Ipu

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Município de Ipu
Vista das Pedrinhas

Vista das Pedrinhas
Bandeira de Ipu
Brasão desconhecido
Bandeira Brasão desconhecido
Hino
Aniversário 26 de Agosto
Fundação 26 de agosto de 1840 (175 anos)
Gentílico ipuense
Lema Respeito e transparência
Prefeito(a) Sérgio Rufino
(2013–2016)
Localização
Localização de Ipu
Localização de Ipu no Ceará
Ipu está localizado em: Brasil
Ipu
Localização de Ipu no Brasil
04° 19' 19" S 40° 42' 39" O04° 19' 19" S 40° 42' 39" O
Unidade federativa  Ceará
Mesorregião Noroeste Cearense IBGE/2008 [1]
Microrregião Ipu IBGE/2008 [1]
Municípios limítrofes Pires Ferreira, Reriutaba, Guaraciaba do Norte (N), Ipueiras, Hidrolândia (S), Hidrolândia, Pires Ferreira (L), Guaraciaba do Norte, Croatá e Ipueiras (O).
Distância até a capital 257 km
Características geográficas
Área 630,468 km² [2]
População 48 205 hab. IBGE/2010[3]
Densidade 76,46 hab./km²
Altitude 636 m m
Clima Tropical subúmido
Fuso horário UTC−3
Indicadores
IDH-M 0,618 médio PNUD/2010 [4]
PIB R$ 186 622,000 mil IBGE/2010[5]
PIB per capita R$ 4 630,83 IBGE/2010[5]
Página oficial

Ipu é um município brasileiro, situado no noroeste do estado do Ceará. Localizado na Mesorregião do Noroeste Cearense e na Microrregião homônima

Toponímia[editar | editar código-fonte]

Segundo Silveira Bueno, Ipu provém do Tupi y-pu, que significa água que surge, que borbulha, ou seja, fonte, bica.

História[editar | editar código-fonte]

O municipio de Ipu é citado no romance de José de Alencar, Iracema, índia nativa que se banhava na bica, também conhecida como "a virgem dos lábios de mel". Inicialmente o povoado nasceu dentro das terras dadas em Sesmarias pelo estado português a alguns colonos radicados em Pernambuco. Ligada às terras da Matriz de São Gonçalo da Serra dos Côcos (hoje em Ipueiras) e à sede da primeira Vila (Guaraciaba do Norte), a povoação fora construída em cima de um velho cemitério indígena. A sua praça central (chamada por seus habitantes de "Praça da Igrejinha") está localizada neste "útero inicial" em que aquela sociedade veio a nascer ainda no século XVII. A região entrou em disputa entre padres Jesuítas e colonos; até que, após a expulsão dos jesuítas do Brasil pelo Marquês de Pombal, as terras e os infelizes indígenas que nela habitavam ficaram entregues aos "cuidados" dos colonos brancos. Reduzidos a escravos (ou semiescravos), os indígenas foram incorporados àquela sociedade colonial na condição precária de "cabras" agregados às terras que um dia foram deles. Apenas em 1840/41 a Vila Nova do Ipu Grande fora transformada em sede da Vila. Em 1885 a Vila é elevada à condição de cidade; em 1894, com a instalação da Estrada de Ferro de Sobral, a cidade passou a crescer e urbanizar-se lentamente. A economia comerciária, promovida pela ferrovia, possibilitou à classe comerciária local adquirir capitais gerados do trabalho e do comércio algodoeiro. A cidade crescia e com isso aumentavam os problemas. As elites conheceram um crescimento significativo, para depois mergulharem numa estagnação econômica acarretada pela desativação da ferrovia e do comércio a ela ligado. Nos anos 40 do século XX, a cidade mergulha num processo de decadência até culminar com o completo desmonte da ferrovia nos anos 50, 60 e 70 do século passado. Decadente, a cidade transforma-se num verdadeiro "curral-eleitoral" para a oligarquia local; momento em que a prefeitura da cidade transforma-se na maior empregadora do município. Em 1987 o então distrito Pires Ferreira, se emancipa de Ipu, transformando-se em um novo município.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Sua população estimada em 2010 era de 48.230habitantes. A cidade fica encravada no sopé da Serra da Ibiapaba e tem como principal atração turística a Bica do Ipu, uma queda d'água do Riacho Ipuçaba de 130 metros de altura, além da Bica do Ipu a cidade oferece mais pontos de visitação como: Casa de Pedra, riacho São Francisco, cachoeiras como a do Urubu e do Engenho dos Belém e os açudes S. Bento e Bonito.

