Santa Cruz (Rio Grande do Norte)

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Município de Santa Cruz
"Cidade Santuário, Cidade de Santa Rita de Cássia"
Santa Cruz vista do Santuário de Santa Rita de Cássia.

Santa Cruz vista do Santuário de Santa Rita de Cássia.
Bandeira de Santa Cruz
Brasão de Santa Cruz
Bandeira Brasão
Hino
Aniversário 30 de Novembro
Fundação 1831
Gentílico santacruzense
Prefeito(a) Fernanda Costa Bezerra (PMDB)
(2013–2016)
Localização
Localização de Santa Cruz
Localização de Santa Cruz no Rio Grande do Norte
Santa Cruz está localizado em: Brasil
Santa Cruz
Localização de Santa Cruz no Brasil
06° 13' 44" S 36° 01' 22" O06° 13' 44" S 36° 01' 22" O
Unidade federativa  Rio Grande do Norte
Mesorregião Agreste Potiguar IBGE/2008 [1]
Microrregião Borborema Potiguar IBGE/2008 [1]
Municípios limítrofes Tangará, São Bento do Trairi, Lajes Pintadas, Campo Redondo, Japi
Distância até a capital 122 km[2]
Características geográficas
Área 624,356 km² [3]
População 38 538 hab. (RN: 11º) –  IBGE/2012[4]
Densidade 61,72 hab./km²
Clima Tropical semiárido Bsh
Fuso horário UTC−3
Indicadores
IDH-M 0,635 (RN: 37°) – médio PNUD/2010 [5]
PIB R$ 141 764,110 mil IBGE/2008[6]
PIB per capita R$ 4 077,31 IBGE/2008[6]
Página oficial
Prefeitura www.santacruz.rn.gov.br

Santa Cruz é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Norte. Localiza-se a 122 km da capital do estado Natal, a qual se liga através da BR-226. Abriga a Estátua de Santa Rita de Cássia, maior estátua religiosa da América Latina.

História[editar | editar código-fonte]

A área do atual município de Santa Cruz era primitivamente habitada pelos povos indígenas tapuias. A partir de 1831, Lourenço da Rocha, acompanhado de João da Rocha (irmão) e João Rodrigues da Silva (amigo e proprietário da Fazenda Cachoeira), iniciaram o povoamento do local, com uma economia baseada na atividade agropastoril, que logo denominaram "Malhada do Juazeiro" e, em seguida, "Santa Rita da Cachoeira".[7] [8]

Na região havia uma grande de presença de inharés, árvore considerada "sagrada" pela população local e que, segundo a tradição, atraía grandes males caso algum de seus galhos fosse quebrado, como secas e epidemias de doenças. Conta a lenda que, certo dia, um missionário, sabendo dessa tradição, resolveu visitar o povoado e mandou erguer uma cruz, feita com alguns galhos dessa árvore. Em seguida, em frente à capela de Santa Rita de Cássia, foi cavado um grande buraco, onde foram colocadas todas as armas da população nativa por ordem desse missionário, sendo ali colocada aquela cruz. Com isso, os males teriam cessado e grandes fontes de água teriam jorrado, e muitos dos animais típicos da região teriam se tornado mansos. Com este fato, o povoado teve seu nome alterado para "Santa Cruz do Inharé".[7] [8]

Em 1835, foi erguida a capela de Santa Rita de Cássia, que estimulou ainda mais o crescimento do povoado. Uma imagem da santa, vinda da fazenda Cachoeira, foi doada para a capela. No mesmo ano, a lei provincial nº 24, datada de 27 de março, eleva o povoado à condição de distrito, com a denominação "Santa Cruz da Ribeira do Trairi". Apenas em 11 de dezembro de 1876, o distrito foi elevado à categoria de vila, desmembrando-se de São José de Mipibu, através da lei provincial nº 777, após vários anos de luta. Entre as figuras que lutaram pela emancipação destacam-se o padre Antônio Rafael Gomes de Melo, o tenente coronel Ivo Abdias Furtado de Mendonça e Menezes e os fazendeiros Trajano José de Faria e Félix Antônio de Medeiros. Finalmente, em 3 de novembro de 1914, a lei estadual 372, a vila é elevada à condição de cidade, tendo sua denominação sido alterada para "Santa Cruz", conservada até os dias atuais.[7] [8]

Administrativamente, o município, ao ser emancipado, era formado apenas pelo seu distrito-sede. Posteriormente, foram sendo criados distritos. O decreto estadual 603, datado de 31 de outubro de 1938, cria os distritos de Campo Redondo e Jericó, que tiveram suas denominações alteradas para Serra do Doutor e Melão, respectivamente, por força do decreto-lei estadual nº 268, de 30 de dezembro de 1943, voltando às suas denominações originais pela lei estadual nº 146, de 23 de dezembro de 1948. Em novembro de 1953, novas leis estaduais criaram os distritos de Jaçanã e Trairi (atual Coronel Ezequiel). Na mesma época, foi criado o distrito de Tangará, passando o município a ser constituído por quatro distritos. No dia 31 de dezembro de 1958, foram desmembrados o distrito de Campo Redondo, elevado à categoria de município, e os distritos de Tangará e Trairi, que deram origem aos município de Tangará. Em 24 de outubro de 1962, um acórdão do Supremo Tribunal Federal extingue o município de Campo Redondo, e os reanexa ao município de Santa Cruz, sendo novamente desmembrado em 26 de março de 1963. Desde então, o município de Santa Cruz é constituído do distrito sede.[7] [8]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Santa Cruz e municípios limítrofes.

