa – e o exército boliviano que aconteceu em 29 de dezembro de 1900, em Puerto Alonso, com a derrota dos poetas. Os boêmios voltaram corridos para Manaus.

Um grupo de empresários industriais americanos fez um contrato com a Bolívia pela exploração da seringa no Acre, formando o chamado Bolivian Syndicate.

Revolução Acriana[editar | editar código-fonte]

Com a indecisão do governo federal e a pressão da Bolívia, os seringalistas formaram um exército comandado por Plácido de Castro, sendo os soldados seringueiros, apesar de somente os seringalistas poderem tornar-se oficiais.

A luta começou em 6 de agosto de 1902, em Xapuri e durou até 24 de janeiro de 1903, quando foi tomada Puerto Alonso, transformada então em Porto Acre. Novamente foi declarado o Estado Independente do Acre.

Com o Tratado de Petrópolis, de 17 de novembro de 1903, o Acre passou a fazer parte integrante do território brasileiro mediante pagamento de dois milhões de libras esterlinas e da construção da ferrovia Madeira-Mamoré.

Presidentes do Estado Independente do Acre[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  • Scheina, Robert L.. Latin America's Wars: The Age of the Caudillo, 1791-1899. [S.l.]: Brassey's, 2003. 7–9 p. ISBN 1-57488-452-2
  • "New Republic Founded: The Evolution of a South American No Man's Land," Philadelphia Inquirer, Nov 12, 1899, p 7
  • "Acre Seeks Recognition: New South American Republic Sends a Minister to This Country," New York Times, Nov 24, 1900, p 1
  • "Acre and Its Rubber: Cause of the Establishment of the New Republic," New York Times, Nov 25, 1900, p 12
  • "A Short-Lived Republic: Acre, the Land of Rubber, No Longer a Separate Country," New York Times, Nov 30, 1900, p 1
  • "Acre Belongs to Brazil: A Settlement of the 'Rubber Republic' Dispute," Kansas City Star, Aug 12, 1903, p 4

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