Brasileirismo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Question book.svg
Esta página ou secção não cita fontes confiáveis e independentes, o que compromete sua credibilidade (desde julho de 2009). Por favor, adicione referências e insira-as corretamente no texto ou no rodapé. Conteúdo sem fontes poderá ser removido.
Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico)
Ambox important.svg
Este artigo ou secção pode conter pesquisa inédita. Por favor, melhore-o, verificando o seu conteúdo e adicionando referências bibliográficas. Mais detalhes podem ser encontrados na página de discussão. Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico)

Brasileirismo é uma expressão ou palavra peculiar do vocabulário lexicográfico do Brasil. A quase totalidade dos brasileirismos lexicográficos podem ser classificados em sete grandes grupos.

Tupinismos[editar | editar código-fonte]

São os brasileirismos que derivam diretamente da língua tupi-guarani ou que por ela foram influenciados, como acontece com alguns sufixos que, segundo alguns autores, funcionam mais como adjectivos do que como sufixos, já que não alteram a constituição morfológica e fonética da palavra a que se ligam. São exemplos destes sufixos o -açu (grande), -guaçu (grande) e -mirim (pequeno), como nas palavras arapaçu (pássaro de bico grande), babaçu (palmeira grande), mandiguaçu (peixe grande), abatimirim (arroz miúdo) ou mesa-mirim (mesa pequena).

Existem, no entanto, verdadeiros sufixos, como -rana (parecido com) e -oara (valor gentílico) nas palavras bibirana (planta da família das anonáceas), brancarana (mulata clara) ou paroara (natural do Pará).

Outros exemplos são:

Amerindinismos[editar | editar código-fonte]

Existem influências de outras línguas indígenas não tupis que se falavam no país à data da chegada dos portugueses e com as quais houve contacto. Os missionários jesuítas denominaram de tapuias os aborígenes não tupi.

Africanismos[editar | editar código-fonte]

O tráfico de escravos, especialmente da África para os engenhos brasileiros, trouxe consigo, mormente da família banto, toda uma série de termos que em breve veio a determinar a criação de duas línguas africanas gerais: o nagô ou ioruba - especialmente na Bahia - e o quimbundo, mais rico de vocabulário e de expressão no resto do país. Daqui resultaram várias influências no falar brasileiro a que se podem atribuir os seguintes fenômenos de fonética:

  • ensurdecimento e queda do r final;
  • ieísmo;
  • pronúncia plena de e e o em posição inicial absoluta ou protônica;
  • redução de nd a n nos gerúndios;
  • queda ou vocalização do l final;
  • redução de ei a (e) e de ou a (o);
  • alguns casos de epêntese (por exemplo, fulô por flor ou quelaro por claro);
  • terminação verbal átona -o por -am.

Arcaísmos[editar | editar código-fonte]

Como acontece em todas as línguas transportadas da sua origem para outras paragens, o português do Brasil tem uma larga percentagem de termos arcaicos e um vocabulário que já foi esquecido no antigo país de origem e que ali se mantém vivo. São exemplos físico por médico, reinar por fazer travessuras e função por baile.

Dialetalismos portugueses[editar | editar código-fonte]

Há outros brasileirismos aparentes que não passam de formas dialetais portuguesas, oriundas das regiões que forneceram os colonos para o Brasil, como os Açores e as várias províncias portuguesas. O resultado foi prosa em vez de conversa ou salvar por saudar (ou dar a salvação, como ainda se diz em algumas regiões de Portugal).

Brasileirismos semânticos[editar | editar código-fonte]

Esta é a classe mais importante e numerosa de brasileirismos, uma vez que, muitas palavras, sem perderem o seu significado tradicional, enriqueceram-se com uma ou mais acepções novas no Brasil. Por exemplo, virar também significa transformar-se em e prosa é também utilizado com o sentido de loquaz, conversador ou gabarola.

Criações novas[editar | editar código-fonte]

São palavras novas que designam novos objetos, invenções, técnicas, etc, e que têm uma formação distinta da que se verificou em Portugal. São exemplos ônibus por oposição a autocarro, trem por oposição a comboio, bonde por oposição a eléctrico ou aeromoça por oposição a assistente de bordo.

Outras criações novas são todos os vocábulos estrangeiros que são aportuguesados no Brasil, como náilon (nylon, inglês), esporte (sport, inglês), maiô (maillot, francês), sutiã (soutien, francês) ou xampu (shampoo, inglês).

Outros exemplos são as palavras que designam as partículas subatômicas, que em Portugal são oxítonas e têm a terminação em "ão" (electrão, neutrão, protão, leptão, muão, positrão, etc.), enquanto no Brasil tais palavras se formam paroxítonas e têm terminação em "on" (elétron, nêutron, próton, lépton, múon, pósitron, etc.)