O município de Santa Cruz está localizado na mesorregião do Agreste Potiguar e microrregião da Borborema Potiguar, no estado do Rio Grande do Norte,[1] distante 122 km de Natal, capital estadual,[2] e 2 166 km de Brasília, capital federal.[9] Ocupa uma área de 624,356 km²[3] e se limita com os municípios de Sítio Novo, Lajes Pintadas e São Tomé a norte; São Bento do Trairi e Japi a sul; Tangará e Sítio Novo a leste; Campo Redondo, Lajes Pintadas, Coronel Ezequiel e São Bento do Trairi a oeste.[7]

Relevo[editar | editar código-fonte]

O relevo do município, com altitudes entre duzentos e quatrocentos metros, está inserido na depressão sublitorânea, com terrenos de transição entre os tabuleiros costeiros e o Planalto da Borborema, e as serras de Cunhaú, Jandaíra, Samanaú, Tapuia e dos Veados. Geologicamente, Santa Cruz está situado em área de abrangência de rochas metamórficas que formam o embasamento cristalino, formadas durante os períodos Pré-Cambrianos médio e inferior, com idade entre 1,1 e 2,5 bilhões de anos. Geomorfologicamente predominam formas de relevos tabulares, separadas por vales de fundo plano.[7]

Solo[editar | editar código-fonte]

Os solos predominantes são o planossolo sódico vermelho amarelo equivalente eutrófico, pouco profundo, característico das áreas de relevo entre suave e ondulado, com alto grau de fertilidade, drenagem imperfeita e textura formada por areia e/ou argila, e o luvissolo (Bruno Não Cálcico Vértico), semelhante ao planossolo, mas com drenagem moderada e típico das áreas de relevo ondulado.[7] Há também os neossolos, também chamados de solos litólicos.[10]

Santa Cruz possui quase todo seu território inserido em duas bacias hidrográficas, sendo que a maior delas, que cobre 97% da área municipal, é a do rio Trairi, e os outros 3% na bacia do rio Potenji, que corta o município. Também cortam o território municipal os rios Cacaruaba e Inharé, além dos riachos Bento Nunes, do Canivete, Catolé, da Chapada, da Cobra, do Exu, da Gameleira, Logradouro, Santa Rosa, Salgado, da Vela e Velho. Os principais reservatórios, com capacidade igual ou superior a cem mil metros cúbicos (m³) de água, são Inharé (17 600 000 m³), Santa Rita (776 000 m³), Recanto (297 800 m³) e Bom Sucesso (100 000 m³).[7]

Vegetação[editar | editar código-fonte]

A vegetação é formada pela caatinga hipoxerófila, com plantas de pequeno porte, resistentes à seca, algumas apresentando espinhos. Entre as espécies mais encontradas estão o angico, a aroeira, a braúna, a catingueira, o juazeiro, o mandacaru, o marmeleiro e o umbuzeiro.[7]

Clima[editar | editar código-fonte]

O clima de Santa Cruz é semiárido quente, com temperatura média anual de 24,8 °C e baixo índice pluviométrico, cuja média é de apenas 532 milímetros (mm) anuais, sendo março e abril os meses de maior precipitação. Nos meses mais quentes, as temperaturas máximas chegam a 31 °C durante o dia, enquanto na época mais fria as mínimas podem ficar abaixo dos 20 °C.[11]

Nuvola apps kweather.svg Dados climatológicos para Santa Cruz Weather-rain-thunderstorm.svg
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima média (°C) 31,4 31,2 30,6 29,7 28,7 27,3 27 27,6 29 30,4 31,2 31,3 29,6
Temperatura média (°C) 26 26 25,7 25,2 24,9 23,3 22,9 23,1 24 24,9 25,6 25,8 24,8
Temperatura mínima média (°C) 20,7 20,8 20,8 20,7 20,3 19,4 18,8 18,6 19,1 19,5 20 20,4 19,9
Precipitação (mm) 28 52 111 128 64 52 47 18 10 4 5 13 532
Fonte: Climate Data.[11]

Educação[editar | editar código-fonte]

O município de Santa Cruz apresenta duas instituições de ensino superior:

  • A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) lançou na primeira década deste século um grande programa de reestruturação e expansão da instituição, priorizando a interiorização do ensino superior no Rio Grande do Norte. E nesse contexto, nasce a Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA/UFRN), sediada no município de Santa Cruz. A FACISA oferta os cursos de Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia e Medicina, atendendo uma demanda de jovens em idade de acesso à Universidade numa região representada por 11 municípios.
  • O Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN).

Referências

  1. a b c Divisão Territorial do Brasil Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Visitado em 11 de outubro de 2008.
  2. a b Distância entre Natal-RN e Santa Cruz-RN. Visitado em 9 de julho de 2015.
  3. a b Consulta por Município Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Visitado em 9 de julho de 2015. Cópia arquivada em 9 de julho de 2015.
  4. ESTIMATIVAS DA POPULAÇÃO RESIDENTE NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS COM DATA DE REFERÊNCIA EM 1º DE JULHO DE 2012 (PDF) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (30 de agosto de 2011). Visitado em 31 de agosto de 2012.
  5. Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil Atlas do Desenvolvimento Humano Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2010). Visitado em 31 de agosto de 2013.
  6. a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Visitado em 11 dez. 2010.
  7. a b c d e f g h i SANTA CRUZ Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (2008). Visitado em 26 de outubro de 2014.
  8. a b c d Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. História Prefeitura de Santa Cruz. Visitado em 26 de outubro de 2014.
  9. Distância entre Brasília-DF e Santa Cruz-RN. Visitado em 9 de julho de 2015.
  10. Mapa Exploratório-Reconhecimento de solos do município de Santa Cruz, RN Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Visitado em 9 de julho de 2015. Cópia arquivada em 9 de julho de 2015.
  11. a b Clima: Santa Cruz Climate Data. Visitado em 9 de julho de 2015. Cópia arquivada em 9 de julho de 2015.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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