Em suas primeiras manifestações de apoio eclesial, registra-se em 1740 e procedente da Vila Viçosa, a presença de alguns clérigos cujo desempenho consistiu na formação de redutos catequéticos, os quais constam do programa o precitado reduto. Desse trabalho missionário, cujos esforços não foram inócuos, resultou a edificação de uma capela que, por seu turno, daria lugar à Freguesia de São Gonçalo da Serra dos Cocos, o que de fato ocorreu, conforme Provisão de 30 de agosto de 1757. Com o advento do Decreto Imperial n.o 200, de 26 de março de 1840, transfere-se a Freguesia, até então situada em São Gonçalo da Serra dos Cocos, para São Sebastião do Ipu, compreendendo, na jurisdição desta, as capelas de Nossa Senhora da Conceição de Ipueiras e de Nossa Senhora dos Prazeres de Campo Grande. Decorrido quase meio-século, novas transformações se processam, desta vez com relação à mudança de hierarquia e evolução de ordem administrativa. Essa novidade tem como instrumento de apoio a Lei n.o 2.037, de 27 de outubro de 1883, convertendo ao título de Igreja – Matriz as capelas de São Gonçalo dos Cocos e São Sebastião do Ipu.

Os primeiros registros históricos sobre a região de Ipu datam do tempo do Brasil colônia e entre os personagens de então podemos destacar nomes como Joana Paula, Martim Soares ou padre Correia. Veremos que eram pessoas comuns, carregadas de defeitos, ganâncias, ambições etc. Para a “civilização do Ipu” e sua região os ditos “heróis” não passam de sanguinários conquistadores; gente guerreira, que nasceu dos choques dos mundos europeu e indígena e por aqui se instalou para formar uma sociedade singular e desigual. Matar, roubar, assassinar, estuprar ou agredir eram “esportes” naturalmente praticados por nossos antepassados, e queiramos ou não, somos um povo altamente mestiço (somos brancos, indígenas e negros). A nossa civilização nasceu por sobre as poças de sangue dos povos nativos, e fora construídos por homens brutos, valendo-se da escravidão e do extermínio, para dar legalidade ao sequestro das terras e dos corpos (para o trabalho escravo e para o sexo promíscuo) das indígenas e africanas; legitimando todo tipo de privilégio e de poder emanados desta situação.

Sobre isso, leiamos este documento: “Tamboril tem produzido homens notáveis, entre estes o coronel Diogo Lopes de Araújo Sales, que o Ministro da Agricultura, (...) em 1855 dizia não conhecer no país mais hábil catequista dos índios. À sua espada encantada, que não podia soltar, pelo receio de exterminá-los de um só golpe, deveu ele escapar mais de uma vez às sedições dos selvagens. Seus serviços nessa arriscada empresa foram de feitos relevantes.” É claro que, como homens como o Coronel referido antes, não nos admira que não tenha havido “reclamações oficiais” por parte dos nativos; os Tremembés, Carátiús, Reriús, Arariús, Quixelôs e outros povos não tiveram a menor chance, lutar com arco e flecha contra bala e pólvora era uma luta perdida! Após a “limpeza” da terra, Joana Paula, seus pais e irmãos puderam vir ocupar a área despreocupadamente, habitando o sertão central e parte da Ibiapaba (Ipu, Ipueiras, Guaraciaba, Tamboril, Santa Quitéria, Reriutaba, Crateús e muitas outras cidades nasceram dentro deste processo). O homem desta área é altamente mestiço, caboclo, com pouco sangue negro, e com bastante sangue europeu. Os Brancos, pela superioridade das armas, puderam dominar e aculturar aos índios e alguns africanos; debaixo da bota dos fazendeiros proprietários, as mulheres índias e negras emprestaram seus ventres para que o falo dos descendentes de europeus “povoasse a terra” e mestiços. Não tendo recursos humanos ou materiais para ocupar as terras do “Ciará Grande” (e a região de Ipu), Vossa Majestade El’Rei de Portugal (e depois da independência, D. Pedro I e D. Pedro II) delegava poderes quase absolutos para seus súditos que por aqui vinham construir a “civilização”. Os colonos que viriam povoar os sertões do Ipu tinham licença para matar, prender, soltar, julgar, perdoar, e condenar, principalmente aos índios, negros e/ou brancos pobres que lhes deviam obediência; foi assim que nasceu a conhecida prepotência de nossas elites e a exagerada submissão de nossos “cabras”! Com a independência, em 1822, D. Pedro I, após esmagar os confederados do Equador e outras rebeliões do “Norte” do Brasil, passou a delegar poderes de polícia aos fazendeiros e seus filhos; neste ínterim, os Mourões, poderosa oligarquia parental sediada na Serra dos Cocos, filiada ao Partido Conservador, exercerá o poder e a violência com mão de ferro nestas paragens. “Eram por demais turbulentos (...) [e] sanguinários os primeiros povoadores desta parte da província, (...) os homens mais influentes (...) percorriam com bandos armados da serra ao vale e do vale à serra, decidindo de tudo [na] (...) lógica do bacamarte. Esses facínoras traziam em sobressalto Tamboril e (...) Príncipe Imperial (Crateús), Independência, Boa Viagem, Pedra Branca, Santa Quitéria e Ipu.” Dentre estes homens, os clãs–familiares dos Araújos-Chaves, Mello-Mourão, Feitosas, Martins, Aragão, Lopes etc. impunham a lei e a ardem com base na faca-peixeira e no bacamarte boca-de-sino. Assaltos, assassinatos, estupros e lutas pela posse da terra eram “a coisa mais natural do mundo” naqueles tempos. Foi neste ambiente que nasceu a nossa civilização.


  • Data da criação: 26 de agosto de 1840
  • Toponímia: Queda D’água
  • Variação Toponímica: Vila Nova do Ipu Grande
  • Desmembrado de Guaraciaba do Norte
  • Padroeiro: São Sebastião
  • Dia: 20/01
Características ambientais
  • Pluviosidade: a média anual é de 1.358 mm
  • Temperatura média: 26 °C a 30 °C
  • Período chuvoso: janeiro a maio
  • Distância da Capital "Fortaleza": 257Km
  • Área Territorial: 630Km²
  • Latitude: 4°,19'
  • Longitude: 40°, 49'
  • Altitude: 636m do nível do mar
  • Clima: Tropical de altitude
  • Mesorregião: Noroeste Cearense
  • Microrregião: Ipu
  • Limites: Norte: Reriutaba e Pires Ferreira, Sul: Ipueiras, Leste: Hidrolândia; Oeste: Guaraciaba do Norte.
  • Hidrografia: Rios Acaraú, Jatobá e Inhuçu e riachos do Engenho, Mulungu, S. Félix, Albina, Gamelecia, Sambaíba e Ipuçaba.
  • ACESSO RODOVIÁRIO: CE-187 / CE – 032 / CE - 157
Componentes ambientais
  • Relevo: Planalto da Ibiapaba e Depressões sertanejas
  • Solos: areias quartzosas distróficas, Bruno não cálcico, Latossolo vermelho-amarelo e podzólico vermelho-amarelo
  • Vegetação: caatinga arbustiva aberta, floresta caducifólia espinhosa, floresta subperenifólia tropical pluvio-nebular e floresta subcaducifólia tropical pluvial.
Divisão política-administrativa
  • Distritos: Abílio Martins, Flores, Várzea do Giló,Recanto e Ingazeira

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Divisão Territorial do Brasil Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Visitado em 11 de outubro de 2008.
  2. IBGE (10 out. 2002). Área territorial oficial Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Visitado em 5 dez. 2010.
  3. Censo Populacional 2010 Censo Populacional 2010 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de novembro de 2010). Visitado em 11 de dezembro de 2010.
  4. Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil Atlas do Desenvolvimento Humano Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2010). Visitado em 11 de setembro de 2013.
  5. a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2010 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Visitado em 11 set. 2013.
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